31/07/2015

Mais de 1000 razões para ser feliz #1

Quem já me seguia no ano passado talvez se lembre de um desafio que propus a mim mesma. Chamei-lhe Coisas boas do mês, e consistia em registar, no final de cada mês, tudo o que tinha acontecido de bom durante o mesmo e que me tivesse feito feliz, mesmo que não passassem de simples pormenores. Abracei esta ideia precisamente para tentar encontrar um lado positivo nas coisas, e isto porque costumava ser uma pessimista do pior. E, de facto, aprendi a apreciar as coisas simples, a ver que, por mais aborrecido que um determinado mês tivesse sido, houve sempre qualquer coisa que me fez sorrir. Mais do que isso, constatei de que não é preciso muito para me sentir assim, feliz. Mesmo que seja uma felicidade breve, que dure pouco tempo. Mas, por menos tempo que dure, é suficiente para me fazer ganhar o dia.
A Marianna, do blog Colibri, fez com que eu desenterrasse este desafio, e isto porque ela própria resolveu abraçar algo semelhante e desafiar os seus seguidores a fazer o mesmo. Chamou-o Mais de 1000 razões para ser feliz. O objectivo é, basicamente, o mesmo que o do desafio que fiz durante o ano passado, mas em que se podemos escrever quantas publicações quisermos, quando quisermos. Sem prazos, sem limites, com textos, com fotografias, em posts separados ou num único...resumindo: sem regras. O que, para mim, é óptimo, pois posso escrevê-las sempre que me der na telha e sempre que me apeteça espalhar a felicidade por estas bandas.
Infelizmente, não tenho fotografias para ilustrar todos os momentos, mas...vamos a isto.

28/07/2015

Selo #17

White Raven nomeou-me para responder a esta TAG, e eu, como amante de gelados que sou, não pude recusar. Obrigada!

Regras: 
- Colocar o selinho da TAG (a imagem acima); 
- Responder a todas as perguntas; 
- Nomear 5 a 15 blogs para responder. 

1.Qual o teu gelado favorito?
Começamos com uma pergunta complicada.
Eu tornei-me numa enooorme fã dos gelados da Quinta dos Açores, que é um espaço que aqui temos que tem os melhores gelados de sempre. São muito originais e são deliciosos. Mas não tenho um favorito, porque gostei de todos aqueles que já provei (After Eight, chocolate e menta, maçã e canela, queijada da Graciosa,...é tudo tão bom!) e, de todas as vezes que lá vou, tenho sempre que provar um novo. Há tantos para escolher...
Se estivermos a falar dos da Olá, aí já tenho um favorito: o Solero. É delicioso e refrescante, e é a minha escolha para aqueles dias de sol intenso e de muito calor.

2. Quais os seus principais ingredientes?
Suponho que sejam leite e fruta.

3. Deixa aqui uma foto dele.



4. Qual o gelado de que menos gostas e porquê?
Os Calipos. Porque aquilo é só água com sabor. Quer dizer, qual é a piada?

5. Magnum ou Cornetto?
Cornetto. É raríssimo comer Magnums. Acho tão grandes...

6. Magnum Pink ou Magnum Black?
Ainda não provei nenhum deles, mas quero muito provar o Black. Tem chocolate preto, que é o meu tipo de chocolate favorito. O Pink não me atrai nada.

7. Dos Cornetto Básico qual o teu favorito: Morango, Limão, Natas ou Chocolate?
Limão. Foi a melhor coisa que inventaram!

8. Dos Calipo qual o teu favorito: Limão, Morango, Coca-Cola ou Laranja? 
Nenhum deles. Bierk.

9. Qual o gelado da Mc'Donalds de que mais gostas e porquê?
Prefiro os McFlurry aos Sundae. Porque, sei lá, acho os Sundae uma coisa tão simples e posso encontrá-los noutros sítios (embora também goste, especialmente do de chocolate). Os McFlurry são mais originais e, na minha opinião, mais saborosos. Para além de virem em maior quantidade, eheh.
Não tenho preferência por nenhum deles. Costumo variar.

10. Deixa uma imagem dele.

Passo o selo/TAG à:

Sintam-se livres de o recusar, caso não achem muita piada a este tipo de coisas =)

27/07/2015

Mais leve

Uns dois dias depois de me ter vindo queixar da espera pela resposta da orientadora relativamente aos trabalhos, eis que me envia um e-mail com meia dúzia de sugestões de melhoria, que me apressei a escrever. Depois de mais algumas trocas de e-mails, finalmente as coisas ficaram perfeitas. Deu-me os parabéns e disse que tinha ficado tudo muito bem. Hoje já tratei de ir ao centro de cópias mandar imprimir e encadernar tudo, pelo que ainda esta semana as coisas já vão ser postas no correio. E sinto-me tão bem por ter menos uma coisa em que pensar! A época normal de entrega acaba hoje, pelo que só vou entregar os trabalhos na época de recurso, o que implicará defender mais tarde, mas até prefiro assim. Isto porque a orientadora vai estar de férias no final de Agosto, pelo que seria impossível defender nessa altura, que seria a altura ideal para mim, de forma a seguir para a viagem a Amesterdão completamente descansada. Por isso, agora vou fazer figas para que a defesa calhe só no final de Setembro ou lá para Outubro, para que tenha algum descanso entre isto e a viagem.
E eu bem queria dizer que agora sim, estou de férias, mas já me apercebi de que férias, no sentido de estar completamente relaxada e sem nada para fazer ou nada em que pensar, é algo que dificilmente vou ter este ano. Isto porque a próxima coisa a fazer é preparar o PowerPoint da defesa. Mas, chiu, vou deixar passar uns diazinhos e depois é que hei-de pensar nisso.

