28/02/2014

Em Parte Incerta - Gillian Flynn

A pessoa que alegas conhecer tão bem pode revelar-se completamente diferente daquilo que esperas.
No dia em que Nick e Amy celebram o quinto aniversário de casamento, Amy desaparece misteriosamente, deixando para trás indícios de que terá sido assassinada. De imediato, Nick é apontado como culpado. Embora assegure que esteja inocente, os seus estranhos comportamentos face à polícia e aos media dificilmente conseguem convencer as pessoas da sua inocência.
Foi a primeira vez que me aventurei num policial, e devo dizer que me surpreendi bastante pela positiva. Em Parte Incerta é um livro que queremos devorar, de modo a podermos descobrir tudo o que aconteceu, mas que, por outro, não queremos que acabe, por ser tão, mas tão bom. A história é-nos apresentada de uma forma misteriosa e nada enfadonha, em que um capítulo é narrado sob o ponto de vista de Nick e o seguinte consiste numa entrada do diário de Amy, e assim sucessivamente, todos escritos de um modo bastante directo e perceptível, que até consegue, por vezes, ser divertido – e, também, incluir uma linguagem mais obscena de vez em quando, mas que se ignora facilmente.
Para além da história e do enredo por si só, o facto de o livro nos sugar para uma espécie de jogo psicológico fez com que este se tornasse num dos melhores livros que já li até hoje. Flynn não nos deixa saber no que as personagens estão a pensar, nem tão-pouco se estão a falar a sério – muitos dos diálogos de Nick são seguidos por menti, o que nos deixa sempre de pé atrás em relação ao desaparecimento da mulher: queremos acreditar que está inocente, mas os seus comportamentos inadequados e as mentiras conseguem fazer-nos pensar no contrário, confundindo-nos e, ao mesmo tempo, deixando-nos ainda mais ansiosos por saber o que se passou. O que está escrito no diário de Amy em tudo aponta para Nick, o que nos mexe ainda mais a cabeça. Ou seja, o modo como a história nos é apresentada deixa-nos ora a apoiar Nick, ora a apoiar Amy. E, como se isso não bastasse, quando pensamos conhecer bem uma personagem, eis que surge uma reviravolta inesperada que altera todo o rumo da história. Flynn revelou-se bastante perspicaz – para além de original – ao levar-me a sentir de determinada maneira em relação às personagens e ao trocar-me depois as voltas mais adiante, surpreendendo-me de uma forma que nunca tinha experimentado.
Conseguimos ficar um tanto ou quanto em choque à medida que o lemos. Leva-nos a pensar no poder que a sociedade exerce sobre uma pessoa, de forma a modificar a sua personalidade somente para agradar aos outros, e na influência do ambiente familiar na construção do carácter. Mas, acima de tudo, faz-nos pensar que existem pessoas capazes de tudo. Um livro genial que não nos deixa indiferente.

