30/09/2013

Químicos - parte 2

Nunca mais me lembrei de retomar este assunto... Quem não leu a primeira parte, pode fazê-lo aqui*.

Andei bastante confusa durante vários dias até que, finalmente, a decisão ficou tomada. Não foi fácil. Pensei nos comentários que me fizeram - obrigada a quem o fez, já agora -; fiquei de pé atrás com os casos em que disseram ter piorado depois de deixarem de tomar a pílula, e o facto de haverem outras soluções para a pele e cabelo não me convenceu, uma vez que já experimentei várias dessas "soluções" e nehuma delas resultou no meu caso. Podia, realmente, ter perguntado à médica se não me podia dar outra pílula, mas passou-me. Penso que, se me receitou aquela, é porque é boa para a pele, pois, antes desta, tomava outra, que não me ajudou em nada com o acne. E nem pensar em ir comprar outra sem saber onde me estarei a meter. Ainda me conseguia deixar pior...
Estava mais tentada em parar de tomar por um mês e ver no que dava. Mas, mesmo assim, continuava confusa, sem saber se esta seria a melhor opção. Porque, quer dizer, e se voltasse tudo atrás? Para além disso, fiquei de pé atrás quando a médica me deu liberdade para decidir, pois ficou com cara de quem diz É melhor ficares quieta, e também quando me disse para passar a ter cuidado com os fritos e com os chocolates por causa da pele. Sem fritos passo relativamente bem, mas, sem chocolate, a história é outra. E continuei de pé atrás quando a minha mãe me disse que agora teria que ter cuidado, pois ficaria desprotegida. E eu tenho um medo enorme dessas coisas.
Só quis alguém a quem pedir uma opinião, alguém que percebesse mesmo do assunto. Mas não deu. Tive consulta uma semana antes de me ir embora; era impossível arranjar outra consulta com outro médico qualquer a quem pedir opinião em tão pouco tempo. Como tal, a solução que se arranjou foi prosseguir com o tratamento, e, quando voltar para casa, lá para o Natal, ir a uma outra médica. Embora esta tenha feito uma especialização diferente, está também relacionada com o assunto, pelo que tenho a certeza de que me poderá ajudar. Não só em relação aos comprimidos, como também na identificação de algum possível problema que eu tenha. Sim, porque, às vezes, começo a pensar se a culpa será mesmo dos comprimidos ou se sou eu que estou toda deficiente no interior e ninguém o saiba.
Por isso, até lá, continuarei com a medicação e a arcar com os efeitos secundários, que ainda hoje se fazem sentir. Ultimamente, tenho andado a pensar...terá também o stress alguma influência nisto?

28/09/2013

Nem toda a gente tinha saudades da chuva


E eu sou uma dessas pessoas. Ser obrigada a sair de casa enquanto chove, ficar encharcada mesmo com o guarda-chuva aberto, levar com a água que as bestas dos condutores atiram para cima de mim, meter os pés nas poças de água e passar as aulas com os pés frios e a roupa molhada e colada ao corpo, enquanto desejo ir para casa tomar um bom banho, não é para mim. Quando estou em casa, confortável e no quentinho, aí sim, pode chover à vontade.
Ou não. Como os meus trabalhos estão mais ou menos encaminhados - surpreendentemente, estou a conseguir despachá-los mais rápido do que estava à espera -, hoje apeteceu-me sair, especialmente para ir à procura de umas botas pretas que substituíssem as minhas, já velhotas. E, por causa da bendita chuvinha que tanta gente adora - sabe-se lá como ou porquê -, não pude sair e vi-me encurralada em casa.
Bem, ao menos a tarde foi podutiva. Passei-a a desenhar. Que saudades que já tinha disto! O primeiro desenho fez-me perder imenso tempo e não ficou tão bem como queria - típico; quando passo muito tempo sem desenhar, sinto que já não consigo fazer nada de jeito -, mas o segundo saiu-me muito melhor e acho que ficou mesmo giro; tão giro, que ainda não parei de olhar para ele. E foi inspirado nesta capa...

...cujo álbum ainda não ouvi, já que a banda perdeu toda a sua magia de há uns tempos para cá.
Agora falta paciência para a parte mais trabalhosa: o raio da pintura. E sim, sei que já desenhei muitas sereias, mas que se há-de fazer?
Bom, e vou terminar o sábado a ver uns episódios. Estou mesmo curiosa por saber o que vai acontecer na Grey's.

