Mais de 1000 razões para ser feliz #2

Acordar cedo, vestir uma roupa prática, preparar umas sanduíches, pôr a mochila às costas, calçar as sapatilhas, sair da cidade e partir à aventura.

Ontem, fui fazer um passeio pedestre por estas bandas, depois de uma longa viagem de carro de praticamente uma hora. O céu estava nublado e estava calor, mas, debaixo das árvores por onde caminhei, com a sua sombra fresca e acompanhada pelo canto dos pássaros, estava óptimo. E a companhia era igualmente óptima. É impossível uma pessoa não ficar feliz nestas condições.

Eu costumava detestar passeios pedestres, mas penso que isto acontecia por ir com a companhia errada. E isto porque eu gosto de ir nas calmas, a andar ao meu ritmo para poder olhar para todo o lado e absorver a paisagem e os seus detalhes e a parar de vez em quando para tirar fotografias. Até já tinha feito este trilho, há uns anos atrás (nem me lembro há quantos). Mas o meu namorado nunca tinha feito, e convenceu-me a ir com ele. Para além disso, um amigo dele também teve a ideia de o fazer com um outro grupo, e perguntou-nos se nos queríamos juntar. E, então, lá fomos. Umas onze ou doze pessoas no total.

De facto, desta vez gostei muito mais, provavelmente por não ter ninguém a pressionar-me para andar depressa, de maneira a não ficar para trás. E acho que vi tudo com outros olhos e apreciei a natureza de outra forma.

O final de uma subida, que me bafejou com um ar super abafado.

O ponto alto do trilho: a cascata. Muitas das pessoas que aqui chegam decidem tomar um banho. Da primeira vez que aqui estive, não o fiz. Mas, desta vez, estava a contar fazê-lo.

Enchi-me de coragem para me meter dentro de água...

...e consegui!

Não achei que a água fosse tão gelada como toda a gente me fazia pensar. Ou então era eu que estava a morrer de calor e a transpirar por todos os lados por causa do caminho que tinha feito. A verdade é que não me custou muito a entrar e por lá me aguentei um pouco. E estava-se tão bem ali dentro...

Entretanto, começou a chover, e fizemos o caminho para trás debaixo de água e sobre um chão lamacento. No entanto, não foi tão mau assim. Foi uma aventura. E não caí uma única vez, o que, para mim, já foi uma grande vitória.

O caminho de regresso passava por uma rua de pedra com casas, que dizem que estão a ser restauradas para turismo rural. Nesta altura, a chuva parou.

Da primeira vez que passei por este caminho, quase todas as casas estavam ainda em ruínas. Era um cenário muito mais fascinante, que até me serviu de inspiração. Mas ainda se encontraram algumas casas abandonadas...

...e fizemos uma nova amiga. Ela própria é que veio ter connosco. Era tão meiguinha, deixou-nos fazer todas as festinhas que quisemos...e estava esfomeada. Uma das raparigas do grupo partiu uma sanduíche aos bocadinhos e deixou-a para ela. E ela lá a devorou.

A vista no final da rua das casinhas. Os nossos carros estavam bem lá em baixo. Só aqui me apercebi do quanto o trilho nos fez subir.

E o caminho até lá abaixo foi assim: uma estrada de pedra a descer em caracol. Ainda para mais, escorregadia devido à chuva, o que exigiu ainda algum tempo - e cautela.

Cheguei a casa com o cabelo todo frisado devido à chuva, com as pernas sujas de terra, cansada de tanta subida e descida e da própria viagem de carro. Mal tinha forças para me mexer quando cheguei, mas cheguei satisfeita.

Soube-me bem tomar um bom banho. E, para terminar em beleza, fui com a minha mãe jantar ao McDonald's.

Sim, foi um dia feliz. Adoro estes dias em que saio de casa logo de manhã e só regresso ao fim da tarde com a sensação de ter tido um dia bem passado e muito proveitoso. Venham mais dias assim.