30/11/2012

Esta gente...


Tenho colegas - com os quais me dou bem - que me chegam a enervar. Ou não sabem interpretar aquilo que eu digo às vezes, ou não percebem como se faz uma coisa do mais simples que há, ou transportam-se para o mundo da lua enquanto estou a falar com eles, obrigando-me a repetir tudo quando finalmente "acordam" ou a mudarem logo de assunto, também quando "acordam", o que me prova que, realmente, tinha estado a falar para o boneco. Fora isso, há uns que são cá uns stressados...! E é isso que me enerva mais, pois pessoas stressadas deixam-me maluquinha. É que têm que fazer tudo à pressa, tem que ser tudo feito logo e já! Alguns exemplos:
Tenho que ir para casa já! [porque vai morrer se chegar um bocadinho mais tarde]
- Já é meio-dia e dez, não vai dar tempo de fazer tudo! [a aula acabava ao meio-dia e meia, e, guess what, deu tempo]
- Tenho que sair mais cedo para chegar a casa mais cedo! [e por isso faz os trabalhos da aula todos à pressa e, claro, a pressa é inimiga da perfeição. De salientar que isto é muitas vezes dito por aqueles que estão todos os dias em casa, não apenas aos fins-de-semana ou coisa assim]
- Ai que a fila está tão grande, não vai dar tempo! [e a aula é só daqui a uma hora]
- Na cantina perde-se muito tempo, temos que ir ao bar! [yeah, comer menos e pagar mais ftw!]
- Vou almoçar já para me ir já embora! [isto antes do meio-dia e sem poder esperar comigo mais uns minutinhos]
- Manda-me o trabalho já! [ao que uma pessoa pergunta Mas não pode ser depois? E a pessoa insiste: Não, agora!, quando, na verdade, não há urgência nenhuma]
- Não te vi e tive que ir andando, já estou no sítio X! [como se fosse morrer se esperasse por mim uns cinco minutos]
- e outras...
Credo, gente, tenham calma! Depois andam sempre a correr de um lado para o outro... Eu se levasse uma vida em que tinha que estar sempre a correr ou a olhar para o relógio passava-me...
Outra coisa que me irrita: o caso dos telemóveis. Não, não é o facto de estarem sempre agarrados a ele a ponto de me ignorarem - embora isto me irrite solenemente também, como já referi há uns posts atrás. É que eu sou 96 e a grande maioria é 91. E, quando há alguma coisa importante ou alguma alteração de última hora, não sabem avisar. Porque nunca têm saldo! Sempre a desculpa do saldo... Quer dizer, têm dinheiro para comprar isto e aquilo, mas para carregar o telemóvel nunca têm. Por causa desta treta, ando a fazer figura de tola desde há duas semanas, em que fico à espera de uma colega para irmos juntas para a outra faculdade em que temos aula e ela decide ir-se embora sem dizer nada porque não me viu e não soube esperar.
Ainda outra coisa - mas já sem ter a ver com colegas -: aqueles chatos que andam na rua a pedir para darmos uma ajuda para qualquer coisa. Não falo dos pedintes, mas daqueles que nos dão umas pulseiras foleirinhas contra o cancro ou outra coisa qualquer. Estes gajos chateiam mesmo. É que já nem se pode andar descansada pela rua... Costumo fazer todos os trajectos com os auriculares do mp3 nos ouvidos, mas, quando calha não estar a ouvir música, lá vêm eles. Mas o que chateia é a conversa deles: dizem que as pulseiras são oferecidas e que, com elas, contribuimos para não sei o quê, e depois, quando já temos a pulseira toda direitinha no pulso, dizem Ah e tal, cada um ajuda como pode..., o que, traduzindo, significa que temos que dar algum dinheiro. Então e não era de graça? Fogo, a sério...o que vale é que eu já conheço o esquema desses gajos, por isso vou sempre para a frente quando algum deles vem ter comigo. Em último caso, digo mesmo que não - principalmente porque não gosto da foleirice que são aquelas pulseiras.
A sério, esta gente toda tem uma capacidade incrível de me chatear...

29/11/2012

Lista de Natal


Ao contrário de muita gente, eu este ano não tenho uma lista de presentes que gostaria de receber no Natal. Mas não é o primeiro ano que não tenho uma. Essas listas perderam-se algures na minha adolescência. No ano em que percebi o verdadeiro significado do Natal, deixando, portanto, de dar importância às prendas. Não há nada que queire, pelo menos por agora. Não vale a pena pedir coisas que não são essenciais ou que não queremos assim tanto só porque é Natal. Aliás, é estúpido pedir-se imensa coisa e comprar-se imensa coisa só porque é Natal. Quando quero alguma coisa, quando vejo alguma coisa de que gosto, compro-a, seja em que altura do ano for. Não espero que seja Natal ou que seja o meu aniversário para a ter...
Claro que não deixam de me dar presentes, nem que seja dinheiro. Como não peço nada, até tem mais piada...fico com grande curiosidade em saber o que me vão dar.
Na verdade, livros são sempre bem-vindos, mas grande parte das pessoas oferece-me roupa, mais precisamente blusas de Inverno, coisa que já tenho até dizer chega, mas que aceito de bom grado, apesar de tudo. Não há nada que queira realmente. Já tenho tanta coisa; já tenho tudo o que preciso. Quer dizer, quero coisas que o dinheiro não compra. Quero viajar, quero amigos verdadeiros, quero realizar sonhos...é pedir muito? Parece que sim...
Mas confesso que até gostava de receber um bilhete para o concerto dos Iron Maiden em Lisboa :P

Estudar? Só nas vésperas...


