30/06/2015

Deste ano, não passa

Uma das coisas que quero fazer estas férias é reunir contactos de editoras, fazer uma boa pesquisa acerca daquilo que devo dizer e que devo enviar para tentar cativá-las para a leitura do meu livro, escrever um e-mail todo janota baseado na informação que recolhi, enviá-lo e (des)esperar que alguma me responda. Enquanto isso, terei ainda que "descobrir" qual o género literário do meu próprio livro, e, talvez, fazer uma nova revisão ao mesmo.
Talvez esta não seja a melhor altura para pensar nestas coisas, mas, se for a ver bem, nunca vai existir uma boa altura, já que vão sempre existir outras coisas, prioridades que merecem logo a minha atenção e que estão mesmo à minha frente. Mas eu quero tanto isto...

27/06/2015

Em modo repeat #25

Os Bullet vão lançar um novo álbum este ano, o que me deixou de pé atrás e sem grande vontade de ouvir os novos singles, dada a desilusão que foi o trabalho anterior. Mas lá os ouvi, gostei, e, agora, aguardo este novo álbum com alguma expectativa. E ouvi-los fez-me retomar o gosto por esta banda, tanto que me deu vontade de voltar a ouvir álbuns antigos. Acabei por "tropeçar" nesta música no YouTube, que já não ouvia há anos e que, agora, não me sai da cabeça. Apesar de ter uma letra triste, e embora a Hearts Burst Into Fire vá ser sempre a minha favorita, esta é mesmo qualquer coisa.

26/06/2015

Presa na ilha

As pessoas parecem pensar que estou a gozar quando digo que gostava de ir ao Porto quando acabar o estágio. Dizem que posso enviar a tese e o relatório por correio e perguntam-me onde é que ia passar as noites - e eu digo que fico numa pensão qualquer. Sim, realmente posso enviar as coisas por correio, mas isto de entregar as coisas é apenas um pretexto, porque o que eu preciso mesmo é de sair daqui por um bocadinho. Gosto de aqui estar, como é óbvio, mas passei três anos e meio entre cá e lá. E três anos e meio é algum tempo. Habituei-me a ter o meu espaço e a sair de casa para onde bem me apetecesse, sem dar satisfações a ninguém. É disso que sinto falta. Mudar de ares é quase uma necessidade, devido a ter-me habituado tanto a estar longe. Mas, por outro lado, tenho noção de que a nossa situação financeira não é a melhor, neste momento.
E não vou ao Vagos. Por causa do estúpido casamento. Resta-me rezar para que a próxima edição tenha um melhor cartaz, com mais bandas de que gosto.
Não vou ao Vagos, nem, muito provavelmente, ao Porto. Não vou fazer férias para lado nenhum. Vou passar mais meses aqui, no mesmo pedaço de terra, com o eterno clima incerto, os péssimos festivais de Verão e os lugares que já conheço de trás para a frente e que estou farta de visitar. Salva-se a viagem a Amesterdão no início de Setembro. O que, verdade seja dita, pode vir a ser um grande inconveniente, e isto por causa do exame de licenciatura, também conhecido como dia da defesa. 
A minha data ainda não está marcada, mas nem sei o que seria pior: se defender só para finais de Setembro ou inícios de Outubro, deixando-me algum tempinho para descansar, ou se logo no final de Agosto, de forma a seguir para os Países Baixos completamente descansadinha da vida e felicíssima por ter terminado o curso. Nem sequer sei se o final de Agosto é uma altura possível, uma vez que corresponde a férias para muita gente, embora a orientadora tenha dito que sim, que era possível, caso entregasse os trabalhos na época normal, em vez de na de recurso. Mas o meu primeiro pensamento teve a ver com o facto de finais de Agosto ser demasiado cedo, o que obrigar-me-ia a pôr mãos à obra o quanto antes. Ainda assim, a ideia de ir viajar sem aquela preocupação é demasiado tentadora. Estou a contar entregar tudo na época normal, uma vez que as coisas estão praticamente prontas. E, independentemente da minha data de defesa, o certo é que terei mesmo que ir ao Porto por causa disso, e aí sim, poderei aproveitar para passar lá uns dias. Aí, já ninguém me poderá impedir, porque terá mesmo que ser. Que chatice.
Mas, até lá, ficarei prisioneira da ilha. Acho que vou reservar a praia e os banhos de mar para manhãs esporádicas em que o tempo esteja óptimo, já que passei a preferir ir à praia de manhã, de modo a aproveitar as tardes para outras coisas. Acho que vou voltar a sair de casa só para ler debaixo das árvores num jardim ou para ir comer um gelado a uma esplanada. Espero fazer muitos piqueniques e churrascadas em família. Vou apostar em passeios pela natureza, não com o intuito estúpido de fazer exercício e andar rapidamente, mas sim para demorar-me a apreciar a paisagem, mesmo que isso implique ficar para trás. E deliciar-me com longas sessões de escrita debaixo do guarda-sol. Se vierem dias maus, nem vou reclamar, pois até no Verão sabe bem um dia no sofá com um filme giro ou com um bom livro como companhia. Posso ficar prisioneira da ilha, mas não vou deixar que isto me estrague as férias. Até porque tenho que passar parte delas a trabalhar na maldita defesa...

