31/12/2017

Coisas boas de 2017


2017 foi o pior ano que já tive até agora. Creio que deve ter dado para perceber através daquilo que escrevi no blog durante este ano. Escrevi tão pouco, mas tudo o que escrevi foi negativo. Tudo o que escrevi foi devido à necessidade de vir aqui despejar os meus sentimentos e os meus desabafos mais sombrios. E, com isto, parece que me esqueci de me focar nas coisas boas. Que, na verdade, foram tão poucas. E que achei não serem merecedoras de destaque. Principalmente porque, como já deve ter dado para ver, já não sou a blogger que costumava ser.
No entanto, quis deixar registadas as coisas boas deste ano, ainda que poucas. Apenas porque me apetece. Apenas para recordar mais tarde. Para me lembrar que, por mais horrível, negro e depressivo que um ano inteiro seja, há sempre algo que nos faz levantar um pouco a cabeça e subir do fundo do poço. Mesmo que sejam só uns meros centímetros, antes de voltarmos a escorregar e batermos lá em baixo outra vez.


A viagem a Toronto
Foi, sem dúvida, o ponto alto deste ano. Passei doze dias incríveis em Toronto; doze dias em que me fartei de passear e de ver coisas novas e em que me esqueci do trabalho e de todos os meus problemas. Visitei tanta coisa. O aquário, a CN Tower, a ilha de Toronto, o museu principal, a baixa da cidade, a China Town, o Distillery District, o Butterfly Conservatory em Niagara, a Casa Loma - que é um castelo -, o Zoo, a universidade. Passeei por parques e junto ao lago, fui a Niagara e vi as cataratas - e ainda andei lá de barco...porque ir ver as cataratas e não andar de barco não é a mesma coisa. E, como não podia deixar de ser, fartei-me de tirar fotografias e de comer porcarias, coisas típicas de todas as minhas viagens. Sempre na companhia de uma das minhas melhores amigas, alguém que conheço desde a escola e com quem, felizmente, nunca perdi o contacto. Outra das coisas que mais adorei foram as nossas "horas perdidas" nos cafés, a conversar e a desfrutar de uma bebida quente e de um espaço acolhedor.
Adorei Toronto, o contraste entre o antigo e o moderno que se notava em praticamente todo o lado, a quantidade de parques e de locais giros para se passear a pé, o facto de ser tão limpa, aquelas casas giras com jardins na frente como se vêem nos filmes, enfim. Apenas achei o sistema de transportes uma valente confusão, mas ainda bem que tinha a minha amiga - que estava lá a viver - comigo, porque, caso contrário, não sei se conseguiria desenrascar-me sozinha. Mas acho que seria capaz de lá viver por uns tempos.
Regressámos juntas aos Açores, e ainda houve tempo de um almoço com amigas nossas antes de ela embarcar para o continente. Foi tudo tão bom, e, de vez em quando, batem as saudades desses dias descontraídos de férias, em que não nos preocupávamos com mais nada para além de combinarmos o que visitar, o que comer ou o que fazer.

Os concertos
Vi duas bandas ao vivo durante este ano: Delain e HIM. Os primeiros, enquanto estive em Toronto - foi uma sorte apanhá-los lá e fiquei tão entusiasmada quando vi que iam lá estar precisamente na mesma altura que eu. Os segundos, no Porto.
Já disse por aqui no blog o quanto adoro ir a concertos. É uma sensação indescritível ouvir músicas que adoramos a serem tocadas mesmo à nossa frente e sentir toda a gente unida pela música. Divirto-me sempre tanto e esqueço-me de tudo. É simplesmente incrível.
Adorei ambos os concertos, mas devo dizer que o dos Delain foi o meu favorito. Não só por gostar mais de Delain do que de HIM e por Delain ser uma das minhas bandas de eleição, mas também devido ao próprio espectáculo. Uma das coisas que me "fez impressão" e que não gostei no concerto dos HIM foi o facto de a banda não interagir nada com o público. É algo a que não estou habituada e que, pessoalmente, não gosto. No entanto, não deixou de ser também um bom concerto, em que também me diverti bastante e em que, como não podia deixar de ser, tive a hipótese de me "babar" por causa do Ville Vallo.

