28/06/2016

Dias longos

A semana que passou foi particularmente longa, e assim continuarão a ser os próximos dias. Pedir uns dias de folga levou-me a fazer horas extra para compensar os ditos dias. Resolvi fazê-lo por iniciativa própria, até porque não ficaria bem com a minha consciência. Continuam a dizer-me que sou livre para fazer o horário que quiser, mas não me sinto bem se entrar e sair às horas que quiser. Nunca o fiz, e acho que nunca o farei. Mas, e tendo em conta que até me dou bem com os chefes, resolvi arriscar pedir uns diazinhos. Não houve problema, e voltaram a dizer-me que posso fazer o horário que quiser, desde que apresente trabalho feito. Seja como for, achei por bem compensar as horas que ficarão em falta. Não só para ficar com a consciência tranquila, mas, também, para não ficar mal vista.
Ando a trabalhar mais uma hora por dia e reduzi a minha hora de almoço para não ter que sair tão tarde. Estou a conseguir avançar imenso trabalho, mas está a ser um bocado cansativo. Os dias estão a ser longos e nem consigo descansar nada ou ficar um pouco no convívio devido à redução da hora de almoço. Mas prefiro fazer as coisas assim. Ninguém me pediu para compensar os dias que estarão em falta e voltaram a dizer-me que estou por minha conta, mas vai ser melhor assim, pois será como se não tivesse faltado, no fim de contas. É mais cansativo, mas é por uma boa causa. E vai valer a pena. Oh, se não vai!

21/06/2016

Uma dança sombria

Em inglês, A Sombre Dance. É o nome do meu álbum favorito. Posso delirar com Nightwish, ser uma doidinha por Porcupine Tree, adorar Epica cada vez mais, ter considerado Evanescence a minha banda favorita durante alguns anos, ter devorado álbuns de outras quantas bandas vezes sem conta. Mas não há, para mim, álbum melhor do que este.
A banda que criou esta obra de arte chama-se Estatic Fear. Uma banda tão pouco conhecida que, infelizmente, não lança material novo desde então. É classificada como uma banda de doom metal, e isto foi algo que me deixou de pé atrás quanto a ouvi-la. Para mim, doom metal significa deprimência. Significa música arrastada; aqueles instrumentais super pesados e tão arrastados, e as vozes igualmente arrastadas, como se tudo estivesse em sofrimento.
Conheci a banda através de um fórum (tenho quase a certeza de que foi o Logan quem a deu a conhecer...obrigada, Logan! Acho que nunca te agradeci por isto :P). E ver um dos membros do fórum, que era bastante culto em termos musicais, dizer algo do género Isto é muito bom! Como é que eu não conhecia isto?, foi algo que me levou a ouvir o álbum. Não ter julgado a banda por causa do seu género ou o próprio álbum por causa da sua capa - que eu acho feia, mesmo - foi a melhor coisa que fiz.
Não é doom, para mim. Ou seja, não é deprimente. Pelo contrário, foi das coisas mais bonitas que já ouvi até hoje. Daí ser o meu álbum favorito de sempre.
Há uma atmosfera dark e algo gótica neste álbum, mas também há uns toques de folk e de medieval que eu tanto gosto. Há os elementos típicos do doom metal, os instrumentos característicos e, por vezes, algo arrastados, bem como a típica voz gutural deste subgénero. Há a combinação entre isto e algo que torna este álbum tão bonito e tão diferente dos demais. Com o "algo", refiro-me a outros instrumentos. Alaúde, flauta, violoncelo, órgão. E sons. O som da chuva e de trovoadas, por exemplo. Estas misturas resultam numa combinação tão única. As próprias melodias são deliciosas. Mágicas talvez seja a melhor palavra.
Não me canso deste álbum. Já o ouvi tantas vezes e, de todas as vezes, admiro-o e apaixono-me como se estivesse a ouvi-lo pela primeira vez. Seja a que hora do dia for e seja qual for o meu estado de espírito, ouvir qualquer uma das músicas deste álbum faz-me sorrir. Os primeiros acordes de uma canção são suficientes para me porem um sorriso no rosto. E fazem-me fechar os olhos e sonhar. Ouvir este álbum remete-me logo para uma história de fantasia. Faz-me imaginar magia e florestas e viajantes com mantos a percorrer um mundo imaginário com cenários místicos. Para mim, é uma tremenda fonte de inspiração. Só tenho mesmo pena que este projecto não tenha continuado. Acho que tinham um enorme potencial.
Não espero que alguém que me leia conheça a banda ou que goste, até porque não foi com este propósito que vim escrever esta publicação. Eu, simplesmente, tive que escrever sobre isto.
Acho que não há uma só música que demonstre o quanto adoro este álbum e acho que todo ele merece ser ouvido - para quem gostar, como é óbvio. Por isso, e como não consigo decidir-me em relação a que música publicar aqui, deixo a introdução e o "primeiro capítulo" do álbum - não fosse a música chamar-se Chapter I -, para quem quiser um cheirinho.


16/06/2016

Facto #42

Já há muito que tinha constatado que viver numa ilha é sinónimo de isolamento. Mas acho que nunca me senti tão isolada como agora.
Há tanta coisa em Portugal continental, tanta coisa que me faz sentir, de facto, isolada e que me deixa triste por não poder aproveitá-las. Pode parecer ridículo por não deixar de ser o mesmo país e por ser um sítio tão próximo. Mas continente e ilhas são tão diferentes...
Há imensas formações e cursos que não me importava de fazer. Há concertos a que gostava de ir. Há pessoas que gostava de ver mais vezes. Há a possibilidade de escapadinhas de fim-de-semana para outras cidades, ou mesmo para outros países. Há a hipótese de viajar directamente para outro lugar, sem haver aquela dependência dos voos entre as ilhas e o continente. E tenho a certeza de que há muitas mais coisas.
Cada vez mais tenho a sensação de que não pertenço aqui.

