07/08/2014

Amigas da onça

No outro dia li um artigo sobre os benefícios da amizade, cientificamente comprovados - God, fazem cada estudo... -, onde também referia que a solidão podia ser tão prejudicial quanto a obesidade e quanto fumar não sei quantos maços de tabaco por dia. Um completo exagero, na minha opinião, mesmo que tenha sido afirmado pela ciência - o que pode perfeitamente ter sido exagerado pelos media. Não é que me considere uma ermita, mas, quando o assunto é amizade, sinto-me sempre a leste, verdade seja dita. Não partilho do sentimento de ter os melhores amigos do mundo, nem tão-pouco do sentimento de não saber o que seria sem amigos. A verdade é que considero que não tenho amigos, e, para ser sincera, isto não é algo que me tire o sono. Já nem sei como referir-me às pessoas que antes considerei amigas, mesmo que as encontre esporadicamente. Já não sei ao certo o que são para mim, pois as coisas já há muito que deixaram de ser como eram. Conhecidas? Antigas colegas? "Amigas" - sim, entre aspas - ? Amigas da onça? Enfim, seja o que for.
O que acontece é que, se não sou eu, parece que não se lembram que existo, como se fosse invisível. O que acontece é que toda a gente se afasta, como se eu tivesse uma doença contagiosa. Até mesmo quando estou por perto; têm sempre algo mais importante para fazer ou pessoas mais importantes com quem têm que estar dali a X tempo. O que acontece é que tudo o que se passa do outro lado de uma linha telefónica ou numa rede social é sempre mais importante do que a pessoa que está a perder o seu tempo para estar ali, à sua frente. Aliás, uma pessoa perde o seu tempo com o intuito de passar um bom bocado e de ter uma boa conversa, e parece que ninguém o percebe. Que ninguém percebe que o tempo é a coisa mais valiosa que se pode dar. E lá fico eu...a desperdiçar o meu tempo com quem parece estar demasiado ocupado a perder algum com alguém como eu.
Bem, seja como for, eu também tenho melhores coisas com que ocupar o meu tempo. Que se lixem os malefícios da solidão que um grupinho de investigadores acha que existem. A meu ver, insistir e arrastar situações como esta é mais prejudicial para mim do que passar tempo sozinha. 

6 comentários:

  1. solidão auto imposta é uma coisa, solidão não desejada é outra. as pessoas ficam deprimidas quando se sentem sozinhas, quando não conseguem captar a atenção de alguém que lhes interessa...
    se uma pessoa gosta de ficar sozinha não deveria sentir-se mal por causa disso.

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  2. Sou da opinião que ter amigos é bom. Daí a ser prejudicial... talvez dependa do caso. Por exemplo, se a pessoa ficar muito a pensar nisso.
    Talvez ainda não tenhas tido a oportunidade de encontrar boas pessoas, a quem possas chamar de amigos. Às vezes levamos anos a encontrar algum amigo e parece que o problema somos nós, mas não. Muitas das vezes a culpa é dos outros, que não ligam aos que têm à frente e preferem ficar a fazer algo fútil.
    Se precisares de alguma coisa, conta comigo ;)

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  3. Uma coisa é uma pessoa estar sozinha e estar bem com isso (pouca gente lida assim tão bem com isso) e outra coisa é o sentimento contínuo de solidão, mesmo que haja pessoas à volta. Acho que o que esse estudo quer dizer, a ser bem verdade, é que uma problema psicológico pode fazer tanto mal fisicamente como um problema claramente físico (ex.fumar). Eu própria tenho momentos de puro stress na minha vida que se refletem em problemas realmente físicos (dores de barriga e refluxo gástrico, por exemplo...)

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  4. e uma coisa mais: sei o que sentes em relação aos amigos... felizmente, ambas temos os nossos namorados :)

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    1. Sim, ainda bem que assim é =) Se não fosse ele, seria uma autêntica forever alone...

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  5. Também não tenho muitas amigas. Tenho 4 da faculdade e muito sinceramente não sei se quando acabar a faculdade a amizade se mantenha.

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