Há uns dias atrás, enviei um e-mail a um professor para pedir informações acerca de um certo e determinado estágio no estrangeiro, e ainda estou à espera de resposta. Tendo em conta que devia candidatar-me até ao final do mês, bem que posso esquecer o assunto.
Com isto, comecei a stressar. Sem necessidade, pois podia nem sequer chegar a candidatar-me e, se o fizesse, podia nem ser seleccionada para preencher a vaga, mas comecei a stressar. A minha cabeça só se encheu de coisas deste género:
E agora, o que é que vou fazer?
Para onde é que vou estagiar?
Não sei para onde me virar!
Não vou encontrar nada que me desperte interesse!
Vou ser péssima, seja lá para onde for.
Não quero fazer estágio. Preferia passar mais um semestre a estudar do que ter que fazer estágio.
Não sei desenrascar-me como os outros.
Não sei o que quero. Não sei o que estou aqui a fazer.
Como se isto não bastasse, comecei a pensar no meu antigo curso. Outra vez.
Às vezes, antes de ir dormir, meto-me a ouvir música no meu mp3, já deitada e com as luzes apagadas. Foi assim que comecei a pensar naquilo. Mais propriamente, nos meus colegas. Começou a tocar a Mother Earth, e eu lembro-me perfeitamente que a colega com quem me dava melhor era doida por esta música - ela gostava de Within Temptation em geral, mas esta devia ser a sua música favorita. Não sei se era, mas pronto. Ela gostava. E eu lembrei-me dela. E dos outros colegas todos - não éramos assim tantos. Éramos uma turma de quinze pessoas, ou algo assim.
Só por causa disto, veio um turbilhão de pensamentos. Pensei em como seriam as coisas caso tivesse continuado naquele curso, em como estaria neste preciso momento caso não tivesse desistido. Pensei em como estaria se, em vez disso, tivesse seguido o conselho da minha mãe e tivesse ficado um ano parada depois do secundário, a pensar no que fazer da vida. Pensei no que poderia ter acontecido caso tivesse feito uma escolha acertada da primeira vez que me candidatei ao ensino superior. Pensei que, se assim tivesse sido, nunca teria tido aquela má experiência do primeiro curso, e, por causa disso, acho que não me teria conhecido realmente a mim própria. Perguntei-me se, de facto, esta má experiência me ajudou, ou se, pelo contrário, teria passado bem sem ela. Honestamente, nem sei responder a isto.
Quando desisti do curso, o que mais me custou foi, de facto, deixar a minha turma. Claro que havia dias em que não conseguia ver os meus colegas à frente, mas havia outros dias em que sabia bem tê-los por perto. Como éramos poucos e como a maioria estava longe de casa, fazíamos imensas coisas juntos. Nada a ver com o que se passa aqui e agora. Os meus actuais colegas conseguem enervar-me, e isto por parecer que só vivem para a faculdade. Estão sempre cheios de pressa para ir para casa, e não acontece nada depois das aulas porque têm sempre que apanhar autocarros ou comboios para se irem embora - e nunca podem apanhar o autocarro ou o comboio seguinte. Chateia-me, para além de que, na grande maioria das vezes, só sabem falar acerca dos exames, da faculdade e outras coisas que tais. Foi o que aconteceu ontem à tarde. Pensei nisto também. Pensei em como é quase impossível travar amizades desta forma.
Pensei também que retomar o contacto com os meus antigos colegas não é coisa que possa ser feita. Comecei este blog depois de ter desistido do curso, e tenho quase a certeza de que os comentários anónimos que recebi nos primeiros meses como blogger vieram de alguns deles. Foram comentários nojentos e mesquinhos, pelo que, a partir daí, resolvi cortar relações com aquela gente. Nem sei por que razão às vezes penso neles, quando eles parecem detestar-me por ter desistido do curso - quer dizer, que culpa tenho eu? - e nem devem perder tempo a lembrar-se de mim.
E voltei a pensar no assunto estágio. Em como ainda não encontrei o meu lugar, e a perguntar-me se alguma vez irei encontrá-lo.
Foi muita coisa ao mesmo tempo em cinco minutos e meio de música.
Tens que deixar os "e se's" para trás e pensar nas opções que tens em frente! Ânimo :)
ResponderEliminarBem, que confusão que vai nessa cabeça. Tens de tentar resolver uma coisa de cada vez não? Dá prioridade as coisas mais "urgentes" e continuas por ai fora. Tens de ser forte :) Se precisares de alguma coisa tens o meu e-mail à tua disposição.
ResponderEliminarQuando mudei de curso, também foi o que mais me custou. Contam-se pelos dedos de uma mão, os amigos que fiz na minha licenciatura. Mas os poucos que tenho, de ambos os cursos, são formidáveis. :)
ResponderEliminarNão me acredito que esses anónimos tenham sido pessoas com quem te davas bem. E se o professor não te dá as informações necessa´rias, tenta outra pessoa, a net, liga para a faculdade em questão, etc etc etc ;)
Bem, mas que confusão estás tu, linda... Nem sei bem o que te diga, porque não sei o que é estar na situação, porém, talvez seja bom apostar no estágio. Acredita mais em ti, tenta e vais ver que consegues.
ResponderEliminarConcordo com o comentário da A. Esses "ses" não te ajudam em nada, antes pelo contrário! As decisões que tomaste no passado já não podes alterar mas tens um futuro pela frente e muitas escolhas que podes fazer. Os "ses" deixam-nos mais nervosos e complicam-nos a vida, temos que nos esquecer deles de vez em quando :)
ResponderEliminarTens de enfrentar os "ses" e ser forte e superior* Espero que fiques bem! Beijinho
ResponderEliminarcalma! a vida segue em FRENTE, não é atrás! se deixaste o curso foi porque teve de ser, se deixaste os colegas foi porque teve de ser, se os colegas novos são assim é porque tem de ser. tudo acontece por uma razão, a sério! agora, por muito que custe, tens de pensar que és a melhor do mundo e que consegues fazer tudo! não há estágio nesse sítio, há noutro. e se esse professor não te responde, porque não perguntas a outro ou ligas para algum lado que te possa ajudar? :) força, tu consegues!
ResponderEliminarr: mesmo! :(
Bem, anda muita coisa a acontecer nessa cabeça ao mesmo tempo...
ResponderEliminarEntendo que pensar no passado possa ser difícil, encarar coisas que podiam ter acontecido de outra forma, mas a verdade é que podiam ter sido melhores ou piores. Agora nunca vais saber, por isso acho que deves pensar no futuro, e não no passado, especialmente porque as pessoas que fazem parte do teu passado parecem não merecer que penses nelas. Já pensaste nas coisas que nunca teriam acontecido se não tivesses escolhido mudar de curso, por exemplo?? É a isso que te tens que agarrar. Se não fores aceite no estágio, outras oportunidades virão!! ^^ ***