31/01/2016

Escrito por mim #7

Ele não sabia ao certo por que ali estava, nem tão-pouco como ali tinha ido parar. Reconhecera o lugar desde que o avistara, ao longe, mas tal não o instigara a mover-se noutra direcção. Pelo contrário. Parecia que uma brisa, gerada no coração daquela selva, se movia por entre as árvores para ir ao seu encontro, para o chamar e atrair assim que lhe bafejasse o rosto. E ele, inebriado por uma voz imaginária que o convidava a percorrer, uma vez mais, os caminhos que conhecia tão bem, decidira-se por aquele percurso.
Ele não sabia ao certo por que ali estava, mas, agora que pensava no assunto, nunca sabia por que estava em determinado sítio. Era um pensamento que lhe ocorria sempre. Não tinha um destino, ou um lugar específico para encontrar. Tinha, apenas, que seguir pistas, comprovar teorias, procurar novas hipóteses, e tudo o mais que o ajudasse a cumprir a missão para que tinha sido destacado. Eram tarefas que o conduziam aos mais variados e inesperados lugares, mesmo àqueles que adorava e que já lhe eram demasiado familiares.
E isto teria respondido à sua pergunta interior, à pergunta que o acompanhava e assaltava a sua mente sempre que se via envolvido por um novo ambiente. Teria respondido, se ele, de facto, estivesse a meio de alguma tarefa importante que não pudesse esperar. Mas, na realidade, já não sabia há quanto tempo não tinha algo assim, que o movesse enérgica e incansavelmente de lugar em lugar, em perseguição de uma resposta. Por isso, já há algum tempo que se limitava a deambular pelo mundo, à espera que as tão esperadas respostas que procurava se atravessassem no seu caminho.
Talvez precisasse de fazer uma pausa. De descansar, de encontrar um amigo. A baía proporcionava-lhe aquilo e muito mais. Provavelmente, fora esta a razão que o levara até lá. A selva atraíra-o e encantara-o assim que ele a avistara, porque era capaz de lhe oferecer aquilo de que ele precisava no momento. Não uma resposta, uma pista ou uma teoria, mas antes o extremo do espectro. Embora fosse destemido ao ponto de viajar sozinho, numa louca demanda sem destino em que lhe parecia tão improvável encontrar o que quer que fosse, sabia que não era feito de ferro e que precisava de se render e de cair por momentos, antes de se reerguer com a mesma força e persistência – reservas limitadas que tinham que ser repostas de tempos a tempos – que o acompanhavam desde o início.

30/01/2016

Em modo repeat #29

Há umas semanas atrás, lembrei-me de ouvir HIM enquanto desenhava - quis desenhar uma boneca com uma t-shirt com o heartagram, é claro que tive que ouvir HIM. Era uma banda que já não ouvia há bastante tempo. Escolhi uma das suas compilações, a  XX – Two Decades of Love Metal. Foi a banda sonora perfeita. Ouvir aquilo fez-me regressar à adolescência, mas, mais do que isso, soube-me tão bem e pôs-me o ânimo bem lá para cima. Havia duas músicas no álbum que não conhecia: Heartkiller e Scared To Death. No outro dia, especialmente devido ao post da White Raven, lembrei-me de ir ao YouTube para voltar a ouvir a Heartkiller. Nas sugestões, apareceu a outra, Scared To Death, que agora partilho por não sair da minha cabeça. Tenho-a ouvido não sei quantas vezes nestes últimos dias. Pode não ter nada a ver com o restante repertório da banda, mas eu adoro-a; anima-me tanto. Retomei o gosto por esta banda, e estou agora a sacar o álbum onde estas duas músicas estão incluídas. Algo me diz que vou adorar ouvi-lo.

