18/10/2013

Enerva-me - parte 3


As pessoas têm que fazer aquilo que acham melhor para elas. Porque as pessoas têm prioridades. São as coisas que estão no topo da lista, e tudo o resto, que tem menos importância em determinada altura, vem depois. Ponto.
O grande problema é que a pessoa em questão não consegue perceber isso. Falar com ela é impossível, pois não ouve. Só "ouve" os seus próprios interesses e aquilo que lhe convém. Não compreende que podem surgir contratempos ou que há coisas mais importantes a serem feitas e que não podem esperar. Eu é que tenho que me desdobrar e abdicar das coisas só para lhe dizer o que quer ouvir. Como se fosse obrigada a não recusar nada vindo da sua parte. Estou tão farta deste tratamento infantil. Quer dizer, parece que uma pessoa não pode tomar as suas próprias decisões. Se quer tratar-me como uma criança, então já vem tarde demais. Teve muitos anos para isso. Não quis. Azar.
Que compreenda que nem toda a gente é irresponsável. Mais precisamente, que eu sou o contrário. Sou responsável, e é por isso que gosto de fazer tudo o mais cedo possível para que nada se acumule. Só assim faço tudo ao meu ritmo e, no final, fica tudo direitinho e não houve nenhuma chatice. Pelo contrário, deixar tudo para a última não é para mim. Nas alturas em que tal me aconteceu, a coisa correu mal. Muito mal. O stress consome-me, vejo as horas a passar e eu a desesperar por não conseguir fazer nada. Como essa pessoa é o oposto, não consegue perceber. Faz tudo em cima da hora, coisa que, comigo, não funciona de todo.
Novembro vai ser um mês péssimo no que diz respeito à faculdade. Trabalhos para fazer, apresentações para preparar e coisas para estudar, já que, este semestre, vou voltar a ter mini-testes. E ser como que obrigada a faltar às aulas e a perder um fim-de-semana, em que podia avançar nessas tretas todas, por causa de uma porcaria de uma viagem sem motivo nenhum, torna-se um tanto ou quanto estúpido. Tudo bem que já tinha sido marcada, mas que culpa tenho eu de ter várias coisas para fazer ao mesmo tempo logo nesta altura? Como é que vou aproveitar uma viagem, se vou estar a pensar nas coisas que tenho para fazer, se vou estar com um peso na consciência por estar a faltar a aulas que seriam importantes e se me vou pôr a imaginar cenários em que as minhas colegas de grupo não vão fazer a ponta de um corno no nosso trabalho enquanto estiver fora? E como é que hei-de suportar viajar com pessoas com as quais já percebi, através de outras viagens, que detesto viajar com elas juntas?
Ou melhor: por que raio é que não consigo dizer que não?!
Digo que não à primeira, à segunda, à terceira. Mas, quando começam a insistir e a insistir, obrigam-me a dizer o sim. Não porque me convenceram, mas porque fiquei farta de os ouvir. Dizer que sim é a única maneira de os calar, e, grande parte das vezes, digo-o por isso. Estúpida.
Ainda não percebi por que me sinto mal quando digo não a alguém, mesmo que esse alguém esteja nas tintas para mim.
E tenho que tomar uma decisão, mas não consigo. Pensar nisso deixa-me chateada. Se não tivesse nada para fazer...mas tenho. Se fossem menos dias...mas não são. Se compreendessem os meus motivos, em vez de virem logo com boquinhas e de praticamente me obrigarem a ir...mas não.

2 comentários:

  1. Pois, essa parte de te sentires "mal" por teres de dizer "não", até compreendo... Por isso costumo dizê-lo depois de meter na cabeça que não volto atrás na palavra. Às vezes em de ser...

    Beijinhos (:

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  2. Não atendas o telefone. Tens de te impor, não queres ir não vás. É muito mau não conseguires dizer não. Farão de ti o que quiserem enquanto não mudares de atitude.
    Boa sorte (:

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