5 dias em Barcelona

A minha ausência na semana passada deveu-se à minha ida para esta cidade. Uma viagem que já estava planeada há uns meses, mas para a qual a minha paciência não era muita. Sentia-me bem no meu cantinho, sem ninguém a atrapalhar-me a rotina. Para além disso, comecei a ficar aflita com a porcaria de um trabalho. Depois, até foi marcado um teste. Mas este, entretanto, acabou por ser adiado a pedido de alguns colegas. E também não estava com grande vontade por ir viajar com a minha irmã e o meu pai. Já viajei com eles algumas vezes para perceber o quão chatos podem ser quando se juntam. Depois eram os telefonemas do meu pai, sempre a enervar-me por causa do raio dessa viagem. Sim, nos posts que escrevi há uns tempos atrás, chateada, referia-me a ele. Não menti quando disse que só pensa em si e etc. É tudo verdade, e são essas coisas que me conseguem irritar. Estava passada por ter que faltar às aulas, algumas delas importantes, por ele ter marcado uma viagem a partir de Lisboa, obrigando-me a ir até lá de comboio, e por ainda me vir dizer que não se podia levar bagagem no porão do avião, impondo-me milhares de regras estúpidas. Claro que também me passava quando ele dava a entender que os meus motivos para não ir viajar não eram válidos. Está-se sempre nas tintas para aquilo que os outros têm ou preferem fazer. Ou seja, tem mesmo um feitiozinho daqueles, e isso não muda.

No entanto, é como disse no outro post...a faculdade consome-me e impede-me de fazer tanta coisa...e há tanto que posso fazer a partir daqui...como, por exemplo, conhecer outras cidades. E, com isto, desanuviar um bocado, tornar os dias um bocadinho diferentes, sem ser sempre a mesma rotina exaustiva de casa-faculdade-casa. Como o teste tinha sido adiado e como os trabalhos estavam encaminhados, bem, lá fui. Fui por mim, pois apercebi-me de que estava a precisar de fugir de tudo isto por uns dias.

Bem, e qual não foi o meu espanto ao dar-me conta de que até gostei daquela cidade. Nunca foi um lugar que me despertasse a atenção, mas surpreendeu-me. Valeu a pena. No entanto, não seria capaz de lá viver...é demasiada gente e demasiada confusão para mim, e demasiado barulho, principalmente de motas...nunca tinha visto um lugar com tanta mota junta. Eram mais motas do que carros. Fez-me lembrar uma pequena Nova Iorque, com todo aquele movimento e com a grande quantidade de Starbucks e McDonald's por lá espalhados. Só a comida de lá é que não era nada de jeito, para além de ser caríssima. E, mesmo assim, o meu pai e a minha irmã não estavam tão chatos como nas outras viagens que já fizemos...mas continuam a querer visitar museus de arte e exposições onde eu não encontro beleza nenhuma. Acho estas coisas aborrecidas.

Ganhei conhecimento acerca de um novo lugar, ganhei memórias, centenas de fotografias...e uma maldita constipação. Opá, isto é que era mesmo dispensável... É que ainda nem me curei... Acho que a culpa foi do metro. As estações eram um autêntico forno, no interior do metro já estava frio, e depois saía-se na estação e enfrentava-se o ar bastante abafado novamente. Não percebi, de todo, este esquema. Mas enfim...

Deixo aqui um pequeno relato para mais tarde recordar. 

Dia 1:

- Almoço, depois de se deixarem as tralhas no hotel, numa pizzaria que encontramos por mero acaso - okay, lá a comida era boa...muito boa. 

- Seguiu-se para a Plaça de Catalunya, onde compramos bilhetes para o autocarro turístico para o dia seguinte.

- Descida de La Rambla, um passeio enorme entre duas ruas, bastante movimentado, cheio de floristas, artistas de rua, vendedores irritantes, restaurantes e sei lá mais o quê. 

