31/12/2017

Coisas boas de 2017


2017 foi o pior ano que já tive até agora. Creio que deve ter dado para perceber através daquilo que escrevi no blog durante este ano. Escrevi tão pouco, mas tudo o que escrevi foi negativo. Tudo o que escrevi foi devido à necessidade de vir aqui despejar os meus sentimentos e os meus desabafos mais sombrios. E, com isto, parece que me esqueci de me focar nas coisas boas. Que, na verdade, foram tão poucas. E que achei não serem merecedoras de destaque. Principalmente porque, como já deve ter dado para ver, já não sou a blogger que costumava ser.
No entanto, quis deixar registadas as coisas boas deste ano, ainda que poucas. Apenas porque me apetece. Apenas para recordar mais tarde. Para me lembrar que, por mais horrível, negro e depressivo que um ano inteiro seja, há sempre algo que nos faz levantar um pouco a cabeça e subir do fundo do poço. Mesmo que sejam só uns meros centímetros, antes de voltarmos a escorregar e batermos lá em baixo outra vez.

25/11/2017

Pormenores meus - parte 5

Fui ao cinema sozinha apenas uma vez. Vi A Bela e o Monstro e fiquei enjoada de tanta pipoca, mas soube-me bem e não me senti nada como uma outsider ou uma forever alone. O meu toque de telemóvel é a Children of the Damned dos Iron Maiden. Sou uma pessoa fria, mas gosto tanto de receber um abraço. Este ano, comecei a gostar de beber café. Felizmente, não me sinto dependente deste, embora já não dispense tomar um aos fins-de-semana, depois do almoço. Não vou morrer sem ir a um concerto dos Evanescence. Costumava gostar mais de gatos do que de cães, mas agora, pensando bem, acho que, quando viver sozinha, vou querer um cão para poder fazer-me mais companhia e para que eu tenha uma desculpa para sair de casa e ir passeá-lo - fazendo com que eu vá passear também. Tenho uma panca por canecas. Detesto cozinhar, mas detesto ainda mais lavar a loiça. Gostava de passar um fim-de-semana num hotel só mesmo por capricho, para estar numa piscina interior enquanto chove lá fora e depois tomar um banho totalmente relaxante numa banheira cheia de espuma. Não gosto de iogurtes líquidos. A única série que vi este ano foi Friends. Nunca fui pessoa de desabafar e de falar sobre os meus problemas, provavelmente porque nunca o fizeram comigo. Gosto de pequenos cactos para decoração e de velas aromáticas. Ainda esta semana fiz um banho de cor no meu cabelo e estou a adorar o tom com que ficou. Já não sei se acredito num amor para toda a vida, mas, seja como for, acho que isso não vai acontecer comigo. Tenho saudades de comer sushi. Gostava de viver numa cidade pequena, mas próxima de uma cidade grande para onde pudesse ir de vez em quando. E, claro, num lugar com muitas outras cidades e muitos recantos encantadores por perto, para poder ir passear e dar uma escapadinha num fim-de-semana. Às vezes, ainda penso que devia aprender a tocar guitarra. A minha refeição favorita é o pequeno-almoço, e gostava de ter a oportunidade de a tomar fora de casa mais vezes. Acho que posso dizer que fui vítima de bullying durante quase todos os meus anos de escolaridade, embora, na minha infância, nem sequer se ouvisse falar nessa palavra. E acho que posso dizer que isso contribuiu para a insegurança e falta de auto-estima que ainda hoje tenho. É por isso que não consigo evitar ficar de pé atrás quando me elogiam, especialmente em termos de aparência - acho sempre que estão a gozar comigo. Não consigo ver filmes de terror. A minha celebrity crush é o Andy Biersack. Tornei-me numa blogger desleixada e nem sei por que estou a escrever este post agora. Adoro coffee houses. Por falar nisso, gostava de estar novamente motivada para escrever e de passar horas num café acolhedor a fazer isso mesmo, escrever. Sim, às vezes penso em como gostaria de voltar à escrita, mas acho que ainda não o consigo fazer. Penso que aproveitava melhor o meu tempo quando era estudante. Para mim, "casa" é sinónimo de pijamas ou de fato de treino, e parece que não me sinto à vontade quando estou com "roupa normal". Gostava de saber pintar com aguarelas. Custa-me ver comida a ser deitada fora. Já me habituei a ver-me de aparelho, pelo que não me importo de o manter por mais uns meses, especialmente porque prefiro ter os ferrinhos do que ter que dormir com um aparelho de contenção. Falando em dentes, já tirei dois sisos; posso dizer que só tenho metade do meu juízo. Considero-me uma sonhadora, mas sou bastante pessimista também e tenho uma horrível tendência de pensar sempre no pior que pode acontecer e de esperar o pior. Ainda não sei o que vou fazer da minha vida, em termos profissionais. Já me disseram que sou demasiado sincera, e, de facto, por vezes nem tenho noção daquilo que me sai da boca para fora; só depois, ao reflectir, penso que não devia ter dito o que disse ou que devia ter dito de outra maneira e que fui estúpida. Acho, no entanto, que muitas das pessoas que conheço não perdiam nada em serem mais sinceras, e que um pouco de sinceridade para comigo seria bem-vindo. Ultimamente, ando apaixonada pelas músicas dos Trees of Eternity. Gostava de ter coragem suficiente para ser uma solo traveler, mas, mais do que isso, gostava de ter um grupo de amigos com quem viajar.

