Já há algum tempo que digo que quero endireitar os dentes. Mesmo sabendo que isso poderia implicar voltar a usar aparelho nos dentes superiores. Tenho notado que estes benditos estão cada vez mais tortos desde o nascimento dos sisos, e, para além disso, tive que deixar o aparelho de contenção, porque, da última vez que o pus, nem sequer consegui dormir devido a dores nos dentes. Para além disso, outra grande razão para marcar consulta no dentista teve a ver com uma estranha situação - que eu nem sei descrever - relacionada com os dentes inferiores. Que, como se isso não bastasse, são horríveis, pois, ao contrário dos superiores, nunca tiveram ferrinhos.
Fui hoje saber o meu plano de tratamento. Não foi surpresa alguma saber que vou ter que usar aparelho tanto nos inferiores, como, novamente, nos superiores. Surpreendeu-me, antes, o facto de não ser necessário arrancar os sisos de cima. Menos mal. O caso dos inferiores é que me assustou. Vou ter que fazer uma simples extracção de um dente, mas não é isso que me assusta, uma vez que já tive que tirar quatro. O que me assusta é a cirurgia - foi mesmo esta a palavra - para resolver a tal situação que não consigo descrever. Na consulta, não o demonstrei, mas, realmente, fiquei com medo. Da próxima vez que lá for, já vou pôr os ferrinhos nos superiores, enquanto a situação dos inferiores vai ser resolvida mais para a frente.
O que me chateia no meio de tudo isto é não perceber por que é que o totó do meu dentista anterior fez o que fez. Primeiro, retirou-me o aparelho passado apenas um ano. Depois, nunca sugeriu corrigir os dentes inferiores e não previu esta situação, mesmo com as minhas radiografias na sua frente. Nunca soube responder ao certo às minhas perguntas sobre o aparelho de contenção, nomeadamente à mais importante de todas: Durante quanto tempo mais vou ter que dormir com isto?. É que foram quase sete anos a dormir com aquela porcaria, e para nada, visto que, agora, é como se voltasse ao início. Por último, da última vez que lá fui, há uns dois anos, pedir uma opinião sobre o que se podia fazer, já que via a coisa a ficar cada vez pior, não soube dizer nada, como se estivesse à espera que eu sugerisse o que poderia ser feito. Basicamente, estava apenas a pensar na parte estética da coisa, e, por isso, como não se via que estava torto, não servia de muito estar a endireitar. Ora, e eu não os sinto todos tortos! Depois desta última consulta, que foi uma autêntica perda de tempo - e de dinheiro! -, decidi nunca mais lá voltar. Agora, estando noutra dentista, fiquei assustada com parte daquilo que me espera, sim, mas ao menos sei - ou, pelo menos, cheira-me - que, desta vez, vai dar certo.