25/07/2015

Escrito por mim #3 - parte 4 (sem lamechices)

Parte 3 AQUI.
Quando o concerto chegou ao fim, Lu vestiu a sua camisa axadrezada para se proteger da diferença de temperatura e seguiu a multidão que se dirigia à estação de metro mais próxima, dando-se por satisfeita por não ser a única a tomar aquele meio de transporte. A noite estava calma, embora algum frio se fizesse sentir, como habitualmente. Lu abraçou-se a si própria numa tentativa de se aquecer um pouco, mas caminhou a um passo leve, sem parar de sorrir e de pensar na noite incrível que acabara de ter.
Estava prestes a chegar à estação quando uma luz de tonalidade rosada, vinda de cima, captou a sua atenção. Lu ergueu a cabeça, ao mesmo tempo que os seus passos abrandavam e ela própria começava a paralisar de terror. Estava mesmo ali, por cima da sua e de tantas outras cabeças, e ouviu reacções de espanto, de curiosidade e, tal como ela se sentia, de medo, de pânico. A grande massa cor-de-rosa brilhante, que se assemelhava a uma nuvem feita de estrelas e que parecia tão irreal a ponto de não fazer parte daquele universo, começou a desabrochar numa suave explosão como fogo-de-artifício, dando origem a uma lenta chuva de estrelas, pronta a atingir quem quer que estivesse no seu caminho. Era sempre um espectáculo lindíssimo de se ver, mas Lu não sabia se ficava petrificada devido à sua beleza, ou se devido ao pânico, por saber o que aquele fenómeno, aparentemente inofensivo e sem explicação, significava. Lu manteve-se imóvel, sentindo o coração a bater com força, e só conseguiu reagir quando ouviu gritos de horror e viu pessoas apavoradas a passar bruscamente por ela.
Correu o mais depressa que pôde em direcção à estação, em conjunto com outras quantas pessoas, qual manada de animais indefesos a fugir de um predador para o esconderijo mais próximo. Ignorou os gritos e as próprias estrelas que caíam e que já estavam tão próximas. Quando já se sentia segura, parou a meio das escadas da estação para recuperar o fôlego e ter um pequeno vislumbre do que se passava na superfície. O cenário era, agora, totalmente cor-de-rosa, e Lu conseguiu ver uns quantos ignorantes que não faziam ideia do que estava a acontecer. Observou-os a pegarem nos telemóveis para captar a fotografia perfeita do maldito fenómeno celeste, ou a esperarem, de braços abertos, que uma estrela cor-de-rosa os tocasse, só para saberem qual era a sensação. Lu abanou a cabeça e chamou-os, mentalmente, de idiotas, de irresponsáveis, e de tudo mais que se conseguiu lembrar. Aquele acto imprudente e aparentemente inocente iria afogá-los em arrependimentos para o resto das suas vidas.
Acabou por virar costas, concentrando-se em apanhar o próximo metro, juntamente com todas as outras pessoas que se haviam encaminhado para a estação após o concerto, antes que se visse forçada a apanhar outro sozinha. O veículo onde Lu entrou ficou imediatamente recheado de jovens vestidos de preto, muitos deles com o seu próprio estilo excêntrico e fora do comum, mas todos com um misto de boa-disposição e de cansaço nos seus rostos. Iam todos aos pares ou em pequenos grupos, trocando, animadamente, impressões sobre o concerto a que haviam acabado de assistir. Lu manteve-se de pé no interior do comboio, apanhando parte de uma conversa aqui e ali e observando, discretamente, tudo em seu redor. Sentiu-se só durante a viagem, por ser a única, de entre os jovens que acabavam de sair de um concerto, que não estava com um amigo e que não tinha uma pessoa com quem trocar opiniões daquela mesma forma entusiástica. Só, mas segura. Sabia que ali, debaixo da terra, a chuva cor-de-rosa não era capaz de a magoar, e, enquanto se mantivesse ao lado de outros seres humanos, mesmo que desconhecidos, não tinha razão para recear a noite.
O metro estava praticamente vazio quando Lu chegou ao seu destino. Apenas ela e duas outras pessoas saíram naquela estação, mas aquelas tomaram um caminho oposto ao seu, deixando Lu sozinha na rua, à mercê de qualquer perigo que se escondia nas sombras da noite. A chuva parara, mas muito mais podia acontecer. Apoderou-se de Lu um enorme desejo de já estar em casa, mas, do lugar onde estava, precisaria, ainda, de andar durante dez minutos para conseguir lá chegar. Dez minutos de angústia, que Lu sabia que seriam demasiado longos.
Sem ter outra opção, Lu pôs-se a caminho. Caminhar durante o dia não lhe trazia qualquer tipo de medo, como se a luz solar fosse capaz de afugentar o perigo e de lhe proporcionar conforto. No entanto, a noite era completamente diferente. Deixava-a desprotegida, receosa. Como se qualquer sombra albergasse uma ameaça, ou um olhar invisível que incidia nela. Se Lu tivesse alguém ao seu lado, sabia que, certamente, se sentiria melhor. Nem que fosse um grupo de desconhecidos à sua frente, que fosse para o mesmo lugar que ela. Mas Lu estava por sua própria conta, e não se via ninguém a pé. Apenas alguns carros passavam, ocasionalmente.
Assim que começou a andar, dizendo a si mesma para ter calma, que não ia acontecer nada e que estaria em casa em breve, tirou o telemóvel da mala que usava a tiracolo e protegeu-a. Colocou-o ao ouvido e fingiu que falava com alguém, numa tentativa de disfarçar o seu receio. Tentou ser discreta, mas o instinto levava-a a olhar para trás frequentemente, com medo de que estivesse a ser seguida. Mesmo ao deparar-se com uma rua deserta, Lu acelerava o passo, ansiosa por chegar a casa e sentir-se segura.
Continua...

24/07/2015

Facto #30

Fotografia da minha autoria.
Pior do que ter vários livros em lista de espera, é decidir por qual deles começar.

