tag:blogger.com,1999:blog-42819771759738429622024-03-05T04:44:12.416+00:00My Life as an Unusual GirlIceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.comBlogger1120125tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-59390490504778666322018-07-01T15:00:00.000+01:002018-07-01T15:00:07.655+01:00Remember me?<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Encontrem-me <a href="https://amongst-infinite-stars.blogspot.com/" target="_blank">aqui</a>.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-20060652222370587262017-12-31T17:59:00.000+00:002017-12-31T18:24:52.938+00:00Coisas boas de 2017<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://data.whicdn.com/images/303832619/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="500" src="https://data.whicdn.com/images/303832619/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">2017 foi o pior ano que já tive até agora. Creio que deve ter dado para perceber através daquilo que escrevi no blog durante este ano. Escrevi tão pouco, mas tudo o que escrevi foi negativo. Tudo o que escrevi foi devido à necessidade de vir aqui despejar os meus sentimentos e os meus desabafos mais sombrios. E, com isto, parece que me esqueci de me focar nas coisas boas. Que, na verdade, foram tão poucas. E que achei não serem merecedoras de destaque. Principalmente porque, como já deve ter dado para ver, já não sou a blogger que costumava ser.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No entanto, quis deixar registadas as coisas boas deste ano, ainda que poucas. Apenas porque me apetece. Apenas para recordar mais tarde. Para me lembrar que, por mais horrível, negro e depressivo que um ano inteiro seja, há sempre algo que nos faz levantar um pouco a cabeça e subir do fundo do poço. Mesmo que sejam só uns meros centímetros, antes de voltarmos a escorregar e batermos lá em baixo outra vez.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"></span></div>
<a name='more'></a><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>A viagem a Toronto</b></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Foi, sem dúvida, o ponto alto deste ano. Passei doze dias incríveis em Toronto; doze dias em que me fartei de passear e de ver coisas novas e em que me esqueci do trabalho e de todos os meus problemas. Visitei tanta coisa. O aquário, a CN Tower, a ilha de Toronto, o museu principal, a baixa da cidade, a China Town, o Distillery District, o Butterfly Conservatory em Niagara, a Casa Loma - que é um castelo -, o Zoo, a universidade. Passeei por parques e junto ao lago, fui a Niagara e vi as cataratas - e ainda andei lá de barco...porque ir ver as cataratas e não andar de barco não é a mesma coisa. E, como não podia deixar de ser, fartei-me de tirar fotografias e de comer porcarias, coisas típicas de todas as minhas viagens. Sempre na companhia de uma das minhas melhores amigas, alguém que conheço desde a escola e com quem, felizmente, nunca perdi o contacto. Outra das coisas que mais adorei foram as nossas "horas perdidas" nos cafés, a conversar e a desfrutar de uma bebida quente e de um espaço acolhedor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Adorei Toronto, o contraste entre o antigo e o moderno que se notava em praticamente todo o lado, a quantidade de parques e de locais giros para se passear a pé, o facto de ser tão limpa, aquelas casas giras com jardins na frente como se vêem nos filmes, enfim. Apenas achei o sistema de transportes uma valente confusão, mas ainda bem que tinha a minha amiga - que estava lá a viver - comigo, porque, caso contrário, não sei se conseguiria desenrascar-me sozinha. Mas acho que seria capaz de lá viver por uns tempos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Regressámos juntas aos Açores, e ainda houve tempo de um almoço com amigas nossas antes de ela embarcar para o continente. Foi tudo tão bom, e, de vez em quando, batem as saudades desses dias descontraídos de férias, em que não nos preocupávamos com mais nada para além de combinarmos o que visitar, o que comer ou o que fazer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Os concertos</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Vi duas bandas ao vivo durante este ano: Delain e HIM. Os primeiros, enquanto estive em Toronto - foi uma sorte apanhá-los lá e fiquei tão entusiasmada quando vi que iam lá estar precisamente na mesma altura que eu. Os segundos, no Porto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já disse por aqui no blog o quanto adoro ir a concertos. É uma sensação indescritível ouvir músicas que adoramos a serem tocadas mesmo à nossa frente e sentir toda a gente unida pela música. Divirto-me sempre tanto e esqueço-me de tudo. É simplesmente incrível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Adorei ambos os concertos, mas devo dizer que o dos Delain foi o meu favorito. Não só por gostar mais de Delain do que de HIM e por Delain ser uma das minhas bandas de eleição, mas também devido ao próprio espectáculo. Uma das coisas que me "fez impressão" e que não gostei no concerto dos HIM foi o facto de a banda não interagir nada com o público. É algo a que não estou habituada e que, pessoalmente, não gosto. No entanto, não deixou de ser também um bom concerto, em que também me diverti bastante e em que, como não podia deixar de ser, tive a hipótese de me "babar" por causa do Ville Vallo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>As mini férias no Norte</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aproveitei o concerto dos HIM como pretexto para tirar uns dias de férias no Porto e arredores. Para além de matar saudades do Porto, que considero a minha segunda casa, quis revisitar Braga e conhecer Aveiro. E adorei esta última; era uma cidade que já queria conhecer há algum tempo e fiquei deslumbrada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Houve duas coisas que "superei" com esta viagem. A primeira: perdi o "medo" dos hostels. Não era bem um "medo", era mais o facto de não me sentir confortável em dividir um quarto com desconhecidas. Mas, afinal, correu tudo muito bem. A maioria das raparigas só lá ficava por uma ou duas noites e algumas delas estavam a viajar sozinhas, como eu. Notei que havia muito civismo e muito respeito umas pelas outras, e isso agradou-me. Por isso, tornei-me fã de hostels, até porque, em termos económicos, saem muito mais em conta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A segunda: viajei sozinha e passei umas mini férias sozinha. E isto não me impediu de ir ao Porto ver um concerto, nem de me aventurar por cidades desconhecidas. É verdade que me habituei a passear sozinha, mas nunca tinha feito algo deste género - ficar num hostel, passar vários dias sozinha, ir para Aveiro e para Braga também sozinha - apenas na minha própria companhia. E a verdade é que adorei. Soube-me bem, de facto. Não me senti mal por estar sozinha; ver, aliás, várias das minhas companheiras de quarto a viajarem sozinhas fez-me ver que, afinal, não sou a única que o faz. Até me senti bem quando estava simplesmente numa esplanada a tomar um café e a desfrutar do sol. Porque me senti livre. Livre no sentido de poder fazer o que quiser, de poder perder o tempo que quisesse onde quisesse, de não ter que dar satisfações a ninguém. Nem sei dizer há quanto tempo não me sentia assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><i>Friends</i></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta foi a única série que vi este ano. Como disse no blog, este ano perdi a motivação e a vontade para muitas das coisas que gostava, e uma dessas coisas foi precisamente esta, séries. Felizmente, houve um dia em que decidi começar a ver <i>Friends</i>, um sábado em que estive meia doente e fiquei todo o dia de pijamas - com um sol radioso lá fora, por acaso, mas que consegui ignorar com sucesso -, e, desde aí, nunca mais parei até terminar a série. Adorei. Foi a companhia perfeita. Fez-me rir tanto, mas fez com que também me revisse tanto em determinadas situações. A série é antiga, mas é incrível como fala de situações tão actuais. E fiquei tão triste quando terminei de ver o último episódio...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Livros fantásticos</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Li tão pouco durante este ano. Tão, mas tão pouco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Li <i>O Medo do Homem Sábio</i>, continuação de um dos meus livros favoritos, <i>O Nome do Vento</i>, e que foi igualmente lindo e viciante. Mas não tenho dúvidas quanto ao melhor livro que li este ano. <i>O Império Final</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Parece que foi amor à primeira página. Bastou-me ler o prólogo para ficar completamente agarrada. Adoro ler, mas não é qualquer livro que tem o poder de me agarrar e cativar desde o princípio. Foi, sem dúvida, das melhores coisas que já li, tão diferente e tão criativo - e tão difícil de largar. Já tenho o segundo volume da trilogia - foi oferta de Natal, yay! - e mal posso esperar por lhe deitar a mão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O pilates</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ao longo dos primeiros meses deste ano, fui, aos poucos, perdendo a vontade para a natação, o meu desporto favorito, para o qual regressei no final de 2015, até ao ponto em que perdi, por completo, a vontade de fazer exercício. Mais uma vez, foi a depressão a tomar conta de mim, a tirar-me a vontade para as coisas que mais gostava.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Durante o Verão, contudo, regressou a vontade de voltar a praticar desporto, mas quis qualquer coisa com um horário mais razoável, de modo a poder sair do trabalho, ir fazer exercício e, por fim, ir para casa e não voltar a sair de lá. Confesso que cheguei a pensar em ginásios, mas rapidamente desisti, pois nunca foi algo que me atraísse. Por algum milagre, pensei em pilates. E encontrei-o. Com um bom horário e pertíssimo do meu local de trabalho. Não podia ser melhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não me lembro se comecei em Setembro ou em Outubro, mas a verdade é que gosto imenso. Faço duas vezes por semana e só falho uma vez se houver algo muito, mas mesmo muito forte que me impeça de ir. E gosto de sair do trabalho e ir directamente para lá. É como se aquilo me relaxasse, me desanuviasse a cabeça depois de um dia de trabalho, especialmente se o dia tiver sido stressante. Saio de lá exausta, toda partida e completamente mole - sim, aquilo dói, ao contrário do que muita gente pensa -, mas sinto-me tão bem, como se fosse capaz de fazer tudo. Finalmente encontrei um tipo de exercício de que gosto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Música nova</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Conheci boas bandas este ano. Apaixonei-me totalmente pelo som melancólico de Trees Of Eternity e pela voz linda, suave e espectral de Aleah Stanbridge, a vocalista. As canções são tão bonitas, e as letras tão bem conseguidas. É um dos meus géneros de metal favoritos, e o único álbum que lançaram é, agora, um dos meus preferidos. Ouvi-o vezes sem conta, especialmente quando estava mais em baixo. De todas estas vezes, a sua música foi capaz de me puxar para cima.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Descobri, também, Cellar Darling, formada por ex-membros de Eluveitie, e One Desire, do vocalista de uma banda que adoro, Sturm Und Drang. (Engraçado como ambas são bandas de membros de outras bandas que ouço) São completamente distintas uma da outra - e completamente distintas de Trees Of Eternity também -, mas ambas foram uma agradável surpresa para mim e adorei os seus álbuns de estreia, que também ouvi várias vezes.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Também gostei bastante daquilo que ouvi da nova banda de Anette Olzon, ex-Nightwish, que parece bastante promissora - e cujo nome não me recordo. E conheci um outro projecto que também adorei, Exit Eden. Banda de <i>covers</i>. Com quatro vocalistas. Femininas. Apaixonei-me por uma espécie de <i>girls band </i>que faz <i>covers</i>. Como foi que isto aconteceu?! Bem, a verdade é que transformaram músicas <i>pop </i>em algo roqueiro e muito, muito agradável ao ouvido.