24/06/2015

Escrito por mim #3 - parte 2

Parte 1 AQUI.

- Tu – disse, a apontar para ela.
Acto contínuo, Lu virou-se para trás, juntamente com as desconhecidas que se encontravam à sua volta, para tentar perceber quem fora a feliz contemplada.
- Não, tu – ouviu Spencer dizer, mas só pensou que, daquela forma, seria complicado tentar perceber a quem se referia.
Até que uma das adolescentes que a cercava falou directamente para ela:
- Acho que és tu!
Lu franziu o sobrolho e virou-se, dando de caras com um Spencer imóvel, a sorrir para ela a poucos metros de distância.
- Tu aí – voltou a apontar para Lu.
Ela, por sua vez, apontou para si própria, só para se certificar que era mesmo consigo.
- Sim, tu! – exclamou Spencer, ansioso por se rir com a situação. – Anda daí.
Lu não se conseguiu mexer. O seu ritmo cardíaco disparou, e as pernas, embora trémulas, pareciam feitas de chumbo, prendendo-lhe ao chão.
- Se não subires, vou aí buscar-te – ameaçou Spencer, num tom afável e divertido ao mesmo tempo.
Ouviu as desconhecidas, atrás de si, a encorajá-la, ao passo que outras gritavam que podiam ir no seu lugar. No palco, Spencer continuava a aguardá-la, estático, com o seu sorriso magnífico. Nos poucos segundos em que se manteve paralisada, Lu não conseguiu deixar de achar incrível – de uma forma estranha – que, no meio de tanta rapariga histérica e extravagante, que combinava melhor com Spencer do que ela própria, ele a tivesse escolhido a si. Ou, até, que tivesse reparado nela, na rapariga que, embora se sentisse invisível e vulgar, estava a divertir-se como se o amanhã nunca fosse chegar. Instigada pelo encorajamento das fãs desconhecidas e pela expressão de Spencer, Lu pôs de lado a (bastante provável) hipótese de vir a ser um completo desastre em palco e de assassinar uma das suas canções favoritas. Qualquer fã que ali se encontrava desejaria estar no seu lugar naquele momento, e Lu agarrou-se àquela sorte e à oportunidade que lhe fora dada para caminhar em direcção ao palco. O ruído da multidão tornou-se mais vibrante, e o sorriso do vocalista abriu-se mais.
Spencer ajudou-a a subir e encaminhou-a para um dos bancos que ali haviam sido colocados. As pernas de Lu tremeram demasiado ao longo daquela meia dúzia de passos. Não conseguiu olhar para o público durante as passadas, e achou que teria desmaiado se não se tivesse sentado. Spencer sentou-se no banco ao lado – demasiado próximo do seu –, e encaixou o microfone no suporte que se encontrava à sua frente. Naquele curto instante, Lu olhou-o discretamente, apanhando alguns pormenores das tatuagens que lhe cobriam os braços e notando com maior clareza a argola que usava no lábio inferior. Depois, Spencer passou-lhe um microfone, que Lu nem soube de onde tinha vindo.
- Nervosa? – perguntou-lhe Spencer amavelmente. Falara para o microfone, para que ela própria o ouvisse melhor, mas não desviara os olhos azuis dos dela.
- Muito! – respondeu Lu, de um modo instantâneo.
O público riu-se, assim como Spencer. Lu sentiu-se corar. Não conseguia acreditar que estava ali, tão perto de Spencer Anderson, a ver os seus olhos e o seu sorriso em grande plano, a ser alvo da sua atenção.
- Não estejas. Vamos só divertir-nos – disse ele, numa tentativa quase vã de a acalmar e de a fazer ver que ninguém a julgaria caso fizesse a figura de parva que ela sabia estar para vir. – Como te chamas?
- Lu.
Desde que passara a viver fora do seu país de origem, Lu deixara de se apresentar como Luana. Aquele era um nome fácil de ser compreendido à primeira onde quer que estivesse. Além disso, Lu achava que um diminutivo era capaz de criar uma certa empatia e proximidade, e ela nunca fora boa a criar aquele tipo de laços.
- Muito bem, Lu – Spencer pegou numa guitarra acústica. – Espero que conheças esta canção, ou vou arrepender-me de te ter escolhido! – brincou, fazendo-a rir-se, juntamente com o público.
As luzes do palco apagaram-se por um breve instante, para darem lugar a uma iluminação mais suave e intimista, propícia à canção iminente. Naquele mísero segundo de escuridão, Lu ouviu a voz de Spencer ao seu ouvido. Segredou-lhe o nome da canção que se seguiria, e um arrepio percorreu-lhe a espinha.
- É uma das minhas favoritas – comentou ela, sem sequer pensar, precisamente no momento em que se acenderam as novas luzes. Spencer ainda teve tempo de lhe presentear com um sorriso rápido, antes de dedilhar os primeiros acordes.
Continua...

