Ou uma pessoa não me liga nenhuma durante toda a vida ou se importa comigo em todos os momentos. Simples. Não gosto do meio-termo, daqueles que, numa determinada altura, vêm falar comigo e me fazem sentir bem comigo mesma, fazem-me sentir como se se importassem, fazem-me sentir valorizada, sei lá, e depois desaparecem, só voltam a dirigir-se a mim passado muito tempo ou não voltam a dirigir-se sequer.
Não gosto nada que venham com conversinhas do tipo "Vamo-nos encontrar" ou "Fazes falta aqui" e depois não mexem uma palha. Sou sempre eu quem tem que se mexer, mas já fiquei farta de me mexer. É que tipo...se é para ser assim, mais vale nem dizerem nada. Porque quando sou eu mexer-me, parece que fazem frete para responder ou inventam a desculpa mais estapafúrdia para não me virem encontrar. Ou até pode nem ser uma desculpa, mas, se se importassem, propunham outro dia. E depois dizem que sentem a minha falta? Oh, vão-se lixar...
O único lado mau de voltar para casa é mesmo este: sinto-me uma solitária. Tenho a minha família, o meu namorado e uma amiga que costuma alinhar sempre em qualquer coisa que se combine. Por vezes convido eu, outras vezes convida ela; é assim que gosto e é assim que deve ser. Se bem que agora tenho sido mais eu... Mas e então? Ter só estas pessoas, para mim, não chega. Já há tanto tempo que não tenho uma reunião só de raparigas, por exemplo. Já há tanto tempo que não reunimos um grupinho para fazer algo divertido onde ninguém se sinta a mais ou excluído. Há tanto tempo que...sabem quantas mensagens ou telefonemas recebi durante a última vez que estive lá na ilha, nas férias da Páscoa? Zero. Às vezes penso "Mais vale ter uma pessoa do que não ter ninguém"; sinto-me com sorte por ter encontrado esse alguém e por saber que esse alguém não me vai abandonar. Mas outras vezes sinto-me sozinha. Sozinha em termos de amigos, entenda-se.
Nunca tive muitos amigos, e isso piorou quando segui o meu caminho. Fui-me embora, e depois? Não ia restringir-me àquela universidade só porque iam ficar por lá. É certo que não queria ter saído de casa, mas acabei por pensar melhor, e entre esses pensamentos, conversas e não sei quê, pronto. E lá seguiram as suas vidas, quase se esquecendo de que eu existia. Por vezes diziam tretinhas como as que já disse em cima, mas é o que eu digo, não vale a pena dizer só porque fica bonito. Às vezes, quando as vejo online, apetece-me perguntar como estão, o que têm feito, se se estão a safar na universidade. E houve vezes em que o fiz mesmo, mas às vezes pouco ou nada diziam, ou davam aquelas respostas vagas e não desenvolviam. Depois chegava a uma altura em que diziam que tinham que ir não sei onde ou que tinham que estudar - uau, têm que estudar e têm o Facebook ligado -; lá nos despedíamos, mas eu notava que, em algumas vezes, continuavam ali, online. Como se eu fosse, sei lá, um peso e se quisessem livrar de mim. Num instante passaram a valorizar mais as pessoas que conheceram há pouquíssimo tempo. Admiro-as - e por vezes invejo-as - por conseguirem fazer amigos com tanta facilidade e por passarem a gostar tanto deles tão rapidamente ao ponto de os considerarem algumas das pessoas mais importantes das suas vidas.
E sentir-me invisível quando estou no meio de pessoas? Detesto. Já me aconteceu centenas de vezes: ou estou com uma ou duas pessoas e de repente aparecem outras que só elas conhecem e eu não - e lá se põem na conversa, e eu que me lixe -, ou então sinto-me mesmo invisível num grupo de pessoas conhecidas. Porque falam de gente que não conheço, dizem piadinhas parvas ou sequíssimas às quais nem consigo esboçar o mais amarelo dos sorrisos ou falam de assuntos nos quais eu não tenho o mínimo interesse ou não tenho opinião sequer.