27/02/2014

Cinco


Há cinco anos atrás, o rapaz que, de repente, se tornara no meu melhor amigo, fez-me ver que gostava realmente de mim, na altura em que eu pensava que ele já tinha partido para outra. Há cinco anos atrás, recebi o meu primeiro beijo, que, apesar de ter sido a coisa mais esquisita de sempre, não me saiu da cabeça durante toda a aula de biologia que se seguiu. Há cinco anos atrás, deu a entender que queria ser meu namorado - estava tão tímido, que nem o conseguiu dizer por estas palavras. O meu primeiro namorado, que ainda hoje se mantém. Acho que me posso gabar por ter acertado à primeira. Não é toda a gente que pode dizer que ficou com o seu namorado do secundário para sempre.
Está bem, podem dizer-me que o para sempre não existe. Podem dizê-lo, que eu vou discordar. Há uma pessoa para cada um de nós, acredito que sim. Uma pessoa que nos ensina que o verdadeiro amor existe, e que este é capaz de superar qualquer obstáculo. Que está sempre pronta para nos ouvir e nos levantar sempre que nos deixamos ir abaixo nos nossos momentos mais sombrios. Que sente vontade de estar connosco, e que o demonstra. Que deseja um futuro connosco, o que se torna visível quando, subitamente, damos por nós a planear um futuro, juntos, deixando-nos a sonhar. Que nos apoia e parece ter mais fé em nós do que nós próprios. Uma pessoa em quem podemos confiar qualquer coisa e com a qual podemos contar para o que quer que seja. Com a qual nos sentimos perfeitamente à vontade, como se estivéssemos a falar com os nossos botões. Uma pessoa que se torna tão presente e tão valiosa com o passar do tempo, que acaba por ser uma componente do nosso dia-a-dia e um tesouro que queremos preservar a todo o custo, coisas que fazem com que seja impossível conceber a ideia de uma vida sem ela. E que nos torna nas pessoas mais felizes à face da Terra quando está por perto. Como se ficássemos rodeados por uma bolha, a limitar um pequeno mundo de paz e felicidade só nosso e a repelir todos os problemas e preocupações que nos atormentem, atirando-os para um outro mundo a anos-luz de distância.
Se me tivessem dito tudo isto há cinco anos atrás, teria achado estúpido. Mas ele, esse meu melhor amigo que surgiu inesperadamente na minha vida e que se converteu numa pessoa que amo com todas as forças, fez-me perceber tudo aquilo, e muito mais. O amor é tão complexo e difícil de definir, que tudo aquilo que eu disser acerca dele, de nós e desta relação, que estimo mais do que tudo, nunca faria jus à realidade.
Ainda espero pelo momento em que possa comemorar este dia ao seu lado. Assim como esperei que ele aparecesse, para dar cor e felicidade aos meus dias e para me tornar numa pessoa melhor, vou esperar pelo melhor que ainda está para vir. Deixei o amor entrar há cinco anos atrás, e, tal como até hoje, continuarei a preservá-lo durante os muitos mais anos que nos esperam à nossa frente. Eu acredito que sim, que o para sempre está reservado para duas pessoas que se complementam tão bem. Como nós.

25/02/2014

Precisa-se: espaço


Quando volto para cá e começo a desfazer a mala, a primeira coisa em que reparo é que cada vez tenho menos espaço para guardar as minhas roupas. Vir de tão longe para aqui ficar meses seguidos sem ir a casa obriga-me a ter aqui roupa para todas as estações, e isto sem contar com o calçado, os lenços, os cachecóis, os pijamas, os casacos e tudo o resto. O roupeiro que aqui tenho já não dá para nada. Já ando a dizer que, quando tiver a minha própria casa, vou ter que ter um quarto de vestir. É uma coisa mesmo gira e que deixa a roupa toda organizadinha... Mas, antes disso, se calhar devia começar a pensar em vender peças de roupa que já não uso. Só não sei quem é que poderia querer peças tão desactualizadas e um tanto ou quanto infantis...

23/02/2014

É assim que gosto de fins-de-semana


Finalmente um fim-de-semana relaxado em tempo de aulas, tal como todos deviam ser. Ainda me sinto de férias, a aproveitar os dias para fazer coisas de que gosto e sem pensar em assuntos académicos, e é por isso que adoraria que amanhã fosse fim-de-semana outra vez. Nem me lembro da última vez que tive um fim-de-semana como este, completamente livre. Quem me dera que os próximos também fossem assim... Cá para mim - e espero não estar a deitar foguetes antes da festa -, este semestre vai ser mais relaxado. Ainda não foi pedido nenhum trabalho, a não ser coisas que se fazem logo nas aulas, o horário é leve e já resolvi não estar a matar-me por causa de resumir as aulas. Sabe bem, isto assim, esta descontracção que não me pesa na consciência.

22/02/2014

Em modo repeat #15


Within Temptation é uma das minhas bandas do coração. Até o meu nome de utilizador aqui na blogosfera é o título de uma das suas canções. O seu estilo musical tem sofrido alterações ao longo do tempo, mas a banda nunca me desiludiu por causa disso. Se eu antes preferia o estilo mais dark do seu primeiro álbum, agora, de há uns tempos para cá, rendi-me completamente à sua nova sonoridade. 
Caso regressem a Portugal, estarei pronta a ir vê-los de novo.