12/11/2017

Random thoughts

Voltei a chorar no trabalho. Já não o fazia há umas duas semanas.
Desta vez, foi por causa de stress. Stress no trabalho, que mal me deixou dormir naquela noite. E digo desta vez, porque, enfim, nem sempre é o próprio trabalho que me leva a chorar.
Já decidi que não vou ficar a trabalhar ali, que me vou embora quando o contrato acabar - ou, se me der na cabeça e o desespero acabar por levar a melhor, vou mesmo embora antes disso. Há quem possa achar isto uma total estupidez, porque o que interessa é ter trabalho e devemos agarrar-nos a ele. Mas acho que quem diz isto não faz ideia do que é chegar ao ponto de chorar no trabalho, porque este só me faz mal. Não apenas o trabalho em si, mas as pessoas também, o ambiente. Gostava, no início. Mas, agora, detesto. Só me deixa triste, chateada, irritada, e parece que só contribui mais para a depressão. E, bem, em primeiro lugar estou eu e a minha saúde. Se isto só me faz mal, vou ter que me afastar. E sei que a maioria das pessoas não entende. Não entende porque eu própria não me explico - para quê falar sobre estas coisas com alguém, vai alterar alguma coisa? -, ou porque nunca passou pelo mesmo. Mas não me importo. O problema é quando dizem que tenho que ter um plano, que tenho que saber o que fazer quando sair dali. E eu não tenho resposta para isso.
É engraçado. Nunca soube o que quis, mas sempre soube o que não quis.
E, ao pensar em tudo isto, começo a crer que, seja qual for o trabalho que tiver, não vou gostar. Viva eu onde viver, não vou gostar. Como se tivesse sido programada para não gostar de nada.
Às vezes, não penso no trabalho enquanto lá estou. Faço o que tenho a fazer, e as horas passam. Vou para casa sem stresses e sinto-me normal outra vez. E, depois, basta uma pequena chatice no trabalho para voltar tudo ao mesmo. Para voltar a chorar e a isolar-me, para a porra da depressão entrar na minha cabeça de novo.
Sempre pensei que seria capaz de suportar um emprego de merda, que um emprego seria apenas uma obrigação e uma forma de me sustentar, por mais horrível que fosse. Sempre pensei que, apesar de um emprego de merda, conseguisse ser feliz na mesma. E isto porque, depois de sair do trabalho, podia fazer o que quisesse; podia sair, passear, estar com amigos ou dedicar-me aos meus hobbies, sem pensar no amanhã; podia começar a pensar em ter a minha própria casa e podia tirar férias e ir viajar. Mas, afinal, sentirmo-nos bem no nosso local de trabalho e fazermos algo que gostamos é algo demasiado importante. Algo que negligenciei durante todo este tempo, por achar que não tinha tanta importância assim e que o que realmente interessava era o que acontecia fora do trabalho.
E acontece que acabei por não fazer nada do que esperava fazer fora do trabalho. Para uma licenciada a trabalhar na sua área, recebo uma miséria de salário, pelo que pensar em alugar um apartamento está completamente fora de questão. Não tenho planos para as minhas férias, e isto porque quero ir viajar e não tenho quem me acompanhe - serve de alguma coisa viajar sozinha e não compartilhar a experiência com ninguém? Raramente vou a algum lado depois do trabalho, por achar que tudo está visto, por não querer gastar dinheiro seja no que for ou por não ter companhia. Quanto aos hobbies, bem, nem vou falar nisso. Só quero descansar quando chego a casa, ou então vou para as aulas de pilates, coisa que só faço porque sinto necessidade de fazer exercício. Porque, se não o fizer, começo a ficar com a paranóia de que vou ficar gorda ou de que já estou a ficar gorda.
No meu dia de folga, desespero por não ter nada para fazer. E choro de novo. Porque não aguento não ter nada para fazer, não ter um objectivo. Devido a isto, sinto-me uma inútil, uma pessoa que só está a ocupar um lugar no mundo e que apenas desperdiça a sua vida. Acho, até, que as minhas ideias de tirar outro curso ou fazer um gap year no estrangeiro só surgem porque, se eu as concretizar, vou manter-me ocupada durante algum tempo e vou estar longe daqui. No fundo, parece que só quero fugir e manter-me ocupada, mesmo que sem um objectivo em concreto. 
Se soubesse o que sei hoje, teria feito tanta coisa diferente... 