Sem dúvida que o dia que me deixou mais chateada por causa disso foi no último dia em que estive lá antes de vir para o Porto, nos fins de Setembro. Decidi combinar um almoço com as minhas três amigas mais chegadas, já que só nos voltaríamos a ver nas férias de Natal. Ora, quando já tinha chegado ao café onde íamos comer, duas delas disseram-me que iam comer a casa, e eu então disse-lhes para depois irem lá ter. A minha outra amiga apareceu, claro, esta não falha nada, mas apareceu com outra rapariga, que eu também conheço há anos, mas que, pronto, foi uma cuja amizade acabou por se desvanecer com o passar do tempo. Mas nem me importei. Mal começámos a comer, apareceu um gajo que elas conheciam - e que eu também conhecia mais ou menos, e digo mais ou menos porque dele só sei o nome e nada mais. E o que aconteceu? O gajo ficou ali plantado durante o almoço todo e só houve conversas entre eles três. Como sempre, não sabia de quem ou do que falavam e fiquei ali às moscas. Mas isto nem foi o pior. Assim que acabámos de comer, elas levantaram-se logo para ir para a universidade. Achei estranho, porque só tinham aula dali a meia hora, mas pensei que de repente íamos ao bar da universidade ou coisa assim. Yeah, right. Quiseram ir logo a correr para lá para serem praxadas. WTF? Bem, isso não era coisa que eu faria de certeza... Quando chegámos lá as três e elas começaram a ser praxadas, fiquei ali especada com cara de cu, a olhar para elas e para os outros caloiros nas suas figurinhas tristes. Completamente parva com aquilo tudo, com o facto de estar a ser tão ignorada... Até houve um rapaz - não caloiro - que se virou para mim e perguntou se estava perdida. Eu disse "Ah, não estou, eu não sou daqui, estou só com umas amigas". E ele disse que eu, mesmo assim, parecia perdida. Encolhi os ombros, acabando por consentir. Ele tinha mesmo usado a palavra ideal para me descrever, porque, realmente, foi assim que me senti, perdida.
E o pior não ficou por aqui. Elas acabaram por ir para as aulas, despedindo-se de mim como se me fossem ver no dia seguinte, e não havia sinal das outras duas. Mandei-lhes mensagens e esperei sentada num banco por alguma resposta. Não me lembro se estava com pouco saldo ou coisa assim, mas acabei por me ir embora passados uns dez minutos. Fiz o caminho para casa totalmente chateada, farta de ser posta à parte daquela maneira, farta de não se importarem, ... Quando cheguei a casa recebi, finalmente, uma mensagem, mas já nem me lembro o que dizia, era qualquer coisa do tipo "Não nos dá jeito". É que nem sabendo que me ia embora? Não podiam ter feito um esforço? A sério, fiquei tão chateada, só pensava em coisas do género "Pois que se lixem, não preciso delas para nada".
A minha mãe não se cansa de me dizer que tenho que conhecer pessoas novas, mas quem é que hei-de conhecer naquela terra? Parecem todos iguais, todos a querer a sua drogazinha, o seu cigarrinho, o seu copinho de álcool, a querer sair à noite para se encharcarem em álcool e ficarem completamente possuídos, a cortarem-se em algum programa, a...sei lá! Só sei que me parecem todos iguais, todos uns clones uns dos outros. E que, por isso, toda a gente tem que ser assim também, porque assim é que é, assim é que está certo. Credo, até enjoa. Eu sei que não sou uma pessoa fácil - não me dou facilmente aos outros e sou muito misteriosa; só depois de algum tempo é que as paredes à minha volta começam a ceder -, mas, por favor, não sou nenhuma doente que vai contagiar essa gente só porque gosto de outras coisas ou penso de outra maneira. Essas gentes dos meios pequenos são tão tapadas que até metem nojo, a sério.
Lados bons em ser uma solitária? Não sei. Já me disseram no deviantART que por mais que sejam tão discriminados, os "solitários" são os que mais tem coragem de expressar sua própria opinião. Acho que só as consigo expressar verdadeiramente através da escrita. Na "vida real", os solitários passam despercebidos. Nem sei se foi graças ao facto de ser uma espécie de anti-social que o meu interesse pelas artes despertou, que me pude dedicar e tornar-me cada vez melhor no desenho e na escrita e, graças a isso, descobrir um mundo maravilhoso, que não existe cá fora. Se tiver sido por isso, agradeço.
Não sei por que me lembrei disso de repente, mas olha, apeteceu-me. Às vezes tenho mesmo que meter as coisas cá para fora.
E sentir-me invisível quando estou no meio de pessoas? Detesto. Já me aconteceu centenas de vezes: ou estou com uma ou duas pessoas e de repente aparecem outras que só elas conhecem e eu não - e lá se põem na conversa, e eu que me lixe -, ou então sinto-me mesmo invisível num grupo de pessoas conhecidas. Porque falam de gente que não conheço, dizem piadinhas parvas ou sequíssimas às quais nem consigo esboçar o mais amarelo dos sorrisos ou falam de assuntos nos quais eu não tenho o mínimo interesse ou não tenho opinião sequer.
