Solitária - parte 2

Costumamos ser sempre só nós. Nós contra os outros. Por um lado, um elo que estimo muito. Por outro, algo que me deixa, por vezes, a pensar, um tanto ou quanto preocupada. É tão estranho não ter mais ninguém com quem contar. E é estranho pensar em como as coisas eram antes e como são agora. Acho que desistimos, e desistimos porque parece que desistiram de nós. Talvez por terem encontrado pessoas que consideraram mais importantes. Talvez por se terem transformado em pessoas com as quais já não nos identificamos. Talvez por causa da distância. Vai-se lá saber a razão. O que é certo é que desistiram, ou, se não o fizeram, parece. Sabem onde me encontrar. Têm o meu número, e, se não tivessem, há sempre o Facebook. Se não vêm ter comigo, não resulta. Não resulta por duas razões. A primeira, porque sou eu quem mais corre atrás. A segunda, porque, sempre que tento uma aproximação, fogem. Pois podem fugir mais depressa então. É da maneira que me canso mais rapidamente de correr. Se não dão meia volta e correm no sentido oposto, na minha direcção, então devo deixá-los fugir livremente. Se não lutar faz de mim uma pessoa má? Uma má amiga? Uma pessoa que não se importa, uma desistente? Não me parece. Acho que isto se aplica àqueles que começaram a fugir primeiro.