Uma colega minha não acreditou em mim quando lhe disse que tinha feito as cadeiras todas do ano passado na época normal de exames e que só tinha estudado na véspera dos exames. Não acho isso nada do outro mundo e penso que grande parte das pessoas faz o mesmo. Até a minha mãe me diz que eu devia estudar mais, mas para quê, se passo a tudo na mesma? Além disso, nem tempo tenho - nem paciência.
Passo os semestres inteiros a fazer resumos das aulas, mas não considero isto como estudo. Considero-o antes...uma preparação para o verdadeiro estudo. Nos dias antes de um exame, é ver-me a ler os resumos centenas de vezes e a dizer a matéria às paredes mais outra centena de vezes. E passo os dias nisso, por vezes de manhã até à noite. A época de exames desgasta-me imenso, mas que remédio tenho eu... Quero sempre fazer tudo na época normal para me ir embora daqui o mais cedo possível, por isso, tenho que me sujeitar. E, até agora, tem dado resultado. Se vir bem, até não é um mau método. São três ou quatro dias bastante cansativos, mas, se fossem mais, perdia a cabeça. Sob pressão funciona muito melhor, pois sei que só tenho aqueles três ou quatro dias para saber a matéria todinha, o que me faz tirar o melhor partido deles e faz com que chegue ao exame com a matéria toda fresca na cabeça - tão fresca que, quando passo a porta da sala, puf, lá vai ela...
Estudar ao longo do semestre de pouco ou nada serve, pelo menos para mim. Passado um tempo, esquecer-me-ia da matéria toda que tinha lido. E faria imensa confusão, pois seria tanta coisa diferente na minha cabeça. Para além disso, não dá. Perde-se imenso tempo em aulas, a fazer-se trabalhos e, no meu caso, a fazer-se resumos. Podia estudar à noite, mas, por favor, ninguém aguenta. A noite sempre foi, e sempre será, o meu momento de descontracção - excepto na época de exames.
Mas enfim, há sempre aqueles que defendem o estudar todos os dias e o ir a todas as aulas para apanhar a matéria. Eu cá continuo a achar que isto são valentes tretas, e sei que não sou a única.