21/02/2014

Da culinária


Os meus professores e muitos dos meus colegas dão imensa importância ao acto de cozinhar, mais concretamente à relação entre o curso e o acto de cozinhar. Fico um pouco a apanhar moscas quando falam nisso, inclusive a pensar onde raio me fui meter. Para além de não estarmos num curso de cozinha, achei que o facto de se saber cozinhar fosse somente uma mais-valia acessória, e não algo tão importante assim. Ontem, numa aula, a professora dizia que quem tem mais aptidões culinárias controla melhor aquilo que come, ou seja, faz melhores escolhas alimentares, e, como tal, uma melhor alimentação, o que, como sabemos, se traduz num índice de massa corporal dentro do normal e uma menor incidência de problemas que podem advir de uma alimentação desequilibrada. Mas não creio que a relação seja assim tão linear. Por exemplo, há quem faça excelentes cozinhados mas que opta sempre por pão branco em vez de integral. Assim como há quem não cozinhe e prefira o pão integral, como é o meu caso.
Mas isto das aptidões culinárias levanta uma outra questão, que a professora também focou. Afinal, o que é "ter aptidão"? Melhor dizendo, o que é "saber cozinhar"? A pergunta Sabes cozinhar? é uma às quais não sei responder ao certo, pois isso do "saber" dá muito pano para mangas. Será saber fazer pratos todos xpto? Inventar novos pratos? Saber conjugar alimentos? Limitarmo-nos a seguir uma receita à letra? Ou simplesmente transformar um produto cru em algo comestível, nem que seja uma coisa tão simples como estrelar um ovo?
Só comecei a pegar em tachos e a ligar um fogão quando entrei para a universidade. Antes disso, tinha quem cozinhasse por mim. Nunca tive interesse em aprender, e as pessoas não chegavam ao pé de mim a perguntar-me se queria lições de cozinha. Tive apenas uma pequena fase em que comecei a interessar-me, mas foi passageira e não cheguei a aprender nada. Como, na altura, cozinhar não era algo imprescindível, pois faziam-no por mim, deixei o assunto de parte.
Mas nem agora ganhei interesse. Não tenho tempo para isso, nem paciência. Sim, estudo fora de casa e não cozinho, grande coisa. Trago sempre uma grande mala térmica com comida da mamã já congelada. Apenas cozo arroz ou massa para acompanhar. Às vezes frito uns bifes ou faço uns ovos mexidos. E pronto, nada mais. Quando o congelador fica vazio, passo a ir buscar o jantar ao take-away, ou adopto uma "dieta" à base de douradinhos, massa com atum, tostas com ovos mexidos ou o que quer que seja, desde que seja rápido, fácil, cómodo e que não me obrigue a comprar muita coisa.
Uma das razões para não ter paciência para cozinhados é precisamente esta parte do comprar os ingredientes. Não estou para ir quase todos os dias às compras, ir buscar dezenas de ingredientes para uma só refeição, cozinhar apenas para mim e deixar aquilo que sobrou dos ingredientes a apodrecer. Para além de que não tenho assim tanto espaço para poder arrumar tudo, nem tempo para isso - okay, por vezes posso até ter tempo, mas prefiro gastá-lo noutras coisas, ora. Mas isto é apenas por agora, enquanto estudo. Tenho a certeza de que, quando acabar o curso, as coisas vão mudar. Não em termos de interesse pela culinária, mas em termos de refeições. No entanto, continuo a dizer que quero uma Bimby. Tenho colegas que abominam a Bimby, vai-se lá perceber porquê. Aquilo faz comida na mesma, não faz? Então, pronto. E ainda poupa tempo e esforço. É mesmo uma das melhores coisas que poderiam ter inventado para quem não tem paciência nenhuma para passar horas numa cozinha. Até porque eu só gosto do que vem a seguir, que é a parte do comer. Vá, às vezes ajudo a minha mãe com o jantar, mas isso não é algo propriamente divertido.
Quanto à parte do saber cozinhar ser importante para o nosso futuro profissional, bem, temos pena. Hei-de ter (espero eu) um trabalho onde não seja preciso aplicar os pouquíssimos conhecimentos culinários que possuo.