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Oh, e não me posso esquecer de Chris Cornell. Confesso que só lhe dei a devida atenção depois do seu falecimento, mas, de qualquer forma, foi também uma descoberta fantástica. Até cheguei a comprar o seu último álbum, de tão viciada que fiquei nas suas músicas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E, já que o tema é música, devo dizer que uma das que mais me marcou este ano foi a <i>Heavy</i>, dos Linkin Park. Especialmente por causa da letra. Parece que foi escrita a pensar em mim, naqueles meus pensamentos que dificilmente consigo expor cá para fora. É incrível como a música fala tanto por nós.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Evanescence, a banda da minha vida</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E esta é outra banda cujas letras parecem ter sido escritas para mim e que também parecem falar por mim. Ainda no ano passado falei sobre isto, sobre esta banda em específico, aliás, mas isto ainda se reflectiu mais este ano. Principalmente em canções como a <i>Where Will You Go?</i> - uma das minhas favoritas - ou a <i>Give Unto Me</i>. Evanescence foi a minha banda favorita durante anos, até deixar de considerar uma só banda como favorita. Mas, agora, voltou a ocupar este posto. E, para além de minha favorita, confesso que a considero a banda da minha vida. Por me ver tão reflectida nas letras de algumas músicas, por me ter acompanhado durante a adolescência, por me trazer aquela nostalgia característica, por me dar força, enfim. Não vou morrer sem os ver ao vivo, isso é garantido. Oh, e ainda tenho o novo álbum deles para ouvir. <i>Shame on me</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E estes foram os pontos altos. Alguns, pelo menos. Podia também ter incluído bons momentos em família, bons convívios com amigos, sítios giros que encontrei ou boas compras que fiz - tenho o <i>Kingdom Hearts 2.8</i> à minha espera...mal posso esperar! Mas, sobre estes pontos, não há assim tanto a dizer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não deixou de ser um péssimo ano. E em que tudo se manteve mais ou menos na mesma. Dele, levo estas coisas boas, e só quero esquecer as más. Melhor dizendo, espero que as más me façam rir daqui a tempos, que me transformem numa pessoa forte, capaz de as superar e vencer. Por isso, o meu desejo menos ambicioso para 2018 é que o novo ano me dê mais momentos felizes, mais dias bons e menos tristeza, desespero e agonia. Será que é pedir muito?</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-6189319130511471832017-11-25T22:40:00.000+00:002017-11-25T22:40:02.729+00:00Pormenores meus - parte 5<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://data.whicdn.com/images/158810468/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="427" src="https://data.whicdn.com/images/158810468/large.jpg" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">Fui ao cinema sozinha apenas uma vez. Vi </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">A Bela e o Monstro</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"> e fiquei enjoada de tanta pipoca, mas soube-me bem e não me senti nada como uma </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">outsider </i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">ou uma </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">forever alone</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">. O meu toque de telemóvel é a </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">Children of the Damned</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;"> dos Iron Maiden. Sou uma pessoa fria, mas gosto tanto de receber um abraço. Este ano, comecei a gostar de beber café. Felizmente, não me sinto dependente deste, embora já não dispense tomar um aos fins-de-semana, depois do almoço. Não vou morrer sem ir a um concerto dos Evanescence. Costumava gostar mais de gatos do que de cães, mas agora, pensando bem, acho que, quando viver sozinha, vou querer um cão para poder fazer-me mais companhia e para que eu tenha uma desculpa para sair de casa e ir passeá-lo - fazendo com que eu vá passear também. Tenho uma panca por canecas. Detesto cozinhar, mas detesto ainda mais lavar a loiça. Gostava de passar um fim-de-semana num hotel só mesmo por capricho, para estar numa piscina interior enquanto chove lá fora e depois tomar um banho totalmente relaxante numa banheira cheia de espuma. Não gosto de iogurtes líquidos. A única série que vi este ano foi </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">Friends</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">. Nunca fui pessoa de desabafar e de falar sobre os meus problemas, provavelmente porque nunca o fizeram comigo. Gosto de pequenos cactos para decoração e de velas aromáticas. Ainda esta semana fiz um banho de cor no meu cabelo e estou a adorar o tom com que ficou. Já não sei se acredito num amor para toda a vida, mas, seja como for, acho que isso não vai acontecer comigo. Tenho saudades de comer sushi. Gostava de viver numa cidade pequena, mas próxima de uma cidade grande para onde pudesse ir de vez em quando. E, claro, num lugar com muitas outras cidades e muitos recantos encantadores por perto, para poder ir passear e dar uma escapadinha num fim-de-semana. Às vezes, ainda penso que devia aprender a tocar guitarra. A minha refeição favorita é o pequeno-almoço, e gostava de ter a oportunidade de a tomar fora de casa mais vezes. Acho que posso dizer que fui vítima de </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">bullying </i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">durante quase todos os meus anos de escolaridade, embora, na minha infância, nem sequer se ouvisse falar nessa palavra. E acho que posso dizer que isso contribuiu para a insegurança e falta de auto-estima que ainda hoje tenho. É por isso que não consigo evitar ficar de pé atrás quando me elogiam, especialmente em termos de aparência - acho sempre que estão a gozar comigo. Não consigo ver filmes de terror. A minha </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">celebrity crush </i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">é o Andy Biersack. Tornei-me numa blogger desleixada e nem sei por que estou a escrever este </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">post </i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">agora. Adoro </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">coffee houses</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">. Por falar nisso, gostava de estar novamente motivada para escrever e de passar horas num café acolhedor a fazer isso mesmo, escrever. Sim, às vezes penso em como gostaria de voltar à escrita, mas acho que ainda não o consigo fazer. Penso que aproveitava melhor o meu tempo quando era estudante. Para mim, "casa" é sinónimo de pijamas ou de fato de treino, e parece que não me sinto à vontade quando estou com "roupa normal". Gostava de saber pintar com aguarelas. Custa-me ver comida a ser deitada fora. Já me habituei a ver-me de aparelho, pelo que não me importo de o manter por mais uns meses, especialmente porque prefiro ter os ferrinhos do que ter que dormir com um aparelho de contenção. Falando em dentes, já tirei dois sisos; posso dizer que só tenho metade do meu juízo. Considero-me uma sonhadora, mas sou bastante pessimista também e tenho uma horrível tendência de pensar sempre no pior que pode acontecer e de esperar o pior. Ainda não sei o que vou fazer da minha vida, em termos profissionais. Já me disseram que sou demasiado sincera, e, de facto, por vezes nem tenho noção daquilo que me sai da boca para fora; só depois, ao reflectir, penso que não devia ter dito o que disse ou que devia ter dito de outra maneira e que fui estúpida. Acho, no entanto, que muitas das pessoas que conheço não perdiam nada em serem mais sinceras, e que um pouco de sinceridade para comigo seria bem-vindo. Ultimamente, ando apaixonada pelas músicas dos Trees of Eternity. Gostava de ter coragem suficiente para ser uma </span><i style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">solo traveler</i><span style="font-family: "trebuchet ms", sans-serif;">, mas, mais do que isso, gostava de ter um grupo de amigos com quem viajar.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-48041818045211641472017-11-12T20:05:00.002+00:002017-11-12T20:05:57.378+00:00Random thoughts<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://data.whicdn.com/images/150140766/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" src="https://data.whicdn.com/images/150140766/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Voltei a chorar no trabalho. Já não o fazia há umas duas semanas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Desta vez, foi por causa de stress. Stress no trabalho, que mal me deixou dormir naquela noite. E digo <i>desta vez</i>, porque, enfim, nem sempre é o próprio trabalho que me leva a chorar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já decidi que não vou ficar a trabalhar ali, que me vou embora quando o contrato acabar - ou, se me der na cabeça e o desespero acabar por levar a melhor, vou mesmo embora antes disso. Há quem possa achar isto uma total estupidez, porque o que interessa é ter trabalho e devemos agarrar-nos a ele. Mas acho que quem diz isto não faz ideia do que é chegar ao ponto de chorar no trabalho, porque este só me faz mal. Não apenas o trabalho em si, mas as pessoas também, o ambiente. Gostava, no início. Mas, agora, detesto. Só me deixa triste, chateada, irritada, e parece que só contribui mais para a depressão. E, bem, em primeiro lugar estou eu e a minha saúde. Se isto só me faz mal, vou ter que me afastar. E sei que a maioria das pessoas não entende. Não entende porque eu própria não me explico - para quê falar sobre estas coisas com alguém, vai alterar alguma coisa? -, ou porque nunca passou pelo mesmo. Mas não me importo. O problema é quando dizem que tenho que ter um plano, que tenho que saber o que fazer quando sair dali. E eu não tenho resposta para isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É engraçado. Nunca soube o que quis, mas sempre soube o que <i>não </i>quis.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E, ao pensar em tudo isto, começo a crer que, seja qual for o trabalho que tiver, não vou gostar. Viva eu onde viver, não vou gostar. Como se tivesse sido programada para não gostar de nada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Às vezes, não penso no trabalho enquanto lá estou. Faço o que tenho a fazer, e as horas passam. Vou para casa sem stresses e sinto-me normal outra vez. E, depois, basta uma pequena chatice no trabalho para voltar tudo ao mesmo. Para voltar a chorar e a isolar-me, para a porra da depressão entrar na minha cabeça de novo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sempre pensei que seria capaz de suportar um emprego de merda, que um emprego seria apenas uma obrigação e uma forma de me sustentar, por mais horrível que fosse. Sempre pensei que, apesar de um emprego de merda, conseguisse ser feliz na mesma. E isto porque, depois de sair do trabalho, podia fazer o que quisesse; podia sair, passear, estar com amigos ou dedicar-me aos meus <i>hobbies</i>,<i> </i>sem pensar no amanhã; podia começar a pensar em ter a minha própria casa e podia tirar férias e ir viajar. Mas, afinal, sentirmo-nos bem no nosso local de trabalho e fazermos algo que gostamos é algo demasiado importante. Algo que negligenciei durante todo este tempo, por achar que não tinha tanta importância assim e que o que realmente interessava era o que acontecia fora do trabalho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E acontece que acabei por não fazer nada do que esperava fazer fora do trabalho. Para uma licenciada a trabalhar na sua área, recebo uma miséria de salário, pelo que pensar em alugar um apartamento está completamente fora de questão. Não tenho planos para as minhas férias, e isto porque quero ir viajar e não tenho quem me acompanhe - serve de alguma coisa viajar sozinha e não compartilhar a experiência com ninguém? Raramente vou a algum lado depois do trabalho, por achar que tudo está visto, por não querer gastar dinheiro seja no que for ou por não ter companhia. Quanto aos <i>hobbies</i>, bem, nem vou falar nisso. Só quero descansar quando chego a casa, ou então vou para as aulas de pilates, coisa que só faço porque sinto necessidade de fazer exercício. Porque, se não o fizer, começo a ficar com a paranóia de que vou ficar gorda ou de que já estou a ficar gorda.