23/06/2015

Facto #29

Um dos lados negativos de se usar um computador que não o meu é o facto de não ter a minha vasta biblioteca musical ao meu dispor. Agora, sempre que quero ouvir alguma coisa, tenho que ir ao YouTube - de pouco ou nada me servirá sacar álbuns, já que ainda existe a possibilidade de o meu portátil ter solução e de eu poder voltar a usá-lo -, o que é sempre um problema, por nunca saber o que hei-de pesquisar ou o que ouvir. Às vezes, tenho saudades de viver sozinha. De escolher um álbum aleatoriamente e pô-lo a tocar alto e bom som enquanto faço qualquer coisa que não exija concentração ou enquanto janto. E de ouvir música sem auriculares. Estou farta dos auriculares. Mas também não quero dar numa de anti-social e fechar-me no quarto com música alta, até porque raramente estou no meu quarto, ora por ser demasiado quente, ora por preferir fazer companhia à minha mãe na sala, ainda que estejamos a fazer coisas diferentes.
Acho que, quando tiver a minha própria casa, vai estar quase sempre música a tocar.

21/06/2015

Desenterrei os lápis de cor...

Fotografia da minha autoria.

Já nem me lembro da última vez que os usei. Nunca fui grande fã de pintar; nunca tive muita paciência para isso e achava que não tinha muito jeito (ainda acho), pelo que me limitava a desenhar, que é a parte de que mais gosto, e, de vez em quando, usava só o lápis de carvão para deixar a coisa em tons de branco, preto e cinzento. E descobrir como pintar no computador foi das melhores coisas de sempre, já que o desenho não precisa de ficar tão perfeito, posso apagá-lo e começar de novo as vezes que quiser e, se me engano a pintar ou se as cores não ficam bem, posso perfeitamente voltar atrás. Coisa que não posso fazer se o pintar a lápis, o que torna este processo um tanto ou quanto arriscado. Mas apeteceu-me voltar aos lápis, sem saber bem porquê. Também não tenho grande jeito para a pintura digital, de qualquer das formas...é algo que tenho vindo a aperfeiçoar com o passar do tempo.
Ontem e hoje, lembrei-me como pintar com lápis de cor consegue ser divertido. Continua a ser arriscado, sim. Mas, sinceramente, gostei imenso de arriscar, desta vez. Misturar cores e experimentar texturas como nunca me lembro de ter tentado - adorei, especialmente, desenhar o cabelo. De agora em diante, acho que vou apostar mais nos lápis. Mas, primeiro, tenho mesmo que comprar uns novos. Os meus já têm anos, estão pela hora da morte e estava a ver que me iam estragar o desenho todo em algumas zonas.
O resultado final não ficou tão bom quanto eu queria - pestanas malvadas, estragaram tudo... -, mas, de qualquer maneira, adorei como ficou. Até ando a pensar em mudar o design do blog e usar o desenho como cabeçalho. Só tenho que descobrir como posso passar o desenho para o computador sem que este perca as cores. Porque, infelizmente, a foto que aí coloquei não faz grande justiça ao desenho original, já que as cores ficam sempre tão diferentes...