18/02/2014

Só para actualizar


As despedidas andam a tornar-se cada vez mais difíceis. Cada vez custa mais voltar, talvez por, no início, isto ser algo novo. Agora, é sempre mais do mesmo, o que acaba por fartar um bocado. Gosto de ter o meu espacinho, as minhas coisas e a minha privacidade. Só não gosto do resto. O que mais me chateia são mesmo os outros. Estou rodeada de stressados, de pessoas com as quais não há assunto para falar e que têm uma outra mentalidade por nunca terem passado pela situação de viverem sozinhos - se o fazem, é só durante os dias da semana. Como se os meus colegas não bastassem, tenho ainda que partilhar a casa com aquelas duas raparigas, outras pessoas com as quais não me identifico e com quem não convivo. As únicas palavras que troco com elas têm a ver com contas e outros assuntos da casa. Quando tenho um dia menos bom, não tenho ninguém em casa à minha espera nem uma pessoa com quem falar. À excepção das conversas por telefone com as pessoas habituais, que, obviamente, não são a mesma coisa.
Entretanto, não consegui mudar de turma. Chateei-me, principalmente porque achava vir a ser difícil arranjar grupos de trabalho. Mas as coisas estão a começar a compor-se. Uns colegas lembraram-se de mim - vai-se lá saber porquê - para me juntar ao seu grupo numa das cadeiras. Quanto às outras, das duas uma: ou não existem trabalhos de grupo (que bom!), ou então hei-de colar-me a alguém. Por falar em cadeiras, acho que desta vez vou ver-me grega para estudar, mas não quero pensar nisso. Penso, antes, em como o segundo semestre é sempre melhor do que o primeiro, devido às diversas interrupções - férias da Páscoa, semana do curso e semana da queima -, e que, depois deste, é só mais um.
Não tenho tido a mesma paciência para cá vir, a verdade é esta. Nem sei bem por que escrevi isto; talvez para não deixar isto ao abandono por muito tempo... Pode ser que, entretanto, volte a ter algum entusiasmo para isto. Quanto mais tempo estou sozinha, maior é a minha necessidade de cá vir, nem que seja para escrever longos textos sobre qualquer coisa que não a minha rotina ou um desabafo. Mas, por enquanto, vou tentar aproveitar todos os pedacinhos do meu tempo livre para avançar no meu "livro". E quero ver se começo a sacar umas séries novas.

13/02/2014

Do dia dos namorados


Durante uns bons anos, não gostei deste dia. Achava-o lamechas, estúpido, sem sentido, e outras coisas que tais. Parecia ser um dia em que as raparigas se gabavam por terem um namorado, passeando pelos corredores da escola abraçadas a um urso de peluche ou com uma rosa na mão, como que para fazer inveja às forever alone como eu.
Porém, à medida que se aproximava o meu primeiro dia dos namorados a sério - isto é, o primeiro dia dos namorados que passei acompanhada -, deixei de o considerar tão negativo. Finalmente estava apaixonada; finalmente tinha direito a comemorar aquele diazito; finalmente não era uma forever alone. Estava entusiasmada por ter um dia inteiro apenas para nós os dois, embora não conseguisse aderir por completo ao espírito lamechas do dia - continuava a achar todas as prendinhas e todos os postais uma coisa pavorosa, pelo que o presente que lhe dei foi algo completamente normal. E adorei aquele dia, talvez por o catorze de Fevereiro ter significado algo de novo para mim. Fomos ao cinema ver o Percy Jackson, o único filme que nos despertava interesse - ora, que se lixem os filmes românticos -, e fomos jantar fora. Ele ofereceu-me um vasinho com bambus, que guardo com carinho desde essa altura e que continuam a crescer sem parar, o que os torna bem melhores que um ramo de flores.
A partir desse ano, o dia dos namorados tornou-se num dia quase normal. Aquele foi diferente porque, para mim, foi o primeiro; foi novo, foi especial. Foi, digamos, uma espécie de experiência. Com o passar do tempo e, principalmente, com a intromissão da distância entre nós, dei por mim a desvalorizar este dia em específico. Porque o que passou a importar foi somente o facto de podermos estar juntos. Não temos a possibilidade de celebrar o amor todos os dias, pelo que passámos a tentar aproveitar ao máximo todos os momentos em que estamos juntos, todo o tempo que podemos desperdiçar juntos. Não precisamos de um dia especial para ir ao cinema, ir jantar fora ou fazer qualquer outra coisa típica do dia dos namorados, mesmo que seja dar um presente. Passámos a fazer estas coisas sempre que nos apetece, porque sabemos que não podemos estar juntos todos os dias ou sempre que quisemos. Porque queremos aproveitar o pouco tempo que temos disponível um para o outro, antes que a distância se intrometa de novo.
Passamos o catorze de Fevereiro juntos, assim como passamos o treze, o doze, o onze e todos os outros dias em que temos oportunidade. É apenas mais um dia. Desistimos de oferecer o que quer que seja e desistimos de ter que pagar valores absurdos por um menu especial nalgum restaurante, feito propositadamente para o dia - porque, no fim de contas, este dia não passa de mais um negócio. Não preciso de um ramo de flores, de um urso de peluche, de uma noite num hotel ou de um jantar todo xpto num restaurante chique. Contento-me, por exemplo, com uma pizza em casa, com o facto de vermos um filme juntinhos ou com conversas no escuro até o sono chegar. Qualquer coisa. Desde que estejamos juntos.