23/09/2017

"I'm just a kid and life is a nightmare"

Desenho da minha autoria.

Nunca quis tanto que um Verão acabasse. Este foi o pior que alguma vez tive.
Desde que assinei contrato de trabalho, no início do Verão, deixei de ter fins-de-semana, passando a ter apenas direito a um dia e meio de descanso por semana, tal como os restantes funcionários da maldita empresa onde trabalho. Passou a ser um só dia a acordar sem o despertador, um só dia completamente livre e uma só noite em que não tenho que me preocupar com a hora a que me vou deitar. Para além disso, andei a fazer horas extra todos os dias. Sair depois das cinco ou das seis - quando o meu horário seria, supostamente, até às quatro - acabou por se tornar normal. Conto pelos dedos as vezes em que fui à praia, e os dedos de uma mão são suficientes - e ainda sobram - para contar as vezes em que saí à noite com amigos; não dei um único passeio digno de Verão nem fiz outras quantas coisas que tinha planeado; e, claro, não tive férias. Estas, aliás, nem vê-las até ao próximo ano. Cheguei a casa cansada, todos os dias. E, em muitos deles, também irritada. A ponto de não ter vontade de fazer nada. Por vezes, nem no meu dia de folga me apeteceu fazer alguma coisa; parecia que o cansaço da semana toda estava acumulado, pelo que nem sair de casa me apetecia. Continua a acontecer, aliás. E toda esta irritação e este cansaço não têm apenas a ver com isso e com o facto de eu achar que isto - não ter fins-de-semana, ter apenas um dia e meio de descanso e não ser permitido tirar férias no Verão - não é vida para ninguém. Tem a ver, também, com o trabalho em si.
Cada vez mais, detesto o meu trabalho e detesto aquele lugar. Fico irritada, respondo mal, isolo-me, fico com vontade de chorar e de mandar tudo para outro lado. Há dias em que conseguem fazer-me rir e em que consigo conversar como uma pessoa normal e brincar com as pessoas, mas acho que isso não passa de um disfarce. E existem outros dias em que tudo vem ao de cima e tudo transborda. Dias em que chego mesmo a chorar no meu local de trabalho. E não só por causa do trabalho em si.
Com a irritação no trabalho, tudo o resto vem por acréscimo. Penso no quanto estou arrependida por ter tirado este curso; pergunto a mim própria por que raio o tirei e não desisti logo. Penso no quanto não quero trabalhar nesta área. Penso no maldito exame à Ordem e em como não quero passar por isso outra vez. Com isto, começo a pensar que só andei a perder tempo, que fiz tudo isto e passei por tanto para nada, que ando a desperdiçar a minha vida toda. De facto, os dias passam por mim e eu nem dou por eles; os meses passam, as estações passam, as festividades passam, e eu nem dou por nada disso e não tiro proveito de nada disso. Penso em como quero mudar de vida e no quanto quero deixar de trabalhar ali, mas depois a ansiedade apodera-se de mim com toda a força e sinto-me sufocada e pressionada por ter que pensar naquilo que irei fazer depois. Porque não tenho nenhum plano; só sei que não quero esta vida para mim e que quero sair daquele lugar. Mas, ir para onde? Fazer o quê? São perguntas às quais não sei responder, e isso deixa-me mais ansiosa e irritada do que o que gostaria. E penso que não há nada que queira fazer. Que não há nada de que goste. Que não tenho jeito para nada. E que, portanto, não valho nada. Que ando a viver sem rumo, sem um sonho, sem nada pelo qual lutar. Que só ando a desperdiçar tempo, e que, assim, a vida não faz qualquer sentido.
Muitas das vezes, consigo chorar sem ninguém se aperceber. Mas já fui apanhada. E, mesmo que não chegue ao ponto de chorar, há quem note as minhas diferenças de comportamento. Em ambos os casos, as pessoas perguntam-me o que se passa. Pedem-me para falar. Mas não falo. Não serve de nada falar com pessoas que nunca irão compreender, para além de ser um tipo de conversa que dispenso ter no meu local de trabalho. Mas, apesar de achar que ninguém compreende, há alturas em que gostava de poder falar. Pois ando angustiada há semanas, sem poder falar com ninguém e sempre à espera da próxima consulta com a psicóloga - que, por acaso, acho que também não compreenderá.
Parece-me, no entanto, que toda a gente me vira as costas. Dirijo-me subtilmente àqueles que considero amigos, perguntando se querem ir dar uma volta, se querem sair, se querem ir tomar um café. Não entro à força toda, dizendo que preciso de desabafar, porque...bem, porque não. Porque é parvo. Porque acho que assusta as pessoas, afasta-as ainda mais porque têm mais com que se preocupar do que com os problemas dos outros. E dão-me respostas vagas, como Depois combinamos, ou não respondem de todo. E eu continuo angustiada. Mais angustiada ainda, achando que, afinal, não são assim tão meus amigos ou que eu apenas pensava que o eram. Mas já devia saber que seria assim. Por alguma razão, nunca ninguém quer a minha companhia. Já estou habituada a isso. No entanto, não deixa de ser doloroso estarem sempre a relembrar-mo.
E aí vêm novos pensamentos. Achar que não tenho ninguém com quem contar. Que nunca terei amigos a sério. Que nunca vou encontrar alguém que goste de mim. Em relação a este último ponto, já me mentalizei. E pensar nisso só me leva a crer que nunca mais serei feliz.
Acho uma estupidez pensar que só se é realmente feliz com outra pessoa, e não queria nada ser daquelas tristes que só se sente feliz assim, com alguém. Mas, vendo bem, parece que é esta a verdade. Parece que toda a gente é irritantemente feliz por ter alguém, e que a vida só faz sentido e é bonita desta maneira. Olhando para trás, apercebo-me de que a última vez que me senti feliz foi quando estava com alguém. Portanto, aí está. Por causa disto, ver casais apaixonados irrita-me. Ouvir músicas que falam de amor irrita-me. Ouvir os meus colegas de trabalho falar das suas vidas de casados ou de quase casados irrita-me. Já nem consigo ver filmes românticos que terminem num "felizes para sempre".
Ainda com todos estes pensamentos na cabeça, chego a casa. E, mais uma vez, tudo se abate sobre mim. Não sei o que fazer quando estou em casa; não há nada para fazer. E, muitas das vezes, o cansaço e o desinteresse são tão grandes, que dou por mim a desperdiçar tempo outra vez. A não fazer literalmente nada. Ou a chorar, sem ninguém se aperceber. Por detestar a minha vida, por achar que fiz tudo errado até então, por desejar voltar atrás no tempo, por só ver um negrume à minha frente.
Pode haver quem diga que não passa de uma fase, mas não acho normal que uma "fase" dure praticamente um ano. Pode haver quem diga que todos temos dias assim, os chamados "dias maus", mas não acho normal esse desequilíbrio tão grande entre "dias maus" e dias normais. Não acho normal uma pessoa não conseguir passar dois ou três dias seguidos sem chorar, sem achar que cada novo dia é um sacrifício, sem se perguntar a si própria que raio está a fazer aqui.
Às vezes, pergunto-me se não seria melhor se desaparecesse.