Em modo repeat #11


Para mim, a melhor do novo álbum de Avenged Sevenfold. Por conseguinte, a música que me deixou mais tentada a ir vê-los ao vivo em Novembro. Mas - há sempre uns mas no que toca a essas coisas -, tal como aconteceu com Iron Maiden, o concerto é numa quarta-feira e em Lisboa. E não sei se terei alguma apresentação de trabalhos nessa altura. Para além disso, iria dar umas quatro faltas - porque, já que vou gastar dinheiro para ir para Lisboa, aproveitava e ficava lá uns dias - e iria ao concerto sozinha - coisa que não é nada do outro mundo, mas que, enfim. Por outro lado, era mais um concerto para juntar à minha minúscula lista e uma desculpa para ir ter com o namorado. Portanto, ainda estou indecisa. Principalmente por causa do raio da faculdade. Maldita faculdade. E malditas bandas, que só sabem ir à capital...

26/09/2013

Setembro tem de bom...

...o regresso de séries.
Em breve, voltam os meus serões a ver Glee, Grey's Anatomy e Once Upon a Time
E não há nada melhor para descomprimir.

25/09/2013

Quando a razão se intromete...


Ontem, durante a nossa conversa habitual de todos os dias, ele disse-me que estava a pensar vir cá passar o fim-de-semana. Um sorriso desenhou-se de imediato no meu rosto, mas desfez-se assim que a voz da razão - aquela voz irritante - se sobrepôs à minha repentina felicidade. Levando-me a pensar nas coisas que tinha que fazer neste fim-de-semana: continuar com os Powerpoints (três deles já estão feitos, pelo menos), procurar informação para um outro trabalho, de modo a poder escolher um tema, preparar uma mini-apresentação que foi imposta ontem... E pronto. Com muita pena minha, tive que lhe dizer que não. E a minha ideia de um bom fim-de-semana morreu ali. Nunca tinha tido tanta coisa para fazer nas primeiras semanas de aulas...e agora não sei qual será o fim-de-semana em que nos poderemos encontrar. Sei que ainda só se passaram dez dias, mas escusado será dizer que fico com saudades dele logo na altura em que nos despedimos, e que passar uns dias na sua companhia seria algo perfeito. Tirava-me desta solidão, faria esquecer-me das obrigações e de tudo o que me possa chatear e deixava-me feliz e tontinha como sempre.
Logo depois de lhe ter dito que era melhor não, disse-me que tinha pensado em aparecer à porta da minha casa de surpresa, mas que pensou melhor e achou por bem perguntar-me se me iria dar jeito que viesse. E eu achei que, independentemente de toda a porcaria que tenho que fazer para a faculdade, teria sido mesmo fofo se ele realmente o tivesse feito. De qualquer maneira, parece que este fim-de-semana será de chuva, pelo que não seria lá muito bem aproveitado. Espero que, no seguinte, já tenha companhia. E, já agora, uns dias de sol.

