Mostrar mensagens com a etiqueta Açores. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Açores. Mostrar todas as mensagens

17/08/2015

Mais de 1000 razões para ser feliz #5

Fotografia minha.
Aproveitar o Verão da melhor forma: passear em lugares que me são desconhecidos, apreciar as paisagens e desfrutar da paz e da tranquilidade que a natureza proporciona.
Em suma: continuar a armar-me em turista na minha própria terra.

02/08/2015

Mais de 1000 razões para ser feliz #2

Acordar cedo, vestir uma roupa prática, preparar umas sanduíches, pôr a mochila às costas, calçar as sapatilhas, sair da cidade e partir à aventura.

31/07/2015

Mais de 1000 razões para ser feliz #1

Quem já me seguia no ano passado talvez se lembre de um desafio que propus a mim mesma. Chamei-lhe Coisas boas do mês, e consistia em registar, no final de cada mês, tudo o que tinha acontecido de bom durante o mesmo e que me tivesse feito feliz, mesmo que não passassem de simples pormenores. Abracei esta ideia precisamente para tentar encontrar um lado positivo nas coisas, e isto porque costumava ser uma pessimista do pior. E, de facto, aprendi a apreciar as coisas simples, a ver que, por mais aborrecido que um determinado mês tivesse sido, houve sempre qualquer coisa que me fez sorrir. Mais do que isso, constatei de que não é preciso muito para me sentir assim, feliz. Mesmo que seja uma felicidade breve, que dure pouco tempo. Mas, por menos tempo que dure, é suficiente para me fazer ganhar o dia.
A Marianna, do blog Colibri, fez com que eu desenterrasse este desafio, e isto porque ela própria resolveu abraçar algo semelhante e desafiar os seus seguidores a fazer o mesmo. Chamou-o Mais de 1000 razões para ser feliz. O objectivo é, basicamente, o mesmo que o do desafio que fiz durante o ano passado, mas em que se podemos escrever quantas publicações quisermos, quando quisermos. Sem prazos, sem limites, com textos, com fotografias, em posts separados ou num único...resumindo: sem regras. O que, para mim, é óptimo, pois posso escrevê-las sempre que me der na telha e sempre que me apeteça espalhar a felicidade por estas bandas.
Infelizmente, não tenho fotografias para ilustrar todos os momentos, mas...vamos a isto.

