30/10/2016

Facto #44


Não sou uma pessoa expressiva. Daquele tipo de pessoa que expressa aquilo que sente - leia-se: sentimentos - como se falasse do estado do tempo. Já aqui, há uns anos atrás, falei sobre isso. No entanto, acho que acabo por perder por ser assim. Por não dizer as coisas. Por preferir não falar, achando que as pessoas sabem aquilo que sinto. Um pensamento errado, eu acho. Que comecei a achar errado, aliás, ultimamente. Primeiro, porque as pessoas não estão dentro da nossa cabeça e não vão adivinhar o que sentimos. E, segundo, porque nós próprios podemos não passar a ideia correcta. Podemos, involuntariamente, ter certas atitudes ou dizer certas coisas sem controlarmos, que levam os outros a achar que nos sentimos de determinada maneira em relação a eles. Que nos sentimos de uma maneira que não corresponde à verdade.
Já perdi uma pessoa por não ter dito o que sentia. Ou melhor, por não ter sido capaz de admitir o que sentia em relação a essa pessoa e por só me ter apercebido disso quando já foi tarde. Ando a lembrar-me disso constantemente e a dizer a mim mesma que não quero cometer o mesmo erro.
Mas é-me demasiado difícil expressar-me. Enquanto para algumas pessoas é algo completamente natural, para mim é demasiado assustador. Ando a trabalhar nisso, mas, mesmo assim, fica sempre algo por dizer. Acabo sempre por pensar que podia ter dito mais.
Apesar de tudo, estou mesmo disposta a ultrapassar isto. A expressar-me e a não deixar nada por dizer, apesar de todos os medos. Antes que seja tarde.

29/10/2016

Just friends

Ele (depois de debitar uma lista de coisas de que gosta acerca dela): Gosto dos teus abraços. São tão apertados e quase fico sem respirar, mas pronto...
Ela: Ups. Desculpa.
Ele: Não; eu gosto. São tão gostosos. Tão bons.
Ela: Aww...
E limitou-se a continuar a olhar para ele e a sorrir feita parva. Enquanto ele continuava a debitar a lista de coisas de que gosta acerca dela. 

22/10/2016

A felicidade consegue ser tão simples

Perguntaram-me o que era preciso para me fazerem feliz. Respondi que basta mostrar-se que se importam. Que se preocupem, que demonstrem que gostam de mim e que querem estar comigo. Não sei como me saiu esta resposta, mas é mesmo assim. Vindo dos outros, não preciso de muito para me sentir feliz. Porque, vendo bem, passar um bom bocado com alguém de quem gosto - seja a tomar um café e a conversar, seja a dar um passeio, ou qualquer outra coisa - faz-me sentir feliz. Sinto-me feliz quando isso acontece; sinto-me feliz quando recebo um convite ou quando se programa qualquer coisa; sinto-me feliz no momento em que estou com essas pessoas e sinto-me feliz quando as deixo e quando regresso a casa. Não deixa de ser estranho este sentimento. Isto é, de existirem pessoas que nos fazem tão bem. Que nos fazem sentir bem, valorizadas, especiais, felizes - em separado ou tudo isto ao mesmo tempo.

18/10/2016

Quando a música fala por nós


Há umas semanas atrás, estes versos adequaram-se:

We had fire in our eyes
In the beginning I
Never felt so alive
(...)
I swear, I never meant to let it die
(...)
It's not fair when you say that I didn't try
Three Days Grace - Let It Die

(...)should have last forever
But now it's time to sail on 
So take this anchor from my heart
So we can finally drift apart 
Before we drown in sorrow

Hoje, o verso que se adequa e que nunca fez tanto sentido como agora é este:

I am scared to death to fall in love with you.

14/10/2016

Mais de 1000 razões para ser feliz #23

Depois de ter estado tanto tempo - semanas, meses - parada no que toca à escrita do meu livro, voltei a fazê-lo. E voltei em força. Estou novamente tão entusiasmada em relação a isto. Senti tanto a falta de escrever.

13/10/2016

Halo, Hades e Céu - Alexandra Adornetto


Sinopse (Halo): Três anjos - Gabriel, o guerreiro; Ivy, a curandeira; e Bethany, a mais jovem e humana de todos - são enviados para levar o Bem a um mundo que sucumbe ao poder das trevas.
Esforçam-se por esconder o brilho luminoso que os envolve, os poderes sobre-humanos que detêm e, representando o maior dos perigos, as asas, ao mesmo tempo que evitam qualquer tipo de relação com os humanos. 

