Antes de começarmos a namorar, eu e ele éramos assim.
31/08/2013
29/08/2013
Debaixo de água
O fundo do mar fascina-me. E, depois de ter andado, no outro dia, num barco com fundo de vidro - um belo passeio, por sinal -, fascinou-me ainda mais. Só me imaginava a explorar o navio naufragado que observámos e a nadar junto às rochas submersas, examinando todos os seus recantos e todas as espécies marinhas que encontrasse. A água sempre foi um meio onde me dei bem - excepto quando o mar está agitadíssimo e com aquelas ondas enormes que rebentam a não sei quantos metros da costa. Sempre adorei nadar, e, debaixo de água, tem, de certo, outro encanto. É a entrada para um lugar onde não se vê ninguém e onde nada se ouve, um escape às confusões e ao ruído de fundo de um ambiente terrestre. Tantas coisas que ali se escondem...tanto por descobrir...como se fosse um novo mundo.
Facto #7
Cá em casa é praticamente impossível estar-se à vontade no computador. Para além de só ouvir barulhos, que me desconcentram e me enervam - são elas a falar, é o gato a miar como doido, são portas a abrir e a fechar -, adoram perguntar-me o que estou a fazer. Acho que até olhariam por cima do meu ombro, caso eu não estivesse junto à parede. Eu até podia fechar-me no meu quarto, se lá não estivesse sempre tanto calor. E se quisesse passar ainda mais a imagem de isolada.
O pior de tudo é saber que, daqui a umas semanas, vou sentir falta disto.
25/08/2013
Solitária - parte 4
Em:
Amor e amizade,
Desabafos
Não precisam de me lembrar do modo como as coisas se tornaram. De me dizer que não tenho ido para lado nenhum e que não estou com mais ninguém, que eu e ele nos isolamos...não precisam. Tenho perfeita noção disso. Por vezes, até, penso nisso.
Penso em como era antes e em como é agora.
Antes era melhor. Falávamos mais, víamo-nos mais, convivíamos mais. Ríamo-nos. Combinávamos coisas. De certa forma, éramos mais unidos.
Como é que se chegou a este ponto?
Acho que sei. Universidades. O que tem isto a ver? Tudo. Cada pessoa foi para seu lado, permitindo-lhe conhecer pessoas que vieram, aos poucos, substituir as já conhecidas. Acabando estas por cair no esquecimento.
Bem, talvez no esquecimento deles.
Eu não me esqueci. Especialmente dos momentos que passámos. E é deles que me lembro sempre que me sinto mais só. Lembro-os com saudade, mas também com uma certa frustração, pois são eles que me fazem ver as diferenças...aquilo que era antes e aquilo em que as coisas se tornaram.
Também conheci pessoas. Mas não consigo considerá-las mais do que apenas colegas. Quando não se fala acerca de mais nada a não ser aulas, quando não se faz mais nada fora delas, quando, durante as férias, nada dizemos uns aos outros...sim, não podem ser mais do que colegas.
E os que eu chamava de amigos...bem, por aí andam. Lá com os seus.
E eu? Resumida a uma só pessoa, sem grandes ou novos planos, sem novas conversas e sem ir ou fazer algo de diferente. Por vezes a tentar reconstruir momentos, sempre sem grande sucesso. Esqueceram-me, e eu sei que tenho que os esquecer a eles. Mas é difícil. Principalmente quando não há mais ninguém, excepto ele, com quem contar. Ou com quem estar. Ou mesmo com quem falar.
O nosso mundo cinge-se a nós dois, e eu não gosto que assim seja. Queria que fosse como dantes. Que tivéssemos um grupo. Não precisava de ser com os mesmos. Podia ser qualquer pessoa, desde que houvesse algo entre todos ao qual se pudesse chamar amizade.
Não sei bem o que aconteceu. Sempre fui pessoa de preferir estar no meu canto, mas, mesmo assim, sempre houve alguém. Parece que, ao começar a preocupar-me mais com o integrar-me e fazer amigos, estas coisas deixaram de acontecer. É por isso que sinto saudades da escola. Não me preocupava com estas coisas e os amigos surgiam, assim do nada. As conversas sobre tudo à excepção de aulas ocupavam o nosso tempo. Os planos apareciam.
E agora? Um vazio. Que eu ainda não percebi como preencher.
21/08/2013
Sortuda
Em:
Açores,
Outros assuntos,
Sobre mim
Por vezes, considero-me sortuda por viver onde vivo. Estudar fora de casa faz-me ter noção disso. Não só devido às saudades, mas também por aquilo que ouço dizer.
Percebi que sou um tanto ou quanto privilegiada por viver num lugar que muitos portugueses gostariam de conhecer, mas que nem todos têm oportunidade.
Vi que há tanta gente com um certo fascínio pelo mar. Vi as suas reacções quando o observavam passado tanto tempo sem o verem, e eu tenho a sorte de o ver todos os dias, em praticamente qualquer lado. Mesmo sem sair de casa, consigo vê-lo, uma fita azul por entre as árvores que continuam a crescer e os prédios que vão sendo construídos. Ver o mar, para mim, é algo tão banal, quase como parte do quotidiano.
Apercebi-me de como muita gente faz longas viagens para poder ir a uma praia, não conseguindo ir lá com tanta frequência, enquanto eu tenho a hipótese de ir a qualquer uma sempre que quiser, sem perder muito tempo até lá chegar.
Há quem ache assustador viver numa ilha. Não vejo porquê. Pode ser um meio pequeno onde pouco acontece, mas haverá algo melhor do que passar o Verão num lugar onde as temperaturas não atingem os 30ºC, onde tudo é pertinho, onde a água do mar é óptima e onde se pode ir a uma praia todos os dias - desde que haja vontade - em vez de apenas uma ou duas vezes num Verão inteiro?
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