26/01/2016

Pormenores meus - parte 4

Gosto mais de lanchar fora do que de almoçar ou jantar fora. Comecei a gostar de ler aos dez anos, durante a primeira e única vez em que estive internada num hospital, por não ter muito mais com que me entreter durante o dia todo. Nunca fui de fazer planos com grande antecedência em relação ao meu futuro. Prefiro gatos a cães. Ainda espero pelo dia em que os Porcupine Tree anunciem o fim do seu hiato, o lançamento de um novo álbum e uma digressão em que Portugal esteja incluído. Esta é uma das bandas que mais gostava de ver ao vivo, a par dos Nightwish. Adoro o efeito que as lentes de contacto provocam nos meus olhos: tornam-nos maiores e fazem com que se note melhor que a cor deles não é um típico castanho, mas mais uma cor de mel. Já quis ser veterinária, estilista e médica-legista. Não gosto do Carnaval. Contentava-me com uma casinha como a da Emily, da série Revenge. O chá de camomila tornou-se no meu favorito. Nunca tive medo do escuro, e irritava-me que a minha irmã precisasse de uma luz de presença para poder dormir, na altura em que partilhávamos o quarto. Acho que fico com um sorriso deficiente graças ao aparelho, pelo que, agora, evito olhar para a câmara quando me tiram fotografias. Às vezes, quando estou num sítio público, dou por mim a ouvir as conversas dos outros, mesmo que alguém esteja a falar comigo ao mesmo tempo. Quando chego a casa e não tenciono voltar a sair, gosto de me enfiar logo nos pijamas, mesmo que ainda sejam umas cinco e meia da tarde. Detesto o cheiro a tabaco. Não faço tenção de voltar a ter o cabelo curto - isto é, pelos ombros ou acima. Gosto de nadar mariposa, mas basta-me fazer uma piscina nesse estilo para ficar a morrer. Até ao dia em que vi Epica ao vivo, nunca tinha propriamente "reparado" no Mark Jansen, um dos guitarristas. Geralmente, bebo um chá ou como uns chocolates enquanto vejo um filme ou uma série; acho que, sem isso, a coisa não me sabe tão bem. Tenho saudades de passar uma tarde num café a pôr a conversa em dia com alguém que já não veja há algum tempo. Gosto imenso de me ver de vestidos ou de saias. Costumo ser eu a ficar à espera dos outros quando se combina alguma coisa. O meu porta-chaves é um cogumelo vermelho do Super Mario, e por acaso gostava muito de ter mais objectos de merchandise, como, por exemplo, uma caneca do Jack Skellington. Actualmente sou uma desnaturada no que toca a seguir séries, pois nunca mais vi um único episódio. Ando a pensar em ir tomar o pequeno-almoço fora no meu dia de anos, já que este ano calha num sábado. Às vezes, quando escrevo, penso em inglês, ou seja, de que modo uma determinada frase soaria em inglês, e passo-a para português a partir daí. Não tenho um sabor de gelado preferido, porque sempre que vou a uma gelataria costumo escolher um sabor diferente e não me cinjo aos mesmos, já que gosto de experimentar sabores novos. Aqueles óculos de armações grossas de massa, que estão agora na moda, parecem ficar bem a toda a gente, excepto a mim, pelo que, se tivesse que trocar de armações agora, ia ser um problema. Arrependo-me de não ter comprado uma t-shirt com o famoso prisma dos Pink Floyd que vi uma vez na Pull and Bear. Nunca gostei de coca-cola. Nunca sonhei em casar-me, e, mesmo agora tendo namorado, continuo a achar que é desnecessário. O meu carro ganhou a alcunha de fofinho graças à minha irmã, ainda antes de ela o ter visto - Quero ver fotos desse fofinho!, disse-me ela, e, a partir daí, o bicho ficou por fofinho. Detesto estar dependente dos outros, seja em relação ao que for. Adorava poder fazer uma viagem por ano.

21/01/2016

Facto #37

Por vezes, chateia-me não ter, aqui, mais ninguém com quem sair - nem que seja só para ir tomar um café - para além do meu namorado.