As mini férias no Norte
Aproveitei o concerto dos HIM como pretexto para tirar uns dias de férias no Porto e arredores. Para além de matar saudades do Porto, que considero a minha segunda casa, quis revisitar Braga e conhecer Aveiro. E adorei esta última; era uma cidade que já queria conhecer há algum tempo e fiquei deslumbrada.
Houve duas coisas que "superei" com esta viagem. A primeira: perdi o "medo" dos hostels. Não era bem um "medo", era mais o facto de não me sentir confortável em dividir um quarto com desconhecidas. Mas, afinal, correu tudo muito bem. A maioria das raparigas só lá ficava por uma ou duas noites e algumas delas estavam a viajar sozinhas, como eu. Notei que havia muito civismo e muito respeito umas pelas outras, e isso agradou-me. Por isso, tornei-me fã de hostels, até porque, em termos económicos, saem muito mais em conta.
A segunda: viajei sozinha e passei umas mini férias sozinha. E isto não me impediu de ir ao Porto ver um concerto, nem de me aventurar por cidades desconhecidas. É verdade que me habituei a passear sozinha, mas nunca tinha feito algo deste género - ficar num hostel, passar vários dias sozinha, ir para Aveiro e para Braga também sozinha - apenas na minha própria companhia. E a verdade é que adorei. Soube-me bem, de facto. Não me senti mal por estar sozinha; ver, aliás, várias das minhas companheiras de quarto a viajarem sozinhas fez-me ver que, afinal, não sou a única que o faz. Até me senti bem quando estava simplesmente numa esplanada a tomar um café e a desfrutar do sol. Porque me senti livre. Livre no sentido de poder fazer o que quiser, de poder perder o tempo que quisesse onde quisesse, de não ter que dar satisfações a ninguém. Nem sei dizer há quanto tempo não me sentia assim.

Friends
Esta foi a única série que vi este ano. Como disse no blog, este ano perdi a motivação e a vontade para muitas das coisas que gostava, e uma dessas coisas foi precisamente esta, séries. Felizmente, houve um dia em que decidi começar a ver Friends, um sábado em que estive meia doente e fiquei todo o dia de pijamas - com um sol radioso lá fora, por acaso, mas que consegui ignorar com sucesso -, e, desde aí, nunca mais parei até terminar a série. Adorei. Foi a companhia perfeita. Fez-me rir tanto, mas fez com que também me revisse tanto em determinadas situações. A série é antiga, mas é incrível como fala de situações tão actuais. E fiquei tão triste quando terminei de ver o último episódio...

Livros fantásticos
Li tão pouco durante este ano. Tão, mas tão pouco.
Li O Medo do Homem Sábio, continuação de um dos meus livros favoritos, O Nome do Vento, e que foi igualmente lindo e viciante. Mas não tenho dúvidas quanto ao melhor livro que li este ano. O Império Final.
Parece que foi amor à primeira página. Bastou-me ler o prólogo para ficar completamente agarrada. Adoro ler, mas não é qualquer livro que tem o poder de me agarrar e cativar desde o princípio. Foi, sem dúvida, das melhores coisas que já li, tão diferente e tão criativo - e tão difícil de largar. Já tenho o segundo volume da trilogia - foi oferta de Natal, yay! - e mal posso esperar por lhe deitar a mão.

O pilates
Ao longo dos primeiros meses deste ano, fui, aos poucos, perdendo a vontade para a natação, o meu desporto favorito, para o qual regressei no final de 2015, até ao ponto em que perdi, por completo, a vontade de fazer exercício. Mais uma vez, foi a depressão a tomar conta de mim, a tirar-me a vontade para as coisas que mais gostava.
Durante o Verão, contudo, regressou a vontade de voltar a praticar desporto, mas quis qualquer coisa com um horário mais razoável, de modo a poder sair do trabalho, ir fazer exercício e, por fim, ir para casa e não voltar a sair de lá. Confesso que cheguei a pensar em ginásios, mas rapidamente desisti, pois nunca foi algo que me atraísse. Por algum milagre, pensei em pilates. E encontrei-o. Com um bom horário e pertíssimo do meu local de trabalho. Não podia ser melhor.
Não me lembro se comecei em Setembro ou em Outubro, mas a verdade é que gosto imenso. Faço duas vezes por semana e só falho uma vez se houver algo muito, mas mesmo muito forte que me impeça de ir. E gosto de sair do trabalho e ir directamente para lá. É como se aquilo me relaxasse, me desanuviasse a cabeça depois de um dia de trabalho, especialmente se o dia tiver sido stressante. Saio de lá exausta, toda partida e completamente mole - sim, aquilo dói, ao contrário do que muita gente pensa -, mas sinto-me tão bem, como se fosse capaz de fazer tudo. Finalmente encontrei um tipo de exercício de que gosto.