18/06/2015

Só fica a faltar a coragem - parte #2

Fui ao oftalmologista esta semana. E perguntei-lhe acerca da cirurgia a laser, algo no qual já andava a matutar há mais de um ano.
Ponto um: a cirurgia corrige a miopia e o astigmatismo, que são os dois problemas que tenho. Ponto dois: a minha graduação está estável desde que comecei a usar lentes de contacto, ou seja, há quatro anos, o que é um ponto a favor porque, sim, ao que parece a coisa tem que estar estabilizada há algum tempo. Ponto três: tenho uma espessura de córnea "para dar e vender", como disse o médico - que foi logo a correr medir-me a espessura da córnea assim que eu disse que queria fazer umas perguntas sobre a operação -, o que é outro ponto a favor, já que é necessário ter determinada espessura para se poder operar. Ponto quatro: perguntei-lhe se havia probabilidade de a coisa correr mal e de eu ficar a ver pior do que aquilo que já vejo, e disse-me que não. Qualquer cirurgia tem os seus riscos, claro, mas esta não se considera arriscada...e eu realmente achava estranho que fosse possível "cegar" uma pessoa com uma operação destas, mas resolvi perguntar na mesma. Ponto cinco: tem a (grande) vantagem de eu não vir a precisar de óculos ou de lentes para ver perfeitamente durante uns bons anos, até à altura em que se começa a precisar de óculos para ver ao perto - coisa que parece inevitável, pois acho que todas as pessoas que conheço com perto de cinquenta anos (ou com mais idade) usam, de facto, óculos para verem ao perto.
No entanto, há sempre uns "mas".
O meu médico já não opera, pelo que teria que me encaminhar para outro que eu não conheço de lado nenhum. E esse outro seria de Lisboa, pelo que teria que lá ir para ser operada. Para além disso, continuo com medo. Porque, quer dizer, isto implica passar uma lâmina pelo meu olho! Coisa que, ainda que seja indolor, não deixa de ser assustadora. Depois, claro, há o custo, mas isto arranjava-se, nem que fosse às minhas poupanças. Só o receio é que me impede, já que sou uma boa candidata à operação e preencho os requisitos necessários...

17/06/2015

Quase que me sinto de férias

A tese está pronta! E cumprir o limite de páginas não foi uma dor de cabeça assim tão grande, apesar de tudo, embora continue a achar que aquele número de páginas é bastante reduzido e que podia ter feito algo muito melhor e mais aprofundado se me deixassem escrever à vontade. Agora só tenho que esperar pelo "veredicto" da orientadora e rezar para que não me bata e não me obrigue a modificar muita coisa, de tal modo que ultrapasse o limite de páginas e me veja novamente grega para pôr a coisa dentro do limite. Mas ela tem gostado bastante do trabalho, por isso não acredito que me vá bater muito. A não ser na parte das conclusões, que resultaram de uma mistura entre coisas tiradas da minha cabeça e partes de artigos científicos. Mas, enfim, tendo só uma página e meia para as escrever, não podia ter feito algo muito melhor (deviam acabar com estes limites de páginas, a sério).
Agora, fica só a faltar acabar o relatório de estágio, mas escrever relatórios é mesmo chato, ainda para mais quando me pedem para descrever as coisas com algum detalhe. Tirando estes pequenos reparos, também está praticamente pronto, excepto no que toca à introdução e conclusão, que são, para mim, as piores partes, e nem sei que raio irei escrever (palavras bonitas, talvez, só mesmo "para a graxa").
Falta exactamente um mês - finalmente! - para o estágio terminar, mas quase que me sinto de férias. Já nem trabalhei nos últimos dois fins-de-semana, uma vez que há sempre tempos mortos nos dias de estágio em que, aí sim, aproveito para trabalhar. Por isso, sim, lá se vai o stress, os trabalhos para casa e a obrigação de ter tudo pronto antes do final do estágio. Tenho andado completamente relaxada; foi mesmo bom terem-me obrigado a trabalhar desde o início e a ter tudo pronto bem cedo.
E não vejo a hora de isto acabar. Não é que não esteja a gostar, mas é que faço quase sempre a mesma coisa todos os dias, o que acaba por cansar, e há dias que são melhores do que outros, mas tudo isto deve acontecer em qualquer trabalho, seja ele qual for. E também estou especialmente ansiosa pelos dias em que não terei hora para acordar e por poder planeá-los da melhor forma.