11/06/2016

Desmotivada, nostálgica, indecisa

Esta semana andei mais desmotivada em relação ao estágio. Penso que devido à quebra da rotina - ao facto de ter passado a semana anterior em Lisboa, sem estar a trabalhar e sem estar, sequer, a pensar no estágio, a frequentar um seminário durante a semana e a passear aos fins-de-semana. Tive vontade de lá ficar por mais tempo e não tinha vontade alguma de voltar ao trabalho. Acho que foi tudo isto que me fez ficar mais desmotivada e farta do trabalho durante a semana que passou.
E ter noção disto fez-me pensar melhor nas coisas e levou-me a descobrir diversos pontos negativos. Quer dizer, é óbvio que já tinha dado por eles, mas limitava-me a ignorá-los. Estar desmotivada pareceu fazer com que estes pontos me saltassem à vista constantemente e me deixassem enervada e com (ainda) menos vontade de trabalhar. Não tenho grandes condições para trabalhar; tenho um escritório improvisado (demasiado improvisado) que funciona como local de passagem - ou seja, há sempre gente a andar para a frente e para trás, inlcusive (e isto é o que acho mais irritante) quando estou a dar uma das minhas pseudo-consultas -, e nem tive direito a um cacifo. Enervava-me ouvir as passadas do director geral de lá do sítio, não só por usar sapatos super barulhentos, mas também por ele próprio ser uma pessoa irritante - não gostei do homem desde o primeiro dia; parece ter a mania que sabe tudo e está sempre a mandar bitaites acerca de tudo. Chateia-me, aliás, o facto de ter um patrão e ter que fazer as coisas à maneira dele. Cada vez mais, acho que estaria mesmo bem a trabalhar por minha conta, para não ter que dar satisfações a ninguém e para não ter que estar a perguntar se aquilo que eu faço está bem para o patrão. O estágio continua a correr bem, apesar de tudo. Mas há mais duas coisas que me chateiam: o facto de questionarem a minha forma de trabalhar e o de, na maioria das vezes, me tratarem como se eu fosse uma miúda de quinze anos. Em relação ao primeiro ponto, detesto que me venham perguntar se o trabalho X já está feito e que me digam que eu devia dar maior importância ao assunto Y em vez de estar a fazer Z. Eu tenho o meu ritmo de trabalho e conheço a minha maneira de trabalhar e de me organizar. Se me dão um prazo, cumpro-o. Se me estou a organizar de determinada maneira, é porque sei que as coisas vão dar certo assim. Nem toda a gente faz as coisas da mesma forma. E, no que diz respeito ao segundo ponto, bem sei que a minha aparência não ajuda, mas não posso fazer absolutamente nada quanto a isso. É por isso que, às vezes, até me esqueço que já sou licenciada e continuo a sentir-me como uma estudante.
Nunca pensei dizer isto, mas estar em Lisboa deixou-me com uma certa nostalgia da vida de estudante. A vidinha despreocupada de não ter que dar satisfações a ninguém e de não ter que agradar aos outros. De passear e de sair de casa para ouvir e aprender. De ter o meu espacinho com as minhas coisas. Como é óbvio, não tenho saudades de estar fechada no quarto a marrar e de ficar stressada com trabalhos de grupo. Muito menos de ter que aturar colegas de casa bastante inflexíveis. Mas, do resto...
É por isso que, às vezes, passa-me pela cabeça voltar a estudar quando o estágio acabar. Adoro chegar a casa depois do trabalho e não ter que pensar em mais nada; sair do trabalho e ir à praia ou ir tomar um café mesmo que não seja sexta-feira, sem qualquer preocupação na cabeça; e, claro, adoro estar a receber algum dinheiro e de não precisar de o pedir a ninguém. Mas, sei lá. É como se faltasse qualquer coisa.
Por enquanto, há que continuar. O estágio está quase no fim e, de qualquer forma, só preciso dele para poder pertencer à Ordem. Depois disso, já poderei ter um emprego a sério, ou voltar a estudar, ou fazer sei lá o quê. Já não vou voltar a ser a estagiária, o que é óptimo. É só isso que sei. O que vou fazer a seguir, permanece uma incógnita, até porque nem sei ao certo quanto tempo mais serei a estagiária. Tudo indica que o estágio termina no final de Setembro. Foi o que me disseram logo no início e nunca me falaram em prolongá-lo - algo que o programa de estágios que o abriga permite fazer. Considero que ainda há muito trabalho a ser feito, mas não faço ideia se querem que seja eu a fazê-lo ou se preferem dar a oportunidade a outra pessoa - ou se me vão obrigar a fazê-lo até finais de Setembro, mas eu acho que isso será impossível e que será necessário mais tempo. Não sei o que vou fazer a seguir, mas uma coisa é certa: na próxima reunião com o irritante do director geral, vou ter que abordar este assunto. Preciso mesmo de saber até quando vou ficar por lá e durante quanto tempo mais vou ver algum dinheirinho a cair na minha conta. Porque vou ter que saber o que fazer da minha vida.

08/06/2016

De volta

Já voltei de Lisboa, e, portanto, voltei ao blog, embora o que me apetecesse realmente era ter ficado por lá mais uns dias. De qualquer forma, voltar ao trabalho não custou tanto como pensei que custasse. E, agora, cá venho contar as novidades. Vou dividir isto por tópicos para ser mais fácil para mim e para quem me lê. Aviso, desde já, que todas as fotografias desta publicação são da minha autoria, pelo que não devem ser usadas sem permissão.