24/08/2017

Escrever sem parar

Costumava escrever sem parar.
Escrevia sem parar quando ligava o computador e acedia ao Blogger. Escrevia no meu blog e escrevia quando comentava as publicações de outros bloggers, cujos blogs gostava de acompanhar porque o seu conteúdo me agradava, porque gostava mesmo de os ler. Ler essas publicações, deixar um comentário nalgumas delas e escrever as minhas próprias publicações era das coisas que mais gostava de fazer depois de chegar a casa da faculdade.
Também escrevia sem parar fora do Blogger. Escrevia as minhas histórias, aquilo a que chamava de "os meus livros". Era o meu passatempo preferido, e, atrevo-me a dizer, uma das minhas paixões. Publicar essas histórias em formato de livro e ser escritora a tempo inteiro era aquilo que mais queria. Era o meu maior sonho, por mais absurdo, ridículo, infantil e impossível que possa parecer. Estava disposta a tanto para o conseguir.
Agora, o meu blog está ao abandono e não toco nas minhas histórias há quase um ano.
Já não me reconheço. Já nem sei se gosto de escrever. Acho que já não tenho esse sonho, sequer. Parece, aliás, que nunca o tive. Aquela parte de mim que era apaixonada pela escrita, que a ela dedicava tanto do seu tempo de alma e coração e que tanto sonhava em fazer disto a sua vida, parece ter desaparecido. Parece ter morrido. Às vezes, num brevíssimo momento de um dia melhor, dou por mim a querer fazê-la regressar. Pois até, talvez assim, eu consiga regressar a mim mesma. Mas, outras vezes, pergunto-me se valerá a pena. E a resposta é sempre a mesma. Não. Para quê? Mais do que morta, essa parte de mim parece estar bem enterrada. O trabalho tirou-me tudo isto. A depressão tirou-me tudo isto. 
Já não consigo escrever, quanto mais escrever sem parar.

04/06/2017

É difícil dizer

Strange how you never become the person you see when you're young. Desenho da minha autoria.
É difícil dizer que não gosto do curso que tirei. Que não gosto do meu trabalho. Que não me interessam outros trabalhos que posso vir a ter na minha área. Que até preferia ter um trabalho noutra área que não a minha. Que me estou a lixar para o estágio e para o exame à Ordem. Que, se soubesse o que sei hoje, nunca teria seguido este caminho. Que o meu maior arrependimento até hoje foi o de querer ir logo para a universidade assim que terminei o secundário, em vez de tirar um ano para pensar no que queria fazer.
É difícil dizer que não gosto de estar na minha própria casa. Que não me sinto bem nela e que só me sinto melhor quando estou fora. Que preferia sair daqui e procurar um espaço só para mim para ter a minha privacidade, os meus horários, as minhas rotinas e o meu silêncio. Que não suporto a minha mãe, na maioria das vezes. Que não quero acabar como ela.
É difícil dizer que me sinto sozinha. Que não tenho praticamente amigos nenhuns. Que gostava de ter alguém mas que, ao mesmo tempo, não me sinto preparada para isso. Que, nos dias em que chego cansada a casa, só gostava de ter lá, à minha espera, alguém para abraçar.
É difícil dizer que detesto a minha vida. E que até me detesto a mim própria. É difícil dizer que nada parece valer a pena e que me sinto sem motivos para viver.
É difícil dizer que este, até agora, está a ser o pior ano da minha vida.