Mas Bethany conhece Xavier Woods e ambos se revelam incapazes de resistir à atração que sentem um pelo outro. Gabriel e Ivy tentam tudo para impedir aquela relação, mas o sentimento que une Xavier e Bethany é demasiado forte. 
A missão dos anjos é urgente e as forças das trevas são ameaçadoras. Irá o amor lançar Bethany na perdição ou salvá-la?

O que mais me levou a querer ler esta história foi o facto de se tratarem de anjos enviados à Terra. Porque achei diferente. Apesar de saber que estava perante (mais) um típico Young Adult em que o final da história parece previsível, chamou-me à atenção a questão dos anjos. Por nenhum motivo em especial; apenas por ser algo diferente do que era habitual. Para ser honesta, considero-me ateia, pelo que nem sequer pus a hipótese de a questão da religião católica estar implícita nestes livros. Bem, enganei-me.
É um romance, sim, mas é uma história que também fala do Céu e do Inferno, de Deus e de Lúcifer. E, sinceramente, isto foi algo que nem sequer me fez comichão. Pelo contrário. E não fez porque, bem, estava a ler um livro. E, num livro, pode acontecer qualquer coisa. Pode-se falar sobre tudo e mais alguma coisa, que nada me faz espécie. Para dizer a verdade, gostei bastante da forma como a autora abordou estes temas. Da sua visão do Céu, tão estranha, bizarra e "vazia", mas tão gira ao mesmo tempo, e até da forma como os três anjos que protagonizam a história falam de Deus - nota-se algo como amor genuíno, como se fosse realmente pai (de sangue) dos três. São referidas histórias e passagens da Bíblia que se enquadraram muito bem na história, e, nisto, nota-se estudo e pesquisa por parte da autora, que é algo que eu admiro quando leio um livro. Dá-nos, ainda, a conhecer a forma como o Céu está organizado; que existem vários tipos de anjos - os Arcanjos, os Serafins, os anjos "mais baixos", por assim dizer -, cada um com a sua função, e que os comuns mortais que lá vão parar não passam, bem, de almas que por lá andam.
No que toca ao lado oposto, o Inferno, lá chegarei.
O primeiro livro da trilogia, Halo, apresenta-nos, como não podia deixar de ser, as personagens e toda a hierarquia celeste. Logo nas primeiras páginas, é quase impossível não se ficar rendido à escrita da autora. Era ainda muito nova quando escreveu o livro - não sei dizer a idade ao certo, porque, ao fazer uma pesquisa, cada site indicava uma data de nascimento da autora diferente -, mas isso nem sequer se nota. Tem uma escrita muito rica, cheia de detalhes, com muitas comparações pelo meio, tal como eu gosto. É facílimo imaginarmos um espaço ou uma personagem através das suas descrições. Não são descrições exaustivas; antes, cada frase vem cheia de detalhes que nos faz logo imaginar tudo, sem sequer nos apercebermos. Apenas não gostei das constantes interrogações ao longo da escrita - Será que...? e outras coisas que tais apareciam com frequência durante a narração, e isso é algo que, pessoalmente, não aprecio. Para além disso, as personagens são muito bem caracterizadas. Têm uma personalidade bem vincada, e apercebemo-nos mais disso quanto mais lemos e quanto mais vamos avançado na história. Às tantas, já conseguimos adivinhar as reacções de determinadas personagens aos acontecimentos, tendo em conta as suas características - mas não tenho a certeza se isso é algo bom ou mau.
No primeiro livro, Beth, o anjo mais jovem, conhece Xavier e vamos acompanhando a evolução da sua relação. Que não deixa de ser um bocadinho rápida e um tanto um quanto cliché: o rapaz giro do liceu apaixona-se pela rapariga nova. Típico dos YA, mas voltarei a abordar esta questão mais abaixo. A certo ponto, a relação de ambos tornou-se demasiado melosa e pirosa para meu gosto e achei que as coisas eram um bocado exageradas. Mas é muito giro ver os anjos - principalmente a Beth - num mundo que não é o deles, a tentarem adaptar-se a coisas tão básicas e tão banais para nós como o facto de terem que comer ou dormir, a tentarem esconder a sua identidade e a não saberem o significado de determinadas coisas, como certas expressões, por exemplo.