23/09/2013

Mais motivos para não gostar das segundas-feiras


Ter uma aula às oito da manhã noutra faculdade implica acordar duas horas mais cedo: uma hora para me despachar e a outra para perder na viagem até lá. E isto à segunda-feira.
Não dormi nada de jeito. Não dá para ter sono a uma hora minimamente decente aos domingos, para além de que este calor não dá com nada. Todos os dias, a partir das cinco da tarde, o sol bate em cheio na janela do meu quatro, transformando-o numa sauna, mesmo com a janela aberta. O calor entra, fica como que entranhado, sufoca-me e só desaparece na manhã seguinte, mas não por completo. Portanto, adormeci a transpirar e acordei a transpirar. O despertador tocou às seis da manhã, mas o sono que sentia não me conseguiu travar de saltar da cama, tal era o calor que ainda persistia.
Despachei-me em menos de uma hora. Era tão cedo ainda, mas não conseguia ficar dentro de casa por mais tempo; continuava agoniada. Levantei, então, os estores para abrir a janela e deixar o quarto a arejar, e qual não é o meu espanto ao ver que ainda era noite. Mas noite mesmo. Escuro, candeeiros de rua acesos, ninguém a andar na rua e quase não passavam carros. Comecei a ficar com medo de sair de casa ao ver as coisas daquela maneira, a sério. Mas lá fui, uma vez que estava pronta e ansiosa por receber um ar fresco.
E o bom de sair de casa àquela hora foi mesmo o ar fresco. Fora isso, foi meio assustador. O movimento era mínimo; parecia que estava numa cidade-fantasma. Nem quis ouvir música pelo caminho, já que, se ouvisse, não conseguiria prestar atenção a qualquer ruído que surgisse ali perto - paranóias minhas...sim, como se uma pessoazinha qualquer não tivesse mais nada que fazer a não ser seguir-me ou esperar-me num canto antes das sete da manhã de uma segunda-feira... Só pensava onde raio me fora meter e que talvez tivesse sido melhor ter ido para outra turma que tivesse aula mais tarde. Andar sozinha sob as luzes artificiais não me dá consolo algum - pelo contrário, a luz do sol traz-me alguma segurança e conforto -, ainda para mais vendo tudo tão deserto, como nunca tinha visto. Até o metro ia quase vazio; até na estrada que fica logo ao lado, sempre bastante concorrida, não passava quase ninguém. Já quando apanhei o autocarro, depois do metro, este ia pilhado. O céu começava a clarear e os sinais de vida agitada começavam a surgir. Menos mal.
Foi a primeira segunda-feira de várias que serão passadas do mesmo modo logo de manhã. No entanto, a partir de agora, só vai piorar, com a entrada do frio. Vou querer ficar no quentinho da cama em vez de fugir disparada por causa do calor; o ar matinal já não será bem-vindo, mas gelado; a noite estará ainda mais cerrada, e nem vou conseguir perceber se está ou não a chover por causa disso... O Outono e o Inverno são uma porcaria. Pelo menos, a parte melhor do dia manter-se-á: às onze da manhã de cada segunda-feira, o dia de aulas é dado por terminado.

22/09/2013

Emigrar


Eu, para além de portuguesa, tenho nacionalidade americana. Por este motivo, o meu namorado farta-se de me dizer que, quando acabarmos de estudar, vamos fugir para os Estados Unidos. E também de brincar com o facto de querer casar-se comigo por interesse, devido à minha dupla nacionalidade. Acho piada e gosto quando ele fala nisso.
Na altura, não via as vantagens que a dupla nacionalidade poderia trazer-me. Nunca tinha ponderado a hipótese de ir viver para os Estados Unidos, nem mesmo estudar lá. Nem tão-pouco pensara na ideia da emigração em geral. No entanto, com o passar do tempo e com o evoluir da nossa maturidade, as coisas acabam por mudar. Agora, tenho uma melhor noção das coisas, e isto veio graças ao facto de eu ter deixado a ilha para vir para o continente. Foi com isto que me apercebi que o desconhecido vem sempre cheio de surpresas; há sempre tanto para descobrir e para experienciar e muitas oportunidades à espera.
Por isso, quando o meu namorado traz o assunto à tona, dou por mim a sonhar e a imaginar um possível futuro para nós dois do outro lado do Atlântico. Imagens de nós dois a passear na rua com um copo de café na mão, a ir a centenas de festivais e de concertos, a conhecermos o grupo perfeito de amigos ou a fazermos road trips numa caravana pelos estados fora desfilam logo pela minha mente. Como se isso não bastasse, os filmes e as séries americanas transmitem-me a ideia de que aquele país é um mundo de oportunidades, um palco onde todos podem brilhar e realizar os seus sonhos. E eu aí sonho mais, imaginando-me a alcançar o sucesso e a tornar-me numa escritora famosa.
A ideia acaba por ser aliciante e deixa-me entusiasmada. Apesar de namorarmos há quatro anos e meio, sorrio sempre que ele dá a entender que quer um futuro comigo. No entanto, por outro lado, a ideia de emigrar e deixar tanto para trás consegue ser um bocadinho assustadora.