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No meu dia de folga, desespero por não ter nada para fazer. E choro de novo. Porque não aguento não ter nada para fazer, não ter um objectivo. Devido a isto, sinto-me uma inútil, uma pessoa que só está a ocupar um lugar no mundo e que apenas desperdiça a sua vida. Acho, até, que as minhas ideias de tirar outro curso ou fazer um <i>gap year </i>no estrangeiro só surgem porque, se eu as concretizar, vou manter-me ocupada durante algum tempo e vou estar longe daqui. No fundo, parece que só quero fugir e manter-me ocupada, mesmo que sem um objectivo em concreto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se soubesse o que sei hoje, teria feito tanta coisa diferente... </span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-61157120758186628352017-09-23T23:11:00.000+01:002017-09-23T23:40:39.242+01:00"I'm just a kid and life is a nightmare"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgod4NHcGTp9j1xvrytuh9dwNj3qF53mARwbV72S7FT8gzh5ADBGmTHyL1sq3UiQyif7JCPPFz6R5lvIaVqtrGs2E0ELVLejwATnL7qR_5Gl3Nh8qM58Z4DEFA47DmPu-Bo2GZ0QiDetOtl/s1600/21979569_10212368043335289_841930927_nnn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="892" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgod4NHcGTp9j1xvrytuh9dwNj3qF53mARwbV72S7FT8gzh5ADBGmTHyL1sq3UiQyif7JCPPFz6R5lvIaVqtrGs2E0ELVLejwATnL7qR_5Gl3Nh8qM58Z4DEFA47DmPu-Bo2GZ0QiDetOtl/s640/21979569_10212368043335289_841930927_nnn.jpg" width="594" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Desenho da minha autoria.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nunca quis tanto que um Verão acabasse. Este foi o pior que alguma vez tive.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Desde que assinei contrato de trabalho, no início do Verão, deixei de ter fins-de-semana, passando a ter apenas direito a um dia e meio de descanso por semana, tal como os restantes funcionários da maldita empresa onde trabalho. Passou a ser um só dia a acordar sem o despertador, um só dia completamente livre e uma só noite em que não tenho que me preocupar com a hora a que me vou deitar. Para além disso, andei a fazer horas extra todos os dias. Sair depois das cinco ou das seis - quando o meu horário seria, supostamente, até às quatro - acabou por se tornar normal. Conto pelos dedos as vezes em que fui à praia, e os dedos de uma mão são suficientes - e ainda sobram - para contar as vezes em que saí à noite com amigos; não dei um único passeio digno de Verão nem fiz outras quantas coisas que tinha planeado; e, claro, não tive férias. Estas, aliás, nem vê-las até ao próximo ano. Cheguei a casa cansada, todos os dias. E, em muitos deles, também irritada. A ponto de não ter vontade de fazer nada. Por vezes, nem no meu dia de folga me apeteceu fazer alguma coisa; parecia que o cansaço da semana toda estava acumulado, pelo que nem sair de casa me apetecia. Continua a acontecer, aliás. E toda esta irritação e este cansaço não têm apenas a ver com isso e com o facto de eu achar que isto - não ter fins-de-semana, ter apenas um dia e meio de descanso e não ser permitido tirar férias no Verão - não é vida para ninguém. Tem a ver, também, com o trabalho em si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Cada vez mais, detesto o meu trabalho e detesto aquele lugar. Fico irritada, respondo mal, isolo-me, fico com vontade de chorar e de mandar tudo para outro lado. Há dias em que conseguem fazer-me rir e em que consigo conversar como uma pessoa normal e brincar com as pessoas, mas acho que isso não passa de um disfarce. E existem outros dias em que tudo vem ao de cima e tudo transborda. Dias em que chego mesmo a chorar no meu local de trabalho. E não só por causa do trabalho em si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Com a irritação no trabalho, tudo o resto vem por acréscimo. Penso no quanto estou arrependida por ter tirado este curso; pergunto a mim própria por que raio o tirei e não desisti logo. Penso no quanto não quero trabalhar nesta área. Penso no maldito exame à Ordem e em como não quero passar por isso outra vez. Com isto, começo a pensar que só andei a perder tempo, que fiz tudo isto e passei por tanto para nada, que ando a desperdiçar a minha vida toda. De facto, os dias passam por mim e eu nem dou por eles; os meses passam, as estações passam, as festividades passam, e eu nem dou por nada disso e não tiro proveito de nada disso. Penso em como quero mudar de vida e no quanto quero deixar de trabalhar ali, mas depois a ansiedade apodera-se de mim com toda a força e sinto-me sufocada e pressionada por ter que pensar naquilo que irei fazer depois. Porque não tenho nenhum plano; só sei que não quero esta vida para mim e que quero sair daquele lugar. Mas, ir para onde? Fazer o quê? São perguntas às quais não sei responder, e isso deixa-me mais ansiosa e irritada do que o que gostaria. E penso que não há nada que queira fazer. Que não há nada de que goste. Que não tenho jeito para nada. E que, portanto, não valho nada. Que ando a viver sem rumo, sem um sonho, sem nada pelo qual lutar. Que só ando a desperdiçar tempo, e que, assim, a vida não faz qualquer sentido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Muitas das vezes, consigo chorar sem ninguém se aperceber. Mas já fui apanhada. E, mesmo que não chegue ao ponto de chorar, há quem note as minhas diferenças de comportamento. Em ambos os casos, as pessoas perguntam-me o que se passa. Pedem-me para falar. Mas não falo. Não serve de nada falar com pessoas que nunca irão compreender, para além de ser um tipo de conversa que dispenso ter no meu local de trabalho. Mas, apesar de achar que ninguém compreende, há alturas em que gostava de poder falar. Pois ando angustiada há semanas, sem poder falar com ninguém e sempre à espera da próxima consulta com a psicóloga - que, por acaso, acho que também não compreenderá.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Parece-me, no entanto, que toda a gente me vira as costas. Dirijo-me subtilmente àqueles que considero amigos, perguntando se querem ir dar uma volta, se querem sair, se querem ir tomar um café. Não entro à força toda, dizendo que preciso de desabafar, porque...bem, porque não. Porque é parvo. Porque acho que assusta as pessoas, afasta-as ainda mais porque têm mais com que se preocupar do que com os problemas dos outros. E dão-me respostas vagas, como <i>Depois combinamos</i>, ou não respondem de todo. E eu continuo angustiada. Mais angustiada ainda, achando que, afinal, não são assim tão meus amigos ou que eu apenas pensava que o eram. Mas já devia saber que seria assim. Por alguma razão, nunca ninguém quer a minha companhia. Já estou habituada a isso. No entanto, não deixa de ser doloroso estarem sempre a relembrar-mo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E aí vêm novos pensamentos. Achar que não tenho ninguém com quem contar. Que nunca terei amigos a sério. Que nunca vou encontrar alguém que goste de mim. Em relação a este último ponto, já me mentalizei. E pensar nisso só me leva a crer que nunca mais serei feliz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Acho uma estupidez pensar que só se é realmente feliz com outra pessoa, e não queria nada ser daquelas tristes que só se sente feliz assim, com alguém. Mas, vendo bem, parece que é esta a verdade. Parece que toda a gente é irritantemente feliz por ter alguém, e que a vida só faz sentido e é bonita desta maneira. Olhando para trás, apercebo-me de que a última vez que me senti feliz foi quando estava com alguém. Portanto, aí está. Por causa disto, ver casais apaixonados irrita-me. Ouvir músicas que falam de amor irrita-me. Ouvir os meus colegas de trabalho falar das suas vidas de casados ou de quase casados irrita-me. Já nem consigo ver filmes românticos que terminem num "felizes para sempre".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ainda com todos estes pensamentos na cabeça, chego a casa. E, mais uma vez, tudo se abate sobre mim. Não sei o que fazer quando estou em casa; não há nada para fazer. E, muitas das vezes, o cansaço e o desinteresse são tão grandes, que dou por mim a desperdiçar tempo outra vez. A não fazer <i>literalmente </i>nada. Ou a chorar, sem ninguém se aperceber. Por detestar a minha vida, por achar que fiz tudo errado até então, por desejar voltar atrás no tempo, por só ver um negrume à minha frente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pode haver quem diga que não passa de uma fase, mas não acho normal que uma "fase" dure praticamente um ano. Pode haver quem diga que todos temos dias assim, os chamados "dias maus", mas não acho normal esse desequilíbrio tão grande entre "dias maus" e dias normais. Não acho normal uma pessoa não conseguir passar dois ou três dias seguidos sem chorar, sem achar que cada novo dia é um sacrifício, sem se perguntar a si própria que raio está a fazer aqui.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Às vezes, pergunto-me se não seria melhor se desaparecesse.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-73982885539301000622017-08-24T23:03:00.000+01:002017-09-23T23:12:04.629+01:00Escrever sem parar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/138571086/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/138571086/large.jpg" data-original-height="371" data-original-width="250" height="640" width="431" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Costumava escrever sem parar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Escrevia sem parar quando ligava o computador e acedia ao Blogger. Escrevia no meu blog e escrevia quando comentava as publicações de outros bloggers, cujos blogs gostava de acompanhar porque o seu conteúdo me agradava, porque gostava mesmo de os ler. Ler essas publicações, deixar um comentário nalgumas delas e escrever as minhas próprias publicações era das coisas que mais gostava de fazer depois de chegar a casa da faculdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Também escrevia sem parar fora do Blogger. Escrevia as minhas histórias, aquilo a que chamava de "os meus livros". Era o meu passatempo preferido, e, atrevo-me a dizer, uma das minhas paixões. Publicar essas histórias em formato de livro e ser escritora a tempo inteiro era aquilo que mais queria. Era o meu maior sonho, por mais absurdo, ridículo, infantil e impossível que possa parecer. Estava disposta a tanto para o conseguir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agora, o meu blog está ao abandono e não toco nas minhas histórias há quase um ano.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Já não me reconheço. Já nem sei se gosto de escrever. Acho que já não tenho esse sonho, sequer. Parece, aliás, que nunca o tive. Aquela parte de mim que era apaixonada pela escrita, que a ela dedicava tanto do seu tempo de alma e coração e que tanto sonhava em fazer disto a sua vida, parece ter desaparecido. Parece ter morrido. Às vezes, num brevíssimo momento de um dia melhor, dou por mim a querer fazê-la regressar. Pois até, talvez assim, eu consiga regressar a mim mesma. Mas, outras vezes, pergunto-me se valerá a pena. E a resposta é sempre a mesma. <i>Não. Para quê? </i>Mais do que morta, essa parte de mim parece estar bem enterrada. O trabalho tirou-me tudo isto. A depressão tirou-me tudo isto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Já não consigo escrever, quanto mais escrever sem parar.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-6785917472453954652017-06-04T23:52:00.000+01:002017-09-23T23:12:04.620+01:00É difícil dizer<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvTgnVkF7W07WyPDyUyly3pMiGexCM56X3LVeGXaPwri3rppET6eT-oCztS53BIezFCP8jE_1EwHHYQfHrcZvK5Q9K4NyrAfBSfyatM2zb04kly3cTb9l90Z7SZh5RIV7FX1_EFTGR4-LC/s1600/18926999_10211372253521166_771135560_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1208" data-original-width="1026" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvTgnVkF7W07WyPDyUyly3pMiGexCM56X3LVeGXaPwri3rppET6eT-oCztS53BIezFCP8jE_1EwHHYQfHrcZvK5Q9K4NyrAfBSfyatM2zb04kly3cTb9l90Z7SZh5RIV7FX1_EFTGR4-LC/s640/18926999_10211372253521166_771135560_o.jpg" width="543" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;"><i>Strange how you never become the person you see when you're young</i>. Desenho da minha autoria.