30/05/2017

"You were gone so fast, I want you back"

Desenho da minha autoria.
Ele dizia-me que eu era uma pessoa fantástica. Dizia-me que era bonita, linda tanto por dentro, como por fora. Chamava-me tantos nomes carinhosos. Dizia que adorava conversar comigo. E que adorava estar comigo. Dizia-me que se sentia tão feliz quando estava comigo, mas que, mais do que isso, se sentia de uma maneira como não se sentia há tanto tempo. E que, quando estava comigo, se esquecia de tudo, não se lembrava dos seus problemas e não pensava em mais nada. Dizia que tivera saudades minhas, mesmo quando tínhamos estado juntos há pouco tempo. Mesmo que tivesse sido no dia anterior. Mesmo que só se tivessem passado umas horas. Perguntava-me por que não me tinha conhecido há uns anos atrás. Dizia-me Adoro-te imensas vezes. E que eu fora a melhor coisa que lhe acontecera nos últimos tempos. Fez coisas por mim que nunca esperei e que nunca imaginei que fizesse. Olhava para mim de uma maneira como nunca ninguém me olhou. Como se estivesse perante algo fascinante. Como se eu fosse algo fascinante, algo fora de série. Perguntou-me diversas vezes se gostaria que ele fosse meu namorado e deu-me a entender que gostaria mesmo de o ser. Disse-me, até, que eu seria a melhor namorada do mundo. E que ele faria de mim a pessoa mais feliz do mundo. Fez-me sentir especial, amada, incrível, bonita e tão, mas tão feliz. Chegou a dizer que me amava. E que estava apaixonado. Disse-me que não me queria deixar e que adoraria ficar comigo. Disse-me que eu seria a pessoa certa para ele e que, agora, estaríamos juntos...se ele não tivesse namorada.

02/04/2017

"Do we need somebody just to feel like we're alright?"

Há alturas em que gosto de estar solteira. Pode parecer um tanto ou quanto egoísta e/ou insensível da minha parte, mas sinto-me livre. Gosto de fazer o que me apetece sem ter que dar satisfações a alguém e sem ter que me sentir como que "obrigada" a estar com alguém.
Mas também há alturas em que me sinto demasiado sozinha. Alturas em que sinto falta de uma companhia, de alguém com quem conversar e com quem passear, mesmo que sem destino. Alturas em que sinto falta de afecto e em que me sinto ridiculamente carente. E, nessas alturas, sim, gostava de ter alguém. Até porque parece que a vida não tem graça e que não faz qualquer sentido sem amor. Pelo menos, é essa a ideia transmitida em todo o lado.
Talvez tenha ficado habituada a ter sempre uma pessoa por perto quando precisava. E, de repente, fiquei sem ela. Deve ser por isso que me sinto tão só. Por isso e por me ver, agora, sem ninguém do meu lado, sem ninguém que se importe minimamente e que se lembre de mim de vez em quando.
Durante uns tempos, tentei colmatar esta solidão e esta "falta de alguém" saindo de casa e tentando fazer qualquer coisa de diferente com a minha mãe ou com um e outro amigo, de vez em quando. No entanto, apesar de a minha mãe também estar sempre disponível quando preciso, não foi necessário muito tempo para perceber que sair com ela só me fazia sentir pior. Mais sozinha e mais triste, como se tal fosse possível. Com amigos, é o oposto: sinto-me animada, acho que os meus problemas são pequenos e sem sentido, que estou a ser ridícula por estar triste e que posso fazer qualquer coisa. Mas cada um tem a sua vida e é sempre tão difícil encontrar-me nem que seja apenas com um deles. Acabo por me sentir irritada - e triste, também - quando levo uma resposta negativa a algum convite que faça e devido ao facto de, na grande maioria das vezes, ser eu a lembrar-me deles. Ao ponto de, durante uns tempos, desistir de convidá-los para o que quer que seja e deixar a minha tentativa de vida social de parte.
Tudo isto para dizer o quanto as pessoas começam a cansar-me. Por me desiludirem, por me magoarem, por me deitarem abaixo e por alimentarem os horríveis pensamentos negros causados pela depressão, ainda que não tenham consciência de que o façam.
Ainda há uns dias atrás, achei que seria bom conhecer outras pessoas. Mas, agora, já não o quero fazer. Só trariam mais desilusões.
Assim que o pus na cabeça, e assim que me apercebi que colmatar a solidão com outras pessoas também não era tão benéfico assim, achei por bem começar a sair sozinha. A ir para onde bem me apetecesse, sem dar satisfações, sem ter que me esforçar por manter uma conversa e sem ter que suportar aquelas irritantes conversas de circunstância. Achei que teria que aprender a desfrutar da minha própria companhia, e foi o que fiz durante uns dias. Surpreendentemente, não me senti sozinha. Senti-me livre.
E, com isto, veio uma dúvida. Será que precisamos realmente de alguém para sermos felizes?