21/09/2013

Stress, só stress


Era mesmo disto que precisava agora: tempo para mim. Ainda só se passou a primeira semana - que pareceu bem longa - e já ando meia atrapalhada. Primeiro, são as tais cinco apresentações que vou ter que fazer. Depois, são uns trabalhinhos de grupo que eu não sei quando irão ser feitos, já que teremos que nos reunir e eu nem sequer consegui ficar no grupo que queria, porque uma penetra ocupou o meu possível lugar. Vou ter que estudar - dar uma vista de olhos, vá - protocolos para a primeira aula laboratorial - estou farta de laboratórios! E ontem soube que tenho que fazer um outro trabalho, individual, cujo tema tem que estar decidido até ao fim do mês. No meio de tudo isto, como resumir a matéria das aulas? Não resumindo, não é? É que só pode...de qualquer maneira, com Powerpoints tão merdosos, é quase impossível resumi-los...tenho mesmo que procurar sebentas.
Este ainda é o primeiro fim-de-semana e, quando pensava que ainda podia relaxar, eis que dou por mim atarefada. No outro dia trouxe três livros da biblioteca para casa, e tenho que tirar deles toda a informação que precisar para os trabalhos antes de os devolver na segunda-feira. O problema é que viver noutra casa que não a da mamã tem a grande desvantagem de termos que ser nós a cuidar da casa, pelo que há sempre mais para fazer para além dos benditos trabalhos. Enquanto isso, os meus colegas devem estar a matar saudades da terrinha e a passear ou a fazerem o que bem entendem, o que me deixa sempre a roer-me de inveja. Eu sempre tive a mania de fazer as coisas o mais cedo possível para ficar tudo direitinho e despachado, e depois é nisto que dá: ficar fechada em casa na companhia dos livros.
Está bem, ontem tive a minha dose de tempo livre. Se há coisa que me anima quando estou aqui, sozinha, é ir às compras. Principalmente se encontro coisas giras e baratas. Foi o que aconteceu ontem. Mas, mesmo assim, preciso de mais. Mais tempo para mim. Já que não tenho ninguém com quem estar, queria relaxar a ler ou a ver um filme, a navegar na net sem olhar constantemente para o relógio e pensar que estou a perder tempo, a escrever a minha história, a passear mais e a conhecer mais coisas desta cidade, sei lá... Isto assim torna-se bastante deprimente...como se já não bastasse ser obrigada a ficar sozinha...
Bem, vou ter mesmo que voltar a pegar nos livros da biblioteca, embora não me apeteça nadinha. Esta pressão de ter que os usar até segunda-feira também chega a dar cabo de mim...e só de pensar em ter que fazer as limpezas mais logo...seca, seca, seca...

A chamar o Inverno...


Não percebo como é que maioria das pessoas que vejo pela rua consegue andar de calças de ganga e/ou de sapatilhas com o calor que tem feito. Ou então sou eu que sou calorenta e que acordo já com calor...

