Deixo sempre o rádio ligado aos fins-de-semana para não me sentir sozinha. Balanço-me ao som de algumas músicas, canto ou só faço playback. Muitas vezes não sei a letra certinha e digo coisas cujo som se assemelha à letra verdadeira. Falo sozinha. Muito. Digo palavrões alto e bom som quando alguma coisa corre mal. Quando vou comprar coisas para a casa, compro o que me apetece, sem ter ninguém com uma lista de compras para seguir. Saio de casa quando me apetece. Por vezes, quero sair e não posso; por outras, posso, mas não tenho vontade. Vou às esplanadas e às lojas sem esperar que alguém me acompanhe. Como o que me apetece. Tenho que levar com as badalhoquices da minha colega de casa. E com o barulho dos vizinhos e dos comboios que passam mesmo aqui ao lado. Noto que o dinheiro voa só nas despesas de alimentação. Nos dias em que o meu lado artístico está mais activo, escrevo ou desenho como se não houvesse amanhã, sem ninguém a olhar por cima do meu ombro ou a perguntar o que estou a fazer. E, nos dias em que não me apetece fazer nada, farto-me de ver episódios. Deito-me à hora que quero. Não tenho horários aos fins-de-semana. Passo todos os dias por pessoas diferentes na rua. Visto aquilo que gosto e bem me apetece, pois sei que aqui não há burburinhos acerca dessas coisas - não é que me vista de forma extravagante, mas já fizeram vários comentários (estúpidos) sobre a minha roupa lá na terrinha. Como faço os meus trajectos habituais sozinha, ando com os auriculares do mp3 nos ouvidos e, por vezes, dá-me vontade de começar a cantar em plena rua. Sinto sempre uma felicidade tremenda quando volto para casa e uma enorme tristeza quando volto para cá.
É bom estar sozinha, às vezes. Mas não em excesso. Em excesso, leva à saudade. Saudades de estar em casa. De receber um abraço, um beijo ou quaisquer outros mimos. Das pessoas mais importantes. De passar um serão acompanhada. Dos lugares. De ver o mar todos os dias. De combinar coisas em cima da hora e as pessoas não recusarem por causa das viagens em transportes que terão que fazer. Das reuniões de família ou de amigos, onde se comem pizzas em condições - ando com desejo de pizza há tanto tempo - e depois se canta karaoke, coisa que gosto bastante até, apesar da minha vozinha de rato a cantar. Até de ouvir aquele sotaque em todo o lado. Até de jogar na minha PlayStation ou na minha Nintendo numa tarde chuvosa. Ou até mesmo de andar descansada na rua e me deixarem atravessá-la, em vez de fazerem um frete para me dar passagem e de estarem com uma vontade do caraças para passar com o carro por cima de mim. E das praias. De nadar no mar. De piqueniques e churrascos fora da cidade, no meio do verde de uma margem de uma lagoa. De não estar rodeada de prédios ou de trânsito.
Quero ir para casa. É o que quero desde que aqui chego, mas tento distrair-me com a vidinha de estudante e controlar-me com as saudades para não dizer todos os dias a falta que aquilo me faz.
a escola dá-nos momentos maravilhosos com os nossos amigos :p
ResponderEliminarOh querida, é normal... Mas tenta aproveitar o máximo do lugar em que estás, é pena é não te dares muito bem com a tua colega de quarto ou casa porque assim podiam sair as duas.
ResponderEliminarForça quando deres por ti já estas em casa :)
Como costumam dizer os mais velhos, ainda vais sentir muitas saudades desses tempos por isso... aproveita!
ResponderEliminarVou seguir o teu espacinho, espero que venhas visitar o meu também :) Beijinhos!