26/06/2015

Presa na ilha

As pessoas parecem pensar que estou a gozar quando digo que gostava de ir ao Porto quando acabar o estágio. Dizem que posso enviar a tese e o relatório por correio e perguntam-me onde é que ia passar as noites - e eu digo que fico numa pensão qualquer. Sim, realmente posso enviar as coisas por correio, mas isto de entregar as coisas é apenas um pretexto, porque o que eu preciso mesmo é de sair daqui por um bocadinho. Gosto de aqui estar, como é óbvio, mas passei três anos e meio entre cá e lá. E três anos e meio é algum tempo. Habituei-me a ter o meu espaço e a sair de casa para onde bem me apetecesse, sem dar satisfações a ninguém. É disso que sinto falta. Mudar de ares é quase uma necessidade, devido a ter-me habituado tanto a estar longe. Mas, por outro lado, tenho noção de que a nossa situação financeira não é a melhor, neste momento.
E não vou ao Vagos. Por causa do estúpido casamento. Resta-me rezar para que a próxima edição tenha um melhor cartaz, com mais bandas de que gosto.
Não vou ao Vagos, nem, muito provavelmente, ao Porto. Não vou fazer férias para lado nenhum. Vou passar mais meses aqui, no mesmo pedaço de terra, com o eterno clima incerto, os péssimos festivais de Verão e os lugares que já conheço de trás para a frente e que estou farta de visitar. Salva-se a viagem a Amesterdão no início de Setembro. O que, verdade seja dita, pode vir a ser um grande inconveniente, e isto por causa do exame de licenciatura, também conhecido como dia da defesa. 
A minha data ainda não está marcada, mas nem sei o que seria pior: se defender só para finais de Setembro ou inícios de Outubro, deixando-me algum tempinho para descansar, ou se logo no final de Agosto, de forma a seguir para os Países Baixos completamente descansadinha da vida e felicíssima por ter terminado o curso. Nem sequer sei se o final de Agosto é uma altura possível, uma vez que corresponde a férias para muita gente, embora a orientadora tenha dito que sim, que era possível, caso entregasse os trabalhos na época normal, em vez de na de recurso. Mas o meu primeiro pensamento teve a ver com o facto de finais de Agosto ser demasiado cedo, o que obrigar-me-ia a pôr mãos à obra o quanto antes. Ainda assim, a ideia de ir viajar sem aquela preocupação é demasiado tentadora. Estou a contar entregar tudo na época normal, uma vez que as coisas estão praticamente prontas. E, independentemente da minha data de defesa, o certo é que terei mesmo que ir ao Porto por causa disso, e aí sim, poderei aproveitar para passar lá uns dias. Aí, já ninguém me poderá impedir, porque terá mesmo que ser. Que chatice.
Mas, até lá, ficarei prisioneira da ilha. Acho que vou reservar a praia e os banhos de mar para manhãs esporádicas em que o tempo esteja óptimo, já que passei a preferir ir à praia de manhã, de modo a aproveitar as tardes para outras coisas. Acho que vou voltar a sair de casa só para ler debaixo das árvores num jardim ou para ir comer um gelado a uma esplanada. Espero fazer muitos piqueniques e churrascadas em família. Vou apostar em passeios pela natureza, não com o intuito estúpido de fazer exercício e andar rapidamente, mas sim para demorar-me a apreciar a paisagem, mesmo que isso implique ficar para trás. E deliciar-me com longas sessões de escrita debaixo do guarda-sol. Se vierem dias maus, nem vou reclamar, pois até no Verão sabe bem um dia no sofá com um filme giro ou com um bom livro como companhia. Posso ficar prisioneira da ilha, mas não vou deixar que isto me estrague as férias. Até porque tenho que passar parte delas a trabalhar na maldita defesa...

02/06/2015

E depois da licenciatura?

