Para a Rádio Comercial, cada dia é o dia de alguma coisa, e ontem quiseram que fosse o Dia das Pessoas com Apelido Estrangeiro.
Eu tenho um apelido estrangeiro. De origens americanas, para ser mais precisa.
Mas quem tem um apelido estrangeiro "sofre". As pessoas raramente percebem o meu apelido à primeira e, muitas das vezes, confundem-no com outro apelido qualquer (que seja português, claro está). Para além disso, por vezes, não sabem pronunciá-lo e fazem-no de forma errada - embora eu considere que não haja dificuldade nenhuma em pronunciar-se o meu apelido, mas enfim, as pessoas parecem gostar de complicar. E, ainda, não sabem como se escreve. Às vezes acabo a soletrá-lo, mas as pessoas chegam ao cúmulo de ficarem a olhar para mim com caras de parvas, como se pensassem que estou a inventar. Já aprendi, contudo, a ultrapassar estes obstáculos quando preciso que escrevam o meu nome (como no caso de recibos de farmácia e afins): mostro o meu cartão de cidadão ou o cartão multibanco e digo algo do género É este nome.
Lembro-me de que, quando andava na escola, detestava o meu apelido. A partir do quinto ano, os meus colegas de turma - aqueles idiotazinhos com a mania que são bons e engraçados que existem nas turmas todas - faziam como que troça por causa do meu apelido, e isto prolongou-se até ao décimo-segundo ano, mesmo tendo eu passado por turmas diferentes e conhecido colegas diferentes. Eles serviam-se do meu apelido para se referirem a mim ou para me chamarem, em vez de usarem o meu primeiro nome, como é suposto, e isso irritava-me. Principalmente porque parecia que o pronunciavam em tom de troça ou de desprezo. Detestava ser chamada assim, e só pensava que, se ao menos tivesse um apelido português, isso não acontecia.
Quando fui estudar para o Porto, contudo, as coisas foram completamente diferentes, tanto que algumas das pessoas com as quais me cruzei - colegas e afins - acharam o meu apelido giro e chique. Graças a isso, passei a olhá-lo de outra maneira.
E, agora, gosto dele. Especialmente porque, em Portugal, não existe mais ninguém com um nome (primeiro nome + apelido) igual ao meu, ao passo que, se tivesse um apelido português, iria encontrar tantas raparigas com o mesmo nome (primeiro nome + apelido) que eu. E esta é uma das razões pelas quais vou manter o meu apelido no caso de me casar.
Eu gostava de ter o teu apelido (visto que te tenho no FB sei qual é), é giro :D
ResponderEliminarQuando era mais nova tinha o mesmo problema que tu, mas hoje em dia adoro o meu nome e sei bem que as pessoas têm de se esforçar imenso para criar uma piada nova para ele.
ResponderEliminarNão tenho um apelido não português, mas o meu primeiro nome é estrangeiro - até não faço ideia de onde - e tendo em conta que nem no FB (que é um mundo electrónico) encontro pessoas com o mesmo nome que o meu, arrisco-me a dizer que é raro.
Apesar de gostar muito dele, confesso que é chato ter o repetir duas vezes, para que as pessoas tenham a certeza de que o escutaram bem à primeira.
Eu adoro o teu apelido! Gostava de ter assim apelido chique, apesar de adorar o meu. Dá-te logo outro estatuto :p Acho que acima de tudo os apelidos nos ligam à família, e é por aí que eu digo que gosto dos meus. As crianças são mesmo cruéis :/
ResponderEliminarAgora fiquei curiosa de saber o teu apelido :) eu também não tenciono mudar de apelido quando me casar mas no meu caso foi porque tive de lutar e muito para ter o apelido que hoje tenho :)
ResponderEliminarAgora fiquei curiosa! Quando era pequena achava que tinha um nome raro e adorava. Claro que depois conheci mais pessoas e o meu nome não é nada raro ahah.
ResponderEliminarComo sabes que mais ninguém tem o mesmo nome que tu? :p
Acho que consigo adivinhar o teu apelido, somente porque conheço algumas pessoas dos Açores que o têm =P Mas acho isso indiferente. Somos o que somos, e não o nome que temos.
ResponderEliminarAcho que isso de casar e ter o apelido do marido é uma valente treta. Não deixamos de ser quem somos, porque casamos com alguém. Não deixamos de ser da nossa família para passar a ser da do nosso marido. E depois vêm sempre os sogros (ou outros) dizer que, na verdade, não és da família, só tens o apelido deles por casamento. Quando há divórcio, para além da casa, do carro e das jóias, tens que devolver o nome. Esta é uma opinião geral da coisa, porque não tenciono casar, nem sou assim tão próxima às pessoas com quem partilho laços biológicos (às vezes, não consigo considerá-los como família).
Eu também não gosto muito do meu nome, mas é aquele que eu tenho. Mas também é suposto que gostem ou desgostem de mim pelo que eu sou, e não pelo nome =)
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