23/07/2015

Em modo repeat #26

Este vídeo saiu ontem e tive conhecimento dele ontem através da página de Facebook dos Paramore, pelo que só conheci esta música ontem. No entanto, não me fiquei por ouvi-la apenas uma vez. Ficou logo no ouvido, e tive que a ouvir mais não sei quantas vezes, tanto ontem, como hoje. Para mim, sabe mesmo a Verão, a boa disposição, a dias felizes e descontraídos, a longas viagens de carro debaixo do sol e do céu azul. Gostei tanto. E a Hayley Williams está com um visual tão, tão fofinho neste vídeo...

21/07/2015

Trilogia do Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien

Esta é uma história que dispensa apresentações, embora, no meu caso, que nunca tinha visto sequer os filmes antes de resolver pegar nos livros, tivesse necessitado delas. Juro que não sabia do que a história tratava, tirando a parte de envolver uns anéis quaisquer, e que era uma perfeita naba no que dizia respeito ao universo onde se desenrolava. E foi precisamente o facto de ouvir falar tanto nela e de me sentir uma completa ignorante sempre que ouvia falar sobre ela - nem que fosse só uma pequena referência - que me fez ter uma enorme vontade de ler estes livros.
Antes de ler esta trilogia, contudo, li O Hobbit, e acho que fiz bem. Fez todo o sentido lê-lo em primeiro lugar, uma vez que se trata da história que antecede O Senhor dos Anéis. Para além de ter ficado familiarizada com as personagens que surgem na trilogia, de ter percebido como o anel foi parar às mãos de Bilbo e de ter tido um pequeno vislumbre da Terra Média, ter lido O Hobbit fez com que entendesse as diversas referências que a esta história são feitas na trilogia. De outro modo, ter-me-iam passado ao lado, e até se tornou engraçado notá-las. No entanto, notei, n'O Hobbit, uma escrita um bocado estranha e à qual não estava habituada, e isto deixou-me um pouco de pé atrás quanto ao facto de me querer embrenhar n'O Senhor dos Anéis. Mas, assim que comecei a ler as primeiras páginas do primeiro volume da trilogia, fui agradavelmente surpreendida pelo modo como estavam escritas. Foi como se Tolkien tivesse crescido em termos de escrita, mas quem sou eu para o afirmar. Na verdade, acabei por saber que O Hobbit tinha sido escrito especialmente para crianças, e esta deve ser a razão pela qual o modo como está escrito ser diferente do d'O Senhor dos Anéis, que já não era dirigido a um público tão jovem. Também por esta razão, foi bom ter começado a ler os livros por esta ordem, porque, se fosse ao contrário, estaria, agora, chocada.
Se havia outra coisa que me deixava de pé atrás, essa "outra coisa" prende-se com o facto de se tratarem de livros que já contam com umas boas décadas, e, portanto, estava com algum receio do tipo de linguagem que neles estaria empregue. No entanto, fui, mais uma vez, surpreendida pela positiva. A linguagem é completamente acessível, e o modo como está escrito não é nada de outro mundo; aliás, à medida que me embrenhava na história, esquecia por completo a idade dos livros e sentia-me como se estivesse a ler um livro que tinha sido escrito há pouco tempo. Por vezes, os poemas e as canções, que surgiam aqui e ali, eram capazes de me irritar um bocadinho, não só por não gostar de poesia, mas por se ter perdido muito com a tradução (as rimas, por exemplo, deixaram de existir devido à tradução), o que tornava a leitura mais aborrecida, pelo menos para mim. Optava por ler aquilo mais ou menos na diagonal, para não "sofrer" tanto e uma vez que não se perdia grande coisa se não entendesse os poemas - e eu sou péssima a entender e a interpretar poemas. Mas, de um modo geral, estava tudo muito bem escrito e fácil de entender. Alguns diálogos remetiam mais para épocas passadas, mas não tropecei em palavras complicadas, e, tirando isso, foi como se, tal como já disse, estivesse a ler um livro actual.
E uma das coisas que mais gostava de ler eram as descrições dos lugares. As descrições são maravilhosas; fizeram-me imaginar lugares mesmo bonitos. Mesmo que não fossem bonitos, o modo como eram descritos era, por si só, bonito, e isto porque eram, frequentemente, usadas comparações e metáforas nas descrições, que são o suficiente para embelezar um texto.
No que diz respeito à história em si, adorei o primeiro livro. Acho que já disse por aqui no blog que o meu género de livros favorito é precisamente este, em que as personagens têm como missão chegar a determinado lugar mas que, para isso, têm que fazer uma longa viagem, previamente planeada, durante a qual passam por imensos lugares, tão diferentes entre si, conhecem outras personagens e são forçados a superar obstáculos que surgem no caminho. O primeiro volume é aquele que mais aventura traz, e mais aventura significa mais lugares fantásticos e mais peripécias, daí que o tenha adorado completamente. Fiquei fascinada pela história, pelas personagens e pela própria Terra Média, e acho que a coisa terminou mesmo bem, porque o facto de as personagens se terem separado aguçou-me a curiosidade para o que se iria passar com cada uma. 
O segundo volume começou bem por causa disso, pois seguiam-se umas e outras e via-se os seus caminhos a cruzarem-se e descruzarem-se, e dei por mim ansiosa pelo momento em que se reencontrariam. No entanto, a segunda parte deste livro tornou-se aborrecida, uma vez que se concentrava apenas na viagem de Frodo e Sam, não havendo, por isso, mudanças em termos de personagens, de rumos e de objectivos. Esta segunda parte arrastou-se durante algum tempo, e mais aborrecida teria sido se não fosse Gollum, com o qual ainda dava para rir um bocadinho. Contudo, perto do final, a coisa volta a tornar-se interessante. Apesar de tudo, o segundo volume foi o de que menos gostei.
Já o terceiro voltou a ser fantástico. A história desenrolou-se a um ritmo semelhante ao do volume anterior, em que cada capítulo seguia personagens diferentes, uma vez que se haviam separado novamente. Mas foi muito mais entusiasmante do que dantes - ou então era eu que estava mais entusiasmada -, talvez devido à guerra iminente e àquela coisa do E agora? Será que vão mesmo chegar a tempo?. E ler sobre a guerra em si não foi tão monótono e confuso como estava à espera, muito pelo contrário: foi algo dinâmico, uma vez que os pontos de vista mudavam constantemente, e deu para perceber tudo na perfeição. Gostei especialmente dos saltos no tempo, do facto de se voltar ao passado para se perceber como uma outra personagem viveu um mesmo acontecimento já descrito. Até o final foi interessante, porque eu pensava que, depois de cumprida a missão, não aconteceria mais nada, mas eis que fui surpreendida. Fui capaz de prever o derradeiro final através do título do último capítulo; no entanto, gostava de ter sabido mais a respeito do destino de cada personagem. A história mostrou como uma viagem e o acto de se sair da nossa zona de conforto podem mudar uma pessoa para melhor, coisa que já não é novidade nenhuma, por, hoje em dia, se ouvir falar tanto acerca disto, de que a magia acontece fora da nossa zona de conforto. Também este pensamento tão actual fez com que sentisse que estava a ler um livro relativamente recente.
De um modo geral, fiquei encantada. Já há muito que queria ler esta trilogia, e todas as minhas expectativas foram superadas. Adorei, e mal posso esperar por ver, finalmente, os filmes - se bem que já sei que vou chorar por dentro quando acabar o último, por já não ter mais para ver, tal como aconteceu com O Hobbit e com o Harry Potter.
E não posso deixar de terminar este post sem mencionar algo engraçado com o qual me deparei ao longo dos livros. Há uma banda chamada Battlelore - que eu costumava ouvir, mas que, agora, só ouço uma música ou outra -, cujas letras são inspiradas nos livros de Tolkien e fazem, portanto, referências à Terra Média. E foi super engraçado ler determinadas coisas e lembrar-me das músicas deles. Do género: ler Torre da Lua e lembrar-me da música Moontower ou ler Última Aliança e lembrar-me de que têm um álbum chamado The Last Alliance. Mas a melhor teve a ver com: Na Terra de Mordor onde moram as Sombras. Em que a minha reacção foi mesmo esta: Isto em inglês fica "In the land of Mordor where the Shadows lie"... Where the Shadows lie! É o nome de um álbum de Battlelore!. Enfim, só mesmo comigo.

