31/01/2016

Escrito por mim #7

Ele não sabia ao certo por que ali estava, nem tão-pouco como ali tinha ido parar. Reconhecera o lugar desde que o avistara, ao longe, mas tal não o instigara a mover-se noutra direcção. Pelo contrário. Parecia que uma brisa, gerada no coração daquela selva, se movia por entre as árvores para ir ao seu encontro, para o chamar e atrair assim que lhe bafejasse o rosto. E ele, inebriado por uma voz imaginária que o convidava a percorrer, uma vez mais, os caminhos que conhecia tão bem, decidira-se por aquele percurso.
Ele não sabia ao certo por que ali estava, mas, agora que pensava no assunto, nunca sabia por que estava em determinado sítio. Era um pensamento que lhe ocorria sempre. Não tinha um destino, ou um lugar específico para encontrar. Tinha, apenas, que seguir pistas, comprovar teorias, procurar novas hipóteses, e tudo o mais que o ajudasse a cumprir a missão para que tinha sido destacado. Eram tarefas que o conduziam aos mais variados e inesperados lugares, mesmo àqueles que adorava e que já lhe eram demasiado familiares.
E isto teria respondido à sua pergunta interior, à pergunta que o acompanhava e assaltava a sua mente sempre que se via envolvido por um novo ambiente. Teria respondido, se ele, de facto, estivesse a meio de alguma tarefa importante que não pudesse esperar. Mas, na realidade, já não sabia há quanto tempo não tinha algo assim, que o movesse enérgica e incansavelmente de lugar em lugar, em perseguição de uma resposta. Por isso, já há algum tempo que se limitava a deambular pelo mundo, à espera que as tão esperadas respostas que procurava se atravessassem no seu caminho.
Talvez precisasse de fazer uma pausa. De descansar, de encontrar um amigo. A baía proporcionava-lhe aquilo e muito mais. Provavelmente, fora esta a razão que o levara até lá. A selva atraíra-o e encantara-o assim que ele a avistara, porque era capaz de lhe oferecer aquilo de que ele precisava no momento. Não uma resposta, uma pista ou uma teoria, mas antes o extremo do espectro. Embora fosse destemido ao ponto de viajar sozinho, numa louca demanda sem destino em que lhe parecia tão improvável encontrar o que quer que fosse, sabia que não era feito de ferro e que precisava de se render e de cair por momentos, antes de se reerguer com a mesma força e persistência – reservas limitadas que tinham que ser repostas de tempos a tempos – que o acompanhavam desde o início.

3 comentários:

  1. Aaaaaahh!! Eu sei o que isso éeeee! Adivinharia que o caminhante da floresta tem umas orelhinhas ligeiramente pontiagudas =P
    Já te mandei aquilo que te prometi, porque sou uma pessoa cumpridora e super profissional =P
    ***

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    1. Siiiim, acertaste :D
      Já vi o teu e-mail, mas vou ter que tirar algum tempo para te responder com calma, que aquilo ainda tem que se lhe diga :P

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    2. Ahah, sem problema =) Eu sei que fui uma verdadeira chatinha picuinhas, mas como até temos tempo, a ideia era tentar esmiuçar a coisa o mais possível, para fazer o melhor trabalho possível. Estou muito profissional!! ^^ Estás à vontade para responderes quando quiseres, e mandares mais coisas também. Mas nada de pressas ou pressões (olha para mim... com 45 páginas há sete anos =P).
      ****

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