08/06/2016

De volta

Já voltei de Lisboa, e, portanto, voltei ao blog, embora o que me apetecesse realmente era ter ficado por lá mais uns dias. De qualquer forma, voltar ao trabalho não custou tanto como pensei que custasse. E, agora, cá venho contar as novidades. Vou dividir isto por tópicos para ser mais fácil para mim e para quem me lê. Aviso, desde já, que todas as fotografias desta publicação são da minha autoria, pelo que não devem ser usadas sem permissão.


O seminário
Foi, de facto, uma valente seca. Podia perfeitamente ser encurtado para uns dois dias, no máximo, já que, em alguns deles, os módulos não interessavam a ninguém. Melhor dizendo, só um ou dois módulos são importantes para o exame da Ordem. Mas não vou dizer que não serviu para nada. Serviu para perceber melhor onde se enquadra esta questão da ética. E, claro, serviu para me stressar para o exame. Aquilo é tão difícil e tão horrível. Acho que fazia mais sentido o exame da Ordem ser uma prova de conhecimentos, e não esta coisa horrorosa de ética.
Mas, apesar de esta Ordem só me dar este tipo de stresses e só me fazer gastar dinheiro, acho que foi boa ideia criá-la. Isto porque existe tanta, mas tanta gente por aí a mandar bitaites sobre nutrição, a fazer "planos alimentares" e a dar consultas sem sequer ter a formação adequada, entre eles bloggers e youtubers populares, personal trainers, gente com formações com os nomes mais estapafúrdios que se dizem especialistas nas áreas mais estranhas, enfim. Como se percebessem muito do assunto. Até no Facebook aparecem anúncios de cursos de nutrição à distância que só duram uns cinco meses...como se uma licenciatura de quatro anos fosse tão negligenciada a ponto de poder ser resumida a meia dúzia de meses. Não imaginam como tudo isto é frustrante. E a Ordem surgiu para "desmascarar" esta gente e para proteger esta profissão. Porque, quem não pertencer, não é um nutricionista e não pode fazer o que os nutricionistas fazem. Tão simples quanto isso.
Não conhecia ninguém de lá do seminário; todos os que lá estavam tinham tirado o curso em Lisboa. Faz sentido. Todos os meus colegas estão a fazer o seminário no Porto. Claro que eu também preferia ter ido para o Porto, não é...mas não ter sítio onde ficar obrigou-me a ir para Lisboa.
Acabei por conhecer duas pessoas da minha terra. Ao menos não almocei sozinha.
E houve um dia em que um grupinho de raparigas veio falar comigo por me verem quase sempre sozinha. Foi tão estranho.
Em contrapartida, houve uma chata que pareceu chamar-me de burra indirectamente quando começámos a falar sobre os nossos estágios. Não gostei da forma como me falou e ela parecia ter a mania que sabia tudo. Era uma gaja mais velha, com filhos e tudo; devia achar-se muito experiente. Até teve a lata de me dizer Se quiseres, posso dar-te o meu número, caso precises de alguma orientação e te sintas enrascada. Só me apeteceu dizer-lhe Olhe, quando eu quiser orientação, peço à minha orientadora. A sério, esta resposta estava mesmo, mesmo na ponta - ali na pontiiinha - da língua.
Foi cansativo chegar a casa só ao fim da tarde todos os dias e ainda ter que inventar qualquer coisa para jantar. E, por vezes, ter, ainda, que ir às compras. Ainda bem que não foi todos os dias. Mas não deixou de ser cansativo. Já não estava habituada a este ritmo; senti-me uma estudante outra vez.

A Feira do Livro
As minhas comprinhas.
Disse que tinha que ir lá, e fui. Já da primeira vez que lá fui, um dos livros que queria comprar era livro do dia e estava a metade do preço. Desta vez, aconteceu-me o mesmo. Só que o livro não estava a metade do preço, mas quase - 40% de desconto. E eu mal tinha reparado, que foi o que teve mais piada.
Também tive a sorte de estarem a oferecer O Império Final, um dos livros da minha wishlist mental, na compra de outros dois livros quaisquer. Claro que tive que aproveitar, não é...
Quis levar outros livros para casa, mas a carteira não dá para tudo. E os que me interessavam não estavam a um preço assim tão baixo quanto isso.
O dia estava tão, mas tão bom, que não me apetecia nada sair do parque e voltar para casa. Apanhei um bocadinho de sol, sentada na relva a comer um gelado. Provei o novo Solero morango e framboesa, que é óptimo. O Solero é o meu gelado da Olá favorito, e o morango é um dos meus frutos favoritos. É óbvio que a junção dos dois só podia resultar em algo divinal.
Por falar em livros, o facto de não ter levado o portátil fez com que passasse a maior parte do tempo livre a ler. Estou a ler O Nome do Vento e estou cada vez mais apaixonada pelo livro. Aquilo é tão bom.

Mais compras
Andei feita doida nas lojas. Acontece-me quando vou às compras sozinha. Mas gostei tanto das comprinhas que fiz. Encontrei coisas tão giras para usar no Verão...
Também comprei o bilhete para Nightwish. Fartei-me de gastar dinheiro, portanto.

Último dia
No último dia que passei em Lisboa, também esteve bom tempo. Só me apeteceu ficar na baixa o dia inteiro. A passear e a apanhar sol. Apeteceu-me tanto ir buscar um Frappuccino ao Starbucks e saboreá-lo pelas ruas. Mas não houve oportunidade, pois tive que apanhar um avião dali a pouco tempo, e até já estava "farta" de gastar dinheiro. Da próxima vez, vou mesmo fazer isso.

