11/09/2013

Químicos


Não gosto de sujeitar o meu corpo a comprimidos quando não há grande razão para tal. Às vezes tem mesmo que ser - uma dor de cabeça, no meu caso, não se vai embora sem eles -, mas, mesmo assim, tenho noção de que os químicos, para além de um efeito benéfico em certa parte do corpo, podem prejudicar em simultâneo outra parte do corpo qualquer.
Tomo a pílula já há uns anos. Comecei ainda novita, mas não por livre vontade - pudera, se nem tinha namorado na altura e se nem pensava em ter... Fui obrigada, para fazer um tratamento. Tomei por uns tempos, parei e depois voltei, com outra. E acontece que este tratamento parece nunca mais acabar. Graças a isso, ainda não parei de administrar o raio dos comprimidos a mim própria e de tirar sangue a cada seis meses. As análises têm mostrado bons resultados, mas e depois? Terei que continuar dependente dos químicos para sempre, para que os bons resultados se mantenham? É isto que me chateia. Até porque acho que a pílula só me faz mal. Tenho sentido muitos efeitos secundários, e o pior de todos é uma pontada horrível que surge do nada e que não passa se não me deitar de barriga para baixo - agora imaginem que isso acontece num local público...vou deitar-me no meio do chão? A única coisa boa que fez foi ter transformado a minha pele e cabelo oleosos numa pele e cabelo saudáveis. E isto para não falar dos outros comprimidos que tenho que tomar para o mesmo tratamento, que também têm que se lhe digam.
A minha médica deu-me total liberdade para decidir o que fazer, mas eu não sei mesmo. Se, por um lado, quero livrar-me de comprimidos, verificar se os tais "efeitos secundários" são, de facto, culpa deles e ver até que ponto os resultados das análises se alteram se não os tomar, por outro lado tenho medo de que os efeitos positivos sejam revertidos. Ninguém quer voltar a ter borbulhas na cara e um cabelo oleoso, pois não?
Uma coisa é certa: se não tivesse sido obrigada a tomá-la, acho que nunca teria metido químicos no meu corpo voluntariamente.

09/09/2013

Update


Hoje sinto-me particularmente...partida. Tive a brilhante ideia de ir fazer uma caminhada no meio da natureza no outro dia. Normalmente não gosto de o fazer, pois é sempre cansativo e por caminhos demasiado estranhos para meu gosto, onde corro sempre o risco de escorregar ou de tropeçar nalguma coisa - e, tendo em conta que sempre fui uma óptima (not!) aluna em Educação Física... Mas, como já tinha feito este percurso há uns anos atrás, achei que não devia ser nada complicado. Bem, pelo menos tinha a ideia de que era algo simples, mas, afinal, não foi assim tão simples. Mal tinha começado a caminhar e senti logo dores nas pernas. Conclusão: ganhei umas belas dores musculares como já não tinha há muito tempo, e agora pareço uma anormal a andar e a subir e a descer escadas. Estou mesmo enferrujada...
Mas foi giro, apesar de tudo. Chegar lá abaixo e ver aquela lagoa tão perto de mim, rodeada pelos montes verdes, fez-me sentir como se fosse uma exploradora perdida numa selva. Parecia que estava num jogo do Tomb Raider. E a serenidade que se sente ali é algo impagável.
Portanto, dediquei-me a aproveitar os últimos dias de férias. Entre este passeio, as idas à praia e à piscina e os jantares de família, não tenho tido propriamente paciência para cá vir. Nem mesmo à noite, uma vez que me lembrei de voltar a jogar um dos Tomb Raiders desde o início. Nem sequer tenho visto episódios de Modern Family, e nunca mais peguei num livro desde que terminei Destinos Interrompidos. Vou ver se, entretanto, agarro no exemplar d'A Cabana, que tenho aqui por casa, antes de me ir embora. Também não escrevo desde a última vez que abri o computador - que já nem sei quando foi -, pelo que não tenho avançado tanto na minha nova história como esperava. E o meu programa de pintar desenhos morreu novamente. Ou seja, nunca mais o abri. Não tenho tido paciência para isso, nem mesmo para desenhar num papel. Estava à espera de encher mais folhas do meu caderno com desenhos, mas nada. Durante as férias, não dá mesmo vontade de me sentar numa secretária.
Entretanto, o cinema reabriu. Credo, isto já parecia uma ilha de terceiro mundo sem cinema... Apesar de tudo, ainda não fui lá, pois nada do que lá está em exibição me interessa. Mas fico contente que tenha voltado. É sinal de que vou poder ver o segundo filme d'O Hobbit cá, em vez de como uma forever alone num cinema qualquer do Porto.
Supostamente, as minhas aulas começavam hoje. Aliás, não é supostamente, começam mesmo. Mas, como não acontece nada na primeira semana - nem sequer há aulas práticas -, ainda continuo por casa. E só de pensar que, se estivesse num curso de três anos, era agora finalista... Mas não; para além do curso não se mostrar aquilo que eu estava à espera, fui logo para um de quatro anos. E depois ainda querem que vá para mestrado...bitch please...vou passar a vida a fazer o que os outros querem? Eu acho que mestrado é mesmo para quem gosta da coisa...por isso acho que mais facilmente tirava outro curso.
Fiquei com o horário que me pareceu o melhor. Menos mal. A minha turma é que podia ser melhor. Das pessoas com quem me dou mais, só uma ficou na mesma turma que eu. Para além disso, as duas convencidinhas que só tiram dezoitos, dezanoves e vintes ficaram na minha turma outra vez. Aquelas gajas enervam-me, apesar de não nos falarmos. Só espero não ter que fazer trabalhos com elas novamente.
Enfim, falar da faculdade quando ainda se está em casa deixa-me deprimida. Não estou nada, mas mesmo nada preparada para voltar à rotina. Se dependesse de mim, ficaria de férias durante um ano inteiro. Ou talvez durante mais tempo.
Detesto os últimos dias de férias. Há sempre tanto para fazer: pensar nas comidas que quero levar, ir às últimas consultas, comprar coisas que sejam necessárias...e tenho também que ir à cabeleireira pôr mais tinta nas pontas do cabelo, já que esta desapareceu completamente com todos os banhos de mar e de água de piscina. E já não acho muita piada ao facto de ver o meu cabelo todo "normal".
Bem, já escrevi demais. Vou ver se me actualizo e se faço algo de útil. E se penso em algum plano para hoje.