20/07/2015

Esperar é só das piores coisas...

A espera pela resposta da orientadora, no que diz respeito à tese e ao relatório de estágio, está a matar-me. Por este andar, estou a ver que já não entrego as coisas na época normal e que vou ter que entregá-las na de recurso, tal como quase toda a gente. O que não deixa de ser triste, por ter feito as coisas de maneira a ter tudo pronto o quanto antes. E agora, em vez de estar a stressar com a tese em si e com os retoques finais, como vejo que está a acontecer com alguns colegas - que parecem ter estado a dormir durante todo este tempo, mas isso já é problema deles -, estou a stressar à espera de uma resposta. O que também não deixa de ser triste. 
Estou a ver que, da maneira como a professora é picuinhas - razão pela qual a escolhi como orientadora -, é quase certo que vai mandar-me alterar ou corrigir coisas, e lá irei eu corrigir, e lá irei enviar os trabalhos outra vez, e lá irei desesperar pela resposta definitiva para, finalmente, imprimir as coisas e pô-las no correio. Por tudo isto, nunca na vida dará tempo de pôr os trabalhos no correio esta semana. Enfim. Ainda bem que existe uma época de recurso, porque, caso contrário, aí é que estaria a stressar, e bem. Resta-me continuar a esperar - e rezar para que não me peça para modificar muita coisa, porque, sinceramente, já ando um bocadinho cansada de estar constantemente a mexer numa coisa que, a meu ver e na opinião da orientadora de estágio, está óptima.
Entretanto, lá vou enchendo a cabeça com outras coisas e agindo como se estivesse realmente de férias, claro, mas, volta e meia, lá penso nisto.