Tenho ouvido esta pergunta demasiadas vezes ultimamente. Muita gente me pergunta para onde vou quando terminar o curso, e a maioria dessas pessoas diz que o melhor que tenho a fazer é pôr-me a andar daqui para fora. Já há muito tempo que digo não querer tirar um mestrado, e esta ideia não mudou. Começara a pôr a hipótese de tirar outro curso; tentar a minha sorte naquele que fora a minha primeira opção aquando da candidatura ao ensino superior, ou outro que me despertasse interesse e que estivesse virado para as artes, uma das minhas grandes paixões. No entanto, agora com o estágio, já me habituei ao facto de chegar a casa e não carregar aquele fardo de ter que estudar. Estou a gostar imenso desta sensação, e pensar em estudar de novo é algo que não me deixa propriamente feliz, uma vez que significaria voltar ao início e deixar de me sentir assim. Tenho, contudo, que fazer outra porcaria de um estágio para poder pertencer à maldita Ordem que resolveram criar há dois ou três anos atrás - mas penso que este, pelo menos, poderá ser remunerado, o que não é mau de todo. Portanto, tendo mesmo que fazer isto e caso mude de ideias em relação ao mestrado ou a tirar outro curso, a verdade é que não vou começar a trabalhar tão cedo. É por isso que não gosto deste tipo de perguntas, disto de o que fazer ou para onde ir depois do curso. Nunca gostei de fazer planos a longo prazo, mas talvez tenha sido por isso que nunca tenha tomado decisões lá muito boas. Como tal, não é de admirar que não tenha qualquer plano.
Como disse, muita gente me diz para sair daqui, e até já me disseram que, se fossem a mim, iriam para os Estados Unidos, já que tenho a dupla nacionalidade; mas este nunca foi um destino que me fascinasse, para além de que o meu pai já lá viveu e diz que a vida lá não é pêra doce, embora as coisas possam já estar um bocadinho diferentes. Durante os semestres de aulas, os meus colegas pareciam partir do princípio que eu ia voltar para a ilha, quando, secretamente, eu só desejava poder ficar ali, em Portugal continental, por mais tempo. A ideia de voltar, começar a trabalhar e fixar-me lá, no lugar onde nasci, chegou a ser impensável em algumas alturas. Ter saído de casa para ir estudar para o Porto foi das melhores experiências que já tive, e regressar às origens significava perder tudo aquilo que a parte continental era capaz de oferecer. É que, apesar de ser o mesmo país, as diferenças entre o continente e as ilhas conseguem ser abismais.
No entanto, não deixo de reconhecer a qualidade de vida que se tem aqui na ilha. Algumas pessoas também mo têm dito. Gosto que os lugares sejam todos bem mais próximos uns dos outros, que não se percam horas em transportes, que não existam filas de trânsito intermináveis, que o mar esteja tão próximo, que possa olhar para ele e refrescar-me nele sempre que quiser, ao invés de apenas meia dúzia de vezes num ano inteiro - e sem gelar os ossos -, que tenhamos a melhor carne do mundo e outras quantas iguarias fantásticas, que a vida seja levada de uma forma mais calma, enfim. Mas detesto o clima totalmente incerto, assim como o facto de estarmos demasiado limitados. De pouco ou nada acontecer, de não termos grandes eventos, de não existirem lugares próximos que me sejam desconhecidos e onde poderia dar um saltinho para quebrar a rotina de vez em quando. Estas coisas só existem na parte continental, e eram o que fazia com que gostasse tanto desta parte. Agora, temos as companhias aéreas low-cost, que me permitiriam usufruir do melhor dos dois mundos com maior regularidade, mas também não deixa de ser aborrecido - para além de dispendioso - andar frequentemente de avião para poder sair daqui - para mim, andar de avião é aborrecido, ponto.
Todavia, mesmo pensando em tudo isto, nem sei onde arranjaria emprego. Costumava pensar que seria mais fácil encontrá-lo aqui, já que se contam pelos dedos as pessoas das ilhas que saem da minha faculdade, o que significa que a grande maioria dos licenciados fica pelo continente - ou vai-se embora. Mas, agora, já nem sei.
Em relação ao estrangeiro, confesso que não tenho uma opinião formada. Mas penso que seria a minha última opção; só mesmo em último recurso, caso me fizessem uma oferta de emprego fantástica e eu não conseguisse encontrar mais nada em lado nenhum. Não é algo que me assuste assim tanto, uma vez que já vivi longe de casa e dos que me são queridos, já tive que lidar com a saudade e com a solidão e tudo isso. Acho que, se tal acontecesse, seria apenas mais uma grande mudança, como quando fui para a faculdade: apenas um novo lugar com diferenças abismais em relação à minha terra natal.
A questão é que, quanto mais me perguntam e quanto mais me dizem, pior, pois cada um puxa para o seu lado, para o seu tipo de vida ideal e para o seu destino ideal. Seria tão mais fácil se houvesse um lugar perfeito, que combinasse ambas as coisas: a qualidade de vida que aqui temos e os aspectos positivos que existem "lá fora".