- Passagem por La Boqueria, um mercado um tanto ou quanto caótico, mas cheio de coisas com óptimo aspecto, principalmente os batidos de fruta e os chocolates.

- Lanchinho no Starbucks para matar saudades daquelas bebidas boas.

- Aquário de Barcelona, um dos locais que mais gostei de visitar - já disse por aqui o quanto a vida marinha me fascina. Uma coisa mesmo gira que tinha lá era um túnel, de modo a estarmos cercados por aquários e a vermos os tubarões a nadarem por cima de nós.

- Jantar em La Rambla, onde fomos mesmo roubados. Quer dizer, uma cerveja por 6,5€ e uma paella da treta, com arroz empapado e pouquíssimo peixe? Até na minha terrinha já comi uma paella melhor.

Dia 2:

- Passado a andar no autocarro turístico, a apreciar as belezas arquitectónicas. Acho que foi o dia em que se tiraram mais fotos.

- Jantar (rápido) na Plaça Reial. Todos os restaurantes tinham a mesma coisa...tapas, paellas e, adivinhem, comida italiana - a sério?

- Assistimos a um bailado da Polónia num teatro todo chique.

- Paragem para comer um donut no Dunkin' Coffee - que é o mesmo que dizer Dunkin' Donuts, mas pronto.

Dia 3:

- Dedicado a visitar o Montjuïc, onde se encontrava, para além de um estádio olímpico e de uns museus um bocado chatos, o Poble Espanyol, uma espécie de cidade dentro de um castelo que estava cheia de lojinhas e de restaurantes, todos a representar certas zonas de Espanha. Achei engraçado.

- O meu pai quis forçosamente ver o jogo entre o Barça e o Real Madrid, pelo que lá tivemos que ir para um café assistir ao raio do jogo. No meu caso, apanhar uma seca enquanto jogava ao Sudoku no telemóvel. Ele é capaz de cancelar qualquer plano para ver uma porcaria de um jogo de futebol, mesmo que pouco ou nada interesse a nós, portugueses.

- Jantar na mesma pizzaria que no primeiro dia. Soube tão bem.

Dia 4 (o dia de que menos gostei):

- Park Güel. Estava um calor do caraças e eu bastante cansada de tanto andar de metro e de ter subido uma rua em direcção ao dito parque que mais parecia uma parede de escalada.

- Parque de diversões no monte Tibidabo. Mais uma série de transportes até lá chegar. Eu cada vez mais cansada. Começou a doer-me a garganta - o início da maldita constipação. Não estava com disposição para andar em nada, para além de ser uma medricas. Mas lá andei num comboio que diziam ser uma montanha-russa mais suave. Que horror. Não era a velocidade a que aquilo ia que me fazia impressão, mas sim as curvas, que eram muito abruptas.

- Hard Rock Café, na Plaça de Catalunya. Definitivamente, este é que é o meu género de bar: boa música, boa decoração, bom ambiente. Acho que vou entrar nos Hard Rock Cafés de todas as cidades que visitar...e, quem sabe, fazer uma colecção de t-shirts. Já tenho uma para juntar à de Nova Iorque.

- Comer qualquer coisinha na Plaça, comigo a morrer de frio por causa da maldita constipação que se estava a instalar.

- Ida à primeira farmácia que se encontrou, para se comprar qualquer coisa que tratasse da maldita constipação.

Dia 5:

- Eu com os pés feitos num oito.

- Sagrada Família.

- Almoço no McDonald's no outro lado da rua - lá dão uma caixa de nove nuggets em vez de seis, eheh. E ainda oferecem um saquinho com amêndoas ou que raio é para comer com um Sundae.

- Um museu qualquer de arte que foi uma boa seca.

- Museu Egípcio - deste gostei.

- Passeio pelo Bairro Gótico. Achei aquilo tão giro.

- Aeroporto e regresso à Invicta. A diferença de temperatura foi brutal...aqui estava um gelo...