17/07/2015

Estágio: a retrospectiva

Comecei o estágio sem grandes expectativas. Não sabia o que ia fazer, quanto mais o que queria fazer. Mas foi sempre assim ao longo do curso. Tantas possibilidades, algumas das quais descartei logo à partida por não me despertarem interesse...e eu sempre sem saber o que fazer. Isto é, para que área me debruçar; que área escolher para estagiar e para trabalhar no futuro. Em termos de local de estágio, um hospital era das últimas opções. Passei o curso quase todo a fugir da área clínica, não só por ser aquela a que todos associam um nutricionista e por ser a mais concorrida, mas também porque os meus professores assustavam-me com aquilo que diziam em relação à clínica. Que as pessoas podiam ter várias doenças ao mesmo tempo, que podiam tomar imensa medicação que influenciasse a alimentação de alguma forma, que podiam mentir em relação ao que andavam a comer, e por aí fora. E tudo isto fazia-me pensar: Isto deve ser horrível. Nunca vou conseguir fazer isto. De tal forma que comecei a fugir desta área. Mas depois veio a cadeira de dietoterapia, e eu achei piada à coisa. Ah, olha, afinal a clínica não parece ser assim tão má. Mas continuei sem saber para onde ir, até meter na cabeça que um hospital seria, realmente, a melhor opção. E isto porque dar-me-ia a oportunidade de contactar com diversas áreas. Só assim poderia saber aquilo de que gostava.
Mas não foi muito bom, no início. Nos primeiros dias, sim, pois tinha acabado de chegar e estava ainda a entrar no ritmo e a perceber como as coisas funcionavam, pelo que não era exigido muito de mim. Mas, depois, houve algumas fases menos boas, porque não estava com grande motivação por não perceber o que podia fazer ou o que queriam que fizesse, e elas perceberam-no, perceberam que eu não sabia o que queria e tive alturas em que me passei um bocado, inclusive um dia em que saí de lá com imensa vontade de chorar. Contudo, e por incrível que pareça, uma vez que achei que todo o estágio seria um sacrifício e que não ia correr nada bem, a coisa melhorou. Consideravelmente. E que ninguém me pergunte como, porque nem eu sei responder. Não sei mesmo que raio aconteceu, mas que tudo melhorou, melhorou.
Aprendi imenso, e ganhei conhecimentos que certamente serão bastante úteis no futuro. Compreendi, finalmente, como as coisas funcionam, acabando por perceber que a clínica, afinal, não é tão assustadora como os meus professores pintavam. As coisas são feitas de uma forma extremamente prática, embora um pouco diferente daquilo que aprendi na faculdade, mas é (quase) sempre certo que a prática nada tem a ver com a teoria, o que não quer dizer que, quando trabalhar a sério, não venha a fazer as coisas da forma mais "certinha", ou seja, como aprendi na faculdade. Sim, as pessoas podem mentir e podem desleixar-se completamente, deixando uma pessoa a sentir-se um tanto ou quanto impotente por não saber de que outra forma poderá ajudá-las. Mas, lá está, o nutricionista não faz milagres, estando o sucesso dependente da pessoa. E, se ela mente e se se desleixa, o problema é dela. Vi imensos casos perdidos, em que, de facto, o melhor a fazer era "deixar andar", porque, quero dizer, não vale a pena ser de outra forma. Mas vi, também, vários casos de sucesso. E, ainda, casos chocantes. 
Mas, para além de ter sido um período de crescimento a nível académico, o estágio foi, também, um período de crescimento a nível pessoal. Era impensável para mim chegar junto de uma pessoa desconhecida e começar a falar com ela do nada; era algo que me aterrorizava, acreditem ou não. Contudo, tive que o fazer ao longo do estágio, com os doentes internados, e estava mesmo nervosa da primeira vez que tive que falar com um, mas, depois, a coisa tornou-se tão banal, que, enfim. Ainda para mais, a primeira doente com quem falei só falava inglês (não me perguntem como veio ela parar aqui), por isso comecei mesmo em grande. Consegui superar-me a mim própria ao superar obstáculos como este.
E, ainda, cumpri o meu maior objectivo: descobrir-me. Descobrir aquilo de que gosto nesta área. E pode parecer algo cliché, mas aquilo de que mais gostei ao longo destes meses foi de ajudar. Ganhei gosto em ajudar, no que toca a isto da alimentação. Esclarecer dúvidas, promover a alimentação saudável, explicar o que comer e o que não comer tendo em conta a doença da pessoa e a intervenção cirúrgica a que foi submetida. E ter falado com tanta gente internada fez-me perceber isso, para além de que me sentia útil e de que o meu dia era capaz de melhorar um bocadinho por tudo isto. A princípio, até me sentia um bocado mal, por achar que estava a incomodar os doentes, mas, com o tempo, vi que eram muito poucos os que não tinham paciência para me aturar. A maioria gostava de falar, a ponto de eu ter que ficar junto deles durante imenso tempo para ouvir uma ou outra história ou um ou outro desabafo. Gostei de conhecer doentes simpáticos e que não paravam de dar conversa, cheios de perguntas sobre a alimentação e sobre a sua situação clínica, muito interessados nestas temáticas e determinados a lutar pela sua saúde. Deu gosto conhecer senhores e senhoras que estavam impecáveis com os seus oitentas e tais, completamente orientados e a andarem de um lado para o outro e a fazerem a sua vidinha como se nada fosse (ainda há esperança num envelhecimento saudável e feliz...se bem que não era completamente saudável, uma vez que estavam num hospital e tiveram que ser operados a qualquer coisa, mas, de qualquer das formas, chegar aos oitentas e tais a falar e a andar correctamente já é uma vitória, eu acho). Achei engraçada toda a familiaridade nas enfermarias: saber o nome dos enfermeiros todos e reconhecer os doentes que ainda se mantinham por lá, de tal maneira que decorava os seus nomes, deixando de ser o doente da cama X para passar a ser o senhor não-sei-das-quantas. Achei estranho que me tratassem por doutora algumas vezes, mas, claro, também houve quem dissesse que eu parecia muito nova. E isto já é típico, mas eu até comecei a esmerar-me um bocado desde o início do estágio, precisamente para não ser confundida com uma estudante do liceu que estava num part-time para ganhar uns trocos. Maquilhar-me era impensável para mim, mas lá comecei por esse mesmo motivo - mas nada de especial, apenas base e risco preto, aos quais acrescentava o batom, que, apesar de ser de cieiro (noutras palavras, necessário), tinha um bocadinho de cor -, acabando por perceber que não servia de muito, já que continuavam a dar-me menos idade.
Em suma, ver as coisas de perto, num contexto mais real, tão diferente daquilo que me era transmitido na faculdade, fez com que me descobrisse e com que ganhasse gosto por esta profissão. Agora, não tenho dúvidas de que a área clínica é a minha área de eleição e de que é aquela onde espero vir a trabalhar.
Por tudo isto, hoje terminei o estágio com satisfação, já que todos os objectivos foram cumpridos - e a orientadora local ficou com uma melhor opinião acerca de mim e escreveu-me um parecer todo jeitoso. Aprendi, cresci, evoluí imenso, descobri-me.
E estou de férias, por fim. Aliás, acho que só me vou sentir verdadeiramente de férias quando tiver os trabalhos impressos, encadernados e prontíssimos a seguir por correio (se bem que, depois, ainda tenho o powerpoint da defesa para fazer, mas, não, não vou pensar nisso agora). Por enquanto, ainda estou à espera que a orientadora me dê luz verde para imprimir, uma vez que já está tudo feito. Mas, de qualquer das formas, deixar de ter hora para acordar e hora para ir para a cama faz com tudo seja mais descontraído, mais feliz. E nada melhor para começar as férias do que ter a casa por minha conta esta noite.