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É difícil dizer que não gosto do curso que tirei. Que não gosto do meu trabalho. Que não me interessam outros trabalhos que posso vir a ter na minha área. Que até preferia ter um trabalho noutra área que não a minha. Que me estou a lixar para o estágio e para o exame à Ordem. Que, se soubesse o que sei hoje, nunca teria seguido este caminho. Que o meu maior arrependimento até hoje foi o de querer ir logo para a universidade assim que terminei o secundário, em vez de tirar um ano para pensar no que queria fazer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É difícil dizer que não gosto de estar na minha própria casa. Que não me sinto bem nela e que só me sinto melhor quando estou fora. Que preferia sair daqui e procurar um espaço só para mim para ter a minha privacidade, os meus horários, as minhas rotinas e o meu silêncio. Que não suporto a minha mãe, na maioria das vezes. Que não quero acabar como ela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É difícil dizer que me sinto sozinha. Que não tenho praticamente amigos nenhuns. Que gostava de ter alguém mas que, ao mesmo tempo, não me sinto preparada para isso. Que, nos dias em que chego cansada a casa, só gostava de ter lá, à minha espera, alguém para abraçar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É difícil dizer que detesto a minha vida. E que até me detesto a mim própria. É difícil dizer que nada parece valer a pena e que me sinto sem motivos para viver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É difícil dizer que este, até agora, está a ser o pior ano da minha vida.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-90549220484727066392017-05-30T23:06:00.000+01:002017-06-01T20:08:35.059+01:00"You were gone so fast, I want you back"<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHO-a1YA_2g_d1avtS20ia4yg1TVEd0VzvBqiHsdugnEybat1dmvYcnzIiFF_ayEasARcYOGsgsMDo7jhDAg7zLdoDOIDSRbp-JAFiPRCwVR5ryIB7OThAfpyn8HTt2d6ZTu5y2-4RM5z/s1600/18815963_10211328659111333_463609998_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="768" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHO-a1YA_2g_d1avtS20ia4yg1TVEd0VzvBqiHsdugnEybat1dmvYcnzIiFF_ayEasARcYOGsgsMDo7jhDAg7zLdoDOIDSRbp-JAFiPRCwVR5ryIB7OThAfpyn8HTt2d6ZTu5y2-4RM5z/s640/18815963_10211328659111333_463609998_n.jpg" width="512" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Desenho da minha autoria.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ele dizia-me que eu era uma pessoa fantástica. Dizia-me que era bonita, linda tanto por dentro, como por fora. Chamava-me tantos nomes carinhosos. Dizia que adorava conversar comigo. E que adorava estar comigo. Dizia-me que se sentia tão feliz quando estava comigo, mas que, mais do que isso, se sentia de uma maneira como não se sentia há tanto tempo. E que, quando estava comigo, se esquecia de tudo, não se lembrava dos seus problemas e não pensava em mais nada. Dizia que tivera saudades minhas, mesmo quando tínhamos estado juntos há pouco tempo. Mesmo que tivesse sido no dia anterior. Mesmo que só se tivessem passado umas horas. Perguntava-me por que não me tinha conhecido há uns anos atrás. Dizia-me <i>Adoro-te</i> imensas vezes. E que eu fora a melhor coisa que lhe acontecera nos últimos tempos. Fez coisas por mim que nunca esperei e que nunca imaginei que fizesse. Olhava para mim de uma maneira como nunca ninguém me olhou. Como se estivesse perante algo fascinante. Como se <i>eu </i>fosse algo fascinante, algo fora de série. Perguntou-me diversas vezes se gostaria que ele fosse meu namorado e deu-me a entender que gostaria mesmo de o ser. Disse-me, até, que eu seria a melhor namorada do mundo. E que ele faria de mim a pessoa mais feliz do mundo. Fez-me sentir especial, amada, incrível, bonita e tão, mas tão feliz. Chegou a dizer que me amava. E que estava apaixonado. Disse-me que não me queria deixar e que adoraria ficar comigo. Disse-me que eu seria a pessoa certa para ele e que, agora, estaríamos juntos...se ele não tivesse namorada.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-54877752767230598082017-04-02T00:32:00.000+01:002017-04-02T00:32:13.619+01:00"Do we need somebody just to feel like we're alright?"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/148286274/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/148286274/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Há alturas em que gosto de estar solteira. Pode parecer um tanto ou quanto egoísta e/ou insensível da minha parte, mas sinto-me livre. Gosto de fazer o que me apetece sem ter que dar satisfações a alguém e sem ter que me sentir como que "obrigada" a estar com alguém.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas também há alturas em que me sinto demasiado sozinha. Alturas em que sinto falta de uma companhia, de alguém com quem conversar e com quem passear, mesmo que sem destino. Alturas em que sinto falta de afecto e em que me sinto ridiculamente carente. E, nessas alturas, sim, gostava de ter alguém. Até porque parece que a vida não tem graça e que não faz qualquer sentido sem amor. Pelo menos, é essa a ideia transmitida em todo o lado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Talvez tenha ficado habituada a ter sempre uma pessoa por perto quando precisava. E, de repente, fiquei sem ela. Deve ser por isso que me sinto tão só. Por isso e por me ver, agora, sem ninguém do meu lado, sem ninguém que se importe minimamente e que se lembre de mim de vez em quando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Durante uns tempos, tentei colmatar esta solidão e esta "falta de alguém" saindo de casa e tentando fazer qualquer coisa de diferente com a minha mãe ou com um e outro amigo, de vez em quando. No entanto, apesar de a minha mãe também estar sempre disponível quando preciso, não foi necessário muito tempo para perceber que sair com ela só me fazia sentir pior. Mais sozinha e mais triste, como se tal fosse possível. Com amigos, é o oposto: sinto-me animada, acho que os meus problemas são pequenos e sem sentido, que estou a ser ridícula por estar triste e que posso fazer qualquer coisa. Mas cada um tem a sua vida e é sempre tão difícil encontrar-me nem que seja apenas com um deles. Acabo por me sentir irritada - e triste, também - quando levo uma resposta negativa a algum convite que faça e devido ao facto de, na grande maioria das vezes, ser eu a lembrar-me deles. Ao ponto de, durante uns tempos, desistir de convidá-los para o que quer que seja e deixar a minha tentativa de vida social de parte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tudo isto para dizer o quanto as pessoas começam a cansar-me. Por me desiludirem, por me magoarem, por me deitarem abaixo e por alimentarem os horríveis pensamentos negros causados pela depressão, ainda que não tenham consciência de que o façam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ainda há uns dias atrás, achei que seria bom conhecer outras pessoas. Mas, agora, já não o quero fazer. Só trariam mais desilusões.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim que o pus na cabeça, e assim que me apercebi que colmatar a solidão com outras pessoas também não era tão benéfico assim, achei por bem começar a sair sozinha. A ir para onde bem me apetecesse, sem dar satisfações, sem ter que me esforçar por manter uma conversa e sem ter que suportar aquelas irritantes conversas de circunstância. Achei que teria que aprender a desfrutar da minha própria companhia, e foi o que fiz durante uns dias. Surpreendentemente, não me senti sozinha. Senti-me livre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E, com isto, veio uma dúvida. Será que precisamos realmente de alguém para sermos felizes?</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-6525017313609144942017-03-16T21:10:00.000+00:002017-03-16T21:10:55.102+00:00"Where did I go wrong? I lost a friend"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/89452458/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/89452458/large.jpg" height="640" width="425" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Talvez tenha sido estúpida por pensar que ex-namorados podiam ser amigos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pensava que, passado um tempo, pudéssemos voltar a falar. Que pudéssemos voltar a encontrar-nos e conversar sobre como estávamos, o que andávamos a fazer e quais eram os planos para o futuro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como sempre, fui ingénua. Sempre a tentar ver o melhor nas pessoas. Sempre a desiludir-me.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Custa. Porque, no fim de contas, acabei por perder um amigo. E custa saber que nunca falaremos de novo, que não suportarias estar no mesmo espaço que eu e que, muito provavelmente, me virarias a cara se passasses por mim na rua e fingirias não me conhecer se me visses em qualquer lado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sei que te magoei. Mas uma coisa é estar-se magoado, e, isso, o tempo acaba por curar, ou assim eu espero acreditar. Outra coisa é ignorar, ser-se parvo e mal-educado, agir como se eu não fosse nada. No fim de contas, parece que é mesmo isto...acabei por não ser nada. Depois de tanto tempo, parece que te foi passada uma esponja pela cabeça que te levou todas as memórias, como se nem sequer me tivesses conhecido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pensava mesmo que seríamos amigos. Enganei-me, como sempre. As minhas esperanças morreram com as atitudes que tiveste numa única semana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Seja. Não vou gastar mais palavras.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-19546259924841214992017-03-11T00:28:00.002+00:002017-09-23T23:12:04.609+01:00Living in the dark<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVyZN4BH3geB2vBEkVDRPumt3TC53tcl0d66U5fsLPKF4MM8LK_tpd0b7XQEWj3jFQgSvIUUqyXnzftMSTx2K5r6hBJpv6C1kYq6UckdNzAMO_Z12-BiH__UaHEJD-yIzGsv2k702fCd7S/s1600/17237028_10210621669597037_1649736969_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVyZN4BH3geB2vBEkVDRPumt3TC53tcl0d66U5fsLPKF4MM8LK_tpd0b7XQEWj3jFQgSvIUUqyXnzftMSTx2K5r6hBJpv6C1kYq6UckdNzAMO_Z12-BiH__UaHEJD-yIzGsv2k702fCd7S/s640/17237028_10210621669597037_1649736969_o.jpg" width="580" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Desenho da minha autoria.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Olhar para o espelho e só ver defeitos em mim mesma. Lembrar-me apenas de momentos maus do passado e de más escolhas. Ver um futuro completamente negro. Disseram-me que estes eram sinais de início de uma depressão. E ouvir estas palavras em voz alta só me deu vontade de chorar. Chorar por não fazer ideia de como cheguei a este ponto, o de bater quase no fundo do poço e de não saber como regressar à tona. E chorar por sempre ter pensado que isto era algo que só acontecia aos outros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Já dura há uns meses e é, provavelmente, a pior sensação de que tenho memória. Existem altos e baixos. Dias normais, em que me sinto bem, animada e bem-disposta; dias em que sou eu mesma, portanto. E dias em que estou no extremo oposto - dias em que me sinto de rastos. Por vezes, um dia começa bem ou de uma forma normal. Mas, a certa altura, um pensamento, uma conversa ou o próprio ambiente que me rodeia faz-me escorregar e cair para dentro do poço. E começo a cair cada vez mais, até os pensamentos negros tomarem conta de mim. É algo que surge do nada e que pode durar horas ou dias. Depois, de repente e sem qualquer explicação, encontro o caminho de novo para a superfície do poço e lá estou eu outra vez, de bem com a vida. Mas sempre com a consciência de que vou escorregar de novo, mais cedo ou mais tarde. Assim é desde há uns meses atrás: altos e baixos contantes. Tem sido impossível passar mais de uma semana sem pelo menos um dia mau. Uma semana foi, aliás, o meu recorde. Eles voltam sempre. E parece que este é um ciclo que nunca irá terminar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Num dia mau, choro que me farto durante horas. Graças a isso, fico sem fome, fico cansada, dói-me a cabeça, choro até adormecer e, mesmo assim, acordo a meio da noite e mantenho-me acordada por demasiado tempo. Num dia mau, só quero estar sozinha, enroscar-me e chorar. E, nesses momentos, das duas, uma: ou quero que o tempo páre, ou quero adormecer para que o dia seguinte chegue, e isto para que possa sair de casa novamente e para me manter ocupada. Nesses momentos, outra das coisas que acontece é surgir um turbilhão dos mais variados pensamentos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O último lugar em que quero estar depois de sair do trabalho é a minha própria casa. A