28/02/2011

Dois anos depois

Parece que foi ontem que começou. Melhor, parece que foi ontem que aconteceram todas as coisas antes disso, quando, afinal, já foi há dois anos. Agora que olho para trás, até foi uma história engraçada, que podia dar um livro. Já tinha pensado nisso há uns tempos, mas não vou de repente abandonar o que estou a escrever agora para começar a escrever o diário da minha vida no secundário. Isso vai ficar para depois. Está tudo ainda tão nítido na minha cabeça, que acho que nunca me irei esquecer. Até já tinha um título. Por acaso, era parecido ao título daqui do blog.
Por falar em escrever, também foi há quase dois anos que decidi, finalmente, publicar os meus textos. Comecei a reescrevê-los no computador e, desde aí, a enviar e-mails a editoras com o texto: umas que não respondiam, outras que diziam logo "não" - mesmo sem lerem nada -, outras que diziam "sim" e, passado um tempo, já não diziam mais nada, como se, subitamente, tivessem perdido o interesse. Enfim. Apesar disso, continuo a enviá-los a outras - há muitas mais do que aquilo que pensava -, sempre com a esperança de que alguma diga que sim e que faça alguma coisa depois. Espero que, nessa altura, aquilo que eu escreva agora não se torne numa moda, como foram - ou será que ainda são? - os livros de vampiros, que parecem ser todos cópias uns dos outros. Se assim fosse, eu não iria passar disso - de uma cópia. Ultimamente, ando a ver por aí muitos livros sobre pessoas com poderes mágicos e afins. Hum, não estou a gostar disso. Mas fico feliz por ter outra ideia na manga. Que não vou revelar, não vá aparecer por aqui algum aspirante a escritor - muito pouco provável, eu sei.
Voltando ao assunto inicial...
Ontem fez dois anos. Acho que tive sorte por encontrá-lo, mas acho que tive ainda mais sorte por ter conseguido mantê-lo durante este tempo todo. É tudo o que queria, e penso que estaria meio perdida sem ele. Isto porque, bem, muita coisa mudou nestes dois anos. Uma delas foi a perda de amigos. Posso ter tido uma festa surpresa muito gira no ano passado, mas, digam o que disserem, o meu aniversário favorito foi o de há dois anos atrás, quando fiz 17 anos. Exactamente por ter sido com o meu grupo da escola. Senti-me integrada e aceite, e acabei por acreditar na infantilidade de que tudo aquilo duraria para sempre. Claro que não. Houve afastamentos, houve quem fosse viver para longe, houve separações. Enfim, o grupo desfez-se, todos conheceram outras pessoas.
Nunca tive muitos amigos, e parece que tenho sempre cada vez menos. Para além de ser tímida e não saber meter conversa, sou diferente das outras. É por isso que me considero esquisita. E daí o título do blog. Tenho gostos e interesses diferentes da maioria, e nunca vou atrás da maioria. É por isso que fico na margem, mas que posso fazer? As pessoas não podem ser todas iguais. Isso seria secante. Mas gostava que houvesse mais gente como eu, para variar.

27/02/2011

Saudades do Verão

É oficial: nesta altura do ano, sinto sempre a falta do Verão. Sinto falta da praia, do calor, do Sol, das roupas frescas, de passear a comer gelados e de tudo o resto. Ainda para mais, anteontem passei a tarde a passear pela cidade com uma amiga, e ambas estávamos desejosas pelo Verão. Andámos por algumas lojas, comemos um gelado e passámos algum tempo em esplanadas. Para ser um dia de Verão, só faltava céu azul e calor. Sinto mesmo a falta disso. Fico farta do Inverno, mais propriamente da chuva, do céu cinzento, do frio - que até, felizmente, já não é muito -, de andar com casacos, com montes de roupa, enfim. Só não me canso de usar botas. Mas o melhor do Verão é mesmo o facto de dar uma enorme sensação de liberdade. Como não há aulas, é uma época de puro descanso. É verdade que agora estou numa espécie de férias, mas em breve vou ter que começar a estudar para os exames do secundário que vou repetir. E talvez vá trabalhar, por insistência de todos.
Ontem, ao contrário de sexta-feira, em que o céu estava carregado de nuvens que pareciam inquietas por chover, o dia esteve sempre óptimo, fazendo-me lembrar aqueles longos dias de Sol em que não temos obrigações nenhumas e que podemos fazer tudo aquilo que quisermos. Verão...despacha-te a chegar.