15/06/2015

Eu só queria umas férias diferentes, mas...

Tenho andado tentada a ir ao Vagos. Só me interessava ver duas bandas (três, contando com Halestorm, mas estes vão tocar num dia diferente do das outras duas...se tivessem posto as três no mesmo dia, aí ia sem hesitar!), e achava que não fazia sentido pagar um bilhete só para isso. Mas depois pensei que já dei - ou melhor, deram por mim, já que foi uma prenda de aniversário - praticamente a mesma quantia para um concerto de uma única banda. E, para além disso, comecei a planear umas férias fantásticas. Começava por ir ao Porto entregar a tese e o relatório de estágio, passava um ou dois dias lá para matar as saudades, seguia para o festival, que fica para os lados de Aveiro, e passava mais um ou dois dias em Aveiro, que é uma cidade que não conheço e à qual gostava muito de ir.
E tudo isto seria perfeito...mas, depois, lembraram-me que tenho um casamento por esta altura. Uma porcaria de um casamento! E eu que detesto casamentos...
Conciliar as duas coisas é impossível, uma vez que implicam viagens de avião e o dia do casamento é logo a seguir ao do dia do festival que me interessa. Agora pergunto-me por que é que, com tantos dias do ano, tiveram logo que escolher aquele para se casarem. E pergunto-me se terei mesmo que ir. Acho que não iria fazer falta nenhuma, até porque nem sequer sou familiar de nenhum dos noivos, mas o problema é que já dissemos que íamos. E não sei se não será tão mau dar uma desculpa qualquer e não ir. A verdade é que não me apetece nada, uma vez que nunca gostei de ir a casamentos, e menos me apetece sabendo que poderia estar a divertir-me a quilómetros de distância e a passar uns dias diferentes. Mas depois vem a questão do "não fica bem não ir". Que dilemas da treta.

14/06/2015

Conclusões de uma tarde de sábado

Fui, ontem, tomar café com uma amiga. Encontrámos uns amigos dela no café - coisa que não é de admirar, já que a rapariga parece conhecer meio mundo - e juntámo-nos a eles. Acho que nunca estive presente numa conversa sobre videojogos que durasse tanto tempo. E não me interpretem mal, que isto não é nenhuma crítica, muito pelo contrário. Sempre fui fã de videojogos. Apenas passei a maior parte do tempo a ouvir e sem poder intervir muito, porque estavam a relembrar os tempos de infância em que tinham uma PlayStation 1, coisa que eu nunca tive por preferir a Nintendo, e aquilo que jogavam na mesma. Mas, de qualquer das formas, foi divertido. Gostei muito, falou-se sobre coisas diferentes e o ambiente foi de muito boa disposição.
Quando me fui embora, cheguei a três conclusões. A primeira: tenho saudades de jogar. A segunda: eu devia, definitivamente, intervir mais nas conversas, pois reparei que, em diversos momentos, pensava nas coisas, mas não as dizia (sou mesmo triste). E, a terceira: eu devia arranjar mais amigos. Porque, por muito que goste de passar tempo sozinha, tenho dias, e o de ontem foi exemplo disso, em que só me apetece sair de casa, estar com alguém e passar a tarde a conversar sobre os mais diversos assuntos. E eu, infelizmente, só tenho duas ou três pessoas com quem posso fazer isso.

11/06/2015

Escrito por mim #3 - parte 1

Como tinha dito há uns posts atrás, senti-me mesmo inspirada durante aqueles dias em que fiquei sem computador. Assim que me vi com o antigo portátil do meu namorado, e ainda com as ideias todas na cabeça, não resisti em começar a escrever. Trata-se de uma ideia que tive há uns tempos atrás, mas que ainda não tinha desenvolvido porque estava a meio de outra história, e não gosto de ter duas coisas diferentes inacabadas. No entanto, sim, acabei por desenvolvê-la, já que a inspiração bateu à porta. Mas acho que vou deixar a coisa parada por enquanto, até porque quero voltar ao meu livro, que, coitado, não é modificado desde o início de Abril (!). Para além disso, e apesar de ter toda uma história já na cabeça, não sei se irei com ela para a frente. Acho que não sou grande coisa em romances. Este texto, aliás, é tão diferente daquilo que normalmente escrevo...mas gostei de o escrever. Diverti-me. Já tinha saudades disto.
Resolvi partilhá-lo na íntegra, porque não é grande e porque, lá está, não sei se vou fazer alguma coisa com ele. Mas vou dividi-lo em partes, e só publicarei as restantes se fizerem muita questão e/ou se gostarem muito, muito. Ah, as personagens são fictícias, claro. Sem mais delongas...