15/07/2015

Desafio #18 - dia 4

Uma série que te desiludiu.
Game of Thrones.
E desiludiu-me porquê? Porque toda a gente via esta série, toda a gente gostava desta série...e eu, com as expectativas tão altas por causa das opiniões positivas de toda a gente, resolvi vê-la. Resultado: após cinco episódios, dei por mim a detestá-la. Foi uma desilusão, e juro que não percebi o que a série tinha de especial.
É um aborrecimento total. Não foi daquelas séries em que, depois do primeiro episódio, fiquei completamente agarrada e ansiosa por ver mais. Os episódios eram chatos, davam-me sono, não me cativaram nada, não me deixaram agarrada e não tinham humor nenhum. O quinto episódio, que foi o último a que assisti, começou com um homem a cortar a cabeça a um cavalo, e terminou com outro homem a enfiar um punhal (ou coisa parecida) na cabeça de outro, de uma forma mesmo lenta e nojenta, até atravessar a cabeça do homem e aparecer do outro lado...e isto logo na altura em que já tinha ultrapassado o trauma do cavalo. Chamem-me mariquinhas. Mas eu até nem me importo que cortem cabeças humanas, desde que se veja que o corte é rápido e eficiente. Cortarem cabeças a animais é que já é demais.
Depois disto, não quis ver mais episódios. Está bem, não foi só por causa das matanças nojentas, mas também porque aquilo estava a ser uma seca. Digamos que as matanças nojentas serviram de pretexto para pôr, finalmente, esta série de lado. 
O meu namorado lá continuou a vê-la, e disse que, depois daquele episódio, as coisas deixaram de ser tão secantes, mas eu não quis saber. Até porque é uma série tão, mas tão mainstream, que chega a ser irritante. Toda a gente vê, toda a gente gosta, toda a gente fala bem dela - e aqui estou eu a dizer que é horrível, sem perceber o motivo de tanto sucesso da mesma. De qualquer das formas, geralmente não sou pessoa de gostar de tudo aquilo de que os outros gostam.

14/07/2015

Ser-se estudante de nutrição é...

-...ver os meus hábitos a irem pelo cano abaixo por causa de uns dias fora de casa, e sentir-me mal com isso. Porque ir de férias implica, sempre, pecar aqui e ali e comer mal. Não só em termos de gordices e em levar uma alimentação baseada em fast-food, mas também porque, enfim, deixo de comer o que já estou habituada. Por exemplo, lá se vai o leite magro ao pequeno-almoço, o iogurte ao lanche e a sopinha ao jantar;

-...entrar em lutas constantes com pessoas conhecidas para que façam melhores escolhas. Como dizer para não se pôr açúcar no café - ou até mesmo num galão ou meia de leite, porque, caraças, aquilo já é doce, leva leite! - ou dizer à mãe, enquanto ela prepara uma refeição, que use natas de soja ou leite evaporado em vez das natas "normais";

-...perder estas mesmas lutas. Pois. Nunca ninguém me ouve;

-...estranhar ter um prato à minha frente sem nada verde. Eu já estou tão habituada a comer salada ou legumes às refeições, que já não os dispenso. E, quando estes não estão disponíveis, é como se, de facto, faltasse alguma coisa;

-...olhar para uma ementa com espírito crítico. Em restaurantes, em cantinas, enfim, onde quer que seja. Pensar logo no tipo de alimentos que constituem determinado prato e no método de confecção de cada um e ver se a coisa está equilibrada. E uma das coisas que rebenta com a escala do desequilíbrio é o bife (frito) com ovo frito e batatas fritas. Ou o peixe frito com batatas fritas. Qualquer um deles, delicioso, mas, enfim...;

-...desprezar os sumos e refrigerantes. Sempre bebi água às refeições desde pequena, a não ser quando ia comer fora. Agora, vendo bem, não percebo por que o fazia. Desde há uns tempos para cá, só peço água quando vou comer fora. As pessoas, muitas das vezes, ficam a olhar para mim e chegam, até, a perguntar Vais beber água?, como se tal fosse crime. Juro que não entendo, até porque é água que bebo às refeições todas. Mas não, parece que beber sumos é que é fixe, especialmente se tiverem gás e se vierem em latas grandes. Já nem me sinto bem a beber sumos, tal é a quantidade de pacotes de açúcar que aquelas porcarias levam lá dentro, a não ser que coma uma pizza ou vá ao McDonald's;

-...andar, feita parva, a comparar rótulos de produtos em pleno supermercado, com vista a escolher o melhor. Já é inevitável, a sério;

-...sentir-me mal por passar um ou mais dias sem comer fruta ou por escolher sobremesas doces em detrimento de fruta. E isto podia vir no seguimento da parte das férias ou das saladas, já que comer fruta, pelo menos a uma refeição, é outro hábito que já está demasiado entranhado em mim;

-...ficar com cara de parva quando as pessoas falam de "truques" (básicos) para perder peso ou para serem mais saudáveis como quem acabou de descobrir a pólvora. Deixei de beber sumos e notei logo diferença! É que fazem tão mal! Não me digas...;

-...fazer um cálculo mental rápido das porções e dos seus equivalentes e da quantidade aproximada de calorias que tem uma dada refeição. Nem sempre acontece, é certo, mas...;

-...ver planos ou regimes alimentares, feitos por nutricionistas, completamente estúpidos e que vão contra tudo aquilo que aprendi, e perguntar-me onde raio é que esta gente iluminada tirou o curso. O meu nutricionista tirou-me os hidratos de carbono do prato. O meu diz que há legumes que não se devem misturar. O meu até me proibiu de comer pão. B*tches, you're doing it wrong...;

-...olhar para o que as outras pessoas comem, e constatar que comem tão mal. Não é por mal e não é para julgar ninguém, mas é quase inevitável olhar para o almoço de alguém e não pensar em pequenos reparos. E isto tanto pode acontecer por haver calorias a mais (do género: ver alguém a espremer o frasco de maionese como se não houvesse amanhã, para que esta cubra grande parte da refeição), como no extremo do espectro (por exemplo: ver alguém a comer uma pratada de verduras. verduras, que não vão dar sustento nenhum);