11/02/2014

Há pessoas mesmo estúpidas


Aproximam-se de mansinho, como cordeirinhos, a pedirem favores e a dizerem que vão fazer determinada coisa, todos simpáticos. No fim, apunhalam-nos pelas costas e deixam-nos na m*rda, pois em vez de fazerem o que tinham prometido, fizeram precisamente o contrário. Parece que não se pode contar com ninguém, quanto mais confiar em alguém. Pessoas destas não merecem nada. Da minha parte, não terão mesmo mais nada. Já chega de acreditar em toda a gente. Se querem brincar aos lobos disfarçados de cordeirinhos, pois que assim seja.

10/02/2014

Casa, frio e expectativas


Hoje começa o segundo semestre, mas já desisti de ir às aulas na primeira semana, já que as ditas aulas não passam da apresentação do programa das cadeiras e, quanto às práticas, nem vê-las. Por isso, continuo em casa, ainda a sentir-me de férias, o que, por enquanto, é óptimo, sobretudo por não ter que enfrentar a tempestade que se instalou no continente - que eu espero que venha a acalmar até ao dia em que tiver que ir para lá.
O que mais me chateia em relação ao regresso à faculdade é o ter que aturar aquelas pessoas novamente. E o caso agrava-se quando olho para a lista das turmas e vejo que, na turma que me calhou, não há ninguém com quem me dê bem e já há grupinhos formados. É isto que detesto: o sentir-me à parte, sem estar inserida num grupo, e o ser obrigada a colar-me a alguém, de forma a ter um grupo de trabalho, e a socializar com os colegas do grupo, onde a única conversa que reina gira em torno do trabalho que tem que ser feito. Estar numa turma de pessoas com quem não tenho afinidade e onde me sinto sozinha não me dá qualquer motivação de sair de casa, e deve ser aquilo que mais atormenta no início de um novo semestre.
Foi por isso que decidi trocar para uma turma com pessoas com as quais me dou bem desde o primeiro ano. Por enquanto, estou aqui à espera de saber se consegui, ou não, trocar. E estou mesmo inquieta por saber. Se conseguir, o simples facto de ir para as aulas terá outro sabor. Posso não considerá-los meus amigos, mas são colegas com quem gosto de conviver na grande maioria das vezes.
Entretanto, vou tentar avançar mais qualquer coisa no manuscrito que quero levar a concurso, enquanto espero pelo namorado para darmos início a mais uma mini maratona de episódios.

08/02/2014

Facto #13


Claro que adoro regressar a casa, mas há dias em que começo a cansar-me dos dramas e da rotina que aqui se vivem, o que me leva a sentir falta de um espacinho só meu.

