10/01/2014

Logo agora que já me estava a habituar


Em princípio, vou ter mais uma colega de casa. Não gosto disto. A cozinha vai ficar com ainda mais falta de espaço, e, sendo ela uma conhecida da outra que já aqui vive, só posso esperar ainda mais barulheira. Estou a ver que o bendito "estágio" das duas não tem fim, ou que já acabou e as gajas estão a trabalhar, pelo que agora nunca mais me livro da que já cá está. Que seca. Não era nada disto que tinha em mente quando me falavam em partilhar casa na faculdade. Realmente, só deve ser divertido quando se divide casa com pessoas conhecidas. Porque, assim, são só chatices, faltas de respeito e cada uma no seu canto - o que às vezes acaba por ser bom, pois também gosto do meu canto, mas, se é para isto, preferia viver sozinha do que com raparigas que nem conheço e que têm os comportamentos que têm, mesmo sabendo que partilham casa com outras pessoas. Para além de só me sentir verdadeiramente à vontade quando estou fechada no quarto ou quando tenho a casa só para mim aos fins-de-semana, não consigo ser eu própria com pessoas que não conheço e fico sem vontade nenhuma de criar laços. Adoro morar aqui porque tenho um quarto espectacular e estou numa zona que tem tudo à porta, mas, às vezes, penso em como teria sido melhor se tivesse encontrado outro lugar, com melhores pessoas, ou se eu e umas colegas tivéssemos conseguido arranjar uma casa para todas, como pensámos algumas vezes no primeiro ano.
Ou em como teria sido melhor se a gaja que aqui vive nunca tivesse aparecido.

09/01/2014

Da época de exames

O tempo passa tão, mas tão devagar quando se está a estudar. Anseio pela chegada da noite para poder descansar a cabeça. O problema é que a noite traz um novo dia...um novo dia em que sinto que não descansei o suficiente e em que terei que fazer o mesmo que fiz no dia anterior. Quero tanto passar a tudo e ter as minhas férias, mas pouco ou nada me entra na cabeça e mal me consigo concentrar. Já começo a fartar-me, e ainda faltam quatro exames. Hoje até já comecei a pensar na roupa que poderia pôr na mala para levar para casa...quando ainda falta algum tempo para voltar para casa. A juntar a isto tudo, está o meu medo em relação ao exame do cadeirão do semestre.

08/01/2014

Não sei bem que título dar a isto


A época de exames dita que só devemos sair de casa em caso de necessidade - bem, pelo menos no meu caso. E são estas pequeníssimas saídas que conseguem tornar um dia mais interessante. Ontem foi um dos dias em que tive mesmo que sair, para ir comprar leite e qualquer coisa para jantar. Estava quase a chegar à porta do prédio quando vejo um gato igual ao de lá de casa, mas mais pequenino - e menos gordo. Mas não liguei, porque, das duas uma: ou era um gato de rua com mau aspecto, ou ia fugir assim que me aproximasse demais. No entanto, surpreendeu-me. Não tinha nada mau aspecto e não fugiu. Pelo contrário, seguiu-me até à porta. E ficou a roçar-se nela, inquieto para entrar lá para dentro, enquanto eu procurava a chave. Assim que abri a porta, entrou atrás de mim e ficou quieto, à espera do meu próximo passo. Não podia levá-lo comigo, muito menos deixá-lo ali no corredor. Fiz-lhe uma festinha, peguei nele e voltei a pô-lo lá fora, do outro lado da porta. Tive tanta, tanta pena. Gosto tanto de gatinhos e aquele parecia um querido. Gostava de festas e era calmo, nada a ver com o gato da minha casa. Se as circunstâncias fossem outras - se eu vivesse cá a tempo inteiro e se não fosse estudante -, penso que tê-lo-ia acolhido, nem que fosse só durante uns dias até que uns donos o reclamassem - caso ele os tivesse.
Hoje não o vi, nem de manhã, nem ao final da tarde. Não sei bem por que continuo a pensar nisso. Pergunto-me o que lhe terá acontecido. Talvez tivesse mesmo um dono, que provavelmente vive aqui no prédio, tendo em conta a forma como se roçava na porta. Ou talvez continue a vaguear por aí, à procura de um. Fiquei com tanta pena e com um certo peso na consciência por tê-lo posto lá fora, mas, bem, não pude fazer outra coisa.