minha própria família irrita-me. Irritam-me os sons, as vozes e as rotinas que existem na minha própria casa; é como se não me sentisse bem nela e preferisse estar num sítio só meu. Sair com a minha mãe faz-me sentir sozinha e como que uma falhada. Sinto-me frustrada por causa do curso que tirei e por causa da Ordem. Dou por mim a detestar o meu trabalho, a arrastar-me no meu local de trabalho e a ser irritadiça com todos os meus colegas. Por outro lado, parece que me sinto melhor no meu local de trabalho do que em casa. Apodera-se de mim uma enorme vontade de fugir, de desaparecer deste lugar e de nunca mais voltar. Deve ser por isso que só me sinto mais animada quando não estou em casa ou quando penso nas viagens que vou fazer este ano. Sinto-me uma completa inútil quando chega o fim-de-semana e quando não tenho planos. Sinto-me sem objectivos, e isto porque parece que tudo deixou de me interessar. Num dia mau, é tudo tão feio e tão triste, que nada parece fazer sentido. Sinto-me demasiado sozinha. Sinto que não tenho ninguém e que nunca vou encontrar alguém que goste realmente de mim. Sinto que ninguém se preocupa e que ninguém gosta de mim, apesar de me serem dadas provas do contrário, muitas das quais eu mal acredito, talvez por me sentir uma pessoa horrível. Sinto que só faço porcaria e que não valho nada. Sinto que não sou indispensável para ninguém e que não faria falta a ninguém se desaparecesse. Num dia mau, só vejo o tempo a passar enquanto estes pensamentos tomam conta de mim. Sinto que jamais serei feliz. Não tenho vontade para nada e é como se nada valesse a pena. Sinto-me perdida, sem rumo, sem quaisquer objectivos e sem nada pelo qual lutar; acho, até, que nem vale a pena lutar pelo que quer que seja. Esqueço-me de que tenho sonhos e desisto de tentar mudar a minha vida em prol da minha felicidade e do meu bem-estar. Por achar que não servirá de nada e que bastará ver os dias a passar, um de cada vez. Num dia mau, até o facto de estar sol me irrita. Uma das poucas coisas que me apetece fazer é estar com alguém e falar com alguém, sobre tudo isto ou sobre outros assuntos quaisquer que me distraiam, mas parece não existir uma única alma disposta a ouvir-me e a consolar-me, ou a perder algum do seu precioso tempo comigo. Num dia mau, apenas a música e a arte me puxam para cima. Desenhar permite-me expressar-me e acalma-me, assim como me distrai. E a música parece funcionar como um escudo que mantém os pensamentos negros à margem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É difícil expressar isto por palavras; parece que não são suficientes. Mas assim tem sido, desde há uns meses atrás, intercalado com dias bons ou, pelo menos, melhores e normais. Pior do que saber que isto não leva a lado nenhum, é não saber como escapar. Os pensamentos negros apoderam-se de mim e deixam-me de rastos, mas, mesmo quando me deixam, mantêm-se à margem, prontos a atacar de novo a qualquer instante. E o ciclo repete-se. Por mais que me tente distrair e tente ser positiva e andar animada, eles encontram maneira de entrar e de atacar novamente. Sempre. Parece que, agora, se tornaram numa parte de mim e que nunca me irão deixar.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-92044533961425873692017-02-20T20:30:00.000+00:002017-02-20T20:30:19.530+00:00Todos têm o seu próprio timing, certo?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzgpvjl4YTeGQL0HMg_JVFUQMknVCRTV953ODNIYfQ66h7__k6os9il__gjRz0RUS6Bf15d9RPpUIdzynHFvpIWjHMRFqO3611wgSVkImCgnyGdYV2kTaAMyWENnAcxS8COSDSGOItQQLy/s1600/15940973_744088532412831_8206046261247115154_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzgpvjl4YTeGQL0HMg_JVFUQMknVCRTV953ODNIYfQ66h7__k6os9il__gjRz0RUS6Bf15d9RPpUIdzynHFvpIWjHMRFqO3611wgSVkImCgnyGdYV2kTaAMyWENnAcxS8COSDSGOItQQLy/s640/15940973_744088532412831_8206046261247115154_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ir para a escola. Terminar o secundário. Entrar na universidade. Tirar um curso. Encontrar um emprego. Trabalhar. Sair de casa dos pais. Casar. Ter filhos. O resumo da vida. Ou melhor, o resumo daquilo a que a sociedade chama de vida e que, supostamente, toda a gente tem que seguir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fui para a escola e fiz o secundário sem nunca ter perdido um ano e sem nunca ter voltado atrás. Sempre com boas notas para poder entrar na universidade, apesar de não ter grande desejo em fazê-lo - simplesmente, assim tinha que ser. Tirei a carta de condução logo depois de fazer dezoito anos, não porque quis, mas porque assim tinha que ser - e também porque, honestamente, me senti pressionada a fazê-lo. Entrei na universidade logo depois de concluir o secundário, quando nem sequer sabia o que queria da vida e sem sequer me sentir preparada para tal. Coisas que se notaram quando ganhei coragem de admitir que queria desistir e voltar atrás. Voltei a entrar na universidade no ano seguinte, mas ainda sem certezas quanto àquilo que queria. Tive vontade de desistir novamente e de voltar atrás, mas não quis dar mais uma desilusão a toda a gente. Conformei-me e aguentei o curso até ao fim. Licenciei-me e comecei a procurar trabalho. Encontrei um estágio remunerado, pelo que comecei a trabalhar e a ganhar o meu próprio dinheiro. Ao mesmo tempo, mantinha uma relação de alguns anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Podia parecer que estava a ir bem. Isto é, que seguia os ideais da sociedade no que toca à sua versão de "vida perfeita". Podia parecer, mas as aparências enganam muito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como disse, não tirei um curso que me fizesse feliz e me fizesse sentir realizada. Conformei-me. Não gosto propriamente do meu trabalho, mas preciso dele. Não posso, sequer, trabalhar noutro sítio qualquer por não pertencer à Ordem da minha <strike>amada </strike>profissão. E, no que toca à relação de alguns anos, acabou por terminar. Com isto, não me conformei. Estava cansada de me conformar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estava, e estou. Há alturas em que me apetece largar tudo e começar de novo. Só para não ter que me conformar com o facto de ter uma profissão que não me diz nada e de viver num sítio ao qual não sinto que pertenço.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao mesmo tempo, sinto que fazer isso seria como voltar para trás.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho quase vinte e cinco anos e este é o resumo da minha vida: tirei um curso cuja profissão não é a minha praia, estou a fazer um estágio remunerado e não posso trabalhar antes de pertencer à Ordem, estou solteira e ainda vivo com a minha mãe. E vejo todas as pessoas à minha volta, nomeadamente as da minha idade ou as que lá andam perto, com a vida encaminhada. Tiraram o curso que queriam e não tiveram que passar por mudanças de curso, trabalham, têm uma relação estável que parece irritantemente perfeita, saíram de casa dos pais ou pensam fazê-lo, casaram ou pensam em casar-se.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por um lado, sinto-me completamente ultrapassada por toda a gente. Mas, por outro...será que todos têm que seguir aquele rumo ridículo imposto pela sociedade? E se eu não quiser? <span style="font-size: xx-small;">(Não quero, de todo, pois não quero ter filhos)</span> E se eu quiser voltar atrás; e se eu tiver que bater com a cabeça contra a parede várias vezes até descobrir o que quero fazer da vida? E se só o descobrir daqui a uns tempos e isso me obrigar a voltar atrás?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Oh, já sei. Vão falar. Vão criticar. Vão mandar boquinhas. Porque não cresço. Porque não sei o que quero. Porque, com a minha idade, <i>devia</i> estar a fazer isto e aquilo, e não aquela outra coisa. É ridículo, mas é o que acontece.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com tudo isto, chega-se à conclusão - chegaram por mim, melhor dizendo - que andei a viver em função dos outros. A fazer as coisas por causa da opinião dos outros, por causa daquilo que iriam pensar. Quando a vida é minha e quando, supostamente, devia fazer aquilo que quero. Mesmo que não siga o ritmo de toda a gente e mesmo que demore a chegar ao "patamar" onde todas as pessoas da minha idade se encontram agora. Devia focar-me mais em mim e pensar em mim. O problema é que nem sempre o consigo.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-36105705761892237212017-02-19T12:24:00.000+00:002017-02-19T12:24:20.158+00:00About Valentine's<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/163053549/large.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/163053549/large.png" height="426" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Este ano, por muito que tivesse dito a mim mesma que este dia passar-me-ia ao lado, dei por mim a lembrar-me do dia dos namorados do ano passado. Talvez por ter feito um dia de sol maravilhoso, tal como no ano passado. Lembro-me perfeitamente de como foi. E, consequentemente, lembrei-me dos anteriores. Dos filmes, dos jantares, de um em que recebi um presente-surpresa através do correio, de um outro que se resumiu a uma viagem de comboio e a um singelo jantar de pizza, do primeiro a sério e do outro antes, em que recebi duas cartinhas parvas e engraçadas. Costumava detestar este dia; depois, passei a gostar; e, passados uns aninhos, achei-o desnecessário e começou a ser-me indiferente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Este ano, foi um dia normal. As memórias vieram à tona, mas não deixou de ser um dia normal. Não houve cartinhas, nem presentes, quanto mais um programa especial. Um dia normal, mas que não me deixou tão indiferente assim. Já me cansam as exibições de felicidade de todos os casais e mais alguns num dia normal, quanto mais no dia dos namorados. É ver toda a gente a vomitar amor e felicidade através de fotografias nesse dia em especial. Completamente desnecessário, na minha opinião. E completamente irritante, também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estou sozinha por opção. Foi das poucas vezes na minha vida em que tomei uma decisão a pensar em mim mesma, e não nos outros - naquilo que os outros iriam pensar, mais concretamente. Fiz o que achei que seria melhor para mim, até porque continuar a arrastar algo que, para mim, perdera o sentido não seria justo para ninguém e traria tudo excepto felicidade. Na grande maioria dos dias, sinto-me bem, de facto. Mas há dias em que me sinto sozinha. Demasiado sozinha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não digo que me arrependo da decisão que tomei. É apenas isso, o sentir-me sozinha. Parece que nunca estamos satisfeitos. E, com todos estes pensamentos que surgiram neste dia, dei-me conta das voltas que a vida pode dar...</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-48777330523547367722017-01-26T20:50:00.000+00:002017-01-26T20:50:10.608+00:00Facto #47<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/77207171/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/77207171/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É incrível como falar com alguém sobre aquilo que nos preocupa faz-nos ver o problema de outra perspectiva. Mesmo que esse alguém não compreenda, de todo, a situação. É incrível como falar e ver o problema de outra perspectiva faz-nos perceber que, afinal, o problema não era assim tão grande. E é incrível como, depois de nos apercebermos disso e de encontrarmos formas de contornar o problema, tudo parece voltar ao normal. Aos poucos, vou voltando a reencontrar-me e vou vendo pequenas luzinhas na escuridão. Luzinhas que começaram a acender-se - e que continuam a acender-se - graças às pessoas que me ouviram, que me deram conselhos, que me fizeram ver que o problema não era assim tão grande. Se as coisas têm solução, então têm tudo para dar certo. Basta querermos. </span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-64607144904327697122016-12-31T14:23:00.000+00:002017-09-23T23:12:04.615+01:00Sobre 2016<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj5FUESiPcDalSJF6fhpJ1-B5r2I1BhMSooXryhzoomAgxohaJflAmXH1DigkbpoJt1_hVxK7F9m3dipoolXZzqG_Z0aE1dDku9E6tPwH7nG1Wy97yX7KH5m7NVzHRO5UcPD6mWfWnvkqC/s1600/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj5FUESiPcDalSJF6fhpJ1-B5r2I1BhMSooXryhzoomAgxohaJflAmXH1DigkbpoJt1_hVxK7F9m3dipoolXZzqG_Z0aE1dDku9E6tPwH7nG1Wy97yX7KH5m7NVzHRO5UcPD6mWfWnvkqC/s640/large.jpg" width="457" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span id="goog_259845763"></span><span id="goog_259845764"></span>Este ano trouxe o começo de uma nova etapa. Comecei a trabalhar - pronto, é um estágio, mas, mesmo assim, foi o meu primeiro contacto com o mundo do trabalho - e deixei a vida de estudante para trás, da qual tenho tantas saudades. Pois é. Estava eu ansiosa por deixar de estudar e começar a trabalhar, mas não foi preciso passar muito tempo para me aperceber de que a vida enquanto estudante é que era boa. Adoro receber o meu próprio dinheiro e poder gastá-lo no que quiser sem ter que o pedir a ninguém. E, inicialmente, achava fantástica a sensação de chegar a casa depois de um dia de trabalho e não ter que voltar a pensar nisso até ao dia seguinte. Ou seja, de não ter que estar a estudar ou a fazer trabalhos. Mas, ultimamente, isto de andar mais desocupada está a cansar-me. Ando cansada de descansar, e nunca pensei vir a sentir isso. Este ano trouxe-me, assim, uma nova experiência, e, com ela, uma nova perspectiva em relação à vida, mas, também, algumas dúvidas e incertezas quanto ao futuro, em termos profissionais. Termino o ano sem saber bem se é isto que quero fazer e com o desejo de voltar a estudar em breve.