08/06/2015

Vantagens de se estar em nutrição em vez de em medicina

Medicina foi a minha primeira opção quando ingressei no ensino superior, e várias foram as vezes em que esta me vinha à cabeça ao longo de todo o curso. Mas, agora que estou a estagiar num hospital e estou a ter uma maior noção do trabalho de cada um e a conhecer melhor a realidade do mundo do trabalho, não deixo de reconhecer algumas vantagens de estar em nutrição em vez de em medicina.

- Não terei que trabalhar por turnos.
Não conseguia imaginar isto de não ter um horário de trabalho fixo e de, por vezes, não ter fins-de-semana nem feriados. Acho que ia dar em maluca com tanta incerteza. E ter que ficar de urgência durante vinte e quatro horas? Impensável. Nem sei como aguentam.

- Não terei que decorar aquelas coisas chatas como os sintomas e os critérios de diagnóstico de todas as doenças possíveis e imaginárias ou os procedimentos cirúrgicos.
Avisem-me se houver algo mais chato do que isto para se decorar.

- Não terei responsabilidades tão grandes. Do género: diagnosticar uma doença (e rezar para que não esteja errada), prescrever os medicamentos adequados ou as doses de insulina correctas ou tentar não matar uma pessoa em plena cirurgia. O que remete para o próximo ponto:

- Menos pressão.
Quando vejo as cenas na Anatomia de Grey em que as máquinas começam a apitar e toda a gente começa a levantar a voz porque a pessoa vai morrer, costumo pensar que, se ali estivesse, daria asneira. Nunca trabalhei bem sob pressão, e ter pessoas a gritar à minha volta só me deixa mais nervosa. Se bem que eu queria a medicina legal e a pessoa já estaria morta e eu não teria que ouvir gritos de pânico, mas, de qualquer das formas, teria que passar por isto.

- Os problemas das pessoas são tratados por meio de alimentos, e não de medicamentos.
Isto é algo que gosto de defender, para além de ser muito mais fascinante tratar de um problema através da comida do que através de químicos, que, a longo prazo, só trazem mais problemas.

- E, por último, uma vantagem também em relação aos outros cursos: sei o que é uma alimentação saudável. E isto, hoje em dia, é uma coisa tão in, que até me sinto importante (e que, muitas das vezes, faz com que tenha uma vontade tão grande de comentar posts do Facebook, de blogs ou do que quer que seja, em que alguém acha estar a promover algo saudável quando, na verdade, não está).

Posto isto, e apesar de não saber o que o futuro me reserva, considero-me de consciência tranquila. Mas é claro que também existem desvantagens. Nunca irei dissecar um cadáver, por exemplo...

07/06/2015

Trabalhar para o bronze

Sempre gostei de ficar morena durante o Verão. Sempre tive facilidade em bronzear-me, bastando-me uma hora ao sol da manhã para ficar com as marcas do biquíni, mas isto nunca chegava e queria sempre ficar o mais morena possível. Não me perguntem porquê. Claro que acabava por chegar a um ponto em que o tom de pele não passava daquele, mas, mesmo assim, gostava de estar ao sol e gostava de me ver sem a típica brancura de Inverno. No ano passado, pela primeira vez, não quis saber do bronzeado para nada. Fui menos vezes à praia e meti-me menos vezes ao sol, pois o próprio calor começou a deixar-me cansada e acabei por preferir a sombra das árvores ou de um guarda-sol para, sobretudo, relaxar sem me chatear com o calor. Vai-se lá saber como, foi o ano em que ganhei o melhor bronzeado de sempre e o ano em que mais usei protector solar (não me lembro de ter usado tanto, exceptuando quando era criança e me cobriam com uma camada branca de protector). Outros casos que conheço, pelo contrário, mantiveram a "obsessão" de quererem ficar morenos, usaram um protector com um factor de protecção baixíssimo e lixaram-se.
Este ano, ainda não fui à praia, mas estou novamente a ralar-me para a questão do bronzeado. Estou, aliás, mais desejosa de tomar um bom banho de mar do que de camuflar a brancura de Inverno, embora continue a gostar de me ver bronzeada; acho que uma pessoa fica com um ar mais saudável e, digamos, mais feliz. Mas já não sinto esta espécie de "necessidade" de querer ficar morena. E estou a ralar-me com o facto de ainda não ter ido à praia; de qualquer das formas, ela não vai a lado nenhum e não fica propriamente longe, de modo que tenho imensos dias para lá ir, desde que o tempo o permita. Na verdade, a meu ver, não acho que o tempo, aqui, esteja assim tão bom para se ir à praia, embora conheça muita gente que já lá tenha ido... Nem sequer os invejo. Continuo a gostar de apanhar um bocadinho de sol, mas isto de trabalhar para o bronze deixou de ser uma prioridade.