18/01/2016

Coisas que me caracterizam

Fotografia minha.
Franja
Uso-a desde sempre. Para o lado, para a frente, curtinha ou mais para o comprido, a verdade é que não me imagino sem franja. Não há muito tempo, quis tentar deixá-la crescer, mas rapidamente desisti da ideia, por achar que não me ia favorecer nada. Posso vir a parecer eternamente jovem por causa dela - já que parece dar menos idade a quem a usa -, mas acho que nasci para ter franja.

Mochila
Costumo preferi-la às malas, especialmente quando vou para o estágio, quando vou de viagem ou quando ia para as aulas. Acho-a muito mais prática, para além de que o peso que se transporta fica muito mais equilibrado. Por já estar tão habituada, às vezes fico com dores num ombro quando uso uma mala. Principalmente porque levo sempre uma garrafa de água com quase um litro atrás de mim, o que ainda pesa um bocado.

No make-up
Não uso maquilhagem por não ter paciência para isso. E, também, por não ter interesse no assunto. Só uso um BB Cream porque a minha pele decidiu portar-se novamente como a de uma adolescente - borbulhas outra vez... -, mas, caso isso não tivesse acontecido, nem sequer usava. Bem sei que o ar natural é outra das coisas que me faz parecer mais nova, mas...

Nada de sapatilhas
O meu calçado resume-se a botas e a sandálias. Coisas que são o completo oposto uma da outra, mas a verdade é que tenho botas mais quentes e outras que só uso na Primavera e Outono. Deixei de usar sapatilhas no dia-a-dia já há alguns anos, pois não me identificava muito com aquilo e, na minha opinião, não dão lá muito estilo. Só uso em "ocasiões especiais", como quando vou viajar e sei que vou andar muito, quando vou fazer um passeio pedestre ou quando vou para a natação ou ao supermercado. E, ainda assim, uso sempre as mesmas, umas do estilo Merrell que são a coisa mais confortável do mundo - por já estar habituada, acho que quaisquer outras sapatilhas são desconfortáveis.

"Dumbphone"
Não tenho um smartphone - devo ser das poucas jovens neste planeta a alcançar este feito em pleno 2016 - e, sinceramente, é algo que não me faz falta e que só irei adquirir quando tiver necessidade. O meu, apesar de não ser smart e de, por isso, estar tão ultrapassado, está como novo e faz tudo aquilo de que preciso. Por isso, só vou desfazer-me dele quando já não funcionar de todo. Até porque...tem teclas! E eu não me dou nada bem com aparelhos touch.

Música, quase sempre...mas de um velho leitor mp3
Tal como acontece com o telemóvel, também o aparelho que uso para ouvir música está ultrapassado. Nem sequer ponho a hipótese de ouvir música no telemóvel, porque adoro aquele meu bichinho. Um Creative Zen Stone Plus - nem sei se isto ainda se vende - muito fofinho que também está como novo, apesar de já ter uns seis anos. Pronto, okay, começou agora a ter um pequeno problema com a iluminação, mas continua funcional. É o meu grande companheiro de viagens e de momentos solitários. E a bateria dura e dura...

Unhas ao natural
Não tenho o hábito de usar as unhas pintadas. Não tenho paciência para isso, nem para estar sempre com cuidado para o verniz não começar a sair de repente. Para além disso, acho as minhas unhas bonitas - e já houve quem o dissesse. E tem graça que não cuido delas; elas são assim naturalmente. Por isso, não há motivo nenhum para escondê-las debaixo de uma camada de verniz. Apenas gosto de pintar as unhas dos pés no Verão, mas isso é porque, ao contrário das das mãos, as dos pés são feias.

Lenços e cachecóis
Por norma uso sempre um - excepto, claro, no Verão. Adoro-os e tenho uma pequena colecção. Dão logo outro ar a um conjunto de roupa, para além de nos aconchegarem um bocadinho. É-me impossível passar sem eles.