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A par disso, 2016 foi um ano peculiar. E isto porque teve diversos altos e baixos. Dias demasiado bons e momentos fantásticos; dias péssimos e momentos terríveis. Especialmente nestas últimas semanas. O stress em relação ao trabalho aumentou, havendo dias em que isso me deitou abaixo. Reprovei num dos exames da Ordem e comecei a perguntar-me se valerá a pena continuar a insistir em algo só por ter que ser, e não porque me faz feliz. Apercebi-me de que os meus sentimentos em relação ao meu actual ex-namorado estavam a morrer e senti-me a pessoa mais horrível à face da Terra por causa disso. Algumas pessoas desiludiram-me, mas perdoei-as. E deixei de me reconhecer a mim própria. Perdi a vontade para tudo aquilo de que gosto de fazer e caí num estado depressivo e de tristeza que me trouxe os piores dias de que tenho memória. Esses dias ainda persistem, contudo, intercalados com dias melhores. Tenho tido altos e baixos, dias em que estou perfeitamente bem e em que sou eu própria outra vez e dias assim, em que me sinto completamente perdida, triste e sozinha e a achar que a vida não faz qualquer sentido por eu não estar feliz. Não é normal, e eu própria reconheço que não estou bem. Termino o ano assim, neste estado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas o ano também me trouxe momentos maravilhosos, e é neles que prefiro focar-me. Apesar de ter reprovado num dos exames da Ordem, o outro correu super bem. Fui aprovada com distinção, o que me fez pensar que, afinal, fiz qualquer coisa bem ao longo do estágio. Que, afinal, até sou capaz de fazer alguma coisa de jeito no que toca ao trabalho. O estágio em si correu muito bem. Aliás, bem melhor do que estava à espera. Posso não morrer de amores por aquilo que faço e podem haver dias em que não gosto mesmo nada daquilo que faço, mas gosto muito do lugar em que estou e do ambiente. Deve ser a primeira vez na vida em que não me sinto tão deslocada e em que sinto que faço parte de alguma coisa. Mas já chega de falar sobre trabalho. Fiz novos amigos e reencontrei-me com antigos. Dei passeios fantásticos durante o Verão e descobri recantos tão bonitos que desconhecia por completo. Vi os Iron Maiden e os Nightwish, e foram das melhores noites da minha vida. Visitei Sintra pela primeira vez e adorei. Fui tantas - demasiadas, até - vezes a Lisboa e senti-me livre a cada momento. Posso ter chorado como nunca durante este ano, mas também sorri e ri tanto, mas tanto, e consegui sentir-me feliz durante algum tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para além disso, sinto que mudei. Não sei se para melhor ou para pior; só sei que, definitivamente, não sou a mesma pessoa que era no início do ano, nem tão-pouco a mesma pessoa que era há uns anos atrás. Sinto-me mais espontânea, com maior vontade de viver e de arriscar. Mais sarcástica também, e com menos medo de dizer o que penso. Mais verdadeira, talvez. Começo a expressar-me mais e a desabafar mais, e eu não fazia ideia do quanto isso era libertador. Acho que uma das melhores coisas que me disseram este ano foi que eu sou exactamente aquilo que demonstro ser. Ou seja, que não finjo ser alguém que não sou; que não finjo ser uma pessoa e, no fim, sou outra totalmente diferente. Foi algo mesmo bom de se ouvir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para 2017, o meu maior objectivo é pôr a cabeça em ordem. Pensar realmente - e pensar bem - naquilo que quero, sair deste estado negro e depressivo em que tudo parece tão triste e sem sentido e reencontrar-me novamente, voltar a ser feliz, a adorar a vida, a ver algo bonito e positivo em tudo. Espero voltar a estudar. Não sei se será um mestrado ou uma nova licenciatura - se bem que, se assim for, vou sentir que andei a desperdiçar estes anos todos e que tudo o que fiz foi em vão, apesar de, no fundo, não ser bem assim -; essa é uma das coisas na qual tenho que pensar muito bem. Mas vou voltar a estudar, isso é certo. Ando a pensar em começar a ter aulas de guitarra, algo que já quis há uns anos atrás, mas de que, entretanto, acabei por desistir. Voltei a lembrar-me disso, até porque tenho tempo livre de sobra, mas, para já, é apenas uma ideia e pode nem vir a concretizar-se devido à minha actual pouca vontade de fazer o que quer que seja. Vou continuar a tentar publicar o meu livro e espero que a vontade e a paixão por escrever regressem em breve. Quero muito ir ao concerto dos HIM em Junho. E vou passar quase duas semanas em Toronto, algo pelo qual estou muito ansiosa. Vou ter com uma amiga que lá está a viver de momento, e nessa altura os Delain vão lá estar e já começamos a planear ir juntas ao concerto. Vai ser tão espectacular, e eu mal posso esperar por essa viagem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Acima de tudo, e isto vem na sequência do meu principal objectivo para o ano que se inicia, espero fervorosamente que 2017 me dê a oportunidade de ser feliz de novo.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-26244415760797310672016-12-27T14:53:00.001+00:002016-12-27T14:53:19.767+00:00I think I've found a special friend<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/30762407/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/30762407/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Quis desejar-lhe um bom Natal decentemente. Com direito a um daqueles abraços apertados e reconfortantes que tanto eu como ele adoramos. Mas não houve oportunidade para isso; as circunstâncias não o permitiram. Seria constrangedor, no mínimo, se o tivéssemos feito em frente a toda a gente. Há que manter uma certa imagem, por assim dizer. Por isso, apenas dissemos </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Bom Natal</i><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> um ao outro. Tal como fiz com toda a gente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Recebi uma chamada dele pouco depois de chegar a casa. E estranhei. Perguntou-me se podia descer, pois estava à minha porta. Quando lhe perguntei o que estava ele ali a fazer, disse-me que só queria vir desejar um bom Natal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Desci. Falámos por uns cinco minutinhos, se tanto. Deu-me um presente. E um daqueles abraços. Enquanto isso, disse-lhe <i>Agora sinto-me mal por não ter nada para te dar</i>. Ao que ele respondeu <i>Não vim cá com a intenção de receber alguma coisa. Sabes com que intenção vim cá, não sabes? Para receber um abraço destes</i>. E isto, para mim, valeu mais do que todos os presentes de Natal possíveis e imagináveis.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-12267951072261246332016-12-23T23:30:00.000+00:002016-12-23T23:30:57.220+00:00Christmas? Not really in the mood...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/151538943/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/151538943/large.jpg" height="628" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Já gostei mais do Natal. Pela primeira vez, nem me parece que é Natal e nem vontade tenho de celebrar. E isto por estar tudo tão diferente, por tudo ter mudado para pior. Mudou tudo desde a perda da minha avó. Desde aí, parece que todas as festas de família se tornaram vazias, sem graça e, até, parece que são um sacrifício para mim. E o Natal é como se fosse "a gota de água". Porque, enfim, é </span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">aquela</i><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> festa de família. E, ultimamente, estar com a minha família tem sido algo sufocante. Ando cansada, farta de tudo e de todos. Com vontade de desaparecer e de estar o mínimo de tempo possível com esta gente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O Natal, antes, significava matar saudades de casa e da família. Voltar para casa e voltar a ver a família eram coisas que me deixavam tão feliz... Até mesmo antes disso já me sentia feliz. Quando começava a ver os anúncios de Natal na televisão ou algumas decorações natalícias aqui e ali, já começava a ficar feliz. Significava que já não faltava muito para voltar a casa e àquele conforto e para voltar a ver e a estar com as pessoas de quem mais gostava...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agora, já não há nada para o que voltar. Já não há saudades. Só há uma família que pareceu tornar-se irritante com o passar do tempo e uma casa para a qual não me dá vontade de voltar depois de um dia de trabalho e na qual não me apetece estar quando não estou a trabalhar. Tudo mudou desde que a minha avó deixou de estar entre nós. Tudo mudou desde que eu regressei a este lugar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É o segundo Natal que passo nestas condições, mas não deixa de ser menos penoso que o Natal passado. Este ano, o meu espírito natalício andou abaixo de zero e não tenho qualquer vontade de celebrar. Mal podia, sequer, ouvir falar em Natal. Pela primeira vez, o Natal bem que podia passar-me ao lado.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-17891795345044096402016-12-17T23:48:00.000+00:002017-09-23T23:14:02.710+01:00"Your music is saving me" #2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/212454337/large.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/212454337/large.gif" height="359" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tenho me apercebido de que ouvir música - ouvi-la mesmo, sem nada a distrair-me ou a ocupar-me para além disso, estando sem fazer absolutamente mais nada - não é a única coisa que me tem acalmado nesta fase depressiva. Por incrível que pareça, conduzir é outra das coisas que me acalma e que me deixa mais leve, mais livre. Muito provavelmente - aliás, penso que não é provavelmente, acho que é <i>certamente</i> -, porque o faço, claro está, a ouvir música. E não a porcaria da música de rádio, que parece deprimir-me ainda mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há poucos dias, lembrei-me que tinha gravado um CD dos Evanescence. Fi-lo há anos atrás, quando os considerava a minha banda favorita. Foi a minha banda favorita durante anos. Gravei o álbum <i>Fallen</i> na totalidade, e, como ainda havia espaço no CD, acrescentei as minhas músicas favoritas do álbum seguinte, <i>The Open Door</i>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lembrei-me desse CD e levei-o para o carro. Desde aí, tem sido a minha melhor companhia. Ponho o volume bem alto e passo a viagem de carro a cantar. É sempre incrível a sensação de nos lembrarmos das letras das músicas de cor e salteado, mesmo passado tanto tempo desde a última vez que as ouvimos. E isso anda, definitivamente, a deixar-me mais calma e a animar-me. A <i>salvar-me</i>, mais uma vez.