08/06/2015

Vantagens de se estar em nutrição em vez de em medicina

Medicina foi a minha primeira opção quando ingressei no ensino superior, e várias foram as vezes em que esta me vinha à cabeça ao longo de todo o curso. Mas, agora que estou a estagiar num hospital e estou a ter uma maior noção do trabalho de cada um e a conhecer melhor a realidade do mundo do trabalho, não deixo de reconhecer algumas vantagens de estar em nutrição em vez de em medicina.

- Não terei que trabalhar por turnos.
Não conseguia imaginar isto de não ter um horário de trabalho fixo e de, por vezes, não ter fins-de-semana nem feriados. Acho que ia dar em maluca com tanta incerteza. E ter que ficar de urgência durante vinte e quatro horas? Impensável. Nem sei como aguentam.

- Não terei que decorar aquelas coisas chatas como os sintomas e os critérios de diagnóstico de todas as doenças possíveis e imaginárias ou os procedimentos cirúrgicos.
Avisem-me se houver algo mais chato do que isto para se decorar.

- Não terei responsabilidades tão grandes. Do género: diagnosticar uma doença (e rezar para que não esteja errada), prescrever os medicamentos adequados ou as doses de insulina correctas ou tentar não matar uma pessoa em plena cirurgia. O que remete para o próximo ponto:

- Menos pressão.
Quando vejo as cenas na Anatomia de Grey em que as máquinas começam a apitar e toda a gente começa a levantar a voz porque a pessoa vai morrer, costumo pensar que, se ali estivesse, daria asneira. Nunca trabalhei bem sob pressão, e ter pessoas a gritar à minha volta só me deixa mais nervosa. Se bem que eu queria a medicina legal e a pessoa já estaria morta e eu não teria que ouvir gritos de pânico, mas, de qualquer das formas, teria que passar por isto.

- Os problemas das pessoas são tratados por meio de alimentos, e não de medicamentos.
Isto é algo que gosto de defender, para além de ser muito mais fascinante tratar de um problema através da comida do que através de químicos, que, a longo prazo, só trazem mais problemas.

- E, por último, uma vantagem também em relação aos outros cursos: sei o que é uma alimentação saudável. E isto, hoje em dia, é uma coisa tão in, que até me sinto importante (e que, muitas das vezes, faz com que tenha uma vontade tão grande de comentar posts do Facebook, de blogs ou do que quer que seja, em que alguém acha estar a promover algo saudável quando, na verdade, não está).

Posto isto, e apesar de não saber o que o futuro me reserva, considero-me de consciência tranquila. Mas é claro que também existem desvantagens. Nunca irei dissecar um cadáver, por exemplo...

4 comentários:

  1. Eu sempre tive mixed feelings sobre medicina e outros cursos da área (enfermagem, fisioterapia, etc) porque acho que é preciso termos mesmo amor ao que se faz. Ter gosto por tratar de pessoas, ter gosto por querer colocá-las bem. Infelizmente sabemos bem que são cursos com um prestígio muito grande o que leva a que atraiam muita gente que não deviam. Em medicina em especial por causa de um ponto muito importante em que tocaste: O tratamento. Eu acho (e sou a prova viva disso) que muitas doenças são curadas através de mudanças de alimentação. Não estou a falar de coisas graves porque, felizmente, nunca as tive e por isso não posso falar. Mas constipações, gripes, infecções e dores localizadas - doenças em que todos nós gastamos imenso dinheiro em antibióticos, paracetamol e coisas do género.
    Tive um problema enorme de anemia durante 2 anos e nenhum médico me disse que devia comer certos tipos de alimentos, vê lá tu. Teve de ser uma enfermeira a dizer-me "oh menina coma legumes de folhas verdes escuras!". E desde aí, pronto, nunca mais tive anemia.
    Mais uma vez digo, não estou a falar de doenças graves. Não estou a dizer que a alimentação é a cura de todos os males porque não sei quase nada. Mas que os médicos deviam informar melhor as causas das doenças que são muito facilmente apanhavas. Mas eu digo isto sem conhecer a área porque secalhar até têm algumas regras que os impede, não sei. E há outra coisa que sempre me chateou - são raros os médicos que eu encontro que se preocupam genuinamente, que olham para mim com olhos de ver. Devo ser eu que tenho azar, obviamente, mas acontece-me tanto. Eu sou alérgica a alguns componentes de medicamentos receitados quase sempre para constipações e por duas vezes tive médicos a receitarem-me esses medicamentos quando eu lhes tinha dito que era alérgica. Outra situação que me chocou foi com a mãe de uma uma amiga que estava grávida e teve uma hemorragia. Foi ao médico e, não sei que exames lhe fez mas disse-lhe "Ai olhe, escusa de se preocupar mais porque isso já está morto". A mulher entrou em choque por causa disso. Acho que os cursos que lidam com pessoas deviam ter algum exame que demonstrasse se as pessoas tinham jeito para lidar com outras pessoas.

    E sim, trabalhar por turnos deve ser desgastante, muito desgastante. O teu corpo nunca sabe quando vai descansar. Mas se, por exemplo, escolhesses ser médica de família não trabalharias por turno, certo? E mesmo médica-legista, trabalha por turnos?
    Se eu tivesse pensado em medicina acho que também seria médica-legista. Afinal, o teu paciente já não se pode queixar de ti 8D

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  2. Tens vantagens, sim senhora. Para mim a mais vantajosa de todas é mesmo o facto de tratar os problemas das pessoas através de alimentos e não de drogas. É que eu sou completamente anti-comprimidos :s só tomo a pílula porque se não o fizer todos os meses vou parar às urgências de tantas dores, falta de força e desmaios porque senão não tomava nem isso!

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  3. Nutrição parece-me ser um excelente curso :)

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  4. Se não tivesse no curso em que estou nutrição seria talvez uma das minhas segundas opções, o simples facto de tratar com base num estilo de vida saudável é o melhor, muito melhor que medicação :)
    Já andei em nutricionistas e realmente ajudou :)

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