Sem dúvida que o dia que me deixou mais chateada por causa disso foi no último dia em que estive lá antes de vir para o Porto, nos fins de Setembro. Decidi combinar um almoço com as minhas três amigas mais chegadas, já que só nos voltaríamos a ver nas férias de Natal. Ora, quando já tinha chegado ao café onde íamos comer, duas delas disseram-me que iam comer a casa, e eu então disse-lhes para depois irem lá ter. A minha outra amiga apareceu, claro, esta não falha nada, mas apareceu com outra rapariga, que eu também conheço há anos, mas que, pronto, foi uma cuja amizade acabou por se desvanecer com o passar do tempo. Mas nem me importei. Mal começámos a comer, apareceu um gajo que elas conheciam - e que eu também conhecia mais ou menos, e digo mais ou menos porque dele só sei o nome e nada mais. E o que aconteceu? O gajo ficou ali plantado durante o almoço todo e só houve conversas entre eles três. Como sempre, não sabia de quem ou do que falavam e fiquei ali às moscas. Mas isto nem foi o pior. Assim que acabámos de comer, elas levantaram-se logo para ir para a universidade. Achei estranho, porque só tinham aula dali a meia hora, mas pensei que de repente íamos ao bar da universidade ou coisa assim. Yeah, right. Quiseram ir logo a correr para lá para serem praxadas. WTF? Bem, isso não era coisa que eu faria de certeza... Quando chegámos lá as três e elas começaram a ser praxadas, fiquei ali especada com cara de cu, a olhar para elas e para os outros caloiros nas suas figurinhas tristes. Completamente parva com aquilo tudo, com o facto de estar a ser tão ignorada... Até houve um rapaz - não caloiro - que se virou para mim e perguntou se estava perdida. Eu disse "Ah, não estou, eu não sou daqui, estou só com umas amigas". E ele disse que eu, mesmo assim, parecia perdida. Encolhi os ombros, acabando por consentir. Ele tinha mesmo usado a palavra ideal para me descrever, porque, realmente, foi assim que me senti, perdida.
E o pior não ficou por aqui. Elas acabaram por ir para as aulas, despedindo-se de mim como se me fossem ver no dia seguinte, e não havia sinal das outras duas. Mandei-lhes mensagens e esperei sentada num banco por alguma resposta. Não me lembro se estava com pouco saldo ou coisa assim, mas acabei por me ir embora passados uns dez minutos. Fiz o caminho para casa totalmente chateada, farta de ser posta à parte daquela maneira, farta de não se importarem, ... Quando cheguei a casa recebi, finalmente, uma mensagem, mas já nem me lembro o que dizia, era qualquer coisa do tipo "Não nos dá jeito". É que nem sabendo que me ia embora? Não podiam ter feito um esforço? A sério, fiquei tão chateada, só pensava em coisas do género "Pois que se lixem, não preciso delas para nada".
A minha mãe não se cansa de me dizer que tenho que conhecer pessoas novas, mas quem é que hei-de conhecer naquela terra? Parecem todos iguais, todos a querer a sua drogazinha, o seu cigarrinho, o seu copinho de álcool, a querer sair à noite para se encharcarem em álcool e ficarem completamente possuídos, a cortarem-se em algum programa, a...sei lá! Só sei que me parecem todos iguais, todos uns clones uns dos outros. E que, por isso, toda a gente tem que ser assim também, porque assim é que é, assim é que está certo. Credo, até enjoa. Eu sei que não sou uma pessoa fácil - não me dou facilmente aos outros e sou muito misteriosa; só depois de algum tempo é que as paredes à minha volta começam a ceder -, mas, por favor, não sou nenhuma doente que vai contagiar essa gente só porque gosto de outras coisas ou penso de outra maneira. Essas gentes dos meios pequenos são tão tapadas que até metem nojo, a sério.
Lados bons em ser uma solitária? Não sei. Já me disseram no deviantART que por mais que sejam tão discriminados, os "solitários" são os que mais tem coragem de expressar sua própria opinião. Acho que só as consigo expressar verdadeiramente através da escrita. Na "vida real", os solitários passam despercebidos. Nem sei se foi graças ao facto de ser uma espécie de anti-social que o meu interesse pelas artes despertou, que me pude dedicar e tornar-me cada vez melhor no desenho e na escrita e, graças a isso, descobrir um mundo maravilhoso, que não existe cá fora. Se tiver sido por isso, agradeço.
Não sei por que me lembrei disso de repente, mas olha, apeteceu-me. Às vezes tenho mesmo que meter as coisas cá para fora.
Bem isto de falar é mais fácil do que fazer, mas acho que devias agarrar-te mais àqueles que se importam contigo e, lá está, conhecer novas pessoas, podem parecer todos iguais lá, mas não são. Olha essas pessoas com quem te dás bem são de lá e são excepções por isso deve haver mais por lá, e agora que estás aqui porque também não tentas fazer umas amizades cá? Mas realmente todas essas situações com as tuas "amigas" são complicadas, eu compreendo. Vais ver que vais conseguir ultrapassar isto, e vais encontrar pessoas que te percebam e te dêem o devido valor sendo da maneira que és. É frustrante todas estas coisas mas dizem que, seja no que for, é tudo uma questão de tempo, eu acredito nisso e acredito que daqui a uns tempos vais encontrar esse grupo de amigos com que te vais dar lindamente! :)
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