07/02/2014

Desilusões



Há uma rapariga que conheço desde a primária. Foi uma das minhas grandes amigas durante a primária, mas, depois disso, vieram as mudanças de escola. A partir daí, a nossa amizade teve altos e baixos: alturas em que voltámos a falar e inclusive a encontrarmo-nos e outras em que a distância falava mais alto e nos concentrávamos nas pessoas que tínhamos ao nosso lado. A última vez que estivemos juntas foi no Verão de 2011. Fomos à praia. Desde essa altura, o nosso contacto ficou reduzido a likes e a comentários via Facebook.
Claro que não queria que assim fosse. Não desisti; era daquelas amizades que queria reaver e preservar, pois viemos a descobrir que nos tínhamos tornado em pessoas muito parecidas uma com a outra. No entanto, parece que fui só eu a querer isto.
Naquele mesmo Verão, antes de partir para o continente, combinei um almoço com ela e umas outras raparigas. Ela não apareceu. Penso que, nas férias de Natal, tentei combinar qualquer coisa com ela, mas a coisa não se deu. No ano passado, vim a casa na semana da queima das fitas e ela mostrou-se interessada em encontrarmo-nos, mas, a partir do momento em que eu lhe disse Quando quiseres, é só dizer, a conversa morreu. E, no último Verão, falei com ela duas vezes para combinarmos qualquer coisa. Disse que, nos dias que sugeri, não podia. Não sugeriu mais nenhum.
Na semana passada, encontrei-a por acaso. Pareceu-me feliz por me ver e até veio dar-me um abraço. Dissemos que nunca mais nos tínhamos visto; ela perguntou-me se estava de férias. Depois disse-lhe que havíamos de nos encontrar um dia destes. Fiquei com esperança, mas, para ser sincera, não me pareceu muito entusiasmada com a ideia.
Hoje combinei ir a um café com outra rapariga que ambas conhecemos há anos e perguntei-lhe ontem à noite se queria ir connosco. Ainda espero uma resposta. E sei que ela viu a mensagem.
Não percebo como há pessoas que fazem isto. Ainda para mais ela, uma pessoa que eu gostava de ter por perto por ser tão parecida comigo. Tenho pena que assim seja, mas foi ela que o escolheu. Eu tentei. Depois, que não venha com mais indirectas via Facebook - que eu não faço ideia para quem são, mas de certeza que não são dirigidas a mim -, do género Dizem que têm saudades, mas depois não se querem encontrar ou Num minuto dizem que se importam, no outro já se foram. Ainda estou para perceber qual o meu problema, ou o problema dos outros em relação a mim, que faz com que ninguém permaneça na minha vida.

05/02/2014

Um aniversário diferente


Faço anos daqui a precisamente um mês, e, muito provavelmente, será a primeira vez que passo um aniversário sem a minha mãe. No meu vigésimo aniversário, ela e a minha irmã foram ter comigo ao Porto e passámos uns dias bem divertidos por lá; no ano passado, vim eu a casa. Havia sempre a hipótese de eu, este ano, fazer o mesmo, mas, caraças, pensem um bocadinho em mim: ando cada vez mais cansada destas viagens de avião, e estas tornam-se ainda mais cansativas quando sei que só vou ficar uns quatro ou cinco dias em casa, ainda para mais sabendo que é em altura de aulas e que, apesar de o aniversário ser meu, eu e a minha mãe teremos que cozinhar tudo para o jantar de anos e pôr a casa em condições para a família cá vir.
A minha mãe gostava de voltar ao Porto, mas isto é sempre complicado, não só por ela ter que faltar ao trabalho, como também por causa do preço das viagens - é absolutamente ridículo haverem viagens a diversos preços, sendo que as mais baratas são muito difíceis de encontrar, a não ser que sejam compradas com meses de antecedência. E eu gostava, claro, de ter a companhia dela e da minha irmã, principalmente para podermos passar vários dias a passear e para eu desanuviar das aulas. Mas, por causa do raio do preço das viagens, não estou a contar muito com isso. Vai ser tão estranho passar um aniversário sem a minha mãe, que sempre esteve presente neste dia... Até fiquei um bocadinho em baixo quando ela me disse Vai ser a primeira vez que não vou passar os teus anos contigo...se calhar vai ser a primeira vez de muitas. Custa tanto deixar pessoas que já estou tão habituada a ter por perto... Bem, pelo menos tenho o namorado para estar comigo no dia. Se não fosse isso, se calhar até me esquecia de que fazia anos, ou então aquele seria apenas um dia normalíssimo e não lhe daria importância nenhuma.
Apesar de tudo, já não acho muita piada ao meu aniversário. Faz-me ver que o tempo não pára, que passa depressa demais para o meu gosto.

03/02/2014

Da blogosfera


Considero que há coisas demasiado pessoas para serem publicadas num blog. Assuntos do tipo Dormi com o meu namorado, Um familiar meu morreu ou Descobri que tenho uma doença X são coisas que não consigo abordar, precisamente por só a mim dizerem respeito. Um blog é um lugar para desabafarmos e onde não devemos ter vergonha ou medo daquilo que escrevemos, mas há certas coisas que devem ficar guardadas apenas para nós.