17/01/2014

Wanderlust


Viver numa ilha é como viver num mundo à parte. No Verão, tem as suas vantagens - como referi *neste post* -, e é por isso que passei a considerar que a minha terra natal só é boa para se passar férias. Já estou tão habituada àquilo, que uma semana dá para ir a praticamente todos os lugares de maior interesse e dá para fazer diversas coisas. Passada essa semana, já se tornou tudo igual. Já não há mais nada para fazer.
Digo que parece um mundo à parte porque, uma vez tudo visto, está feito, não há mais nada para ver nem mais lugares para onde ir. Se quisermos ir a outro lugar, é ver-nos a pagar mais de cem euros por uma viagem de avião, mesmo que seja para outra ilha. E sim, isto de se pagar um preço tão absurdo para sair de uma ilha é também coisa de outro mundo e só contribui mais para o nosso isolamento.
É por estas razões que adoro o continente. Há sempre lugares para descobrir; há sempre uma cidade ou uma terriola que não conhecemos e que, mesmo parecendo não ter interesse nenhum, pode vir a surpreender-nos. E podemos sair daqui e ir para outro país com grande facilidade. Seja de carro, de comboio ou até numa viagem de avião baratíssima (a comparar com aquilo que eu tenho sempre que pagar para sair daquela ilha).
Só tenho imensa pena de não o poder fazer. Ora por falta de tempo, ora por falta de dinheiro, ora por falta de companhia.
Como acabei de entrar de férias, não me importaria mesmo nada de ficar aqui mais uns dias antes de me enfiar novamente naquele pedaço de terra rodeado por mar. Ficaria por aqui a conhecer cidades das redondezas e a passear mais um pouco aqui pelo Porto, armada em turista. Mas lá está: apesar de já estar habituadíssima a fazer mil e uma coisas sozinha, ir para uma cidade desconhecida por minha conta é algo para o qual ainda não adquiri coragem suficiente. Porque, quer dizer, não tem nada a ver com ir até à baixa ou ir a um concerto sozinha. Aqui no Porto eu desenrasco-me, mas, numa cidade onde nunca pus os pés, aí já é complicado.
Acho que não tiro partido nenhum da minha estadia aqui no continente por causa disso, por, mal entrar de férias, ir logo para casa fazer mais do mesmo e ver o que já estou farta de ver, seja por falta de dinheiro para andar a fazer viagens a partir daqui, seja por falta de companhia. Não sei de onde apareceu de repente esta minha ânsia de viajar e de conhecer novos lugares, mas penso que isso surgiu porque sempre vivi num lugar isolado, que não me dava oportunidade de ir mais longe. Agora que estou num lugar a partir do qual posso ir para tantos outros, a minha vontade é só a de aproveitar a oportunidade. Porque isto pode acabar. Não falta muito para terminar o curso...e, se ficar a trabalhar na minha terra natal, puff, adeus passeios para os arredores e aventuras a baixo preço, olá terrinha isolada que não passa do mesmo e bilhetes de avião acima de cem euros. Mas, aqui entre nós, estou a fazer figas para que isto não aconteça. Não me interpretem mal; adoro a minha terra. Mas já passei dezanove anos confinada àquele lugar. O mundo é demasiado grande para ser reduzido a um pedaço de terra em pleno Atlântico.

21/08/2013

Sortuda


Por vezes, considero-me sortuda por viver onde vivo. Estudar fora de casa faz-me ter noção disso. Não só devido às saudades, mas também por aquilo que ouço dizer.
Percebi que sou um tanto ou quanto privilegiada por viver num lugar que muitos portugueses gostariam de conhecer, mas que nem todos têm oportunidade. 
Vi que há tanta gente com um certo fascínio pelo mar. Vi as suas reacções quando o observavam passado tanto tempo sem o verem, e eu tenho a sorte de o ver todos os dias, em praticamente qualquer lado. Mesmo sem sair de casa, consigo vê-lo, uma fita azul por entre as árvores que continuam a crescer e os prédios que vão sendo construídos. Ver o mar, para mim, é algo tão banal, quase como parte do quotidiano.
Apercebi-me de como muita gente faz longas viagens para poder ir a uma praia, não conseguindo ir lá com tanta frequência, enquanto eu tenho a hipótese de ir a qualquer uma sempre que quiser, sem perder muito tempo até lá chegar.
Há quem ache assustador viver numa ilha. Não vejo porquê. Pode ser um meio pequeno onde pouco acontece, mas haverá algo melhor do que passar o Verão num lugar onde as temperaturas não atingem os 30ºC, onde tudo é pertinho, onde a água do mar é óptima e onde se pode ir a uma praia todos os dias - desde que haja vontade - em vez de apenas uma ou duas vezes num Verão inteiro?