O segundo livro começa bem, na minha opinião, e isto porque a Beth é chamada à razão pelas amigas, no que toca ao facto de a sua relação com o Xavier se ter tornado...bem, demasiado peganhenta. Falam em como é saudável não se estar sempre juntos, algo que eu concordo. E gostei que a autora falasse nisso; acho que não tinha visto esta questão a ser abordada noutros YA. Para além disso, há uma reviravolta, e é aí que passamos a conhecer o chamado Inferno. Tal como aconteceu com o Céu, a descrição da autora deste lugar surpreendeu-me. Conhecemos um mundo diferente, com lugares que nada têm a ver uns com os outros, e personagens diferentes. É um lugar bizarro, também, mas desengane-se quem pensa que não é o típico Inferno de angústia e sofrimento do qual se ouve falar. E é quase impossível não nutrir uma certa "simpatia", digamos assim, pelo vilão da história, que já surgira no volume anterior. Pelo menos eu falo por mim; parece que tenho sempre uma queda pelos bad boys das histórias, e este não foi excepção.
No terceiro livro, há novas reviravoltas e novas peripécias, e está sempre no ar e a cada virar de página a dúvida se Beth e Xavier conseguirão, realmente, ficar juntos. Não apenas por ela ser um anjo e ele um humano, mas também porque a sua estadia na Terra é temporária, tendo ela e os outros dois, Gabriel e Ivy, sido enviados apenas com uma missão - em que, no entanto, têm que se misturar e viver como humanos para não darem nas vistas. Mas, para além disso, travarem qualquer tipo de relação com humanos não fazia parte dos planos, pelo que as autoridades celestes vêem-se obrigadas a intervir quando se apercebem que as coisas foram demasiado longe. E é por isso que há sempre aquela dúvida se vão ficar juntos ou não.
Este último volume surpreendeu-me. E isto porque, afinal, o famoso cliché dos YA tem uma razão de ser. Ou seja, há uma explicação para Xavier se ter apaixonado por Beth - uma explicação para ter sido ele, e não outra pessoa qualquer -; não foi uma simples obra do acaso. Foi algo que me surpreendeu e algo que gostei de ver num livro deste género. E a dita explicação seria perfeita e tinha tudo para dar certo...se não fosse um pormenor, referido no primeiro volume, que fez com que as coisas não fizessem sentido. Ou seja; gostei que houvesse uma explicação, estava mesmo surpreendida e entusiasmada com isso, mas, depois, fiquei frustrada. Porque a explicação não fazia sentido, e não fazia por causa de algo referido no primeiro livro! Em suma, passei o que restava deste terceiro livro à espera que me explicassem isso melhor e que houvesse uma resposta ou uma explicação para isso...e nada! Francamente, isso irritou-me. Como é que nem a autora, nem os revisores, nem ninguém reparou nesse deslize? Não percebo. Desde aí, ando a pensar seriamente em mandar um e-mail à autora a pedir-me que me explique tudo isso. É que não faz sentido!
Mas enfim. Não deixa de ser uma boa história. Bonita, diferente, engraçada, muito cativante, não só em termos de enredo, mas também no que toca à escrita em si, que é igualmente bonita e torna os livros em algo leve e fácil de ler. Devorei estes três livros e gostei mesmo muito deles. Tive imensa pena que a suposta explicação não fizesse sentido por me lembrar do raio de um pormenor - que muda tudo, se virmos bem - e gostava que o final tivesse sido mais desenvolvido. Mas, tirando isso, gostei bastante.

