Quando vi esta imagem no 9GAG há umas semanas atrás, concordei logo com ela. Há uma diferença tão grande entre estudar e aprender, mas passei anos sem compreender isso. Só me apercebi disso no último semestre da licenciatura, quando andei a pesquisar e a ler artigos científicos para a tese. Foi algo que me deixou entusiasmada e fascinada. Não só por, ao lê-los, ter aprendido coisas novas e conceitos novos, mas também por ter conseguido estabelecer certas relações, por ter percebido como determinadas coisas funcionam. Depois disso, aventurei-me em duas formações, das quais fiquei apenas com impressões bastante positivas. Não sei se por terem sido temas que me agradassem, se por os temas serem-nos expostos de uma maneira tão apelativa e tão clara, se por não haver aquela típica pressão de ser obrigada a meter tudo aquilo na cabeça para posteriormente despejá-la num exame, ou se por todos estes motivos. O facto é que passei a adorar aprender, mas aprender desta forma. É tão diferente da faculdade; o ambiente parece bem mais descontraído e os formadores parecem fazer o que fazem por gosto. Na faculdade, era raro o professor que falava com o mesmo entusiasmo e que expunha a matéria de um modo tão apelativo. Era tudo tão maçador, e estudar era um sacrifício, não só devido às toneladas de matéria, mas também - e principalmente - devido à pressão de ter que enfiar estas mesmas toneladas na cabeça num curtíssimo período de tempo. Somente para espetá-las no exame e passar à cadeira. Para, no fim, quando se saísse da sala do exame, esquecermo-nos de praticamente tudo, já que a cabeça tinha que estar livre para as toneladas de matéria do exame seguinte. Um sistema de ensino fantástico, portanto - uma das razões pelas quais não me imagino a tirar um mestrado.
Percebi, ainda, que a faculdade dá-nos apenas as bases, e que há tanto por aprender e tanto por explorar para além dela, pelo menos na minha área. Com as formações que fiz, aprendi coisas que nunca abordara na faculdade e foram-me transmitidas ideias tão diferentes. Compreendi, também, a importância de estar sempre actualizada, de forma a fazer o melhor trabalho possível. Tudo está em constante mudança; hoje, posso ter uma determinada opinião acerca de um determinado alimento ou grupos de alimentos, mas, amanhã, posso já ter a opinião contrária. É algo que pode ser um tanto ou quanto assustador e que irá obrigar-me a estar sempre a par da evidência actual, mas não deixa de ser fascinante.
Só tenho pena de não poder fazer todas as formações nem assistir a todos os seminários que surgem e que me despertam interesse, uma vez que, para tal, teria sempre que me deslocar ao continente. É em alturas como estas que viver nas ilhas não dá jeitinho nenhum...
Eu cá não gosto de estudar como disse no outro dia. Aprender sem a pressão de ter de decorar e despejar as coisas num exame deve ser muito melhor.
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