06/09/2014

Memórias #3 - Colocações

Lembro-me tão bem do dia em que recebi o e-mail a dizer em que curso tinha sido colocada. Um dia horrível, ao contrário do de muita gente. Por um lado, estava certa de que ia ficar colocada na minha primeira opção, mas, por outro, estava sempre a adiar e a adiar a minha ida ao computador para ver o e-mail. Estava com medo e desanimada por as férias estarem a chegar ao fim. Estava, como acontece todos os anos, sem vontade absolutamente nenhuma de me despedir da boa vida e voltar à doentia rotina dos estudos.
Mas claro que não pude adiar a coisa para sempre. Já era noite quando decidi ligar o computador - os resultados já tinham saído há horas -, e fi-lo sem vontade, apenas porque tinha que ser. Podia dizer que estava com um mau pressentimento, mas acho que não. Porque estava mesmo certa de que ficaria na minha primeira opção; que ficaria contente por só ter que mudar de cidade e de casa dali a três anos; que estudaria para ter a profissão que me fascinava na altura - e que, confesso, continua a pairar sobre a minha mente, por vezes -; enfim, que tudo ficaria bem.
Foi então que abri o e-mail e levei com um dos maiores baldes de água fria de sempre. De início, fiquei como que em estado de choque a olhar para aquilo; depois, fechei-me no quarto e chorei que me fartei. Inclusive, passou-me pela cabeça não ir para a universidade naquele ano.
Mas lá fui.
E não deixa de ser estranho que, passados estes anos, tenha vindo a gostar mais da cidade em si do que do curso. Porque a cidade proporcionou-me memórias inesquecíveis e experiências que não teria vivenciado se tivesse permanecido na minha terra natal, enquanto o curso não se tornou naquilo que eu tinha em mente. Mas eu, conformista e preguiçosa, lá continuei, pensando que o curso poderia vir a ficar melhor e sem paciência nenhuma para voltar a passar pelo stress dos exames nacionais, de forma a concorrer de novo para a minha primeira opção. Se assim fosse, seria a terceira vez que iria concorrer, e já estava cansada de estar constantemente a voltar para trás.
É por isso que não deixo de sentir inveja daqueles que ficam felizes e radiantes com a sua entrada na universidade. Mais precisamente, com a entrada na sua primeira opção.

7 comentários:

  1. muitas pessoas colocam imensas opções apenas para encher o papel, mais nada. é escusado. acho piada àquelas pessoas que colocam universidades de outras cidades como segundas e terceiras opções e quando entram nessas preferem ficar na sua terra natal e pagar propinas numa privada.
    uma das primeiras coisas que os meus pais me disseram quando me fui inscrever foi para esquecer os estudos fora da cidade do Porto, eles nunca me conseguiriam sustentar ao ponto de me pagarem o aluguer de um quarto noutra cidade juntamente com as propinas e afins.

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  2. Também não entrei na minha primeira opção em nenhuma das vezes. Custa mas pronto.
    Não estou no curso que queria mas gosto deste à mesma (:

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  3. o meu caso foi mais ou menos semelhante ao teu, com a diferença de que hoje não me imagino no curso que queria inicialmente. mas a entrada na universidade é sempre uma boa mudança, ou quase sempre :)

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  4. Entrei na minha primeira opção o ano passado, mas não este ano. Também estou farta de voltar para trás. Vou tentar a segunda fase e, depois disso, faço o que tiver de fazer.

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  5. Eu não estava confiante em nada... Infelizmente, não entrei na minha primeira opção. :/

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  6. (Oláaaa! Nomeei-te para o desafio The Very Inspiring Blogger Awards
    Mais tarde publico no blog
    beijocas!!)

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