06/01/2014

Constatações


- Quero a minha cama de volta. Não tenho dormido nada de jeito desde que aqui estou
- Parece que só chove para caraças quando tenho que andar a pé. Ainda estou para perceber a adoração que tanta gente tem pelo Inverno
- Acho que hoje foi a primeira vez que um banana passou por mim de carro a toda a velocidade e me deu um banho da cintura para baixo - mais uma vez, viva o Inverno
- Devo ter uma espécie de radar para aqueles casais de namorados todos melosos - uma coisa do tipo Olha, aquela está sozinha...vamos chateá-la com a nossa felicidade irritante -, já que é raro não apanhar um à minha frente ou atrás de mim na fila da cantina. Só fazem com que uma pessoa se sinta mais sozinha e com mais saudades do namorado. É que nem se sabem comportar como um casal discreto que só está ali a falar de mãos dadas...não; tenho que ver os seus abraços constantes e ouvir aqueles beijos sonoros...que irritação
- Dava-me jeito ter uns episódios para ver agora
- O exame correu bem
- A matéria para o próximo exame é estúpida - daquelas mais a puxar para o básico e que conseguem ser um bocado subjectivas e que nada têm de científico. Exames com este tipo de matéria são sempre os que me correm pior, apesar de serem aqueles nos quais toda a gente passa
- E a matéria do próximo? Argh, intragável. Mas eu hei-de conseguir.

05/01/2014

De volta...à cidade académica


Não me lembro de alguma vez ter tido umas "férias" tão más como estas. Passei os dias todos, de manhã até ao fim da tarde, a estudar. Só descansava um pouco à noite, e, às vezes, a noite estava reservada para algum jantar de família. Apenas no Natal e no primeiro dia do ano é que fiquei sem fazer nenhum - em frente à televisão a ver filmes, uma actividade altamente produtiva. Foram, de facto, as piores "férias" de sempre - nos anos anteriores, conseguia estudar apenas de manhã e passava o resto do dia a fazer o que entendesse -, e os próximos dias serão mais do mesmo: fechada em casa a estudar e só sair para ir fazer os benditos exames.
Voltar para cá não custou muito desta vez. O que mais me chateia quando regresso é ter que dividir o apartamento; fico com medo de chegar cá e ver que certas coisas não estão em condições, que há contas por pagar ou que as coisas não estão como as deixei. Mas, felizmente, está tudo em ordem. A monga é que ainda aqui está...o "estágio" que ela anda a fazer parece interminável - eu às vezes começo a desconfiar se será realmente um estágio...
Quanto aos exames, estou confiante. E com um enorme desejo de ter umas férias decentes, que é o que me motiva a estudar e a manter-me com confiança. Se tudo correr bem - e tem que correr, vai correr -, dia dezasseis à tarde começam as minhas tão merecidas semanas de puro descanso. Terem reduzido a época normal de exames para duas semanas tem, afinal, as suas vantagens...é menos tempo que aqui passo. Mas, vendo bem, prefiro voltar para cá para fazer exames do que para regressar às aulas. Para além de não ter que sair de casa todos os dias e de não ter que passar horas quase a dormir ao som das vozes dos professores, nos exames é cada um por si - não há aquela obrigação de socializar nem de interagir para se fazerem os trabalhinhos de grupo que eu tanto adoro. Como se isso não bastasse, não tenho que voltar a ficar aqui durante meses. Mas avizinham-se dias horríveis, os típicos desta época...