04/06/2015

Desafio #18 - dia 3

Uma série que pensaste que não ias gostar, mas que acabaste por adorar.
Revenge.
A minha mãe aconselhou-me esta série numa altura em que eu já não tinha episódios nenhuns para ver e queria começar a ver algo novo para me entreter. Disse-me que era uma boa série e que eu ia gostar. Na verdade, se não ma tivessem aconselhado, penso que nunca teria começado a ver esta série. Isto porque a sinopse da série é fraquíssima e não chama nada a atenção. Uma mulher decide vingar a morte do pai, que foi acusado de um crime que não cometeu. Não dava nada por esta série, precisamente por isso. Parecia-me ser algo do género: o fulano X matou o pai dela, e ela vai agora atrás de X para matá-lo também. Nem sequer conseguia imaginar como podiam fazer uma série apenas em torno desta ideia, uma ideia tão básica. Mesmo assim, comecei a vê-la "na desportiva", sem grandes expectativas e só mesmo para me distrair.
E a série conquistou-me logo no primeiro episódio. A história revelou-se completamente diferente daquilo que tinha imaginado, e a ideia de vingança não se limitava apenas em querer a morte dos verdadeiros culpados: a protagonista é perita em lixar a vida dos outros, mas fá-lo de um modo tão subtil e um tanto ou quanto "requintado", que deixa uma pessoa boquiaberta. Fiquei completamente rendida a esta série, especialmente por estar tão cheeeia de enredos. Lembro-me tão bem que houve um dia, véspera de um exame, em que tive que ver quatro episódios de Revenge. Tive mesmo; estava tão viciada, que nem conseguia concentrar-me a estudar. Só pensava no raio da série e no que podia acontecer a seguir. Tornou-se na minha série favorita, por ser tão empolgante e extremamente viciante.
(E não senti quaisquer remorsos por fazê-lo; estava mesmo cansada do estudo, e, sim, passei no exame)
A série acabou por ser cancelada passado quatro temporadas. Contudo, só ouço dizer que acabou bem, isto é, sem dar a entender que havia mais para acontecer. E, de qualquer das formas, não sei se teria muito mais para dar se continuasse. Comecei a ver esta última temporada há uns dias, pois esta é daquelas séries em que eu prefiro esperar que saia a temporada completa para depois ver tudo de uma vez, de modo a não perder o fio à meada - dada a quantidade de enredos, é muito fácil perdê-lo. Já não me sinto, no entanto, tão viciada nela como me senti nas duas primeiras temporadas, e esta é uma das razões pelas quais não fiquei muito triste por saber que já estava a chegar ao fim. Acho que é sempre melhor terminar algo do que deixar esse algo arrastar-se por tanto tempo, a ponto de ir perdendo qualidade aos poucos. Mas é óbvio que vou acompanhá-la até ao fim, até porque estou mesmo curiosa em saber como vai terminar, especialmente depois da reviravolta que surgiu no final da terceira temporada, que alterou todo o rumo das coisas.

02/06/2015

E depois da licenciatura?