18/09/2013

Regresso às aulinhas


As minhas aulas começaram ontem, mas ainda foi tudo muito soft. É por isso que ainda não me mentalizei totalmente do facto de a boa vida ter acabado...caramba, as férias sabem sempre a pouco...
Pois bem, ainda só se passaram dois dias de aulas e já estou a ver que este terceiro ano - ou, pelo menos, este semestre - vai ser para esquecer. As cadeiras são más, tirando uma que me parece ser mais leve. Os slides das aulas que tive hoje são péssimos. Tenho um professor com o irritante hábito de dirigir uma pergunta a cada pessoa, uma professora que parece ser meia despassarada e um outro que demora e demora a dizer uma frase, enrola muito e eu acabo por me perder a meio. Engraçado que este último já tinha sido meu professor no primeiro ano e eu nem tinha notado a mini gaguez dele; foi preciso dizerem-mo para eu notar. E agora, pronto, reparo sempre. Ah, e tenho uma aula teórica noutra faculdade. Teórica! A sério, isto é uma cambada de atrasados... Escusado será dizer que nem vou meter lá os pés. Tenho lá pachorra de me meter em transportes e ir para a outra faculdade, que ainda é longe, para ter uma aulinha de uma hora em que nem sequer há faltas... Já ouvi dizer que a cadeira é do pior, mas pronto. Muitas vezes o pessoal faz bichos de sete cabeças com coisas simples... Eu ainda não vi os slides, mas espero que não seja algo assim tão mau.
Já tenho cinco apresentações em Powerpoint para fazer - isto é que é entrar a matar... Têm que estar todas feitas até princípios de Outubro. Depois disso, em cada aula, o prof que tem a mania dos interrogatórios vai chamar uma pessoa à sorte para apresentar um dos cinco Powerpoints, o que ele quiser. Isto deixou-me passada quando meti na cabeça que não tinha assim tanto tempo para os fazer a todos, e também porque, argh, vou estar a fazer cinco apresentações para depois só usar uma ou duas. Com a sorte que tenho, ainda me calha apresentar o Powerpoint mais feio ou o mais fraquinho que tiver feito...mas espero mesmo que não. Hoje passei a minha manhã livre - que não era bem livre, tinha aquela teórica na outra faculdade, mas, lá está, não fui...oops! - na biblioteca, a folhear quase todos os livros que vi e que me pareceram ter a ver com os temas. Já tenho alguma coisa...para alguns dos temas. Para os outros, ainda estou meia às cegas, e era por isso que queria ver os trabalhos dos anos anteriores...para me inspirar...pois, como se fosse precisa muita inspiração para escrever sobre o cancro, a diabetes e outros que tais...
E pronto, a vida de estudante voltou. Só ainda não ganhei coragem para sacar os slides das aulas - se é que já estão online -, pois não quero mesmo nada olhar para eles e pensar Tenho que resumir isto!, enquanto vejo o melhor dia para o fazer e começo a desesperar por ir desperdiçar os fins-de-semana desta forma. Hei-de procurar sebentas. Até porque, como já disse, os slides das aulas de hoje foram horrorosos.
Pequenas vitórias destes dois dias: não voltei a chorar nem a sentir saudades. Realmente, manter a cabeça ocupada é o melhor remédio. Espero que isto continue assim e que não venham mais chatices. Na verdade, hoje ainda não houve nada que me chateasse...estranho...mas, bom, se for sempre assim, vou suportar isto bem. Mas pronto, não vou lançar foguetes antes da festa...até porque ainda só se passaram três dias...e parece que já passaram mais. O tempo aqui é mais lento que nos outros sítios, só pode...

16/09/2013

Do concurso literário


Quem segue o blog há mais tempo provavelmente lembra-se de eu ter dito que iria participar num concurso literário. Há uns dias, recebi um e-mail da organização, em que, depois de algum palavreado...

Apesar da sua obra não ter sido seleccionada, endereçamos uma palavra de estímulo para que possa continuar a investir na sua escrita e chegar também um dia ao triunfo numa iniciativa deste género.

Parece que vou ter que continuar a procurar novos concursos e voltar a chatear editoras. Mas nem todas parecem estar abertas à recepção de originais - pelo menos não o referem nos respectivos sites -, e, algumas daquelas que o estão, são editoras pequeninas, cujos livros nunca vi à venda numa livraria.
Não sei se já disse isto aqui, mas, há uns aninhos, tinha eu dezassete ou dezoito anos, comecei a chatear editoras e algumas delas ofereceram-me propostas. Eu é que não aceitei nenhuma, porque eram, no mínimo, esquisitas. Pediam-me dinheiro para poder publicar, e valores um tanto ou quanto exorbitantes. Olhando para trás, vejo que até foi bom. Para além de não ter gasto dinheiro, que podia ter sido em vão, olho agora para aquela história e acho-a um bocado infantil em termos de linguagem. Pudera, a idade era outra. Mas não desisti dela. É por isso que me encontro a reescrevê-la neste momento.
Anyway, depois disso, contactei um jovem autor português, cujos livros já li e que são bem giros, por sinal, que me disse que, quando os publicou, não teve que gastar um tostão. E é isso que eu espero.
Eu só queria ser reconhecida por fazer algo minimamente bem. Queria ser elogiada e, quem sabe, servir de inspiração para alguém. Queria surpreender as pessoas, que estas vissem que sou boa nalguma coisa, não só aquelas que me conhecem, mas também aquelas que se fartaram de me gozar em tempos ou que achavam que eu não fazia nada de jeito. Queria que falassem de mim com orgulho. Queria mostrar a minha imaginação e o meu gosto de escrever. Afinal de contas, de que serve guardar histórias só para nós?