16/03/2017

"Where did I go wrong? I lost a friend"

Talvez tenha sido estúpida por pensar que ex-namorados podiam ser amigos.
Pensava que, passado um tempo, pudéssemos voltar a falar. Que pudéssemos voltar a encontrar-nos e conversar sobre como estávamos, o que andávamos a fazer e quais eram os planos para o futuro.
Como sempre, fui ingénua. Sempre a tentar ver o melhor nas pessoas. Sempre a desiludir-me.
Custa. Porque, no fim de contas, acabei por perder um amigo. E custa saber que nunca falaremos de novo, que não suportarias estar no mesmo espaço que eu e que, muito provavelmente, me virarias a cara se passasses por mim na rua e fingirias não me conhecer se me visses em qualquer lado.
Sei que te magoei. Mas uma coisa é estar-se magoado, e, isso, o tempo acaba por curar, ou assim eu espero acreditar. Outra coisa é ignorar, ser-se parvo e mal-educado, agir como se eu não fosse nada. No fim de contas, parece que é mesmo isto...acabei por não ser nada. Depois de tanto tempo, parece que te foi passada uma esponja pela cabeça que te levou todas as memórias, como se nem sequer me tivesses conhecido.
Pensava mesmo que seríamos amigos. Enganei-me, como sempre. As minhas esperanças morreram com as atitudes que tiveste numa única semana.
Seja. Não vou gastar mais palavras.

11/03/2017

Living in the dark

Desenho da minha autoria.

