05/12/2012

Proibições


No outro dia, uma colega minha disse que tinham contratado o namorado, ou coisa parecida, num sítio qualquer em Lisboa, e disse que não o deixou ir. Mas disse-o a rir-se, assim meio na brincadeira e como se proibir o namorado de ir a qualquer lado fosse uma coisa normalíssima, enquanto eu só pensava WTF. Ela ainda repetiu a mesma coisa várias vezes, até que eu lhe disse: Ias com ele. Já não sei qual foi a resposta dela, mas deu a entender algo do tipo Nunca na vida. E ainda acrescentou que tinha muito amor à sua terrinha. Eu fiquei ainda mais WTF com aquilo tudo, mas não disse nada.
Como este caso, existem muitos. Há uns tempos atrás, soube de um rapaz que foi contratado pela Google da Califórnia e não foi. Porquê? Porque a namorada não deixou. Não deixou o rapaz ir trabalhar na Google! Não pensou na hipótese de ir com ele para os Estados Unidos e de, provavelmente, ter uma vida melhor do que aquela que teriam em Portugal. Oportunidades como esta surgem uma vez na vida e são desperdiçadas estupidamente por causa de namoradas parvinhas. Se fosse ao contrário, tanto com esta como com a tal minha colega, acho que elas não iam gostar se fossem proibidas de ir trabalhar para um lugar distante de casa. Quer dizer, se calhar nem se iam importar, já que parece que têm medo de meter um pé fora da terrinha.
Acho uma tamanha estupidez tudo isto. Proibir um namorado de ir para longe, havendo a hipótese de ir com ele e de poder expandir os seus horizontes, conhecer coisas novas e até, quem sabe, ter uma vida melhor, não passa de um grande acto de egoísmo. Não pode ser outra coisa, nem me venham com o medo. Porque não há nada para ter medo. Se uma pessoa fosse sozinha, era uma coisa. Ir com uma pessoa com quem se tem grande confiança e cumplicidade é outra completamente diferente. Ainda por cima, ninguém vai para um lugar desconhecido às cegas. Uma das pessoas já tem emprego garantido. A outra, pronto, há-de arranjar um também. Morrerem à fome é que não vai acontecer.
O amor à terrinha é outra parvoíce. Também gosto muito da minha terrinha, e cá estou eu. Aliás, não ligava nenhuma à minha terrinha até ter saído dela, verdade seja dita. Mas, se querem saber, comecei a perceber que o importante não é onde se está. São as pessoas. Tenho saudades das pessoas, não propriamente da terra. Se o meu namorado ou a minha família estivessem aqui no Porto, pronto, estava na boa.
As pessoas perguntam-me onde gostava de trabalhar e tal. Não, nem perguntam sequer. Supõem logo que quero voltar para a terrinha. Tu depois vais querer ficar lá, não é?, é isso que perguntam. Mais uma vez, vem o pensamento de WTF. Digo que não sei, que hei-de ir para onde for. E é verdade. Como já disse uma vez, vou para onde o vento me levar. Levo o A. de reboque - que remédio tem ele, ahah -, e, se for ao contrário, vou atrás dele, sem pensar duas vezes.
É bom começar do zero. Ir para um lugar desconhecido, onde ninguém nos conhece. Explorar esse novo lugar, conhecer novas vivências, novas pessoas. Acho que toda a gente devia passar por uma experiência assim, pelo menos uma vez na vida. Eu saí de casa sem qualquer medo. Talvez por sempre ter tido a ideia de estudar fora de casa desde que era adolescente, talvez por terem havido pessoas a abrirem-me os olhos, fazendo-me ver a quantidade de vida e de coisas que existem para além daquele pedaço de terra em pleno Atlântico, talvez por me terem dado sempre força e por não me deixarem desanimar por ter que vir para cá - o poder dos pensamentos positivos é verdadeiro, acreditem ou não. Ao fim e ao cabo, a querida terrinha vai ficar sempre à nossa espera. As oportunidades é que não.

10 comentários:

  1. Que estupidez :o
    Custa estar longe, sim! Mas sao oportunidades únicas!

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  2. Uma vez não concorri a erasmus por causa de um namorado e depois obviamente que me arrependi. A sorte foi que consegui fazer no ano a seguir :) Uma vez pa aprender :)
    Existem pessoas que deixem que mandem na vida delas.. é doentio :s

    *

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  3. opá, pessoas que querem que os namorados/as deixem de seguir os seus sonhos e que ainda esperam que resulte tudo bem entre eles, a sério, matem-se -.-'

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  4. Que estupidez! Ofereceram um lugar no clube do Porto (é jogador de futebol) para jogar lá nos júniores...mas ele não foi porque tinha que mudar de escola e ia para longe de mim, ele tomou essa decisão porque quis, porque eu até encoragei. Mas agora apercebo-me que ainda bem que ele não foi, porque mal o poderia ver, e depois ele não passava para a famosa equipa principal, por isso agora joga noutra equipa nos séniores e assim é mais fácil entrar numa equipa grande :)

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  5. Olá, segui :)
    Segues de volta?
    http://kantinhodasninasana.blogspot.pt/

    Beijinhos

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  6. Eu tive uma relação que se baseava em proibições, ele é que começou a ser assim comigo, então eu comecei a fazer o mesmo. E posso dizer foi o maior erro de sempre. Um dia que volte a ter alguém não vou deixar nunca mais que tomem decisões por mim ou me proíbam de algo.

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  7. Que estupidez =(
    Concordo contigo ... porque proibirem o namorado se podem até elas proprias de ser uma vida melhor??
    Sabes uma coisa, acho que essas raparigas são é inseguras e não têm confiança na relação e isso é péssimo =(
    beijinhos

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  8. concordo, concordo e concordo! Pois olha que se fosse eu aproveitava essas oportunidades, aliás eu pretendo aventurar-me assim de vez em quando para outros sítios, se a vida me permitir!

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  9. Também concordo. Ainda por cima ir para outro local, onde há a possibilidade de ter uma melhor vida? Eu fazia as malas e ia!

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  10. Estou no último ano do secundário, é normal pensar já em que faculdade vou inscrever-me e que curso quero seguir. Disse ao meu ex que queria ir para Coimbra, ele recusou e disse que podia ficar em casa dele que o ordenado chagava para os dois. Resultado? É por isso que agora o chamo de ex-namorado... Gosto muito da minha independência. Quando se gosta de alguém à séria temos sempre em conta os sonhos do outro.

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