Reflexões
Detesto Lisboa, mas, ao mesmo tempo, adoro. Detesto a confusão, o barulho - por que será que aquela gente buzina que se farta? -, as distâncias tão grandes entre um local e outro, o facto de as pessoas parecerem viver num stress constante, sempre a correr, e detesto-a quando a comparo ao meu querido Porto. Mas adoro a possibilidade de conhecer tanta coisa dentro dela e a partir dela, a variedade de eventos que me oferece, o facto de poder meter-me dentro de um transporte público qualquer e ir para qualquer lado. Estar fora de casa, neste tipo de ambiente e por minha conta, dá-me uma sensação de liberdade que não sei explicar. Acho que, se receber uma oferta de emprego para Portugal continental, vou aceitá-la de bom grado.

6 comentários:

  1. Estou como tu em relação à Ordem. Eu tenho muito a mania de pesquisar sobre alimentos e outras formas de alimentação (crudívora, frugívora, etc) por causa daquele stress que já te contei sobre a anemia. E vou experimentando as coisas ao meu ritmo (não falo de medicamentos, falo de mudanças alimentares) e vejo, com calma, aquilo que resulta para mim. Seria incapaz de sugerir uma mudança alimentar a alguém. (Ok, a minha tem problemas digestivos e, antes de ela se tornar vegetariana, eu sugeri que ela eliminasse o leite e aumentasse os legumes, mas isto não me parece mau. Além disso aviso sempre que estas coisas devem ser feitas com calma e digo "Isto resultou COMIGO, não é verdade universal!"). Nunca diria a outras pessoas "faz isto" ou "faz aquilo". Muito pelo contrário, odeio falar sobre o assunto com pessoas que não são da minha família porque há sempre alguém que diz "ah mas tens de comer isto", ou "tens de comer esta quantidade" que nem nutricionistas são e isso irrita-me!
    Não sei se viste a capa da Men'sHealth em que o João Paulo Rodrigues aka Quim Roscas aparece bastante fit e bem mais magro do que era antes. Ora, eu deixei de ir ao facebook nesses dias. Pseudo-desportistas ( que não têm outro nome, só porque fazem desporto acham que podem dar conselhos?!?! Fico incrédula) a dizer que ele era mentiroso porque não comia as calorias necessárias e ia morrer rápido. Mas que é isto?! Primeiro não somos todos iguais. Segundo, se esse comentário (e com outro tipo de linguagem) viesse de um nutricionista eu até acreditava... mas de alguém que nem sequer é nutricionista, nem tem formação em desporto e limita-se a praticá-lo? É inacreditável. Acho bem que exista a Ordem para sabermos em quem confiar, sem dúvida.

    Tenho que ler esse livro, estás sempre a falar nele! Vai para a minha wishlist (se bem que agora ainda me faltam 8 livros da Guerra dos Tronos, por isso, para o ano falamos x) )

    Espero que, se essa proposta vier, seja do Porto! :)

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    1. Mesmo, e, quando se mete esta questão do vegetarianismo, pior ainda. Já ouvi tantas vezes comentários do género "O vegetarianismo não presta; onde se vão buscar as proteínas? E as proteínas de origem animal também são importantes, vais buscá-las onde?", que me deixam mesmo parva --' É que, por mais que uma pessoa tente explicar as coisas, não querem ouvir. Porque elas é que sabem tudo... --' Ou porque o blogger e o youtuber X disseram isto e aquilo. Enfim. Ainda hoje vi um post no Facebook de uma página de nutrição que sigo e que dizia: "Quer fazer Nutrição? 1ª coisa que é preciso ter: PACIÊNCIA!". E realmente, é preciso mesmo muita paciência para aturar este tipo de coisas xD

      E vou continuar a falar nele, porque é lindoooo...! *_____* Ainda nem vou a meio e já tenho quase a certeza de que se vai tornar num dos meus favoritos. Vais ter que ler! Obrigatório para fãs de fantasia, eheh :P

      Isso é que era! :D Mas duvido. Quase todos os meus colegas da faculdade são da zona do Porto. Teria imensa concorrência e acho que nem há emprego para todos aí x)

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  2. Sabes, estou super curiosa para conhecer o Porto, visto que nunca lá fui. Ainda bem que gostaste da feira do Livro :D E essa mulher irritante... olha é sorrir e mandá-la à fava!

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    1. Sorrir e acenar...eheh :P
      Adorei a feira :D Adoro tudo o que envolva livros, basicamente ^^
      E o Porto é lindo! Tens mesmo que lá ir ^^

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  3. Isso é que foi passear :D
    Eu cá adoro Lisboa, realmente a vida é muito stressante mas às vezes gosto de observar toda esta correria :)

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  4. As ordens profissionais têm esse condão de nos stressar. Vivo nessa vida há uns anitos! Sim, é importante que as ordens existam, precisamente para protegerem os seus membros e a própria profissão, regulá-la, impor direitos e deveres a todos, pugnar pelas boas práticas... se bem que nem todas fazem isso. Eu não dou nem peço conselhos de nutrição. Aquelas coisas básicas que as bananas têm potássio e se estás mal das tripas comes kiwis toda a gente sabe e tal, mas mais que isso... nem pensar!! Se existem profissionais na área da nutrição, é porque é algo que implica estudo e conhecimento e não é para qualquer um mandar uns bitaites. Mas os espertinhos hão-de sempre existir. Como essa senhora que até se ofereceu para te orientar... se calhar, nem para se orientar serve e põe-se com coisas... --'
    Eu estou à espera que as feiras do livro daqui do norte comecem, se bem que noto que, ultimamente, os preços não são nada convidativos, por isso compro quase sempre nos albarrabistas e em bancas de usados, a não ser em casos especiais. Tenho essa colecção do Patrick Rothfuss na minha whislist há anos (estou à espera do último volume para investir neles =P ).
    ***

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