09/10/2016

Descompliquem

Eu sou assim. Geralmente, quando me propõem um programa, alinho. Pode não ser logo na hora, mas alinho. Porque estar com pessoas de quem gosto sabe-me sempre bem. E, como nem sempre isso é possível, aproveito estas raras oportunidades. Estes raros Vamos?. Mesmo que já tenha planeado outra coisa qualquer, mesmo que não seja fim-de-semana, mesmo que a minha vontade seja ficar em casa durante o que resta do dia...é com um Vamos! que eu respondo. Porque sei que são coisas que me vão fazer bem e que podem não se vir a repetir tão cedo.
Não sei por que não existem mais pessoas assim. Podem até existir mais pessoas assim do que eu sequer imagino, mas, infelizmente, ainda não as encontrei para poder rodear-me por elas. As pessoas, regra geral, são tão complicadas. Tão pouco espontâneas. Que, quando ouvem um Vamos?, parecem não ficar minimamente felizes por nos termos lembrado delas. Não respondem com um Vamos!, não tomam a iniciativa. Dizem, antes, um vago Depois combinamos. Complicam.
Preciso mesmo de pessoas assim, descomplicadas e espontâneas. Como eu acabei por me tornar.

06/10/2016

Ao meu primeiro namorado - que eu achei que seria o único

Não vou escrever um texto sobre como nos conhecemos. Nem sobre tudo o que vivemos durante estes sete anos e meio, sobre as prespectivas de futuro que tínhamos e que não se realizaram ou sobre o modo como as coisas poderiam ter sido. Nem sequer vou escrever sobre os motivos que me levaram a achar que este seria o melhor desfecho, tanto para mim, como para ti também. Não, não vou escrever sobre nada disto. Só te quero dizer Obrigada.
Obrigada por teres gostado de mim como sou. Obrigada por me teres feito sentir amada e especial. Obrigada por teres sido o meu primeiro melhor amigo, o meu primeiro beijo e o meu primeiro namorado. Obrigada por todo o apoio que me deste ao longo deste tempo, por toda a paciência que tiveste para mim, por toda a compreensão que revelaste. Obrigada por todos os mimos e pela melhor surpresa que me fizeste - apareceres à porta do meu apartamento no Porto sem avisar. Obrigada por todos os lanches e todos os jantares que tivemos juntos. Obrigada por todos os passeios que demos, aos mais diversos sítios. Obrigada por me teres dado a conhecer os Porcupine Tree - e outras bandas, mas principalmente esta - e por me teres apresentado ao universo do Senhor dos Anéis. Obrigada pelas maratonas de episódios de True Blood, pelos serões de filmes e de jogos na Wii e pelos momentos em que apenas nos aninhávamos um no outro, mesmo que não disséssemos nada. Obrigada por todas as conversas que tivemos. Obrigada por todos os outros programas que tivemos juntos. Obrigada por teres tido fé em mim e por me teres levantado nas piores alturas. Obrigada por me teres feito sentir a pessoa mais feliz e sortuda do mundo. Obrigada por todos os momentos, por todas as memórias que vou conservar para sempre. Obrigada pelo amigo que foste, pelo namorado que foste e pela pessoa que foste. E por aquilo que nós, juntos, fomos. Em suma, obrigada por tudo.
Infelizmente, o futuro nunca é como imaginamos. E, se há coisa que não conseguimos controlar, é o nosso coração. Mais concretamente, aquilo que sentimos.
Não penses que não me custou olhar para ti e ver a tua dor enquanto te dizia que o melhor seria seguirmos caminhos diferentes. Sabia que estava a partir-te o coração; não penses que isso não me custou. Não penses que também não sofri e que não me senti uma pessoa horrível ao dar-me conta do que estava a acontecer connosco. E, por favor, não penses que me vou esquecer de tudo o que vivemos durante todo este tempo e de todas as memórias que me proporcionaste.
Só espero, quando todo o teu sofrimento passar, que possamos ser os mesmos amigos que sempre fomos. Até lá, só quero que fiques bem. E que sejas feliz. Eu sei que vais conseguir.

04/10/2016

Sobre o estágio...outra vez

Bem sei que não tenho falado de outra coisa ultimamente - e há tantas outras coisas sobre as quais quero escrever -, mas não podia deixar passar em branco a renovação do meu contrato.
Pois é. Nove meses depois, praticamente no final da primeira fase do programa de estágios, disseram-me que queriam que continuasse na empresa. Devo ter ficado com uma cara de parva misturada com uma cara de miúda feliz quando me deram a notícia. Não estava nada, mas nada à espera disto. Nem, confesso, estava à espera de ficar tão contente como fiquei.
No dia em que o soube, fui para casa mesmo feliz, por diversos motivos. Primeiro, gostaram do trabalho que fiz até agora, e, graças a isso, senti o mesmo que já referi no post anterior: que, afinal, fiz alguma coisa e que valho alguma coisa. Depois, isto significa que vou passar bastante tempo sem ter que pensar no que fazer a seguir; que não vou ficar em casa desamparada e a desesperar à procura de emprego ou a pensar no que raio fazer da minha vida. E, com isto, vou continuar a ganhar uns trocos - é desta que vou investir numa PS4! (ou talvez não). Para além disso, já estava a ver a vidinha a andar ligeiramente para trás quando me imaginava num novo emprego, a conhecer novamente um local e as pessoas desse mesmo local, a não saber ao certo o que tinha que fazer, a tentar provar o meu valor a novos chefes, enfim. Sempre me foi difícil adaptar-me a novas situações e preciso sempre de algum tempo até que consiga, de facto, sentir-me adaptada. E estava a ver que, agora que as coisas estavam a correr tão bem e que já me sentia tão adaptada e tão à-vontade naquele local e com aquela gente, teria que me ir embora.
Tudo isto me deixou feliz como nunca tinha imaginado. E toda a gente ficou feliz por mim - família, pessoal da empresa, enfim -, o que só me deixou mais contente. A minha mãe até me disse que estava orgulhosa de mim. Nem imaginam como foi bom ouvir isso.
Uns dias antes de saber do meu "destino", apostei um jantar com uns colegas da empresa. Caso renovassem o meu contrato, pagava eu. E, bem, parece que vou mesmo ter que tirar um dinheirinho da minha conta para pagar um jantar um dia destes...