Tenho ouvido esta pergunta demasiadas vezes ultimamente. Muita gente me pergunta para onde vou quando terminar o curso, e a maioria dessas pessoas diz que o melhor que tenho a fazer é pôr-me a andar daqui para fora. Já há muito tempo que digo não querer tirar um mestrado, e esta ideia não mudou. Começara a pôr a hipótese de tirar outro curso; tentar a minha sorte naquele que fora a minha primeira opção aquando da candidatura ao ensino superior, ou outro que me despertasse interesse e que estivesse virado para as artes, uma das minhas grandes paixões. No entanto, agora com o estágio, já me habituei ao facto de chegar a casa e não carregar aquele fardo de ter que estudar. Estou a gostar imenso desta sensação, e pensar em estudar de novo é algo que não me deixa propriamente feliz, uma vez que significaria voltar ao início e deixar de me sentir assim. Tenho, contudo, que fazer outra porcaria de um estágio para poder pertencer à maldita Ordem que resolveram criar há dois ou três anos atrás - mas penso que este, pelo menos, poderá ser remunerado, o que não é mau de todo. Portanto, tendo mesmo que fazer isto e caso mude de ideias em relação ao mestrado ou a tirar outro curso, a verdade é que não vou começar a trabalhar tão cedo. É por isso que não gosto deste tipo de perguntas, disto de o que fazer ou para onde ir depois do curso. Nunca gostei de fazer planos a longo prazo, mas talvez tenha sido por isso que nunca tenha tomado decisões lá muito boas. Como tal, não é de admirar que não tenha qualquer plano.
Como disse, muita gente me diz para sair daqui, e até já me disseram que, se fossem a mim, iriam para os Estados Unidos, já que tenho a dupla nacionalidade; mas este nunca foi um destino que me fascinasse, para além de que o meu pai já lá viveu e diz que a vida lá não é pêra doce, embora as coisas possam já estar um bocadinho diferentes. Durante os semestres de aulas, os meus colegas pareciam partir do princípio que eu ia voltar para a ilha, quando, secretamente, eu só desejava poder ficar ali, em Portugal continental, por mais tempo. A ideia de voltar, começar a trabalhar e fixar-me lá, no lugar onde nasci, chegou a ser impensável em algumas alturas. Ter saído de casa para ir estudar para o Porto foi das melhores experiências que já tive, e regressar às origens significava perder tudo aquilo que a parte continental era capaz de oferecer. É que, apesar de ser o mesmo país, as diferenças entre o continente e as ilhas conseguem ser abismais.
No entanto, não deixo de reconhecer a qualidade de vida que se tem aqui na ilha. Algumas pessoas também mo têm dito. Gosto que os lugares sejam todos bem mais próximos uns dos outros, que não se percam horas em transportes, que não existam filas de trânsito intermináveis, que o mar esteja tão próximo, que possa olhar para ele e refrescar-me nele sempre que quiser, ao invés de apenas meia dúzia de vezes num ano inteiro - e sem gelar os ossos -, que tenhamos a melhor carne do mundo e outras quantas iguarias fantásticas, que a vida seja levada de uma forma mais calma, enfim. Mas detesto o clima totalmente incerto, assim como o facto de estarmos demasiado limitados. De pouco ou nada acontecer, de não termos grandes eventos, de não existirem lugares próximos que me sejam desconhecidos e onde poderia dar um saltinho para quebrar a rotina de vez em quando. Estas coisas só existem na parte continental, e eram o que fazia com que gostasse tanto desta parte. Agora, temos as companhias aéreas low-cost, que me permitiriam usufruir do melhor dos dois mundos com maior regularidade, mas também não deixa de ser aborrecido - para além de dispendioso - andar frequentemente de avião para poder sair daqui - para mim, andar de avião é aborrecido, ponto.
Todavia, mesmo pensando em tudo isto, nem sei onde arranjaria emprego. Costumava pensar que seria mais fácil encontrá-lo aqui, já que se contam pelos dedos as pessoas das ilhas que saem da minha faculdade, o que significa que a grande maioria dos licenciados fica pelo continente - ou vai-se embora. Mas, agora, já nem sei.
Em relação ao estrangeiro, confesso que não tenho uma opinião formada. Mas penso que seria a minha última opção; só mesmo em último recurso, caso me fizessem uma oferta de emprego fantástica e eu não conseguisse encontrar mais nada em lado nenhum. Não é algo que me assuste assim tanto, uma vez que já vivi longe de casa e dos que me são queridos, já tive que lidar com a saudade e com a solidão e tudo isso. Acho que, se tal acontecesse, seria apenas mais uma grande mudança, como quando fui para a faculdade: apenas um novo lugar com diferenças abismais em relação à minha terra natal.
A questão é que, quanto mais me perguntam e quanto mais me dizem, pior, pois cada um puxa para o seu lado, para o seu tipo de vida ideal e para o seu destino ideal. Seria tão mais fácil se houvesse um lugar perfeito, que combinasse ambas as coisas: a qualidade de vida que aqui temos e os aspectos positivos que existem "lá fora".