-...ouvir comentários constantes, faça eu o que fizer. Ultimamente, o meu lanche tem sido uma taça de iogurte, com morangos cortados aos bocadinhos metidos lá dentro e com flocos de aveia a gosto. E as pessoas dizem que é mesmo coisa à nutricionista, toda saudável e toda light. Quando, numa festa, encho um prato com sobremesas, ou quando, num almoço de família, sugiro colocar uma bola de gelado em cima de uma fatia de bolo, dizem que estou a dar um mau exemplo e que isso não é coisa de nutricionista. Epá, decidam-se;

-...adoptar o lema Faz o que eu digo, não faças o que eu faço. Sempre. Porque eu posso ensinar os outros a comer como deve ser e posso ter os conhecimentos sobre alimentação saudável todos consolidados, mas, epá, não sou eu que estou de dieta. Por isso, se eu quiser ir comer um crepe com gelado, mesmo que tenha dito ao fulano que ele não podia comer, eu vou. Porque não sou eu que sou obesa e que estou em risco de desenvolver diabetes;

-...ouvir as pessoas a teimar que têm razão, quando não têm, e não conseguir convencê-las do contrário. Eu, em vez do açúcar branco, uso o amarelo/uso mel. Ao que eu respondo: Mas é a mesma coisa. E elas teimam que não é. Pois sim;

-...começar o curso a dizer que as minhas escolhas nunca vão mudar, que nunca irei comprar alimentos com base no seu valor nutricional e que nunca serei influenciada por aquilo que vou aprendendo, e, no fim, acabar por me tornar numa picuinhas. Ou melhor, eu não diria picuinhas, mas antes consciente. Ganhei uma muito melhor noção das coisas, no que diz respeito à alimentação. Sei que todos estes pontos podem não se aplicar a toda a gente, mas, quanto a mim, acho que a minha saúde e o meu corpo ficam a agradecer-me.

11/07/2015

Escrito por mim #3 - parte 3

Parte 2 AQUI.

Cantaram como se tivessem ensaiado. Como se se conhecessem desde sempre, quais amigos de infância que acabavam de se reencontrar após anos de separação devido à distância. Spencer cantou os primeiros versos, e, depois da curta pausa marcada pelo som da guitarra acústica, Lu entoou os que se seguiam. Sabia a letra daquela canção de cor e salteado, tal haviam sido as vezes que a ouvira desde o seu lançamento, que já contava com uma meia dúzia de anos. Cantaram o refrão em uníssono, as suas vozes a conjugarem-se naturalmente numa delicada harmonia, entre sorrisos, trocando olhares cúmplices nos momentos certos.
A princípio, a voz de Lu soara algo trémula, e ela própria nem a reconhecera ao microfone. Achara-a péssima como sempre e que entrara mal e que estava desafinada, ao mesmo tempo que sentia os olhares atentos – alguns dos quais invejosos e prontos a julgarem-na – do público cravados em si e notava um ou outro flash ocasional de câmaras. Mas, aos poucos, como se a presença de Spencer e a sua aparente cumplicidade para com ela a fizessem sentir confortável e descontraída, Lu deixou-se relaxar e fazer o que prometera a si própria quando transpusera a entrada daquele recinto: não se importar com as opiniões de quem a observava. Aos poucos, Lu esqueceu-se do público, fixando-se somente em Spencer, na canção e naquele momento mágico e completamente inesperado que estava a viver. Concentrou-se naquilo que Spencer dissera anteriormente. Diversão. Era só o que lhe importava naquela noite; era o que tinha dito que ia fazer assim que se pusera a caminho do concerto: divertir-se, sem pensar em mais nada. E, desta forma, sentiu-se rodeada por uma bolha, uma bolha que os abarcava a ambos, colocando-os num mundo onde não existia mais nada para além deles.
Quando a canção terminou, o retorno da euforia por parte do público rebentou a pequena bolha de felicidade que se formara. Spencer, após um último olhar, pousou a guitarra e levantou-se, levando Lu a fazer o mesmo, quase que inconscientemente. Apontou para ela, como se desse a entender que era a Lu que o público tinha que agradecer, já que, caso contrário, a canção não teria aquele mesmo impacto, aquela mesma magia. Lu, contagiada pelo ambiente – embora ainda com a sensação de ter sido mesmo má –, sorriu abertamente e fez uma pequena vénia, só mesmo por diversão. E riu-se com vontade, totalmente feliz e livre, enquanto rodava a cabeça na direcção de Spencer, como se quisesse procurar alguma pista no seu rosto que lhe dissesse o que devia fazer a seguir.
Lu surpreendeu-se por vê-lo ainda ao seu lado e a fitá-la, mas surpreendeu-se ainda mais quando este abriu os braços e a abraçou em pleno palco, como que em jeito de agradecimento por ter aceite o seu desafio e por ter sido a óptima parceira que ela tentava acreditar ter sido. Apesar da surpresa, porém, Lu não tardou a reagir e a abraçá-lo de volta, enquanto sorria com os olhos fechados, sentindo-se como se estivesse num sonho. Foi um abraço doce e sincero, que os transportou de novo para a bolha que os isolava do mundo, e que Lu gostava que tivesse durado para sempre.
Pouco depois, Spencer, ainda com um dos braços sobre os seus ombros, colocou-se ao lado de Lu e apontou para o fotógrafo oficial da banda, sobre o palco a poucos metros de distância deles e com a câmara em punho. Lu sorriu automática e abertamente, sem sequer saber se Spencer estava a fazer o mesmo. Amanhã, vai estar tudo online, pensou, sentindo-se privilegiada por vir a ser conhecida como a primeira fã que subira a um palco para cantar ao lado de Spencer Anderson.
Continua...