Olhar para o espelho e só ver defeitos em mim mesma. Lembrar-me apenas de momentos maus do passado e de más escolhas. Ver um futuro completamente negro. Disseram-me que estes eram sinais de início de uma depressão. E ouvir estas palavras em voz alta só me deu vontade de chorar. Chorar por não fazer ideia de como cheguei a este ponto, o de bater quase no fundo do poço e de não saber como regressar à tona. E chorar por sempre ter pensado que isto era algo que só acontecia aos outros.
Já dura há uns meses e é, provavelmente, a pior sensação de que tenho memória. Existem altos e baixos. Dias normais, em que me sinto bem, animada e bem-disposta; dias em que sou eu mesma, portanto. E dias em que estou no extremo oposto - dias em que me sinto de rastos. Por vezes, um dia começa bem ou de uma forma normal. Mas, a certa altura, um pensamento, uma conversa ou o próprio ambiente que me rodeia faz-me escorregar e cair para dentro do poço. E começo a cair cada vez mais, até os pensamentos negros tomarem conta de mim. É algo que surge do nada e que pode durar horas ou dias. Depois, de repente e sem qualquer explicação, encontro o caminho de novo para a superfície do poço e lá estou eu outra vez, de bem com a vida. Mas sempre com a consciência de que vou escorregar de novo, mais cedo ou mais tarde. Assim é desde há uns meses atrás: altos e baixos contantes. Tem sido impossível passar mais de uma semana sem pelo menos um dia mau. Uma semana foi, aliás, o meu recorde. Eles voltam sempre. E parece que este é um ciclo que nunca irá terminar.
Num dia mau, choro que me farto durante horas. Graças a isso, fico sem fome, fico cansada, dói-me a cabeça, choro até adormecer e, mesmo assim, acordo a meio da noite e mantenho-me acordada por demasiado tempo. Num dia mau, só quero estar sozinha, enroscar-me e chorar. E, nesses momentos, das duas, uma: ou quero que o tempo páre, ou quero adormecer para que o dia seguinte chegue, e isto para que possa sair de casa novamente e para me manter ocupada. Nesses momentos, outra das coisas que acontece é surgir um turbilhão dos mais variados pensamentos.
O último lugar em que quero estar depois de sair do trabalho é a minha própria casa. A minha própria família irrita-me. Irritam-me os sons, as vozes e as rotinas que existem na minha própria casa; é como se não me sentisse bem nela e preferisse estar num sítio só meu. Sair com a minha mãe faz-me sentir sozinha e como que uma falhada. Sinto-me frustrada por causa do curso que tirei e por causa da Ordem. Dou por mim a detestar o meu trabalho, a arrastar-me no meu local de trabalho e a ser irritadiça com todos os meus colegas. Por outro lado, parece que me sinto melhor no meu local de trabalho do que em casa. Apodera-se de mim uma enorme vontade de fugir, de desaparecer deste lugar e de nunca mais voltar. Deve ser por isso que só me sinto mais animada quando não estou em casa ou quando penso nas viagens que vou fazer este ano. Sinto-me uma completa inútil quando chega o fim-de-semana e quando não tenho planos. Sinto-me sem objectivos, e isto porque parece que tudo deixou de me interessar. Num dia mau, é tudo tão feio e tão triste, que nada parece fazer sentido. Sinto-me demasiado sozinha. Sinto que não tenho ninguém e que nunca vou encontrar alguém que goste realmente de mim. Sinto que ninguém se preocupa e que ninguém gosta de mim, apesar de me serem dadas provas do contrário, muitas das quais eu mal acredito, talvez por me sentir uma pessoa horrível. Sinto que só faço porcaria e que não valho nada. Sinto que não sou indispensável para ninguém e que não faria falta a ninguém se desaparecesse. Num dia mau, só vejo o tempo a passar enquanto estes pensamentos tomam conta de mim. Sinto que jamais serei feliz. Não tenho vontade para nada e é como se nada valesse a pena. Sinto-me perdida, sem rumo, sem quaisquer objectivos e sem nada pelo qual lutar; acho, até, que nem vale a pena lutar pelo que quer que seja. Esqueço-me de que tenho sonhos e desisto de tentar mudar a minha vida em prol da minha felicidade e do meu bem-estar. Por achar que não servirá de nada e que bastará ver os dias a passar, um de cada vez. Num dia mau, até o facto de estar sol me irrita. Uma das poucas coisas que me apetece fazer é estar com alguém e falar com alguém, sobre tudo isto ou sobre outros assuntos quaisquer que me distraiam, mas parece não existir uma única alma disposta a ouvir-me e a consolar-me, ou a perder algum do seu precioso tempo comigo. Num dia mau, apenas a música e a arte me puxam para cima. Desenhar permite-me expressar-me e acalma-me, assim como me distrai. E a música parece funcionar como um escudo que mantém os pensamentos negros à margem.
É difícil expressar isto por palavras; parece que não são suficientes. Mas assim tem sido, desde há uns meses atrás, intercalado com dias bons ou, pelo menos, melhores e normais. Pior do que saber que isto não leva a lado nenhum, é não saber como escapar. Os pensamentos negros apoderam-se de mim e deixam-me de rastos, mas, mesmo quando me deixam, mantêm-se à margem, prontos a atacar de novo a qualquer instante. E o ciclo repete-se. Por mais que me tente distrair e tente ser positiva e andar animada, eles encontram maneira de entrar e de atacar novamente. Sempre. Parece que, agora, se tornaram numa parte de mim e que nunca me irão deixar.

20/02/2017

Todos têm o seu próprio timing, certo?