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas é mais do que isso. Ouvir este CD e aquelas músicas em específico tem sido diferente de ouvir um outro CD que me acompanha também bastante, que gravei apenas com músicas que colocam o meu ânimo bem lá para cima. E isto por causa das letras. As letras que eu sei de trás para a frente - umas melhor do que outras, diga-se de passagem -, mas que cujo significado nunca tinha entendido e às quais nunca tinha prestado tanta atenção como agora. Há certas frases, certos trechos, que se adequam tão perfeitamente à fase pela qual estou a passar, que até me faz impressão. Parece que foram mesmo escritas para mim, para esta fase em especial. E parece incrível e algo bizarro eu ter-me lembrado de voltar a ouvir Evanescence logo agora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Até tenho dado por mim a desejar que a viagem entre o meu local de trabalho e a minha casa durasse mais tempo. Pois, se assim fosse, podia ouvir música aos berros e cantar dentro do carro durante mais tempo. Até porque nem tenho tido vontade de vir para casa. Ultimamente, estar em casa tem sido um autêntico tormento.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-20584727589293294762016-12-10T23:19:00.001+00:002017-09-23T23:14:02.724+01:00"Your music is saving me"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/267388090/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/267388090/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Perdi a conta ao número de comentários deste género que li em vídeos do YouTube ou nas páginas do Facebook de diversas bandas. Na altura, não percebia ao certo o que queriam dizer; não faziam sentido para mim. Como podia a música salvar - no verdadeiro sentido da palavra - alguém? Mas, agora, entendo isso. Oh, entendo tão bem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ando a passar por uma fase demasiado horrível. Uma fase pela qual nunca passei antes. Não têm sido apenas dias maus. Têm sido semanas. É algo que dura há semanas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sei explicar o que é. Apenas não sei o que se anda a passar comigo. Eu própria não me reconheço. A verdade é que ando a sentir-me demasiado em baixo. Triste. Chateada. Enervada. Sozinha. Sem vontade para nada. Sem nada que me anime. Tenho dias em que apenas choro. E tenho estado assim por causa de tanta coisa. Tanta coisa, que resolveu acontecer toda ao mesmo tempo. Está tudo a acontecer ao mesmo tempo, e eu não estou a conseguir aguentar isto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por causa disso, é como se a vida se tivesse tornado numa coisa horrível, vazia, sem objectivos, sem qualquer propósito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Salva-se a música.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nestes dias, nesta fase terrível pela qual ando a passar, ouvir música tem sido a única coisa que me apetece fazer quando me sinto no meu pior. Tem sido a única coisa que me anima, a única coisa que me dá alguma esperança. A música está, de facto, a salvar-me. E ainda bem que ela existe.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-86289522152756905582016-11-20T20:58:00.000+00:002016-11-20T20:58:43.472+00:00Facto #46<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/15805391/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/15805391/large.jpg" height="359" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Há dias em que me sinto tão sozinha, tão desamparada e tão "sem-objectivos", que dou por mim a pensar no quão triste e miserável a minha vida é. E pensar assim ainda me deita mais abaixo.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-37054482207291371772016-11-15T22:49:00.002+00:002016-11-20T21:05:42.794+00:00O Nome do Vento - Patrick Rothfuss<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://static.fnac-static.com/multimedia/PT/images_produits/PT/ZoomPE/5/1/7/9789895576715.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://static.fnac-static.com/multimedia/PT/images_produits/PT/ZoomPE/5/1/7/9789895576715.jpg" height="320" width="202" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b><u>Sinopse:</u></b> <i>Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta "autobiografia" de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho</i></span><i>.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Este livro foi das melhores coisas que me veio parar às mãos. Foi uma supresa fantástica e um verdadeiro deleite, que me proporcionou horas muito, mas muito bem passadas. É um livro brilhante, maravilhoso e tão cativante, que me deixou completamente rendida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Na minha opinião, prima pela originalidade, não só pela história, mas, também, pela forma como está escrito. O livro - ou melhor, a trilogia - é a história do protagonista, Kvothe. Portanto, lemos o protagonista a contar a sua história. Kvothe conta-a a um cronista, com a condição de que precisará de três dias para tal. Este primeiro livro é o primeiro dia em que Kvothe conta a sua história. Cada livro é um dia, portanto - três dias, três livros. Um dia em que é contada uma história cheia de aventuras, de peripécias, de magia, de música, de conquistas e de perdas, de amor e de amizade, de aprendizagens e de fracassos; uma história em que nos são apresentadas variadíssimas personagens e locais; e tudo descrito de uma forma tão rica que só nos faz ansiar por mais e que nos maravilha por completo. Bem, pelo menos comigo foi assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pode parecer estranho que a história de um livro inteiro se desenrole num só dia. Mas, na verdade, não é necessariamente assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Começámos com uma narrativa escrita na terceira pessoa, em que nos é apresentado um estalajadeiro misterioso e algo melancólico em relação à vida, que dá pelo falso nome de Kote. Experienciámos um pouco o seu quotidiano e conhecemos algumas coisas daquele mundo. Entretanto, conhecemos também o Cronista, até que, um dia, ambas as personagens se encontram. E é aí que a história do protagonista nos começa a ser contada. E, aí, a narrativa altera-se, passando para primeira pessoa. A partir daí, o livro desenrola-se tão naturalmente, que quase nos esquecemos que aquela é uma história dentro de uma história. Como que um livro dentro de outro livro. E, de vez em quando, a história que Kvothe nos conta é interrompida para regressarmos ao presente: ao mesmo dia em que esta começou a ser contada, e ao mesmo local - a estalagem -, onde Kvothe e o Cronista se encontram. Num momento podemos estar a ler a história de Kvothe, e, no outro, podemos, de repente, regressar ao momento presente. Podemos estar tão embrenhados na história, que é como se precisássemos de um momento para retomar o fôlego. Esses interlúdios funcionavam mesmo assim, como uma espécie de "abanão mental" para regressarmos à realidade - não à nossa realidade, como é óbvio, mas à "realidade" do mundo do livro - ou como uma tomada de fôlego; como se ler a história de Kvothe nos fizesse mergulhar literalmente e fossem necessários esses interlúdios para virmos à superfície e recuperarmos, pararmos um pouco. Foi esta a sensação que tive.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois, para além desta forma tão brutal como o livro está organizado, temos a história em si. E que história. Kvothe, para começar, é um artista. Faz parte de uma trupe que corre o mundo para entreter as povoações através do teatro e da música, e isto, no início, foi suficiente para me conquistar, porque gostei imenso da ideia. Para além disso, é uma personagem super curiosa e inteligente. E tão querida - entrou no meu <i>top</i> de personagens favoritas, definitavamente. Adorei mesmo este personagem. Isto porque adoro este tipo de livro em que conhecemos o protagonista desde criança e vamos seguindo a sua vida. Porque passámos a conhecê-lo tão bem, demasiado bem, que é como se, de certa forma, "crescêssemos juntos". Já me tinha acontecido isto com outra trilogia - a <i>Trilogia do Elfo Negro</i> -, e também o protagonista desta é uma das minhas personagens favoritas da literatura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas, adiante. Não quero, de forma alguma, contar a história. Apenas dizer que começámos com uma vida de nómada e de artista numa famosa trupe e passámos para uma outra completamente diferente, de fugitivo, ladrão e sem-abrigo numa cidade que o despreza. E isto por causa da reviravolta que muda a vida do protagonista por completo, bem como a sua visão do mundo, algo que o assombrará para sempre, conduzindo-o a uma busca incessante por respostas que se mantém ao longo de todo o livro. Disto, passámos para uma outra vida, de um estudante numa universidade, e, depois, de um aventureiro que resolveu seguir uma pista sobre o acontecimento que marcou a sua infância e mudou a sua vida. Ao longo do caminho, cruzámo-nos com as mais variadas personagens, umas que podemos vir a adorar, mas outras que nem tanto, e explorámos diversos lugares. Mas, em todo o caso, há sempre dois grandes elementos em comum: magia e música. A magia pode estar presente em muitos livros do género, mas nunca da forma como nos é apresentada neste em específico. Porque a magia até tem outro nome neste mundo: simpatia. Completamente engraçado. E, quanto à música, bem, foi uma surpresa e tanto. Acho que nunca tinha lido um livro em que a música estivesse tão presente, especialmente num livro de fantasia. Podem haver livros de fantasia com canções e afins - <i>Senhor dos Anéis</i>, por exemplo -, mas nada quando comparado com este aqui. Até a forma como o autor fala sobre música é...diferente. Nota-se o quanto é importante para o protagonista. É-nos descrita como se fosse algo quase palpável. Algo imprescindível na sua vida. E Kvothe toca alaúde...o que poderia ser mais fofo? E um dos locais que mais adorei no livro - que foi onde se desenrolaram algumas das cenas de que mais gostei também - foi um bar, próximo da universidade, onde se juntavam artistas que partilhavam a sua música. Acho que foi uma ideia que resultou espantosamente bem. Porque este não é o típico livro de fantasia em que o protagonista parte numa demanda e percorre o mundo. Embora também percorra parte do mundo, existem estes aspectos - a universidade, as noites num bar - tão próprios da nossa realidade. E eu adorei esta espécie de junção dos dois mundos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E, como não podia deixar de ser, há que destacar a escrita do autor, que é sublime. Para além de o livro ser super bem escrito e tão rico em detalhes, Rothfuss escreve coisas que só consigo classificar como lindas. Deixo-vos, aqui, os meus trechos favoritos:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>Quando somos crianças, raramente pensamos no futuro. Esta inocência deixa-nos livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguirão. O dia em que nos preocupamos com o futuro é também o dia em que deixamos a infância para trás.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>(...) o Outono é a melhor altura para arrancar as raízes de qualquer coisa de que nos queiramos livrar de vez. (...) "Nos meses de Primavera, as coisas estão demasiado cheias de vida. No Verão, estão demasiado fortes e não se deixam ir. Já no Outono..." (...) O Outono é a altura certa. No Outono, tudo está cansado e pronto para morrer.</i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>Saiam nos primeiros dias de Inverno, depois da primeira queda de temperatura da estação. Encontrem uma poça de água coberta por uma camada de gelo, fresco e recente, transparente como vidro. Perto do limiar da poça, o gelo conseguirá suportar o vosso peso. Deslizem para o interior. Mais ainda. Eventualmente, encontrarão um local onde a superfície não consegue suportar-vos. Aí, sentirão o que eu senti. O gelo fractura-se sob os vossos pés. Olhem para baixo e vejam as linhas brancas espalhando-se sobre o gelo como teias de aranha loucas e elaboradas. O silêncio é perfeito, mas conseguem sentir as súbitas vibrações agudas que se erguem a partir das plantas dos pés.</i></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><i>Foi isto que aconteceu quando Denna me sorriu. Não pretendo dizer que me senti como se o gelo estivesse prestes a ceder sob os meus pés. Não. Senti-me como o próprio gelo, fracturado, com rachas estendendo-se desde o local onde tocou o meu peito. Apenas me mantive inteiro porque os meus mil pedaços se ajustavam uns aos outros. Se me movesse, receava desfazer-me.</i></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">(Kvothe é um romântico e também o adorei por isso.)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Rendi-me completamente a esta história e fiquei mesmo apaixonada por ela. Considero este livro uma leitura obrigatória para fãs de fantasia. Foi dos melhores que já li até hoje e estou mesmo ansiosa por viver o segundo dia na estalagem, para ouvir Kvothe a contar novas histórias sobre si próprio. Um livro maravilhoso, não apenas pela história por si só, mas também pela forma como está escrito, em termos de organização e em termos da escrita em si. Recomendo vivamente.</span></div>