Primeiro dia


Ainda nem estou cá há vinte e quatro horas e tenho passado o tempo com uma vontade quase incontrolável de me esvair em lágrimas. Quando é que isto se tornou tão difícil? Parece que voltei aos primeiros dias da faculdade, em que ainda estava no curso antigo do qual acabei por desistir. Acho que não me sentia tão triste e sozinha desde essa altura. Detesto isto. Odeio a faculdade.

Despedidas


Despedir-me custa sempre tanto. Principalmente despedir-me dele, pois despeço-me com incerteza, sem saber quando o voltarei a ver. Mas não é só. Despedir-me dele significa despedir-me dos abraços apertados, dos carinhos que me fazem sentir tão valorizada, das conversas cara-a-cara, dos programas a dois. Na maior parte das vezes, é-me difícil conter uma lágrima. Custa-me tanto estar aqui sem ninguém assim tão especial, sem ninguém que se mostre interessado em estar na minha companhia, sem ninguém com quem partilhar os fins-de-semana, sem ninguém à minha espera quando chego a casa, para conversar ou desabafar depois de um dia mau.
Os primeiros dias custam sempre tanto. E já vou nisto há mais de dois anos. Devia estar habituada, mas não dá. Há dias que se passam bem, mas outros que são totalmente horríveis e solitários. Não me apetece mesmo nada passar por tudo isto outra vez. Estou tão farta, e acabei de chegar, à espera de começar um novo ano, mais um doloroso ano. Quando é que a porcaria desta faculdade acaba?

11/09/2013

Químicos


Não gosto de sujeitar o meu corpo a comprimidos quando não há grande razão para tal. Às vezes tem mesmo que ser - uma dor de cabeça, no meu caso, não se vai embora sem eles -, mas, mesmo assim, tenho noção de que os químicos, para além de um efeito benéfico em certa parte do corpo, podem prejudicar em simultâneo outra parte do corpo qualquer.
Tomo a pílula já há uns anos. Comecei ainda novita, mas não por livre vontade - pudera, se nem tinha namorado na altura e se nem pensava em ter... Fui obrigada, para fazer um tratamento. Tomei por uns tempos, parei e depois voltei, com outra. E acontece que este tratamento parece nunca mais acabar. Graças a isso, ainda não parei de administrar o raio dos comprimidos a mim própria e de tirar sangue a cada seis meses. As análises têm mostrado bons resultados, mas e depois? Terei que continuar dependente dos químicos para sempre, para que os bons resultados se mantenham? É isto que me chateia. Até porque acho que a pílula só me faz mal. Tenho sentido muitos efeitos secundários, e o pior de todos é uma pontada horrível que surge do nada e que não passa se não me deitar de barriga para baixo - agora imaginem que isso acontece num local público...vou deitar-me no meio do chão? A única coisa boa que fez foi ter transformado a minha pele e cabelo oleosos numa pele e cabelo saudáveis. E isto para não falar dos outros comprimidos que tenho que tomar para o mesmo tratamento, que também têm que se lhe digam.
A minha médica deu-me total liberdade para decidir o que fazer, mas eu não sei mesmo. Se, por um lado, quero livrar-me de comprimidos, verificar se os tais "efeitos secundários" são, de facto, culpa deles e ver até que ponto os resultados das análises se alteram se não os tomar, por outro lado tenho medo de que os efeitos positivos sejam revertidos. Ninguém quer voltar a ter borbulhas na cara e um cabelo oleoso, pois não?
Uma coisa é certa: se não tivesse sido obrigada a tomá-la, acho que nunca teria metido químicos no meu corpo voluntariamente.