09/07/2015

Memórias #4 - um dos vícios da adolescência

Eu tinha catorze anos quando conheci o jogo mais bonito de sempre. Quem me falou nele pela primeira vez foi um amigo da minha irmã - um miúdo, portanto -, e ela confiou tanto na opinião dele sobre o jogo, que resolveu pedi-lo no Natal daquele ano. Contudo, experimentou-o e colocou-o logo de parte por não ter gostado, quando, a meu ver, mal lhe tinha dado uma oportunidade. Foi então que resolvi experimentá-lo, já que não gosto de ver as coisas a serem logo arrumadas antes de se lhes dar uma boa oportunidade, e ainda bem que o fiz. Chamava-se Kingdom Hearts, e não demorei muito para me apaixonar por ele.
Em termos de jogabilidade, não, não é lá muito bonito e nem sequer faz muito o meu género. Nem nunca fui boa a jogar RPG's, porque isso tem toda aquela coisa da estratégia e dos itens que se dão aos personagens para que eles se tornem mais fortes, e eu pouco ou nada ligava a isso e, mesmo assim, conseguia chegar ao fim dos jogos e matar toda a gente (badass!), para além de ser super poupadinha no que tocava a poções e afins, o que fazia com que chegasse ao fim com um stock interminável destas coisas.
No entanto, tudo o resto compensava, e compensava de tal forma, que acabei por me habituar à jogabilidade estranha (estranha para mim, no sentido em que os jogos que costumava jogar nada tinham a ver com este) e por chegar ao ponto de a achar óptima para descarregar os nervos e a raiva.
A história é típica da fantasia, com lutas entre o bem e o mal a ponto de impedir a destruição e o domínio do mundo pelos maus da fita, mas, pelo meio, existe um romance super fofinho e amizades igualmente fofinhas, que tornam tudo tão bonito e cativante. Existem, também, diversas frases poderosas ao longo do jogo, que nos fazem pensar e reflectir. As personagens são mesmo das mais bonitas que já vi num jogo, e têm os olhos mais maravilhosos de sempre - a sério. Para além das personagens originais do jogo, estão incluídas personagens do Final Fantasy, aclamada série de jogos da PlayStation (da qual resolvi jogar um deles, mas detestei e nem me dei ao trabalho de chegar ao fim), e, ainda, personagens da Disney. E, a meu ver, é a Disney a responsável por grande parte da magia deste jogo. Para além dos mundos criados exclusivamente para o KH, o jogo faz-nos passar por mundos da Disney, como o castelo d'A Bela e o Monstro, a Agrabah do Aladdin, a Halloween Town do Jack Skellington, a savana d'O Rei Leão, a Atlântida d'A Pequena Sereia, entre outros quantos. E visitar estes mundos foi como rever os respectivos filmes; como um regresso à infância, que fez com que voltasse a ganhar um enorme fascínio pela Disney, um fascínio que se havia esmorecido com o passar dos anos e com a entrada na adolescência e que se prolonga até hoje.
Não era daquelas viciadas que passava o dia inteiro a jogar a ponto de me esquecer de comer e de dormir, mas era capaz de passar horas e horas à volta do jogo. Lembro-me de como fiquei triste quando terminei o KH2, porque a batalha contra o final boss foi tão, mas tão fácil, que não deu pica nenhuma. Para além de que terminou como terminam as temporadas das séries, deixando-me sem saber o que se ia passar a seguir e bastante curiosa com o que pudesse acontecer. Finalmente, parece que o KH3 vai ser lançado em breve, e eu, assim que vi o curto trailer que saiu há pouco tempo, fiquei cheia de saudades de jogar e com uma enorme vontade de lhe lançar as mãos. O grande problema é que vai sair para a PlayStation 4, que é coisa que eu não tenho.
Escrever este post já me deixou suficientemente nostálgica, pelo que termino com uma curiosidade: o avatar, ou foto de perfil, como quiserem chamar, que uso aqui no Blogger é uma das personagens do jogo. Quase que aposto que ninguém sabia disto, mas, caso alguém soubesse, é favor acusar-se!

06/07/2015

Com as baterias recarregadas

Acordar sem despertador. Vestir o biquini depois de tomar o pequeno-almoço, em vez de uma roupa qualquer, escolhida na hora. Deitar-me na espreguiçadeira a devorar O Senhor dos Anéis. Ir à praia pela manhã ou ao fim da tarde e refrescar-me no mar (finalmente). Tomar um bom banho e passar um creme pelo corpo. Comer bem (e ao ar livre). Passar o serão a escrever. Ouvir um pouco de música antes de dormir, sem me preocupar com as horas a que decido ir para a cama.
Este fim-de-semana de quatro dias soube-me pela vida, e era capaz de me habituar a isto. Trouxe-me um irresistível e delicioso cheirinho a férias, do qual já andava a precisar. Estou mesmo ansiosa pela sua chegada, e, por outro lado, com as baterias recarregadas para os próximos - e últimos! - dias de estágio. Acho que vou andar, inevitavelmente, a fazer a contagem decrescente durante estes próximos dias. Que venha o dia dezassete.

02/07/2015

Quase...


Restam-me apenas nove dias de estágio. Finalmente posso dizer que falta pouco. Não é que não goste, mas já ando cansada da rotina. E dos tempos mortos. E da minha colega de estágio. E cansada no verdadeiro sentido da palavra. Enfim, cansada de tudo e cada vez mais ansiosa pelas férias. Só o simples facto de não ter que acordar com despertador é qualquer coisa de fantástico.
Isto e o fim-de-semana prolongado. Como ainda tinha direito a dois dias de folga, hoje entro de fim-de-semana e só volto a trabalhar na terça-feira. Com os trabalhos todos encaminhados, resta-me fazer bons planos para aproveitar estes dias de descanso, dos quais estava mesmo a precisar - continuo a dizer que um fim-de-semana de dois dias não dá para repor as energias, de todo. Mas há sempre tanta coisa que quero fazer quando tenho algum tempo livre, que nem sei por onde começar.