Música nova
Conheci boas bandas este ano. Apaixonei-me totalmente pelo som melancólico de Trees Of Eternity e pela voz linda, suave e espectral de Aleah Stanbridge, a vocalista. As canções são tão bonitas, e as letras tão bem conseguidas. É um dos meus géneros de metal favoritos, e o único álbum que lançaram é, agora, um dos meus preferidos. Ouvi-o vezes sem conta, especialmente quando estava mais em baixo. De todas estas vezes, a sua música foi capaz de me puxar para cima.
Descobri, também, Cellar Darling, formada por ex-membros de Eluveitie, e One Desire, do vocalista de uma banda que adoro, Sturm Und Drang. (Engraçado como ambas são bandas de membros de outras bandas que ouço) São completamente distintas uma da outra - e completamente distintas de Trees Of Eternity também -, mas ambas foram uma agradável surpresa para mim e adorei os seus álbuns de estreia, que também ouvi várias vezes.
Também gostei bastante daquilo que ouvi da nova banda de Anette Olzon, ex-Nightwish, que parece bastante promissora - e cujo nome não me recordo. E conheci um outro projecto que também adorei, Exit Eden. Banda de covers. Com quatro vocalistas. Femininas. Apaixonei-me por uma espécie de girls band que faz covers. Como foi que isto aconteceu?! Bem, a verdade é que transformaram músicas pop em algo roqueiro e muito, muito agradável ao ouvido.
Oh, e não me posso esquecer de Chris Cornell. Confesso que só lhe dei a devida atenção depois do seu falecimento, mas, de qualquer forma, foi também uma descoberta fantástica. Até cheguei a comprar o seu último álbum, de tão viciada que fiquei nas suas músicas.
E, já que o tema é música, devo dizer que uma das que mais me marcou este ano foi a Heavy, dos Linkin Park. Especialmente por causa da letra. Parece que foi escrita a pensar em mim, naqueles meus pensamentos que dificilmente consigo expor cá para fora. É incrível como a música fala tanto por nós.

Evanescence, a banda da minha vida
E esta é outra banda cujas letras parecem ter sido escritas para mim e que também parecem falar por mim. Ainda no ano passado falei sobre isto, sobre esta banda em específico, aliás, mas isto ainda se reflectiu mais este ano. Principalmente em canções como a Where Will You Go? - uma das minhas favoritas - ou a Give Unto Me. Evanescence foi a minha banda favorita durante anos, até deixar de considerar uma só banda como favorita. Mas, agora, voltou a ocupar este posto. E, para além de minha favorita, confesso que a considero a banda da minha vida. Por me ver tão reflectida nas letras de algumas músicas, por me ter acompanhado durante a adolescência, por me trazer aquela nostalgia característica, por me dar força, enfim. Não vou morrer sem os ver ao vivo, isso é garantido. Oh, e ainda tenho o novo álbum deles para ouvir. Shame on me.

E estes foram os pontos altos. Alguns, pelo menos. Podia também ter incluído bons momentos em família, bons convívios com amigos, sítios giros que encontrei ou boas compras que fiz - tenho o Kingdom Hearts 2.8 à minha espera...mal posso esperar! Mas, sobre estes pontos, não há assim tanto a dizer.
Não deixou de ser um péssimo ano. E em que tudo se manteve mais ou menos na mesma. Dele, levo estas coisas boas, e só quero esquecer as más. Melhor dizendo, espero que as más me façam rir daqui a tempos, que me transformem numa pessoa forte, capaz de as superar e vencer. Por isso, o meu desejo menos ambicioso para 2018 é que o novo ano me dê mais momentos felizes, mais dias bons e menos tristeza, desespero e agonia. Será que é pedir muito?

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