04/09/2013

Destinos Interrompidos - Lissa Price

Sinopse: Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. Quando as Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e combatendo os Renegados. Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos adolescentes aos velhos Terminantes – seniores, com centenas de anos, que querem ser jovens outra vez. Tudo corre como previsto, até o neurochip que lhe colocaram na cabeça avariar. Callie acorda, de súbito, na vida da sua locatária, a viver numa luxuosa mansão, a guiar carros topo de gama e a sair com o neto de um senador. A vida quase parece um conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a sobrevivência é apenas o começo.

Há capas de livros que chamam a nossa atenção. Mais do que um título ou do que o autor, é a capa que nos chama, que nos faz agarrar no livro e ler o que está na contracapa...pelo menos, no meu caso. O contraste das cores e a rapariga com a cabeleira cor-de-rosa levaram-me a pegar neste livro assim que o vi pela primeira vez numa livraria. E, assim que li a sinopse, decidi que tinha que o ler. E não me desiludiu.
Este livro é tão bom. Mas tão bom, mesmo.
Talvez por nunca ter lido algo do género pós-apocalíptico, por ter sido algo tão diferente do que já li até então. É que tem ingredientes que o tornam numa excelente leitura: acção, mistério e romance. Para além de estar bem escrito, com personagens bem caracterizadas e cheio de surpresas. Sim, porque quando achamos que nada mais pode acontecer, eis que o livro nos surpreende. Agarrou-me logo no início e cativou-me não só pela história, como também pelo mundo futurista em que esta se desenrola. E quando se chega à parte em que Callie acorda na vida da locatária torna-se muito difícil largar o livro. Apetece devorá-lo, saber o que acontece a cada virar de página.
Houve apenas uma falha, a meu ver, um pouco grave: a ausência da descrição física de Callie. Tudo bem que fala em certos traços, mas coisas como a cor dos olhos e do cabelo fazem logo falta. Acho que é algo praticamente imprescindível, pois temos que ver a personagem na nossa cabeça. Se não, como havemos de a imaginar? Pela imagem que está na capa? Claro que não. Até porque as capas podem variar consoante os países. Mas a tendência é esta.
Fora isso, rendi-me à imaginação de Price e à sua visão do futuro - a mansão onde Callie passa a viver é algo de espectacular! O final do livro só nos faz ansiar por mais, ao oferecer-nos mais alguns mistérios. Pensei que fosse uma história com princípio e fim, mas, depois daquele final, torna-se claro que haverá uma continuação. E certamente ficarei à espera do próximo volume.

02/09/2013

E o ciclo repete-se...


Fazer a matrícula e marcar a viagem - os terríveis indícios de que as férias não tardam a chegar ao fim. Detesto esta altura do ano. Detesto este mês por essa mesma razão. É o repetir de um ciclo, o regresso a uma solidão e a uma saudade assustadoramente grandes, o retorno a algo que nada me diz.
Por ora, resta-me aproveitar os últimos dias. O problema é que estes últimos costumam ser os mais ocupados, com os preparativos para a viagem e tudo o resto que tem que ser feito aqui na terrinha antes de partir e me ausentar por três meses. Mas eu hei-de conseguir. Ainda há planos que fiz para este Verão que hei-de pôr em prática.

01/09/2013

Brincos


Não tenho as orelhas furadas. Por causa disso, passei anos a levar com a pergunta Quando vais furar as orelhas?, mas, como a minha resposta sempre foi Nunca, achei que toda a gente já estivesse "bem" com isso. Mas não é que continuam a perguntar-me o mesmo? E nem sequer consigo convencê-los de que a razão de não querer ir furar não é a possibilidade de sentir dor. Não, não é por ter medo de uma possível dor que não as furo. É porque...sei lá, não acho piada a brincos. É algo que não me aquece nem arrefece. Mas parece que ninguém acredita em mim quando digo isso. Como se todos os seres humanos do sexo feminino tivessem obrigatoriamente que pendurar ou enfiar coisas nos lóbulos das orelhas...