09/09/2013

Update


Hoje sinto-me particularmente...partida. Tive a brilhante ideia de ir fazer uma caminhada no meio da natureza no outro dia. Normalmente não gosto de o fazer, pois é sempre cansativo e por caminhos demasiado estranhos para meu gosto, onde corro sempre o risco de escorregar ou de tropeçar nalguma coisa - e, tendo em conta que sempre fui uma óptima (not!) aluna em Educação Física... Mas, como já tinha feito este percurso há uns anos atrás, achei que não devia ser nada complicado. Bem, pelo menos tinha a ideia de que era algo simples, mas, afinal, não foi assim tão simples. Mal tinha começado a caminhar e senti logo dores nas pernas. Conclusão: ganhei umas belas dores musculares como já não tinha há muito tempo, e agora pareço uma anormal a andar e a subir e a descer escadas. Estou mesmo enferrujada...
Mas foi giro, apesar de tudo. Chegar lá abaixo e ver aquela lagoa tão perto de mim, rodeada pelos montes verdes, fez-me sentir como se fosse uma exploradora perdida numa selva. Parecia que estava num jogo do Tomb Raider. E a serenidade que se sente ali é algo impagável.
Portanto, dediquei-me a aproveitar os últimos dias de férias. Entre este passeio, as idas à praia e à piscina e os jantares de família, não tenho tido propriamente paciência para cá vir. Nem mesmo à noite, uma vez que me lembrei de voltar a jogar um dos Tomb Raiders desde o início. Nem sequer tenho visto episódios de Modern Family, e nunca mais peguei num livro desde que terminei Destinos Interrompidos. Vou ver se, entretanto, agarro no exemplar d'A Cabana, que tenho aqui por casa, antes de me ir embora. Também não escrevo desde a última vez que abri o computador - que já nem sei quando foi -, pelo que não tenho avançado tanto na minha nova história como esperava. E o meu programa de pintar desenhos morreu novamente. Ou seja, nunca mais o abri. Não tenho tido paciência para isso, nem mesmo para desenhar num papel. Estava à espera de encher mais folhas do meu caderno com desenhos, mas nada. Durante as férias, não dá mesmo vontade de me sentar numa secretária.
Entretanto, o cinema reabriu. Credo, isto já parecia uma ilha de terceiro mundo sem cinema... Apesar de tudo, ainda não fui lá, pois nada do que lá está em exibição me interessa. Mas fico contente que tenha voltado. É sinal de que vou poder ver o segundo filme d'O Hobbit cá, em vez de como uma forever alone num cinema qualquer do Porto.
Supostamente, as minhas aulas começavam hoje. Aliás, não é supostamente, começam mesmo. Mas, como não acontece nada na primeira semana - nem sequer há aulas práticas -, ainda continuo por casa. E só de pensar que, se estivesse num curso de três anos, era agora finalista... Mas não; para além do curso não se mostrar aquilo que eu estava à espera, fui logo para um de quatro anos. E depois ainda querem que vá para mestrado...bitch please...vou passar a vida a fazer o que os outros querem? Eu acho que mestrado é mesmo para quem gosta da coisa...por isso acho que mais facilmente tirava outro curso.
Fiquei com o horário que me pareceu o melhor. Menos mal. A minha turma é que podia ser melhor. Das pessoas com quem me dou mais, só uma ficou na mesma turma que eu. Para além disso, as duas convencidinhas que só tiram dezoitos, dezanoves e vintes ficaram na minha turma outra vez. Aquelas gajas enervam-me, apesar de não nos falarmos. Só espero não ter que fazer trabalhos com elas novamente.
Enfim, falar da faculdade quando ainda se está em casa deixa-me deprimida. Não estou nada, mas mesmo nada preparada para voltar à rotina. Se dependesse de mim, ficaria de férias durante um ano inteiro. Ou talvez durante mais tempo.
Detesto os últimos dias de férias. Há sempre tanto para fazer: pensar nas comidas que quero levar, ir às últimas consultas, comprar coisas que sejam necessárias...e tenho também que ir à cabeleireira pôr mais tinta nas pontas do cabelo, já que esta desapareceu completamente com todos os banhos de mar e de água de piscina. E já não acho muita piada ao facto de ver o meu cabelo todo "normal".
Bem, já escrevi demais. Vou ver se me actualizo e se faço algo de útil. E se penso em algum plano para hoje.