</div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-69602575569272051312016-11-13T20:08:00.001+00:002016-11-13T20:08:29.679+00:00Em sequência do post anterior...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_l2aOvi6uDxc9ik0Q-MVMlt2faNXJ80YGuRFA__5XOz9IyW28VAiwH8Iqn6BItEAqfWv1isAY1lxD5OG0_RV_dB0J86H8nPObf1NdLpCisJ9sVrfMpqWHbxTsLiukargct5dkLA54c8F/s1600/14705879_1318931068120188_2042493412435335922_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh_l2aOvi6uDxc9ik0Q-MVMlt2faNXJ80YGuRFA__5XOz9IyW28VAiwH8Iqn6BItEAqfWv1isAY1lxD5OG0_RV_dB0J86H8nPObf1NdLpCisJ9sVrfMpqWHbxTsLiukargct5dkLA54c8F/s640/14705879_1318931068120188_2042493412435335922_n.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Resolvi deixar de pensar tanto no futuro quando isso só me deita abaixo. Afinal de contas, é sempre quando decido levar as coisas na desportiva e viver um dia de cada vez que tudo começa a melhorar e que a vida me surpreende. Posso vir a desiludir-me, no final. Mas, enquanto o "final" não chega, mais vale não pensar nisso. Mais vale deixar as coisas fluir e viver o presente. Se o presente me deixa feliz, mais vale ser feliz. Ser feliz <i>agora</i>. Sem pensar no futuro, mas manter, no fundo, uma leve centelha de esperança de que tudo irá correr bem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Só espero conseguir manter esse pensamento. Mas, mais do que isso, espero que não venha a dar-me mal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em todo o caso, ainda bem que existem pessoas que me fazem pensar assim e que me fazem tão bem. Se bem que, contudo, isto não deixe de ter a sua ironia...mas mais não posso dizer.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-20702179884792684272016-11-06T23:08:00.000+00:002017-09-23T23:16:08.772+01:00Facto #45<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/43782043/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/43782043/large.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sinto-me completamente estúpida e ridícula por ficar tão em baixo e chorar que me farto por algo que ainda nem sequer aconteceu e que pode até nem vir a acontecer. Mas, neste caso em concreto, a probabilidade de esse "algo" acontecer é tão grande, que é como se eu já me estivesse a preparar para isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tornei-me numa pessoa mais positiva, que, para além de tentar ver sempre um lado positivo em tudo, costuma pensar positivo, pensar que as coisas vão correr bem. No entanto, há certos casos - como este caso em concreto - em que parece não valer a pena pensar positivo. Porque, de tanto se pensar positivo, podemos vir a iludir-nos. E, depois, se acontece aquilo que mais temíamos, a decepção é ainda maior.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-57548584069162978062016-11-05T23:45:00.001+00:002016-11-06T00:29:26.100+00:00Escrito por mim #8<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/122778335/large.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/122778335/large.png" height="408" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A noite
estava repleta de estrelas, e apenas algumas nuvens dispersas cruzavam o céu
negro. Uma grande meia-lua observava-nos, como um olho branco semicerrado, e
conferia um brilho prateado a tudo o que era capaz de alcançar. O vento de
Inverno não se fazia sentir, tornando a noite numa das mais agradáveis até
então, mas o ar não deixava de estar gelado. O meu rosto e as mãos estavam
frios e nuvens de vapor formavam-se de todas as vezes que expirava o ar. No
entanto, a felicidade de estar a voar, sobretudo ao lado dele, e a
sensação de liberdade que aquele acto me conferia deixavam-me num estado de
leveza tal, que era como se nada me pudesse preocupar. Na verdade, qualquer
outro pensamento que pudesse ter não chegava sequer a formar-se na minha mente,
desvanecendo-se como pó.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Lentamente, deixámos o campus e
sobrevoámos a cidade. Estava coberta de branco e envolta numa anormal quietude.
As ruas estavam iluminadas pelos candeeiros que funcionavam por meio de magia,
mas não se via ninguém a pé. A cidade ocupava-se de tarefas do quotidiano ou
repousava no mundo dos sonhos, refugiada num lar de calor e de conforto e
protegida do frio do Inverno e da escuridão da noite, completamente alheia às
duas almas que a sobrevoavam, fascinadas com o que viam, como se pertencessem a
uma outra realidade e estivessem naquela apenas por passagem, a observá-la pela
primeira vez. Flutuámos sobre a cidade junto aos edifícios mais altos, tão
silenciosos que nos convencemos de que ninguém daria por nós. E tal parecia
confirmar-se a cada segundo que passava, como se sentíssemos a própria cidade a
dormir debaixo de nós enquanto voávamos. Era como se, debaixo de nós e a
envolver toda a cidade, estivesse um manto invisível, a cobri-la com silêncio e
com sossego, a impregná-la com um tipo de magia que a fazia dormir e evitar que
olhasse para o céu e se deparasse com aquelas duas almas. Senti-me como uma
espectadora, uma viajante, alguém que não tinha acesso àquele lugar. Como se,
mais do que um manto invisível, existisse também uma espécie de redoma a cobrir
a cidade e a separá-la de mim, a impedir que eu e ela, entidades pertencentes a
dois mundos diferentes, tivéssemos qualquer contacto.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Durante todo o passeio, eu e
ele não trocámos uma palavra, de tão absortos e deslumbrados com o que se estendia por baixo de nós e com a incrível sensação de voar, especialmente em
boa companhia. Depois da cidade, sobrevoámos os seus limites. As colinas e as
pequenas vilas que se espalhavam sobre elas, também adormecidas e cobertas de
branco. Os bosques e as estradas que as separavam e as florestas mais densas e
com as árvores mais altas, pelas quais deixei a minha mão aberta perpassar e
sentir as suas folhas, que persistiam em pleno Inverno. Os ribeiros que as
cruzavam aqui e ali e os sopés de gigantescas e imponentes montanhas rochosas
que se erguiam em direcção ao céu. Tudo tão silencioso, que parecia inacessível
e quase irreal, mas que, ao mesmo tempo, me deixava a imaginar uma vida de
aventuras a percorrer tais cenários.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Elevámo-nos de encontro às
nuvens antes de descermos a pique para o oceano banhado a prata pela lua, e aí
apercebi-me do quão alto era capaz de voar e de como isso não me assustava ou
preocupava, desde que o quisesse e estivesse confiante. Tal como tudo o resto,
o mar encontrava-se calmo, e a canção imparável causada pela suave ondulação
tranquilizava-me ainda mais. Aproximei-me o suficiente para inspirar aquele
odor salgado e característico e para passar as pontas dos dedos ao de leve pela
água, que rapidamente recolhi devido à diferença de temperatura. Quando as
luzes da cidade, ao fundo, se tornaram demasiado próximas, tornámos a ascender.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Atravessámos as nuvens, uma e
outra vez, subindo e descendo no ar somente para passarmos, uma vez mais, por
aquela camada de vapor de água que se assemelhava ao mais fofo algodão. Por
vezes, enquanto subia, dava meia-volta, ficando de olhos postos no céu com as
suas inúmeras estrelas e vendo-as depois a afastarem-se assim que descia e a
serem-me retiradas do campo de visão quando atravessava uma nuvem. Quando me
cansei de as furar, permiti-me rodopiar no ar ou flutuar de barriga para
cima, como tanto gostava de fazer quando me encontrava no oceano. Observava o
céu estrelado ou a paisagem lá do alto, ao mesmo tempo que, dentro de mim,
sentia a felicidade pura de uma criança.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A certa altura, senti-o atrás de mim, e deixei-me cair ao seu encontro, de costas e
lentamente. Sentei-me, de costas para ele, na parte dianteira da vassoura, que
ele me cedeu assim que me vira a aproximar-se. Não o fizera devido ao cansaço;
o misto de sensações – felicidade, alegria, divertimento, leveza, liberdade –
que crescia a cada segundo dentro de mim impedia que qualquer forma de cansaço
se manifestasse. Fizera-o para estar mais próxima dele, como que para
partilhar, com ele, aquelas sensações. Mesmo que tal não fizesse sentido algum.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Uma das suas mãos continuava a segurar o cabo da vassoura, para poder conduzi-la. Agora com o
peso de dois corpos, optou por conduzir a vassoura num voo lento e em
frente, sem um destino em particular. Continuávamos sobre o oceano, qual manto
de veludo negro ondulante, com a cidade à nossa frente, cujas construções
subiam no espaço como uma escadaria e eram intercaladas por minúsculos pontos
de luz quente e suave, que faziam lembrar pirilampos. O outro braço dele rodeou-me o ombro e a parte da frente do meu corpo, ficando a sua mão pousada
no meu ombro contrário. Assentou o queixo nesse meu mesmo ombro, ao mesmo tempo
que me puxava mais para perto de si, lenta e gentilmente. As minhas costas
ficaram contra o seu peito. Senti o seu calor, suave e reconfortante, a ser-me
transferido, bem como a sua respiração junto ao meu pescoço. O coração
martelava-se-me fortemente no peito, mas um sorriso de felicidade e de deleite
desenhou-se sem esforço no meu rosto, como que num gesto involuntário. Naquele
momento, senti-me feliz, protegida e invencível, como se não houvesse mal algum
no mundo capaz de me magoar, como se tudo fosse possível. E só quis que tudo
aquilo – eu e ele abraçados em pleno ar, sobre o oceano, com a cidade
iluminada à nossa frente, envolvidos por uma bolha de felicidade e alheios ao
resto do mundo – durasse para sempre.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">Obs.: a música <i><a href="https://www.youtube.com/watch?v=AaWPduHl_j8" target="_blank">Walking in the Air</a></i>, dos Nightwish, para além de absolutamente linda, foi uma grande fonte de inspiração para este texto.</span></div>
</div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4281977175973842962.post-84449673686302114812016-10-30T20:55:00.000+00:002016-10-30T20:55:53.409+00:00Facto #44<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://data.whicdn.com/images/56246038/large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://data.whicdn.com/images/56246038/large.jpg" height="400" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não sou uma pessoa expressiva. Daquele tipo de pessoa que expressa aquilo que sente - leia-se: sentimentos - como se falasse do estado do tempo. Já <a href="http://mylifeasanunusualgirl.blogspot.com/2013/01/problemas-de-expressao.html" target="_blank">aqui, há uns anos atrás</a>, falei sobre isso. No entanto, acho que acabo por perder por ser assim. Por não dizer as coisas. Por preferir não falar, achando que as pessoas sabem aquilo que sinto. Um pensamento errado, eu acho. Que comecei a achar errado, aliás, ultimamente. Primeiro, porque as pessoas não estão dentro da nossa cabeça e não vão adivinhar o que sentimos. E, segundo, porque nós próprios podemos não passar a ideia correcta. Podemos, involuntariamente, ter certas atitudes ou dizer certas coisas sem controlarmos, que levam os outros a achar que nos sentimos de determinada maneira em relação a eles. Que nos sentimos de uma maneira que não corresponde à verdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já perdi uma pessoa por não ter dito o que sentia. Ou melhor, por não ter sido capaz de admitir o que sentia em relação a essa pessoa e por só me ter apercebido disso quando já foi tarde. Ando a lembrar-me disso constantemente e a dizer a mim mesma que não quero cometer o mesmo erro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas é-me demasiado difícil expressar-me. Enquanto para algumas pessoas é algo completamente natural, para mim é demasiado assustador. Ando a trabalhar nisso, mas, mesmo assim, fica sempre algo por dizer. Acabo sempre por pensar que podia ter dito mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Apesar de tudo, estou mesmo disposta a ultrapassar isto. A expressar-me e a não deixar nada por dizer, apesar de todos os medos. Antes que seja tarde.</span></div>
IceQueenhttp://www.blogger.com/profile/04318712662264094762noreply@blogger.com5