Relógio no pulso direito
Os relógios são o meu acessório favorito, e também tenho uma mini colecção deles. Não consigo sair de casa sem um; sinto logo que me falta qualquer coisa. É um hábito que tenho desde miúda. No entanto, há uma particularidade. É comum as pessoas destras usarem o relógio no pulso esquerdo, e as esquerdinas no direito. Mas eu sou destra e uso o relógio no pulso direito. Sempre me deu mais jeito. À custa disso, muitas pessoas pensam que sou esquerdina.

Orelhas por furar
Pois é, não tenho as orelhas furadas. Nunca quis ter. Não por medo, mas por não me chamarem a atenção e por não me despertarem interesse. Ainda hoje, os brincos são algo que não me aquece nem arrefece. Só é chato que muitas pessoas não se lembrem disso e que, de vez em quando, me ofereçam brincos. Por falar nisso, recebi uns agora pelo Natal e tenho que tratar de ir trocá-los.

Vi a ideia para este post noutros blogs há uns tempos atrás e resolvi "roubá-la". Sintam-se livres para fazerem algo deste género também.

12/01/2016

Facto #36

Tenho sido uma blogger desnaturada. Agora percebo por que é que muitas das pessoas que trabalham não conseguem vir cá com tanta regularidade. Mas o facto é que nem sequer tenho andado com grande inspiração...

07/01/2016

Ano novo, vida nova

- Esta semana começou o meu estágio, e já estou a gostar. O ambiente da empresa é bom e descontraído e as pessoas estão ali na boa, são divertidas e muito prestáveis - acho que estou a ser bem recebida, portanto;

- E não estou ali a "ocupar espaço"; tenho tarefas bem definidas e que têm mesmo que ser cumpridas. Precisam de mim e reconhecem a importância do meu trabalho, o que se tornou evidente quando abriram a vaga, quando andaram atrás de mim como que desesperados e quando tive lá uma reunião antes de começar, perto do Natal;

- O pessoal trata-me por tu, coisa que não me aconteceu nem na faculdade, nem no meu anterior local de estágio. Para ser sincera, prefiro que me tratem assim;

- Não tenho gostado de acordar quando ainda está tão escuro lá fora, que parece que ainda é noite. Mas o que mais me tem custado nem sequer é o acordar cedo, mas sim o ter que me vestir com tanto frio, quando só apetece continuar de pijamas por mais um bocado;

- Espero mesmo conseguir conciliar este estágio com a porcaria do estágio à Ordem, mas parece estar tudo contra mim. Ainda não tenho orientador, pois decidiram inventar uns novos requisitos para quem quiser orientar estágios, e as pessoas com quem falei até agora não preenchiam os ditos. Isto parece ter vindo para me lixar e anda a stressar-me um bocado;

- Não tenho tido tempo para nada - nota-se, não é? Nunca mais cá tinha vindo -, especialmente por ter tido alguns compromissos durante esta semana. E bem podia dizer que este fim-de-semana ia ter tempo e ia poder descansar, mas não vou, porque vou a um seminário em Lisboa - é o que dá querer estar sempre a aprender;

- Já perdi o medo de conduzir - pudera, não tenho outra forma de ir para o local do estágio. E nunca pensei dizer isto, mas até gosto;

- Encontrei uns CDs que tinha gravado há uns anos e vou ter que ouvi-los para ver o que contém cada um. Pode ser que algum deles se aproveite e eu possa ouvi-lo no carro - porque não sei se aquilo não será ainda do tempo em que não ouvia música de jeito. De qualquer das formas, estou a pensar em gravar mais um;

- Tenho saudades de escrever no meu livro!;

- E estou ansiosa por deitar mãos à obra no que diz respeito às editoras. Preciso de tempo para isso, pois;

- Não sei o que hei-de passar a fazer quanto à natação, já que há aulas na piscina durante a tarde toda, de modo que a natação livre só começa depois das oito da noite. E essa é uma hora muito chata. Estou a ver que hei-de ir apenas às sextas-feiras, uma vez que no dia a seguir vou poder descansar e dormir mais um pouco;

- Quero tanto ir ver Iron Maiden de novo. E saber que bandas vão ao Vagos;

- E acho que é tudo...