24/02/2011

O primeiro post de...alguns

Pois, não digo que seja de "muitos", porque, enfim, posso vir a fazer só uma dúzia de posts e depois fartar-me disto, como aconteceu com o meu primeiro e único blog. Agora, voltei a ter vontade de criar um, graças a uma das minhas amigas do Facebook - não paravam de aparecer links dos seus novos posts nas minhas actualizações. Mas ela tem Tumblr, e eu preferi isto. Acho que este é o mais indicado para escrever textos longos - sim, porque, quando começo a escrever, é um bocado difícil de parar -, e é para isso mesmo que quero um blog: para escrever textos longos de coisas que se passem na minha vida ou sobre alguma opinião minha, não para o encher de poemas nem para pôr uma imagem qualquer e escrever umas duas ou três linhas a relacionar aquela imagem com a vida.
Voltei a casa há quase dois dias. Estive fora, na universidade e a viver sozinha, e desisti. Não que não gostasse de viver sozinha. Não era mesmo nada mau fazer o que me apetecesse, limpar a casa só quando ela estava mesmo a precisar, ver o que quisesse na televisão - o que implicava ver a série do Pokémon que dá no Panda Biggs -, pôr música alta e comer quando bem me apetecesse - se me levantasse ao meio-dia, tudo bem, tomava o pequeno-almoço ao meio-dia e almoçava às quatro (já aqui, quando almoço na casa dos meus avós, por exemplo, o almoço tem que ser sempre à uma hora, mesmo que alguém só acorde meia hora antes disso). Portanto, viver sozinha era o menor dos meus problemas. Sim, sou uma solitária.
Vim-me embora porque não estava a gostar nada do curso. Aquilo não era, definitivamente, para mim. Em vez de estar fechada num laboratório o dia inteiro, preferia, sei lá, ficar em frente ao computador o dia inteiro. A sério. Ficava confortável, sentada, de fato-de-treino, com uma caneca de chá ou de leite com chocolate ao lado, a escrever durante horas ou a pintar no SAI, sem precisar de estar com centenas de cuidados e de passar o tempo a olhar para tubos de ensaio ou lá o que quer que fossem.
Agora cá estou, já sem saber o que fazer, outra vez. Vim-me embora com a ideia de fazer melhoria de um exame e ir para medicina, mas fico sempre confusa quando a minha mãe começa com tretas do tipo "Mas tens a certeza? Pensa bem! É mesmo isso que queres ou ainda não sabes?", coisas às quais eu nem consigo responder, talvez porque, realmente, ainda nem sei bem o que quero. Para a minha mãe, o bom é ter um emprego estável que dê muito dinheiro. Acho que deve ser secante fazer uma coisa que não se gosta só pelo dinheiro, mas ela diz que o "secante" é recompensado por aquilo que se ganha. Já o meu pai diz que o bom é fazer-se aquilo que se gosta. O ideal era juntar as duas coisas, o que eu acho praticamente impossível.
De qualquer maneira, falar sobre cursos ou sobre o futuro é uma das coisas que mais detesto. Por mais que pense ou fale nisso, nunca chego a lado nenhum. Além disso, nunca fui pessoa de dizer "Quem me dera ir para a universidade", ao contrário de muitas que conheço. Será um sinal? Bem, acho que não, porque, de qualquer das formas, vou ser obrigada a ir para uma universidade.
Fico por aqui por hoje. Já escrevi mais do que queria, como sempre. E, como sempre, nunca sei como acabar. Não vou andar às voltas à procura de uma frase marcante e que faça pensar para acabar isto. Vai ficar assim mesmo. Pronto.