04/09/2013

Destinos Interrompidos - Lissa Price

Sinopse: Callie tem dezasseis anos e vive com Tyler, o irmão mais novo, e Michael, um amigo, nos escombros da cidade de Los Angeles. Quando as Guerras dos Esporos rebentaram, matando todos aqueles que tinham mais de vinte anos e menos de sessenta, Callie perdeu os pais. Como muitos outros Iniciantes, teve de aprender a sobreviver, ocupando prédios desabitados, roubando água e alimentos, fugindo aos Inspectores e combatendo os Renegados. Para tirar Tyler das ruas e garantir ao irmão uma vida melhor, Callie só vê uma solução: oferecer a sua juventude à Destinos Primordiais, uma empresa misteriosa que aluga corpos adolescentes aos velhos Terminantes – seniores, com centenas de anos, que querem ser jovens outra vez. Tudo corre como previsto, até o neurochip que lhe colocaram na cabeça avariar. Callie acorda, de súbito, na vida da sua locatária, a viver numa luxuosa mansão, a guiar carros topo de gama e a sair com o neto de um senador. A vida quase parece um conto de fadas, até Callie descobrir que a sua locatária não quer apenas divertir-se e que, no mundo perverso da Destinos Primordiais, a sobrevivência é apenas o começo.

Há capas de livros que chamam a nossa atenção. Mais do que um título ou do que o autor, é a capa que nos chama, que nos faz agarrar no livro e ler o que está na contracapa...pelo menos, no meu caso. O contraste das cores e a rapariga com a cabeleira cor-de-rosa levaram-me a pegar neste livro assim que o vi pela primeira vez numa livraria. E, assim que li a sinopse, decidi que tinha que o ler. E não me desiludiu.
Este livro é tão bom. Mas tão bom, mesmo.
Talvez por nunca ter lido algo do género pós-apocalíptico, por ter sido algo tão diferente do que já li até então. É que tem ingredientes que o tornam numa excelente leitura: acção, mistério e romance. Para além de estar bem escrito, com personagens bem caracterizadas e cheio de surpresas. Sim, porque quando achamos que nada mais pode acontecer, eis que o livro nos surpreende. Agarrou-me logo no início e cativou-me não só pela história, como também pelo mundo futurista em que esta se desenrola. E quando se chega à parte em que Callie acorda na vida da locatária torna-se muito difícil largar o livro. Apetece devorá-lo, saber o que acontece a cada virar de página.
Houve apenas uma falha, a meu ver, um pouco grave: a ausência da descrição física de Callie. Tudo bem que fala em certos traços, mas coisas como a cor dos olhos e do cabelo fazem logo falta. Acho que é algo praticamente imprescindível, pois temos que ver a personagem na nossa cabeça. Se não, como havemos de a imaginar? Pela imagem que está na capa? Claro que não. Até porque as capas podem variar consoante os países. Mas a tendência é esta.
Fora isso, rendi-me à imaginação de Price e à sua visão do futuro - a mansão onde Callie passa a viver é algo de espectacular! O final do livro só nos faz ansiar por mais, ao oferecer-nos mais alguns mistérios. Pensei que fosse uma história com princípio e fim, mas, depois daquele final, torna-se claro que haverá uma continuação. E certamente ficarei à espera do próximo volume.

02/09/2013

E o ciclo repete-se...


Fazer a matrícula e marcar a viagem - os terríveis indícios de que as férias não tardam a chegar ao fim. Detesto esta altura do ano. Detesto este mês por essa mesma razão. É o repetir de um ciclo, o regresso a uma solidão e a uma saudade assustadoramente grandes, o retorno a algo que nada me diz.
Por ora, resta-me aproveitar os últimos dias. O problema é que estes últimos costumam ser os mais ocupados, com os preparativos para a viagem e tudo o resto que tem que ser feito aqui na terrinha antes de partir e me ausentar por três meses. Mas eu hei-de conseguir. Ainda há planos que fiz para este Verão que hei-de pôr em prática.

01/09/2013

Brincos


Não tenho as orelhas furadas. Por causa disso, passei anos a levar com a pergunta Quando vais furar as orelhas?, mas, como a minha resposta sempre foi Nunca, achei que toda a gente já estivesse "bem" com isso. Mas não é que continuam a perguntar-me o mesmo? E nem sequer consigo convencê-los de que a razão de não querer ir furar não é a possibilidade de sentir dor. Não, não é por ter medo de uma possível dor que não as furo. É porque...sei lá, não acho piada a brincos. É algo que não me aquece nem arrefece. Mas parece que ninguém acredita em mim quando digo isso. Como se todos os seres humanos do sexo feminino tivessem obrigatoriamente que pendurar ou enfiar coisas nos lóbulos das orelhas...