Ir para a escola. Terminar o secundário. Entrar na universidade. Tirar um curso. Encontrar um emprego. Trabalhar. Sair de casa dos pais. Casar. Ter filhos. O resumo da vida. Ou melhor, o resumo daquilo a que a sociedade chama de vida e que, supostamente, toda a gente tem que seguir.
Fui para a escola e fiz o secundário sem nunca ter perdido um ano e sem nunca ter voltado atrás. Sempre com boas notas para poder entrar na universidade, apesar de não ter grande desejo em fazê-lo - simplesmente, assim tinha que ser. Tirei a carta de condução logo depois de fazer dezoito anos, não porque quis, mas porque assim tinha que ser - e também porque, honestamente, me senti pressionada a fazê-lo. Entrei na universidade logo depois de concluir o secundário, quando nem sequer sabia o que queria da vida e sem sequer me sentir preparada para tal. Coisas que se notaram quando ganhei coragem de admitir que queria desistir e voltar atrás. Voltei a entrar na universidade no ano seguinte, mas ainda sem certezas quanto àquilo que queria. Tive vontade de desistir novamente e de voltar atrás, mas não quis dar mais uma desilusão a toda a gente. Conformei-me e aguentei o curso até ao fim. Licenciei-me e comecei a procurar trabalho. Encontrei um estágio remunerado, pelo que comecei a trabalhar e a ganhar o meu próprio dinheiro. Ao mesmo tempo, mantinha uma relação de alguns anos.
Podia parecer que estava a ir bem. Isto é, que seguia os ideais da sociedade no que toca à sua versão de "vida perfeita". Podia parecer, mas as aparências enganam muito.
Como disse, não tirei um curso que me fizesse feliz e me fizesse sentir realizada. Conformei-me. Não gosto propriamente do meu trabalho, mas preciso dele. Não posso, sequer, trabalhar noutro sítio qualquer por não pertencer à Ordem da minha amada profissão. E, no que toca à relação de alguns anos, acabou por terminar. Com isto, não me conformei. Estava cansada de me conformar.
Estava, e estou. Há alturas em que me apetece largar tudo e começar de novo. Só para não ter que me conformar com o facto de ter uma profissão que não me diz nada e de viver num sítio ao qual não sinto que pertenço.
Ao mesmo tempo, sinto que fazer isso seria como voltar para trás.
Tenho quase vinte e cinco anos e este é o resumo da minha vida: tirei um curso cuja profissão não é a minha praia, estou a fazer um estágio remunerado e não posso trabalhar antes de pertencer à Ordem, estou solteira e ainda vivo com a minha mãe. E vejo todas as pessoas à minha volta, nomeadamente as da minha idade ou as que lá andam perto, com a vida encaminhada. Tiraram o curso que queriam e não tiveram que passar por mudanças de curso, trabalham, têm uma relação estável que parece irritantemente perfeita, saíram de casa dos pais ou pensam fazê-lo, casaram ou pensam em casar-se.
Por um lado, sinto-me completamente ultrapassada por toda a gente. Mas, por outro...será que todos têm que seguir aquele rumo ridículo imposto pela sociedade? E se eu não quiser? (Não quero, de todo, pois não quero ter filhos) E se eu quiser voltar atrás; e se eu tiver que bater com a cabeça contra a parede várias vezes até descobrir o que quero fazer da vida? E se só o descobrir daqui a uns tempos e isso me obrigar a voltar atrás?
Oh, já sei. Vão falar. Vão criticar. Vão mandar boquinhas. Porque não cresço. Porque não sei o que quero. Porque, com a minha idade, devia estar a fazer isto e aquilo, e não aquela outra coisa. É ridículo, mas é o que acontece.
Com tudo isto, chega-se à conclusão - chegaram por mim, melhor dizendo - que andei a viver em função dos outros. A fazer as coisas por causa da opinião dos outros, por causa daquilo que iriam pensar. Quando a vida é minha e quando, supostamente, devia fazer aquilo que quero. Mesmo que não siga o ritmo de toda a gente e mesmo que demore a chegar ao "patamar" onde todas as pessoas da minha idade se encontram agora. Devia focar-me mais em mim e pensar em mim. O problema é que nem sempre o consigo.

19/02/2017

About Valentine's

Este ano, por muito que tivesse dito a mim mesma que este dia passar-me-ia ao lado, dei por mim a lembrar-me do dia dos namorados do ano passado. Talvez por ter feito um dia de sol maravilhoso, tal como no ano passado. Lembro-me perfeitamente de como foi. E, consequentemente, lembrei-me dos anteriores. Dos filmes, dos jantares, de um em que recebi um presente-surpresa através do correio, de um outro que se resumiu a uma viagem de comboio e a um singelo jantar de pizza, do primeiro a sério e do outro antes, em que recebi duas cartinhas parvas e engraçadas. Costumava detestar este dia; depois, passei a gostar; e, passados uns aninhos, achei-o desnecessário e começou a ser-me indiferente.
Este ano, foi um dia normal. As memórias vieram à tona, mas não deixou de ser um dia normal. Não houve cartinhas, nem presentes, quanto mais um programa especial. Um dia normal, mas que não me deixou tão indiferente assim. Já me cansam as exibições de felicidade de todos os casais e mais alguns num dia normal, quanto mais no dia dos namorados. É ver toda a gente a vomitar amor e felicidade através de fotografias nesse dia em especial. Completamente desnecessário, na minha opinião. E completamente irritante, também.
Estou sozinha por opção. Foi das poucas vezes na minha vida em que tomei uma decisão a pensar em mim mesma, e não nos outros - naquilo que os outros iriam pensar, mais concretamente. Fiz o que achei que seria melhor para mim, até porque continuar a arrastar algo que, para mim, perdera o sentido não seria justo para ninguém e traria tudo excepto felicidade. Na grande maioria dos dias, sinto-me bem, de facto. Mas há dias em que me sinto sozinha. Demasiado sozinha.
Não digo que me arrependo da decisão que tomei. É apenas isso, o sentir-me sozinha. Parece que nunca estamos satisfeitos. E, com todos estes pensamentos que surgiram neste dia, dei-me conta das voltas que a vida pode dar...

26/01/2017

Facto #47

É incrível como falar com alguém sobre aquilo que nos preocupa faz-nos ver o problema de outra perspectiva. Mesmo que esse alguém não compreenda, de todo, a situação. É incrível como falar e ver o problema de outra perspectiva faz-nos perceber que, afinal, o problema não era assim tão grande. E é incrível como, depois de nos apercebermos disso e de encontrarmos formas de contornar o problema, tudo parece voltar ao normal. Aos poucos, vou voltando a reencontrar-me e vou vendo pequenas luzinhas na escuridão. Luzinhas que começaram a acender-se - e que continuam a acender-se - graças às pessoas que me ouviram, que me deram conselhos, que me fizeram ver que o problema não era assim tão grande. Se as coisas têm solução, então têm tudo para dar certo. Basta querermos.