10/11/2011

Afectos vs Liberdade


Agora vem a parte em que sou lamechas - coisa que não sou - e que digo que sinto falta de contacto físico. Principalmente daqueles abraços calorosos e duradouros.
A sério. Aqueles que não me conhecem podem ver-me como perdida e distante, mas isso muda de figura quando estou com aqueles de quem mais gosto e com os quais me importo.
Acredito que haja gente que estaria feliz se estivesse na minha situação. Estar num sítio novo, longe de casa, sem a protecção da mamã e/ou do papá...pode ser coisa para se traduzir como liberdade. Sim, acredito que muitos queiram essa "liberdade".
Eu, aqui, estou como se estivesse em casa. Quer dizer, claro que não é a mesma coisa; é como se estivesse em casa sozinha, pronto. Tenho que tratar da casa e arranjar comida para comer, mas tirando isso... Faço o trajecto casa-faculdade-casa, dedico-me aos estudos...é para isso que aqui estou, e quero mesmo aproveitar o tempo aqui para fazer isso, em vez de o fazer quando voltar a casa - apesar de andar um pouco desleixada, eu sei. Como o que me apetece, vejo o que me apetece na tv e saio de casa quando me apetece. Não preciso de estar à espera de companhia para ir a qualquer lado. Saio e pronto. Durante o dia, porque, à noite, dispenso. A noite para mim, tal como acontece lá em casa, é o meu momento de descontracção, o momento em que os estudos são postos de lado - porque não consigo estudar à noite - e em que aproveito para fazer qualquer coisa que me apeteça, desde ver um filme a escrever.
Tenho liberdade para fazer o que quero, podia estar a desleixar-me para os estudos e a fazer sei lá o quê que eu não faça lá na terrinha porque não quero que a minha mãe saiba. Mas não o faço, porque não sou assim.
Acho que nunca tive que me preocupar com o facto de não ter liberdade. Sempre consegui gerir o meu tempo para poder fazer tudo o que quisesse, e os meus pais não eram daqueles super-protectores que nunca me deixavam sair de casa sem eles. Não me queixo.
Mas, para mim, os afectos - e lá vêm as lamechices outra vez - são muito mais importantes que a tal "liberdade" que uma pessoa tem só por já não estar debaixo da asa dos papás. Isso não é a melhor coisa do mundo. Não preciso de ir a uma discoteca até às seis da manhã para ter uma noite bem passada e memorável. Não preciso de beber até cair para ficar "feliz". Não preciso de fumar o que quer que seja para me afirmar - isso era o que se fazia nos anos...sei lá em que anos é que eram, não interessa. 
É principalmente por isso, por achar que o contacto importa mais que outra coisa, que fico cheia de saudades de casa e de toda a gente. Adoro mimos, e não ter isso, nem poder passar um serãozinho na conversa com as pessoas que mais gosto, há mais de um mês, é de facto lixado. São pequenas coisas como estas que me alegram realmente.

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