Não me importar com o dia da semana.
Já toda a gente sabe que as segundas-feiras são horríveis e que as sextas-feiras são os melhores dias. Mas passar a semana a desesperar pela sexta-feira - e começar a fazer isso logo na manhã de segunda - parece fazer com que os dias passem mais devagar. Como tal, deixei de me importar com o dia em que estamos. Em vez de resmungar enquanto penso, por exemplo, Hoje ainda é quarta-feira, penso em como Hoje já é quarta-feira e não tarda a ser sexta. Para mim, torna tudo muito melhor, como se os dias passassem a ser mais suportáveis.
Trocar o ainda pelo já.
Isto aplica-se não só aos dias da semana, como também às horas. Olhar para as horas no local de trabalho e constatar que já só faltam X horas para sair é um pensamento muito melhor do que aquele de Ainda falta tanto tempo. Vejo isso por alguns colegas de trabalho que saem à mesma hora que eu mas que têm o pensamento contrário. Faltam duas horas para sair e resmungam. Dizem Ainda. Nunca mais chega a hora. E por aí fora. Mas, gente, o que é que são duas horas? Duas horas passam num instante. Para além de que já faltou muito mais.
Saber que o tempo livre é realmente livre.
Não há nada melhor do que sair do trabalho e começar a fazer planos. Isto é, dar um bom uso às horas do dia que ainda temos pela frente. Adoro o facto de não ter trabalhos para fazer em casa e de, por isso, poder passar as horas fora do trabalho como bem entender. E, ao fim-de-semana, a coisa é ainda melhor. É uma sensação tão estranha estar tão relaxada por não ter nada em que pensar e por não ter outras obrigações, mas é tão boa. E não há dúvida de que me dá um grande alento. Porque, se estou no trabalho a fazer alguma tarefa mais aborrecida, ao menos penso que, quando sair, já vou poder fazer outras coisas de que gosto mais.
Ter em mente que esta é uma situação temporária.
Particularmente útil para aqueles dias menos bons. Não tenho o meu trabalho de sonho, há dias em que prefiro estar no meu canto e desempenho tarefas que nem sequer me competem mas que, devido à desorganização em que a empresa mergulhou, tenho que ser eu a fazê-las, o que nem sempre me agrada. Mas há que pensar que isto não será assim para sempre. E sei que assim é. Primeiro, porque trata-se de algo que terá que estar pronto até ao final do ano. E, segundo, porque estou a trabalhar ao abrigo de um programa de estágios profissionais; é óbvio que não vou ficar ao abrigo disto durante a minha vida toda. Assim, enquanto trabalhar, sujeito-me às regras deles e às tarefas que querem que desempenhe, sabendo que não vale a pena resmungar ou refilar, até porque não será sempre assim. Vou ter a hipótese de mudar, e nem toda a gente se pode gabar do mesmo.
Não temer o futuro.
Não sei o que o futuro me reserva e tudo me leva a crer que o estágio não durará sequer um ano. Mas, se isto era algo que me assustava no início, agora já não me afecta. Pelo contrário. Quem sabe se não encontrarei um emprego melhor depois disso? Ou se, em vez de trabalhar, não decidirei voltar a estudar? Há tantas possibilidades, e acho que, quanto mais dias de trabalho se passam, mais certezas tenho acerca do que quero para o meu futuro.
Lembrar-me do dinheirinho de todos os meses.
Não deixa de ser uma motivação extra. Apesar de estar a receber menos do que estava à espera e de os ordenados chegarem sempre atrasados - ainda estou à espera do de Fevereiro, só para terem uma ideia -, dou-me por contente por estar a receber alguma coisa, quando há muita gente que está a receber menos e há muitos estagiários que não ganham absolutamente nada. Pensar assim faz-me sentir grata, para além de ser óptimo já não ter que pedir dinheiro à minha mãe e poder ter algum para gastar num ou noutro capricho. Também é bom pensar nisso num dia em que estou menos satisfeita com o trabalho, já que, para além de experiência, estou a ganhar mais qualquer coisa.
Não stressar.
Especialmente porque não vale a pena. Não vale a pena a preocupação, o stress, a indignação e outros que tais acerca de trabalho. Não só no local de trabalho, como também fora dele. Aliás, fora dele, não devíamos sequer pensar em trabalho. As coisas podem correr pior ou ser mais chatas num dia, mas tudo acaba por ter solução. Se não hoje, amanhã. Para além disso...é só trabalho. Não é um caso de vida ou de morte, nem devemos deixar que isso nos roube a felicidade.