27/11/2012

Saga Twilight


Como estou mesmo sem inspiração por causa de dois dias seguidos cansativos, vou hoje falar de um assunto que foi muito falado nas últimas semanas: a saga Twilight. Sim, eu sei que aquilo que foi falado mais precisamente foi o último filme - do qual só tenho a dizer Ainda bem que acabou! -, mas como não o vi - nem quero ver -, vou falar da saga em geral. A verdade é que há pessoas que acham a história horrorosa, que acham que é uma paneleirice e outras coisas que tais, mas conheço gente que critica apenas por causa dos filmes, ou seja, sem ter lido os livros. É algo que não acho justo, uma vez que os filmes ficaram tão aquém dos livros. Li os livros todos e vi dois filmes, por isso acho que estou no direito de criticar - estou, não estou? Acho que sim.
Para começar, por que é que eu li isto? Sim, porque, antes disto, nunca tinha lido nada minimamente romântico. Mas é simples. Estava à procura de um livro para ler no Verão, quando de repente vi o Eclipse com uma faixa vermelha à volta a dizer O livro que eclipsou Harry Potter. E aí fiquei O quê? Um livro melhor que o Harry Potter? Não pode! Tenho que tirar as dúvidas. Li a contracapa, vi as palavras vampiro e lobisomem juntas e pensei que até podia ser interessante. Lá percebi que era o terceiro volume de uma saga, e lá me pus à procura do primeiro volume, o Crepúsculo. Nessa altura, não fazia a mínima ideia de que aqueles livros iriam virar filmes, muito menos que já eram uma espécie de febre. E, já agora, quando comprei os livros, a saga não se chamava Twilight, mas sim Luz e Escuridão. Ainda não entendi o porquê da mudança de nome - se é que houve alguma mudança, porque, às vezes, as traduções não têm nada a ver com o nome original.
Adorei os livros. A sério. Era sobre um assunto novo para mim, sobre um tema completamente diferente daquilo que tinha lido até então (os Harry Potter's, as Crónicas de Nárnia e outras coisas. Na altura nem era muito de ler, até). Não consigo fazer uma cítica detalhada, uma vez que já os li há muito tempo e só me lembro da história em geral. Quando soube do filme, é claro que quis logo ir vê-lo. Ainda por cima quem ia fazer de Edward era quem tinha feito de Cedric Diggory no Harry Potter.
Bem, depois de tanta espera, saí da sala de cinema desiludida. Nada tinha sido como tinha imaginado enquanto lia o livro. Achava que estava tudo mal. Os vampiros deviam ser lindos e perfeitos, e aqueles que ali estavam eram pãezinhos sem sal - até pensei Mas onde está o Cedric Diggory? Este nem parece o Cedric! Está bem mais feio!. O lobisomem, que devia ser menos bonito do que eles, revelou-se o contrário. E a Bellinha? Cruzes, credo. Tudo bem que imaginara uma miúda normalíssima, mas nunca uma com cara de quem está toda mocada. Achei que o filme perdeu imenso com a escolha de actores. E quanto à parte em que os vampiros brilhavam ao sol, bem, confesso que, no livro, achei a ideia engraçada - mais uma vez, era algo novo, diferente. Mas a interpretação do ex-Cedric veio estragar tudo, daí muitos haters dizerem que isso de brilharem ao sol é uma paneleirice. Até os cenários estavam estranhos. A casa dos Cullen devia ser branca, e, no primeiro filme, se a memória não me falha, não era. Era suposto ficar no meio do mato; era suposto haver um carreiro pelo meio das árvores que os conduzia à casa. E parecia que ela ficava à beira da estrada - mas não me recordo assim tão bem. Pronto, no segundo filme a casa já era branca. Este já vi em casa e não no cinema, mas quase que adormeci a olhar para aquilo. Achei-o tão parado, tão monótono, tão...meh. E continuava a achar que a culpa era dos actores. As suas próprias caras eram caras de quem está no mundo da lua. Por isso, não quis ver mais filmes. Aquela saga, em termos de filmes, para mim, tinha morrido.
Por isso, sim, ainda bem que acabou. Geralmente, os livros são melhores do que os filmes, e estes não são excepção; aliás, nem se comparam uns aos outros, uma vez que os filmes não fizeram a devida "homenagem", se é que lhe podemos chamar assim - e eu posso, pois não encontrei uma palavra melhor -, àqueles livros, que, na altura, eram algo de novo. Depois disso começaram a haver vampiros por todo o lado e miúdas normais a apaixonarem-se por rapazes misteriosos, perigosos e esquisitos, o que veio tirar toda a graça.
Oh, e quanto à faixa vermelha à volta do Eclipse, não, esses livros não eclipsaram o Harry Potter.

25/11/2012

Motivação


Lamento imenso que só uma pessoa esteja a comentar isto porque a tua escrita é impecável, exímia!, e digna de muitos leitores.

Quem é que não gosta de receber um elogio? Então se sabemos que é merecido, ainda melhor. Este que postei aqui em cima foi o mais recente que me fizeram. Elogios como este deixam-me babada e com um sorriso parvo no rosto, e dão-me motivação para continuar.
Há uns dias atrás, fiz algo que já não fazia há muito tempo: fui ao deviantART e estive a ver a minha galeria toda e a ler os comentários todos - não são muitos, daí não ter perdido tanto tempo. E gostei, gostei de ler aqueles elogios e aquele apoio. Principalmente vindos do A. Ele era directo, apoiava-me e acreditava em mim, e isso bastava-me. Motivava-me. A verdade é que já não me lembrava nem de metade daqueles comentários, e lê-los meteu-me mais sorrisos tolinhos na cara. Mas, mais do que isso, meteu-me nostálgica.
Comecei a ter saudades de muitas coisas ao mesmo tempo. Das primeiras longas histórias que escrevi, uma vez que tinha posto no dA desenhos de algumas das minhas personagens e algumas passagens das histórias, histórias essas que o A. tanto insistiu para ler e que eu nunca quis mostrar por achar que não valiam nada, mas que, ao fim e ao cabo, ele gostou muito. Senti saudades dos elogios e do apoio, especialmente vindos da parte dele. E ainda do tempo em que comecei a dar os primeiros passinhos no dA. O tempo em que era tudo tão simples e em que perdia mais tempo no meio dos desenhos, sempre a tentar melhorar.
Com o passar do tempo, a escrita tornou-se mais importante para mim do que o desenho. As minhas professoras, a minha mãe e a minha avó sempre me disseram que escrevia muito bem, mas nunca acreditei muito nisso, pois achava que diziam aquilo só porque sim. Eu na altura não entendia o que era isso de escrever bem ou mal. Achava que escrever era algo natural e que qualquer pessoa era capaz de o fazer. Não via distinções nenhumas. Claro que agora já vejo as diferenças, e ter desconhecidos a elogiar as minhas coisas - como o da citação acima - fez, de facto, com que acreditasse mais em mim e com que eu visse que aquilo que a minha mãe, avó e professoras me diziam não era só porque sim.
Só é triste vivermos num país que não se importa com a arte, onde quem tem dinheiro e/ou conhecimentos/cunhas é que se consegue safar nessa área, mesmo que não faça nada de jeito, enquanto há muitos talentosos e com ambição que ficam sempre na sombra.